Biografias dos Reinos – Elminster Aumar, Parte 1

Por Rafael Santos
Arte Destacada por Jeff Easley


Muito bem, Aventureiros dos Reinos, deixem que eu me apresente, sou Hendel Andarilho das Estrelas, bardo viajante de muitas terras, contador de histórias, abençoado pelo conhecimento de Oghma e pela beleza de Corellon. Servo do conhecimento esquecido, minha existência é apenas para espalhar esse saber entre os povos. Nesta singela coluna, deitarei minha pena para contar tudo o que eu sei das mais admiráveis (ou não) personalidade dos Reinos Esquecidos, desde a mais remota informação, até os últimos rumores de que tenho notícia.

Elminster Aumar, Parte 1

Inicio meus escritos por um dos mais famosos e controversos seres a habitarem o planeta Toril. Falo de Elminster Aumar, também conhecido como o “Sábio do Vale das Sombras” ou “Velho Mago”, um dos mais conhecidos e poderosos magos de toda Faerûn, bem como um guerreiro habilidoso e um ladrão justo, amante de Mystra, protetor das Sete Irmãs, um dos fundadores dos Harpistas… catalogar os feitos de Elminster Aumar é uma tarefa impossível, dado o tanto que o Velho Mago fez dentro e fora das esferas deste e de outros mundos. Talvez nem mesmo ele tenha total lembrança de seus atos heroicos e muitas vezes, catastróficos que moldaram os Reinos Esquecidos no passar dos séculos. 

Mas uma coisa é certa: Elminster Aumar já viveu mais tempo nesse mundo do que muitos dragões, viu deuses andarem sobre a terra, caírem e ascenderem, impérios inteiros desaparecerem e surgirem nos séculos seguintes para se tornarem uma ameaça ao mundo, serviu a reis e rainhas, viu hierarquias e linhagens inteiras surgirem e se extinguirem e, sempre que ameaças grandes e pequenas, cósmicas ou mundanas assolavam os Reinos, Elminster estava lá para salvá-los como o grande herói que é.

Eu acho que ele nasceu até mesmo antes dos deuses. Não duvido nada que aquele velho metido a sábio seja mais antigo que todos os dragões e até mesmo do que alguns deuses do panteão.

— Volothamp Geddarm, Mago Estudioso e “Rival” exagerado de Elminster.

Rival de Volothamp? Não me coloque no nível de magos de festas infantis, seu tolo.

— Elminster retrucando a afirmação acima.

A (Longa) Vida de Elminster


Elminster nasceu em 212 CV. Seu pai era Elthryn, o senhor da aldeia de Heldon e um príncipe do Reino de Athalantar (onde hoje fica Secomber e parte do Vale Delimbyr), e sua mãe se chamava Amrythale. Sua família foi morta por um malaugrym chamado Undarl, um dos Lordes Magos do antigo reino de Athalantar.  Pegando a espada quebrada de seu pai, a Espada Leão, o símbolo do grande rei do Trono do Cervo, Uthgrael Aumar, que era o seu avô, Elminster partiu em jornada e tornou-se um bandido e um ladrão ainda muito jovem, com apenas doze anos.

Logo percebeu, no entanto, que não gostava de matar, e desistiu do ofício quando foi se tornar um ladrão na cidade de Hastarl, a capital de Athalantar. Ele conheceu e formou um vínculo de amizade com um jovem ladrão, Farl, que conhecia Elminster como “Eladar, o Escuro”. Eles cometeram muitos roubos juntos e viveram a vida plenamente, formando posteriormente a gangue Mãos de Veludo, em oposição a uma gangue rival, os Garras da Lua, que era serva dos Lordes Magos. Mais tarde, durante um assalto, Elminster conheceu o Magister da época, Dorgon “Manto de Pedra” Heamilolothtar, o mago que carregava o manto de Azuth. Quando perguntado se ele estava interessado em aprender magia, Elminster recusou, pois odiava todos os magos por conta dos Lordes Magos e pelo que ocorreu com sua família.

Depois de muitas aventuras, Elminster foi visitado por Mystra, a Deusa da Magia, que lhe trouxe a mensagem, para o seu espanto, de que deveria aprender magia e adorá-la. Naquela época, histórias dizem que o jovem Elminster teve o prazer de se deitar com a própria Deusa. Se esses boatos são ou não verdades, apenas o próprio arquimago pode responder. 

Logo depois, enquanto ainda era um jovem adulto, Mystra transformou Elminster em uma mulher, para fortalecer sua ligação com a magia e mostrar-lhe como era estar na pele de alguém do sexo oposto. Essa mudança também permitiu que ela, agora chamada “Elmara”, se movesse dentro dos círculos de seus inimigos sem que eles soubessem que ela era, de fato, o último príncipe sobrevivente de Athalantar. Por alguns anos, Elmara foi uma sacerdotisa de Mystra. Mais tarde, um avatar de Mystra (que recebeu o nome de Myrjala Talithyn, ou “Olhos Negros”) treinou Elmara nos caminhos da magia e a levou a um antigo arquimago Netherese, conhecido como Ander, que ensinou Elmara uma magia que a transformou de volta para sua forma original. 

No tempo que se seguiu, Elminster aprendeu de Myrjala muito sobre magia, chegando ao ponto em que ele poderia terminar de se vingar dos perversos que usurparam o seu reino. Depois de uma batalha terrível, Elminster prevaleceu e assumiu o trono de Athalantar.  No entanto, tão logo ele ganhou a realeza, passou para um de seus amigos, Helm Lâminapétrea, um cavaleiro de Athalantar. Elminster afirmou que queria vingar a morte de sua família, não se tornar um monarca. Quando ele e Myrjala deixavam o reino, o Mago Real, Undarl, os atacou, e a maga se revelou Mystra. Ela se ofereceu para fazer de Elminster um de seus Escolhidos, e ele prontamente aceitou.

Hm… São realmente tempos longínquos e eu dificilmente me lembraria de tudo isso, certamente me tornei um Escolhido da Deusa Mystra, mas será que fui o primeiro? Intrigante, eu realmente não me lembro.

— Elminster tentando (ou fingindo) não lembrar de toda essa história.

Por volta de 241 CV, Elminster viajou para a cidade de Cormanthor, onde continuou seus estudos mágicos como aprendiz de um mago cruel e poderoso, vivendo entre a antiga sociedade élfica. Elminster permaneceu em Cormanthor por mais de duas décadas, e estava presente quando o mythal foi criado e a cidade foi renomeada para Myth Drannor. Em torno de meados do 7º século do Computo dos Vales, Elminster entrou em um túmulo e ficou preso lá em estase por cerca de um século, emergindo do esquife empoeirado no ano de 759 CV.

A essa altura, a magia não se tornara confiável, e Elminster teve que aprender a sobreviver de novo com sua inteligência e as habilidades que aprendera em sua vida. Neste período, o deus Azuth veio a ele dizendo-lhe que não deveria confiar em Mystra, o que era, na verdade, um teste da Deusa da Magia para o seu discípulo. Logo Elminster teve que conviver sem receber auxílio divino constante. Mais tarde, passou por um treinamento mágico adicional sob a tutela de uma feiticeira maligna que tentou afastá-lo do caminho de Mystra. Posteriormente, durante um ritual falso para Bane, ela se revelou com a própria Deusa da Magia, mais uma vez, testando-o.

Eu tenho que admitir que era realmente um infortúnio quando a Deusa decidia me testar em suas tramoias, isso me deixou muitas vezes em maus lençóis, porém, todas essas provações me moldaram para ser o que sou hoje, e disso eu não posso reclamar.

— Elminster saudoso sobre suas provações do passado.

Elminster, tempos depois, serviu como pai adotivo de três outros Escolhidos de Mystra: Laeral Mão Argêntea, Storm Mão Argêntea e Paloma Garra de Falcão. Suspeita-se que ele também tenha algo a ver com a fundação de Águas Profundas, ou pelo menos com a organização dos Lordes da cidade. A verdade é que sim, ele foi um dos fundadores da Cidade dos Esplendores, embora pouquíssimas pessoas se lembram disso. O Velho Mago não costuma falar sobre o assunto ou se vangloriar desse fato, mas ele não pode negar que participou deste feito eterno em Faerûn. 

Em 1.336 CV, Elminster visitou as Ilhas Moonshae e foi fundamental na formação do grupo conhecido como Os Três Guardiões, que o ajudou em batalhas recorrentes contra os misteriosos Mestres das Sombras durante esse período. 

Na próxima PARTE, veja o que ocorreu com o Sábio do Vale das Sombras, dos dias dos Tempos das Perturbações até os últimos acontecimentos relatados aos meus ouvidos. Até lá!


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2 Resultados

  1. Johny disse:

    Excelente postagem! Não sabia desses detalhes! Ansioso pela continuação!

    • Ricardo Costa disse:

      Saudações Johny

      Agradecemos o seu retorno. Saber que o publico aprecia o nosso conteúdo é um estímulo para continuarmos publicando. Se gostou, fique conosco e aproveite, não somente esta série, que irá continuar, mas também explore as nossas seções. Se gosta de RPG e de Forgotten Realms com certeza terá muitas surpresas positivas ao visitar nossas páginas

      Um grande abraço e bons jogos!

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