A Era do Alvorecer, Parte 2

Por Daniel Bartolomei Vieira


O conhecimento do nosso mundo deve ser nutrido como uma flor rara, pois é o bem mais precioso que temos. Portanto, guardai as palavras escritas e ouvi as palavras ditas – e tomai nota destas antes que desapareçam. Assim, aprendereis a arte da leitura, da escrita e distinguireis a verdade da mentira, e isto vos levá-lo-ás à maior arte de todas: o entendimento.

― Alaundo do Forte da Vela

No último artigo, a primeira parte da Era do Alvorecer, falamos sobre a ascensão dos dragões e gigantes sobre o continente de Faerûn, em Toril, e como ele vieram a entrar em conflito durante mil anos, até que suas divindades, Annan, dos gigantes e Garyx, dos dragões, decidiram resolver o destino da guerra com uma partida de um jogo de tabuleiro. Um empate os levou a encerrar a guerra. Nesta segunda parte, falaremos do papel dos elfos na Era do Alvorecer e como isso levou à grande destruição e novos conflitos.

Durante os anos que dragões e gigantes estavam em conflito lá, no distante Mar Astral, os deuses estavam com seus próprios problemas, confrontos e dilemas. O panteão élfico, por exemplo, chamado de Seldarine, começou a ter problemas com a deusa Araushnee. Ela era a deusa élfica do destino e dos artesãos, mas também muito ambiciosa e manipuladora, amante do deus Corellon Larethian, o patrono de todos os elfos.

Araushnee começou a ajudar os inimigos de Corellon secretamente, para que estes o matassem. Assim, ela esperava assumir o lugar dele como a chefe do panteão élfico. Corellon acabou descobrindo a sórdida trama de sua amada ao flagrá-la seduzindo o solar Malkizid para que este incitasse uma rebelião contra ele. Ali iniciou-se uma disputa que quase levou Corellon à morte, não fosse a interferência de três divindades élficas, Aerdrie Faenya, Hanali Celanil e Sehanine Arco-Lunar, que se uniram para formar uma única e nova divindade, Angharradh, a Rainha de Arvandor.

Derrotada, Araushnee foi reconhecida como traidora e uma ameaça para o panteão élfico, e teve sua divindade arrancada, o que revelou sua verdadeira forma, a de uma aranha demoníaca. Ela adotou o nome de Lolth assim que foi banida de vez para o Abismo. Ela tinha dois filhos com Corellon, Vhaeraun e Eilistraee. Vhaeraun foi exilado também, pois fazia parte das tramas da mãe, mas Eilistraee era boa e decidiu se exilar por conta própria, prometendo olhar pelos elfos obscuros em tempos de necessidade.

Mesmo no Abismo, Lolth tramava para chegar ao poder. Lá, um príncipe demônio chamado Zanassu chamou a atenção dela, pois ele tinha certa influência divina sobre as aranhas. Sendo meio aranha agora, ela achava que somente ela tinha direito sobre tais criaturas, e enganou outros demônios que acabaram atacando Zanassu, e ele foi destruído. Ao assumir o domínio sobre as aranhas, ela alcançou o posto divino novamente. Agora, mais uma vez como uma divindade e extremamente poderosa, ela conseguiu transformar a 66ª camada do Abismo nos Fossos da Teia Demoníaca, deixando o local com a aparência de uma gigantesca teia de aranha em forma de funil.

Nessa época os elfos já haviam migrado de Faéria para Toril, e quando uma elfa lunar chamada Kethrylla perseguiu em combate um demônio desde Faerûn até o Abismo e lá o matou, isso chamou a atenção de Lolth. A Rainha Aranha sempre esteve de olho nos movimentos dos elfos, mas quando uma elfa matou um demônio lá e depois retornou para um lugar diferente e longe da influência direta dos Seldarine, isso fez com que Lolth finalmente se interessasse por Toril.

Lolth seguiu Kethrylla até Faerûn, e lá começou a influenciar e corromper as mentes dos elfos obscuros, com quem tinha mais afinidade. Conforme ganhava mais e mais poder como divindade, com a adoração de seus novos seguidores nesta nova terra, mais ela aumentava sua influência.

No próximo artigo falaremos sobre como a Alta Magia élfica e a corrupção imposta por Lolth arruinou a sociedade élfica em Faerûn e como os elfos obscuros se tornaram exilados na Umbreterna por causa disso. A Era do Alvorecer termina justamente quando os elfos começam a se tornar demasiado ambiciosos e ocorre a Separação, que alterou o continente e ceifou milhares de vidas élficas, em um evento importantíssimo para o futuro de Faerûn. Até lá!


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