As Raças de Faerûn
Por Daniel Bartolomei Vieira
O conhecimento do nosso mundo deve ser nutrido como uma flor rara, pois é o bem mais precioso que temos. Portanto, guardai as palavras escritas e ouvi as palavras ditas – e tomai nota destas antes que desapareçam. Assim, aprendereis a arte da leitura, da escrita e distinguireis a verdade da mentira, e isto vos levá-lo-ás à maior arte de todas: o entendimento.
― Alaundo do Forte da Vela
No último artigo, contamos como se sucederam as guerras entre os elfos, conhecidas como as Guerras da Coroa, o que levou ao declínio do belo povo sobre a superfície de Faerûn. Até agora, havíamos abordado apenas as origens de algumas das raças criadoras e dos elfos, mas outras raças surgiram nessa época, bem como algumas surgiram bem posteriormente. Trataremos delas aqui, mas, no final, focaremos nos humanos, que passariam a ter maior destaque.
Anões. Começaremos com o povo robusto, que apareceu em Abeir-Toril na mesma época que os elfos. Contudo, diferentemente dos elfos e de como acreditam muitos, os anões são nativos de Toril e não vieram de outros planos de existência. Os anões acreditam que seus primeiros ancestrais vieram das entranhas da terra, forjados pelos deus Moradin. Do centro da terra eles acabaram encontrando o caminho da superfície e chegaram lá na época em que os elfos estavam lutando entre si.
Na verdade, quem os forçou a sair da Umbreterna e chegar até a superfície foram os drow, e uma vez lá, começaram a esculpir vários reinos. Esses anões expulsos pelos drow se espalharam por Faerûn, e seus descendentes deram origem aos anões do escudo, aos anões do ouro, aos anões do ártico, aos anões selvagens, aos duergar e aos urdunnir. Os dois últimos ainda vivem na Umbreterna, com os urdunnir sendo os anões que jamais saíram do subterrâneo e os duergar, que são versões distorcidas e más dos anões, devido à escravização e às alterações mentais feitas pelos devoradores de mentes.
Draconatos. Estes seres humanoides com traços dracônicos são recentes em Toril. Eles são nativos de seu planeta gêmeo, Abeir, de quem foi apartado durante a Separação, conforme vimos no sexto artigo desta série. Contudo, durante um evento recente chamado de Praga Mágica (que será melhor explicado futuramente), partes destes planetas gêmeos se fundiram e os draconatos acabaram entrando em Toril, mais especificamente nas terras de Unther, no continente de Faerûn, e lá criaram a nação de Tymanther.
Por causa disso, muitos sábios faerunianos acreditam que os draconatos são untheritas transformados magicamente em criaturas dracônicas pelos efeitos da Praga Mágica. Mas eles estão errados. Draconatos são seres antigos, criados pela divindade dracônica Io para servir aos dragões, à imagem e semelhança deles.
Gnomos. O povo esquecido, como são conhecidos, tem uma origem semelhante a dos anões, mas criados posteriormente. Esculpidos pelo deus Garl Brilhouro-Resplandecente a partir de pedras preciosas de uma caverna sob as montanhas, quando expostos ao ar se tornaram os gnomos. Dizem as lendas que determinadas pedras preciosas deram origens às diversas sub-raças de gnomos existentes: diamantes, por exemplo, tornaram-se os gnomos das rochas, esmeraldas tornaram-se os gnomos dos bosques e rubis tornaram-se os svirfneblin, os gnomos das profundezas.
Logo que foram criados, os kobolds, e depois os humanos netherienses, os escravizaram por tanto tempo que eles não têm uma terra natal, um país, nação ou reino só seu. Exatamente por isso eles se espalharam por toda Faerûn e são conhecidos como o povo espalhado ou o povo esquecido. Assim, também raramente se envolveram nos grandes conflitos que ocorreram ao longo do tempo.
Orcs e Meio-Orcs. Os orcs também não são nativos de Abeir-Toril, e foram trazidos para Faerûn pelas raças criadoras, através de portais para outros mundos, quando estas precisaram de escravos e soldados para seus impérios. Esses primeiros orcs trazidos ficaram conhecidos como orcs das montanhas. Posteriormente, os humanos de Imaskar também abriram portais e trouxeram mais orcs, que logo se espalharam por toda Faerûn, e estes ficaram conhecidos como orcs cinzentos. Além disso, os orcs foram capazes de se reproduzir com outras raças, notadamente humanos, dando origem aos meio-orcs.
Os orcs são um povo bélico e selvagem e sempre estiveram em conflito com outros povos de Faerûn, mas principalmente devido ao desentendimento entre Gruumsh, a divindade orc que teve o olho arrancado por Corellon, o deus dos elfos, estes dois povos têm brigado sobre Faerûn desde antes das Guerras da Coroa.
Pequeninos. Os bonachões e comilões pequeninos foram criados mais ou menos na mesma época em que os anões, mas sua exata origem ainda é uma incógnita, embora acredita-se que eles tenham vindo do sul de Faeûn. Lá, em um local chamado Luiren, eles possuem terras que chamam deles e vários povoados esparsos, mas nunca formaram uma grande nação. A grande maioria dos pequeninos é nômade, e isso contribui para o fato de não terem seu próprio reino. Os pequeninos creem que a divindade que os criou é Yondalla, que curiosamente é tida por muitos, principalmente pelos humanos, como um aspecto da deusa Chauntea, que criou toda a vida em Abeir-Toril.
Tiferinos. Para falar dos tiferinos, antes temos que falar dos humanos que foram tocados de alguma forma ou que nasceram de seres extraplanares. Eles são chamados de tocados pelos planos, e isso é usado para descrever qualquer criatura mortal cuja linhagem possa ter traçada até celestiais, ínferos, elementais, etc. Os tiferinos, especificamente, são seres tocados pelos planos inferiores, tendo diabos ou demônios como antepassados. Obviamente, eles são uma raça que é parte daqui, parte de outros planos e estão por aqui há muito tempo, mas sua quantidade tem aumentado ultimamente.
No próximo artigo continuaremos falando das raças de Faerûn, mas nos focaremos nos humanos e na criação de seu primeiro império: Imaskar.
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