Sobre Como o Povo de Mulhorand Veio a Faerûn

Por Ricardo Costa


Notas Sobre os Reinos Esquecidos

Do caderno de anotações do gnomo Gilbert Engrenagem Dourada

A Praga Mágica, evento caótico que se abateu sobre Faerûn com a morte da deusa Mystra, mais de cem anos atrás, destruiu completamente Mulhorand e a maioria de seus habitantes morreu ou desapareceu. Hoje, os remanescentes desse reino espalhados pelo mundo sonham em restabelecer sua antiga nação dos Faraós. Mas a afirmação que ilustra essa nota não diz respeito ao futuro, mas ao passado dos mulhorandi em Faerûn. Como esse povo, de cultura e deuses tão diversos dos demais faerûnianos surgiu em Toril? O sacerdote e escriba mulhorandi Akhenophis, em visita ao grande mago Elminster, contou-lhe a seguinte história, quando questionado por um aventureiro visitante, a qual anotei em minhas notas. A resposta a essa questão não estava neste planeta, mas em outra esfera. Em um mundo distante, chamado Terra.

Segundo Akhenophis, os ancestrais dos mulhorandi viviam em um reino chamado Khemet, muito conhecido também pelo nome dado pelos estrangeiros com os quais mantinham contato: Egito. Os habitantes deste reino milenar tinham grande importância e poder, e um extenso panteão de deuses, liderados por Amon-Rá, o Pai de Todos. Os seus reis, os faraós, eram além de governantes, representantes dos deuses no plano mortal. Porém um deles, Amenoteph IV, rompeu com o panteão divino, mudou o seu nome para Akhenaton, e adotou um novo e único deus, Aton. Após isso, a fé nos antigos deuses foi proibida, templos foram destruídos e os fiéis que insistiam em seu culto foram perseguidos e mortos.

Desesperados, os crentes dos antigos deuses oravam fervorosamente para Amon-Rá e seu panteão, rogando por salvação. Até que, uma certa noite, o sacerdote Mulhoteph recebeu, enfim, um retorno do próprio Amon-Rá, em forma de um sonho. Segundo a mensagem divina, uma pequena pirâmide feita de ouro, ao receber a luz da próxima lua cheia, abriria um portal, por onde os fiéis perseguidos passariam, assim como algumas divindades descontentes do panteão de Khemet, e assim chegariam a um outro mundo.

Mulhoteph contou o seu sonho aos fiéis e juntos produziram a pirâmide de ouro. Marcaram sua derradeira reunião em uma área afastada da cidade conhecida como Tebas. Entretanto, tão grande encontro não ficou despercebido por Akhenaton, que reuniu um destacamento de soldados para massacrar os fugitivos. No entanto, naquela noite, pouco antes que os soldados pudessem alcançá-los, Mulhoteph posicionou a pirâmide imbuída de poder divino no ponto indicado no sonho e, aos primeiros raios do luar no deserto, um portal se abriu e o êxodo começou. Após a última pessoa e carroça com pertences passar pelo grande portal, Mulhotep retirou a pirâmide do local, e a passagem se fechou instantaneamente. O sacerdote escapou à chegada dos soldados e, posteriormente, escondeu a pequena pirâmide imbuída de poder divino dentro de uma escultura de um falcão. O sábio do Vale das Sombras disse-me que a escultura sobreviveu aos milênios e esconde até hoje a pirâmide dourada, guardada em uma cidade daquele planeta, em um local chamado Museu Britânico.

Quanto aos refugiados, chegaram a Faerûn, em uma terra cujo clima e geografia em muito lembrava a distante Khemet, e fundaram suas primeiras comunidades e templos dedicados aos deuses que os acompanharam na travessia entre os mundos. E assim, meus amigos, me foi dito sobre o nascimento de Mulhorand.


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