O Império Psiônico de Jhaamdath
Por Daniel Bartolomei Vieira
O conhecimento do nosso mundo deve ser nutrido como uma flor rara, pois é o bem mais precioso que temos. Portanto, guardai as palavras escritas e ouvi as palavras ditas – e tomai nota destas antes que desapareçam. Assim, aprendereis a arte da leitura, da escrita e distinguireis a verdade da mentira, e isto vos levá-lo-ás à maior arte de todas: o entendimento.
― Alaundo do Forte da Vela
Nos últimos artigos nós vínhamos falando dos primeiros impérios humanos a exercer poder em Faerûn, e o triste destino de todos eles. Neste artigo vamos falar do último império humano poderoso e que também terminou de forma trágica, o império de psiônicos de Jhaamdath (lê-se j’rramdát).
Jhaamdath era um enorme povoado humano originado por volta de -5800 CV, ao sul do mar das Estrelas Cadentes, na antiga floresta onde hoje fica a Floresta Chondal. Esses humanos eram constituídos de diversas tribos de combatentes, espalhadas por essas terras. Seu líder era um rei combatente chamado Jhaam, e a sua tribo conquistou outros vilarejos porque, segundo ele, isso ajudaria a protegê-los dos inimigos vindos de fora. Logo, as pessoas conquistadas por Jhaam e sua tribo queriam essa tal proteção e começaram a expandir a conquista de outras vilas para fortificarem-se cada vez mais.
Entretanto Jhaam acabou morrendo antes de ver seu sonho de conquistar toda a região realizado. Assim, seus herdeiros assumiram esse papel e conseguiram unificar várias aldeias e fundar a nação de Jhaamdath, tendo a cidade de Naarkolyth como capital. Além dela, havia outras onze cidades: Porrenath, Jhouram, Gharrent, Golmuth, Lirremar, Tuoxent, Hollinth, Jhirrent, Inixrien, Corrant e Mirrindith.
Os jhaamdatanos, então, passaram a manifestar talentos psiônicos, um tipo de magia inata psíquica, ou seja, eles conseguiam utilizar os poderes da mente, incluindo telepatia e telecinese, para produzir uma espécie de magia. Em pouco tempo, eles já haviam desenvolvido quase que completamente a habilidade de usar o psionismo. Tais poderes apareceram em todos os tipos de pessoas de seu povo, desde o mais simples camponês até os nobres, e quem possuía tal habilidade era conhecido como um praticante da Arte Invisível.
Diziam que eles eram abençoados por Auppenser, que é o deus dos psiônicos, da Arte Invisível e da razão. Esta divindade, inclusive, teve seu auge de poder exatamente quando os jhaamdatanos começaram a praticar o psionismo como forma de vida, depois caindo no esquecimento após o declínio desse império.
Em pouco tempo os psiônicos de Jhaamdath estavam tão poderosos que logo a nação passou a ser governada por um conjunto de psiônicos combatentes psíquicos chamados de regilâminas. Esses regilâminas foram escolhidos a dedo entre as famílias nobres para que o poder continuasse apenas entre a nobreza. Assim, os psiônicos normais eram mais como magos, concentrando-se mais em seus poderes mentais, enquanto os regilâminas eram como os gith, combinando seu treinamento em combate com suas habilidades psiônicas.
No meio milênio que se seguiu, Jhaamdath expandiu seus domínios, ficando o seu povo conhecido por suas habilidades e poderio desde o sul do Mar das Estrelas Cadentes até o Mar Reluzente, mais ao sul. Por causa da maestria de seus combatentes com a espada, Jhaamdath passou a ser chamada de Doze Cidades da Espada. Contudo, a vida não era perfeita sob o governo dos lordes psiônicos, e por volta de -267 CV, Jhaamdath sofreu um golpe de estado com a intenção de dissolver o governo dos regilâminas e do psiônico que havia se autoproclamado imperador.
Agora governados por um exército imperial, Jhaamdat construiu uma frota naval para expandir seu domínio para outras regiões. Para isso, devastou todas as florestas da região, o estopim para sua queda. Os elfos que viviam ali perto se incomodaram com isso e começaram a lutar contra os jhaamdatanos para proteger seus lares florestais. Impiedosamente, os humanos de Jhaamdat mataram vários elfos, forçando-os a recorrer à alta magia élfica para resistir, e mais, para atacar.
Assim, os elfos invocaram um maremoto de enormes proporções a partir das águas do Mar das Estrelas Cadentes, e a onda lavou Jhaamdat. As doze cidades da nação foram destruídas e a maioria de seus habitantes morreu afogada. Os poucos sobreviventes, que calharam de estar nas partes mais altas, fugiram, e a poderosa Jhaamdath agora jazia apenas nas lendas e histórias. Restaram apenas cemitérios e postos avançados, que ficavam afastados e em terreno elevado.
A gigantesca onda aumentou o tamanho da Baía de Jhaamdath, tornando hoje o que é a Orla de Vilhon. As poucas torres e fortalezas que resistiram ao impacto das águas hoje estão submersas ou semi enterradas nos sedimentos do fundo do mar da região, onde repousam relíquias das doze cidades de Jhaamdath, seus artefatos, itens mágicos e espadas vazando energia psiônica. Essa energia, inclusive, é responsável pela alteração de animais marinhos, tornando-os monstros psiônicos, como dragões tartaruga, polvos gigantes, megeras do mar, sahuagin e coisas do tipo.
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Muito legal essa forma de contar a História. Mais objetiva e fácil de entender.