Alamoa

Por Daniel Bartolomei Vieira, Rafael Matta Menão, Ricardo Costa e Sandro Albertini
Agradecimentos especiais a Luiz Eduardo Ricon


Em algumas regiões litorâneas com formações rochosas, seja na praia ou em pleno mar, é onde dizem avistar as belas e perigosas alamoas. Muitos pescadores, marinheiros, nativos e aventureiros já perderam a vida seguindo a aparição de uma alamoa.

Atrativos Fatais. Os avistamentos da alamoa sempre ocorrem em praias, à noite, com maior ocorrência durante tempestades elétricas. A presença encantadora da alamoa, que se apresenta como uma mulher loira e de pele clara,  é suficiente para enfeitiçar sua vítima e fazer com que a siga nadando enquanto ela própria caminha sobre as águas. Levado até um penhasco litorâneo, o infeliz descobre que a alamoa o aguarda, porém o véu da beleza já não a cobre por completo, revelando partes espectrais de seu corpo, e o rosto deformado pelo desespero. Se o próprio homem, agora apavorado, não se jogar do penhasco, a alamoa o empurra, transformando o encontro em tragédia.

Os poucos que conseguem escapar evitam falar a respeito, mas quando o fazem relatam que, mesmo após fugirem, um facho de luz os teria perseguido como se a alamoa ainda não estivesse satisfeita.

Prisioneira de Seus Pertences. Muitos acreditam que as alamoas guardam algum tesouro valioso. Na verdade, elas estão presas a um objeto repleto de lembranças de sua vida passada. Poucos sabem deste fato, por isso a perda de objetividade ao persegui-las lhes custa a vida.

Alamoas, quando vivas, eram damas que naufragaram junto com uma relíquia que estava emocionalmente ligada: um dote, uma herança ou simplesmente um objeto pessoal. Isso significa que, sob as águas, em algum lugar do trajeto entre a aparição de uma alamoa e o local onde ela elimina o enfeitiçado, jaz esta lembrança.

A frustração das alamoas ao verem seus acompanhantes não encontrarem o tesouro é o que as leva a matar. Elas anseiam que alguém o recupere, pois somente assim seu espírito estará liberto do mundo material. O facho de luz que persegue aqueles poucos que conseguem fugir, indica aproximadamente a localização do tesouro. Mas no desespero da fuga, quase ninguém relaciona os fatos.

Natureza Desmorta. A alamoa não precisa respirar, beber, comer ou dormir.

Alamoa

Morto-vivo Médio, neutro e mau


Classe de Armadura 12

Pontos de Vida 20 (5d8)

Deslocamento 0 m, voo 15 m (pairar)

FOR DES CON INT SAB CAR
1 (-5) 14 (+2) 10 (+0) 10 (+0) 10 (+0) 15 (+2)

Resistências a Dano ácido, gélido, ígneo, elétrico, trovejante; contundente, cortante e perfurante de ataques não mágicos

Imunidades a Dano necrótico, venenoso

Imunidades à Condição agarrado, caído, contido, enfeitiçado, envenenado, exausto, inconsciente, paralisado, petrificado

Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10

Idiomas compreende todas os idiomas que conhecia em vida, mas não pode falar

Nível de Desafio 1/4 (50 XP)


Facho de Luz. A alamoa emite um facho de luz com 30 centímetros de diâmetro e 6 metros de alcance que fornece luz plena em um raio de 4,5 metros a partir do foco do facho e meia-luz por mais 4,5 metros.

Movimento Incorpóreo. A alamoa pode se mover através de outras criaturas e objetos como se fossem terreno difícil. Ela sofre 5 (1d10) pontos de dano energético se terminar o turno dentro de um objeto.


AÇÕES

Enfeitiçar. A alamoa escolhe como alvo um humanoide à vista a até 9 metros. Se o alvo puder ver a alamoa, ele deve ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Sabedoria CD 17 contra esta magia ou fica enfeitiçado pela alamoa. O alvo enfeitiçado considera a alamoa como uma amiga de confiança. Embora o alvo não esteja sob controle da alamoa, ele atende ao chamado dela da maneira mais favorável possível, seguindo-a até onde ela for. Uma vez que a alamoa faça algo prejudicial para o alvo, o efeito se encerra sobre ele.

Impulso Telecinético. A alamoa tem como alvo uma criatura ou objeto que não estiver sendo utilizado a até 9 metros dele. Uma criatura deve ser de tamanho Médio ou menor para ser afetada por esta magia, e um objeto pode pesar até 70 quilos.

Se o alvo é uma criatura, a alamoa faz um teste de Carisma resistido pelo teste de Força do alvo. Se a alamoa ganhar a disputa, ela arremessa o alvo até 9 metros em qualquer direção, incluindo para cima. Se entrar em contato com uma superfície dura ou objeto pesado, o alvo sofre 1d6 pontos de dano para cada 3 metros que se moveu.

Se o alvo é um objeto que não está sendo usado ou carregado, a alamoa o atira até 9 metros em qualquer direção. A alamoa pode usar o objeto como uma arma de combate à distância, atacando uma criatura ao longo do percurso do objeto (+4 para acertar) e causando 5 (2d4) pontos de dano contundente em um acerto.


Leitura de Inspiração

ALVES, Januária Cristina. Abecedário do Folclore Brasileiro.

ANDRADE, Flávio; Klimick, Carlos; Ricon Luiz Eduardo. O Desafio dos Bandeirantes e todos os suplementos e
aventuras.

ANDRADE, Mário de. Macunaíma.

CARRASCO, Walcyr. Lendas e Fábulas do Folclore Brasileiro.

Chiaroscuro Studios. Lendas – Yearbook 2018.

CASCUDO, Luís da Câmara. Antologia do Folclore BrasileiroCoisas que o Povo Diz, Contos Tradicionais do Brasil, Dicionário do Folclore Brasileiro, Folclore do Brasil, Geografa dos Mitos Brasileiros, Lendas Brasileiras, Superstição no Brasil, entre outros livros do autor.

FRANCHINI, A. S. As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro.

GOMES, Carlos. O Guarani.

HORTA, Carlos Felipe. O Grande Livro do Folclore.

LOBATO, Monteiro. O Saci, Caçadas de Pedrinho, O Pica Pau Amarelo, Fábulas, entre outros.

MEGALE, Nilza B. Folclore Brasileiro.

Multirio. Juro que Vi. Série de curtas de animação inspirados no folclore (O Curupira, Iara, O Boto, Matinta Perêra e O Saci)

PEREIRA, Marco A. Stanojev. Lendas, Contos e Tradições do Folclore Brasileiro.

ROMERO, Sílvio. Contos Populares do Brasil.

VILLA-LOBOS, Heitor. Bachianas Brasileiras, O Trenzinho do Caipira, Uirapuru, entre outras músicas.


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