O Básico do Monge

Por James Haeck
Traduzido por Daniel Bartolomei Vieira
Originalmente publicado em 25 de julho de 2018 em https://www.dndbeyond.com/posts/280-monk-101-a-beginners-guide-to-mystical-combat
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Um Guia Para o Iniciante ao Combate Místico

A jovem monja fechou os punhos, inspirou e abriu as mãos enquanto exalava. Ela quebrou a formação apenas por um momento para coçar um comichão na ponta do nariz, então voltou com o braço em posição, esperando que ninguém tivesse notado. Seu parceiro de treino, um homem careca e musculoso usando um simples gi de treino sorriu para ela. Seu gi estava meio aberto, exibindo seus músculos definidos e brilhantes por causa do suor. Ela devolveu o sorriso e respirou mais uma vez.

“Assim está bom”, a mestra disse, sentada de pernas cruzadas sobre uma almofada do outro lado da sala onde estavam os dois candidatos. “Conectem-se com suas respirações. Antes de lutar, deixem a tensão fluir para fora de seus corpos e permitam que o ar ocupe este espaço. Mantenham-se relaxados e vosso corpo não cederá — tampouco quebrará”.

O oponente da monja sorriu e estalou alto o pescoço.

A mestra era uma mulher cheia de rugas cujo cabelo prateado ficava sobre um coque no alto da cabeça, e ela avaliou bem seus dois aprendizes através de seus olhos com cílios grossos. “Durante anos, vocês dois treinaram em suas vilas natais, lutando, meditando, sangrando… tudo isso pela oportunidade de se tornarem meus aprendizes. Ambos demonstraram grande disciplina espiritual e mental. Agora tudo o que resta é que vocês se provem em combate. Postura!”.

A monja focou seus olhos no oponente.

“Preparem-se!”.

Ele cuspiu na areia. Ela dobrou os joelhos e baixou a postura.

“Comecem!”.

A monja se lançou em direção ao seu oponente, que saltou para o ar. Uma lufada de vento saiu da sola de seus pés descalços, chutando uma nuvem de areia e pó ao ar, engolfando a arena. Ela fechou os olhos e sorriu em triunfo conforme era engolida pela nuvem ofuscante de pó e areia. O aprendiz musculoso aterrissou do outro lado do círculo e imediatamente girou com um chute baixo arrebatador — mas seu olhar de concentração tornou-se confuso. O golpe não havia acertado. Sua oponente não estava onde pensou que estaria. Na verdade, ela nunca esteve ali.

Então ele engasgou. Ele inclinou-se para a frente conforme todo o ar de seus pulmões era forçado para fora de seu corpo. Uma dor intensa irradiou-lhe pelas costas a partir de um único ponto, e então tudo ficou escuro. Apenas o som de um segundo golpe — direto na lateral da cabeça — foi registrado por seu corpo já quase sem sentidos, mas a força do impacto o levou direto para o chão. Sangue e ranho pingaram de seu nariz e boca, misturando-se à areia.

A poeira baixou e apena a monja permanecia em pé. Ela havia escapado da nuvem de poeira e saído, imperceptível, atrás de seu oponente. Ela endireitou a postura e ajeitou seu kimono. Ela olhou para a mestre direto nos olhos.

“Estou pronta”, disse ela.

“Não”, a mestra balançou a cabeça. Ela levantou-se, tirou seu manto cerimonial e estalou suas juntas calosas. “Ainda há um teste”.


Você está jogando com um monge, um combatente que pratica a auto-disciplina, e que luta usando seu próprio corpo e o poder primordial de seu espírito como arma. Seu treinamento especializado lhe garantiu o poder de manipular o ki, uma força fundamental da energia vital que habita em todos os seres vivos.

As habilidades do monge se assemelham com as representações dos artistas marciais do Leste Asiático feitas pela mídia, como Bruce Lee, Jet Li e Jackie Chan (dependendo se seu personagem é sério ou cômico), e na fantasia wuxia que vai de O Clã das Adagas Voadoras até Avatar: O Último Mestre do Ar. Mas embora o monge de D&D seja definitivamente inspirado pela ideia de monges lutadores apresentada pela mídia popular, os jogadores buscando um olhar mais realista sobre os combatentes contemplativos da história asiática poderiam usar como referência os monges Shaolin da província chinesa de Henan, os históricos guerreiros monges sohei do Japão feudal e os monges militantes hindus Naga Sadhu do norte da Índia.

A Europa da vida real tem pouco a oferecer sobre os caminhos do monge combatente, salvo talvez pelas ordens de cavaleiros que também eram monásticas, como os Cavaleiros Hospitaleiros. Talvez o mais famoso monge europeu fora-da-lei da ficção seja o Frei Tuck, companheiro de Robin Hood. Ele não é exatamente um combatente, mas certamente é uma referência a ser consultada se você está procurando jogar com um monge que não segue exatamente a lei. Se você não tiver tempo para fazer mais pesquisas e quer somente jogar, você poderia se basear nos monges pseudo espirituais da Ordem Jedi do universo de Guerra nas Estrelas para se inspirar a criar seu personagem monge.


Para o PDF completo com as estratégias para se jogar com um monge nos primeiros níveis, clique AQUI.

Para os outros artigos com as estratégias para se jogar com as outras classes de D&D nos primeiros níveis, clique AQUI.


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