Biografias dos Reinos – Elminster Aumar, Parte 2

Por Rafael Santos
Arte Destacada por Jeff Easley


Muito bem, Aventureiros dos Reinos, deixem que eu me apresente! Sou Hendel Andarilho das Estrelas, bardo viajante de muitas terras, contador de histórias, abençoado pelo conhecimento de Oghma e pela beleza de Corellon. Servo do conhecimento esquecido, existo apenas para espalhar esse saber entre os povos. Nesta singela coluna, deitarei minha pena para contar tudo o que eu sei das mais admiráveis (ou não) personalidade dos Reinos Esquecidos, desde a mais remota informação, até os últimos rumores de que tenho notícia.

Elminster Aumar, Parte 2

Elminster no Tempo das Perturbações


Em 1358 CV, quando o momento crítico do Tempo das Perturbações se aproximava, Mystra sabia o que estava por vir e derramou a maior parte de seu poder em uma jovem maga humana chamada Meianoite, para que toda a sua essência não deixasse de existir. Foi uma época difícil para o Velho Sábio, que teve muito do seu poder reduzido (embora, ainda assim, fosse muito poderoso). Porém, Elminster não tinha muito a fazer, senão auxiliar Meianoite como podia. Durante esse tempo, defendeu o Vale das Sombras de um exército dos Zentharim, liderado pelo avatar de Bane e o confrontou. Durante o combate, ambos foram apanhados em uma poderosa magia conjurada por Elminster, que liberou um avatar monstruoso e violento de Mystra que, por fim, destruiu o Lorde Negro. Neste evento, o Sábio do Vale das Sombras acabou desaparecendo e foi dado como morto, aparecendo mais tarde e revelando que havia sido transportado para outro plano. 

Na ausência de Elminster, os seus inimigos tentaram se reunir, mas os outros Escolhidos, os Cavaleiros de Myth Drannor e os Três Guardiões os mantiveram afastados até o seu retorno. Com a atual crise evitada, tudo parecia calmo, mas os Mestres das Sombras tinham outras ideias. No entanto, após o seu retorno, Elminster e os Três Guardiões, com seus aliados, conseguiram frustrar os planos dessa raça de metamorfos. Nessa época, o mago até mesmo confrontou o Deus Supremo, Lorde Ao, sobre sua instigação ao Tempo das Perturbações e a morte de inocentes decorrente deste evento.

“Há certas coisas que já fiz na minha vida que foram tolices, e ter indagado Lorde Ao sobre seus objetivos foi uma delas.”

― Elminster reconhecendo um dos seus muitos erros.

Ainda neste conturbado período, Elminster enfrentou uma ofensiva dos Zentharim. O mago recrutou um dos Três Guardiões chamado Sharantyr para ajudá-lo e eles se uniram, posteriormente, a outros dois membros do grupo, Itharr e Belkram, mas nem os Três Guardiões puderam impedir que Elminster fosse ferido em batalha. Apesar desse revés, ele e seus aliados, não só libertaram o Vale Alto e derrotaram Manshoon, mas também sobreviveram ao Tempo das Perturbações e, então, o Sábio do Vale das Sombras recuperou sua magia.

Depois que a cidade flutuante de Thultanthar retornou a Faerûn em 1372 CV após seu exílio no Plano das Sombras, os shadovar chegaram ao Vale das Sombras para emboscar Elminster. No confronto, magias foram conjuradas, e Storm Mão Argêntea atacou um dos príncipes das sombras com uma espécie de bola de fogo prateada, que desencadeou um efeito inesperado. Os shadovar eram feitos de magia das sombras viva e o fogo prateado era pura magia da Trama. A colisão entre as duas energias místicas rasgou o tecido da realidade, criando uma ruptura para os Nove Infernos. Elminster percebeu que a única maneira de lacrar o portal antes das legiões diabólicas se derramarem em Toril era fechá-lo do outro lado.

Elminster nos Nove Infernos


Elminster entrou no portal e conseguiu fechá-lo, mas à custa de grande parte de sua força mágica. Uma vez no Inferno, ele foi sequestrado e escravizado por um arquidiabo conhecido como Nergal, que queria descobrir o segredo do fogo prateado de Mystra. Elminster esteve sujeito a torturas brutais, sobrevivendo apenas devido a sua excepcional resistência e habilidade de se curar com fogo prateado. No momento em que o arquidiabo revistou os pensamentos e memórias de Elminster, Mystra tomou conhecimento da situação de seu servo favorito e entrou no Inferno para encontrá-lo. Percebendo que sua presença no Inferno era excessivamente notável, Mystra recuou e despachou agentes mais sutis para encontrá-lo:  primeiro Halaster Manto Negro, o Mago Louco da Submontanha (que foi derrotado), e depois Simbul. Depois de muito procurar, Simbul o encontrou e juntos derrotaram Nergal e voltaram para casa.

“E pensar que aquela era a primeira de muitas vezes que eu visitaria aquele lugar odioso.”

― Elminster lamentando com frustração sua primeira longa estadia nos Nove Infernos.

Alguns anos depois, Elminster descobriu uma filha que ele nunca conhecera, Narnra Shalace, em Marsember. Devido a sua curiosidade, Narnra rapidamente se viu envolvida não apenas nas atividades de Elminster, mas também nas intrigas da nação cormyriana. 

Elminster mais tarde, secretamente, ajudou um pequeno grupo de aventureiros perto de Portão Ocidental, na vila de Reddansyr, investigando o destino de um clone de Manshoon. Ele então desmascarou o verdadeiro líder dos Máscaras da Noite de Portão Ocidental, o Rei da Noite conhecido como “O Sem Rosto” (que se revelou ser o tal clone de Manshoon), agora conhecido como Orbakh, três anos após as Guerras de Manshoon, no ano de 1373 CV.

Em 1374 CV, agentes da igreja de Shar tentaram roubar a Diadema de Ébano da torre de Elminster. Devido à essência do artefato e ao poder absoluto das proteções de Elminster, de cujo poder o artefato se alimentava, os sharranitas derrotaram Elminster (embora não sem perder a maior parte de seu número) e uma magia de contingência o levou embora, enquanto sua própria torre foi destruída e transformada em ruínas. Elminster havia sido teleportado para outro plano desconhecido.

Os Anos Após a Praga Mágica: por volta de 1385 CV


Após a morte de Mystra, em 1385 CV, e o colapso da Trama na Praga Mágica, Elminster foi destituído de muitas de suas habilidades como um dos Escolhidos, embora ele ainda envelhecesse tão lentamente quanto no último milênio e ainda fosse bastante poderoso magicamente. No entanto, cada uso de sua magia o levava, muitas vezes, à beira da loucura. Quando isso aconteceu, apenas Storm Mão Argêntea conseguiu trazer sua sanidade de volta, dando sua própria essência para acalmar a mente de Elminster. O Velho Sábio se tornou um perigo para todos ao seu redor e aquele que um dia foi um herói que salvou o mundo por tantas vezes, se tornou uma ameaça e com a cabeça a prêmio diante da coroa de Cormyr, que um dia chamou de lar, e em sua própria terra.

Vocês podem me chamar sim, de Elminster. Já fui chamado de Velho Sábio, embora alguns tivessem outros nomes menos lisonjeiros para mim. Pode até ser que eu tenha merecido. Tenho andado pelos Reinos por um milênio, mas ultimamente me sinto cansado disso tudo. Se vocês estivessem em meu lugar, também se sentiriam assim… ah, as coisas que vi… por Mystra desaparecida! Adoraria apagar algumas memórias. Já havia dito antes que estou longe de ser o mais velho, mais sábio ou mais poderoso a caminhar por Faerûn. Ninguém ficou mais surpreso do que eu quando todos descobriram que eu sempre estive certo sobre isso. Agora, vão embora, sim? Deixem-me aqui com os meus botões.”

― Elminster em 1479 CV

Elminster ainda podia conjurar muitos truques menores às vezes, e em várias ocasiões conjurava pequenas ilusões sem enlouquecer, embora isso não fosse sempre o caso.

Apesar desses contratempos, Elminster e Storm continuaram com sua campanha para salvar Faerûn, lutando contra o mal onde podiam. Durante anos, os dois fingiram ser “Elgorn e Stornara Rhauligan, reparadores de pedras, gesso, tapeçarias e madeira em ruínas” no palácio real de Suzail, espionando e testando a lealdade dos Magos de Guerra e dos nobres também. Em uma ocasião, Elminster até invadiu e roubou os quartos do rei Foril Obarskyr e fez mudanças nas escrituras de Suzail, enquanto sua majestade dormia a uma distância de uma lança.

Naquela época, Elminster estava conturbado e muito afetado por tudo que havia acontecido com Mystra e com o mundo. Ele e Storm eram caçadores de itens mágicos feitos de chama azul, a qual usavam para alimentar e manter Alassra Shentrantra Mão Argêntea (ou Simbul) com a sanidade intacta. A antiga rainha de Aglarond, Escolhida de Mystra e uma das Sete Irmãs, ainda viva era um perigo em potencial, e quando enlouquecia, desencadeava uma verdadeira destruição em massa nos arredores, sendo acalmada apenas pela absorção da chama azulada contida em alguns itens.

Em 1479 CV, depois de finalmente admitir que precisavam de ajuda para salvar os Reinos, e tendo ficado sem itens mágicos fáceis de roubar para alimentar Simbul, Elminster procurou obter acesso a artefatos conhecidos por conter os espíritos dos Nove. Objetos poderosos o suficiente para ultrapassar as defesas que cercam o palácio real ou – acreditava Elminster – para restaurar permanentemente a sanidade do Simbul. Ele também procurou recrutar os esforços de uma de seus descendentes, Amarune Ondabranca. 

Durante uma de suas excursões ao palácio, o corpo de Elminster foi destruído por Manshoon, que secretamente havia retirado as magias de contingência que o Velho Mago havia preparado ao longo de vários anos. No entanto, Manshoon partiu antes de perceber que Elminster havia sobrevivido à destruição de seu corpo em um estado quase desmorto. Com a concordância de Amarune e a ajuda de Storm, a essência de Elminster foi colocada no corpo de Amarune, com a ajuda de uma magia que o ex-Escolhido havia descobrido em um esconderijo pertencente a Azuth. Ele então, como uma consciência, procurou guiar sua bisneta enquanto tentava defender Cormyr de Manshoon e dos nobres traidores. Mais tarde, Elminster confrontou Manshoon em uma batalha de proporções épicas e graças ao sacrifício de Simbul, ele recuperou seu corpo novamente e parte do seu antigo poder. Munido agora de grande raiva e desespero pela morte de sua amante, Elminster destruiu Manshoon e o impediu de tomar o trono de Cormyr.

“Ahh, minha querida Simbul… Meu único arrependimento foi de não ter sido forte o bastante para salvá-la como você já me salvou tantas vezes.”

― Elminster lamentando a morte de sua amante.

Elminster após a Segunda Separação


Em 1487 CV, Elminster (com a ajuda de Srinshee e as irmãs Alustriel e Laeral Mão Argêntea) impediu Shar e Larloch de se tornarem a nova divindade da magia. Ele matou Telamont Tanthul e deixou Thultanthar cair em Myth Drannor. Ao longo do caminho, Mystra foi completamente restaurada e os seus poderes de Escolhido retornaram fazendo dele um dos magos mais poderosos dos Reinos novamente.

Em 1491 CV, Elminster e Mirt, o Agiota, voltaram para a cidade de Águas Profundas, com a intenção de ajudar a recém-nomeada Senhora Revelada de Águas Profundas, Laeral Mão Argêntea, a descobrir os culpados por trás de uma série de assassinatos de Lordes Secretos. Nessa mesma época, Elminster se tornou o Grão-Conselheiro da Senhora Revelada de Águas Profundas, sendo facilmente visto com frequência no Palácio dos Lordes, isso quando não está resolvendo seus próprios problemas no Vale das Sombras.

É sabido que o Velho Mago voltou a ganhar fama entre os Magos de Guerra de Cormyr, sendo aceito e muito bem-vindo entre a corte real. Após recuperar seus poderes como Escolhido, Elminster vem de alguma forma tentando trazer sua amada Simbul de volta, e segundo as últimas informações que o Velho Mago deu a Laeral em uma de suas reuniões, isso está muito perto de acontecer. 

Na próxima parte, a parte final, escreverei sobre as características de Elminster. Até a próxima coluna!

Para ver a Parte 1 da biografia de Elminster Aumar, clique AQUI.


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