Estrada para Portal de Baldur: Uma Parada na Ponte Boareskyr.

Por James Haeck
Traduzido por Germano Pilar Ribeiro
Revisado por Daniel Bartolomei Vieira
Originalmente publicado em 08 de julho de 2019 em https://www.dndbeyond.com/posts/536-encounter-of-the-week-a-break-at-boareskyr-bridge
Imagem Destacada da Wizards of the Coast


Imagem da Wizards of the Coast

Um corajoso grupo de aventureiros viaja para o leste através dos ermos, procurando pela poderosa Ponte Boareskyr. Uma surpresa agradável os espera lá: civilização! Uma pequena vila feita de tendas e barracões foi formada perto do limite norte da ponte, dando aos aventureiros uma chance de descansar e comprar suprimentos antes da próxima parte da viagem até Portal de Baldur.

O encontro desta vez é intitulado Uma Parada na Ponte Boareskyr, mas as coisas serão um pouco diferentes neste encontro. Os aventureiros têm a chance de passar uma noite ou duas neste povoado para se recuperar, contratar serviços de mercenários e carregadores de tochas e também conversar com PNJs antes de continuarem sua jornada. Este encontro faz parte da série A Estrada Para Portal de Baldur, na qual um grupo de aventureiros viaja pela Costa da Espada por quase dois meses por estrada e pelos ermos, desde os portões de Águas Profundas até o limiar de Portal de Baldur. Você pode usar esta série como uma introdução para a aventura de D&D Baldur’s Gate: Descida ao Avernus, como uma expansão para a sequência da caravana na primeira aventura de D&D, Hoard of the Dragon Queen [Tesouro da Rainha Dragão] ou como uma parte de encontros independentes.

Você pode monitorar esta jornada no enorme mapa da Costa da Espada, originalmente apresentado no Guia do Aventureiro para a Costa da Espada. A viagem de Águas Profundas até Portal de Baldur cobre cerca de 1.200 quilômetros de ermos, com e sem estrada. Um grupo pequeno a cavalo pode percorrer cerca de 38 quilômetros por dia em um ritmo normal, com um pouco menos de dois dias livres de descanso por dezena. Resumindo, esta viagem leva cerca de um mês para ser feita por um pequeno grupo  de aventureiros – supondo que estejam bem preparados e nenhuma complicação aconteça. Vale lembrar que nem todo dia de viagem precisa ser representado por um encontro, os aventureiros podem viajar por dias tendo apenas encontros menores com mercadores e viajantes de passagem.

Este é o sétimo encontro nessa jornada. Os encontros anteriores são:

  1. A Estrada Para Portal de Baldur
  2. O Diabo Está nos Detalhes
  3. Perigo em Vau da Adaga
  4. Saqueadores das Brumas
  5. Desvio em Lança de Dragão
  6. Terror em Garrastroll

Cartografia da Wizards of the Coast

Ajustando o Nível


Os aventureiros deveriam estar ao menos no 3º nível antes de começarem este encontro. Embora esta série de encontros supostamente os leve diretamente até Baldur’s Gate: Descida ao Avernus, esta aventura começa com os aventureiros no 1º nível. Você pode escolher uma das seguintes opções, ou criar seu próprio plano para fazer com que esta série siga tranquilamente até Descida ao Avernus:

  1. Trate esta série como um prólogo, e comece Descida ao Avernus novamente no 1º nível com novos personagens;
  2. Ajuste a parte que ocorre em Baldur’s Gate: Descida ao Avernus do 1º nível para o 3º nível, e diminua significativamente o ganho de pontos de experiência até eles chegarem em Avernus.
  3. Pule toda a parte de Portal de Baldur e vá direto ao Avernus.

Encontro Social: Uma Parada na Ponte Boareskyr

Este encontro social dá aos aventureiros a chance de ouvir rumores que os levarão até Baldur’s Gate: Descida ao Avernus, e também reabastecer os suprimentos para a próxima parte da jornada.  

A Ponte Boareskyr fica no Caminho do Comércio e é a única travessia realmente segura sobre o Água Sinuosa por mais de centenas de quilômetros em qualquer direção. Isto, por si só, já a torna notável, mas lá, no meio dos ermos, sem nada mais que a destaque, um mortal assassinou Bhaal, o deus do assassinato. E isso não é conversa fiada. Mesmo após um século do sangue de Bhaal ter sido derramado ali, as águas do rio ainda correm escuras e poluídas por quilômetros a oeste da ponte.

— Uma história da Ponte Boareskyr, do Guia do Aventureiro Para a Costa da Espada.

O Reino de Elturgard


Os aventureiros chegaram na fronteira do reino de Elturgard, uma nação sob a proteção da cidade sagrada de Elturel. Houve certa agitação em Elturel nos últimos tempos e, conforme os aventureiros se aproximam desta cidade, mais óbvio esta agitação deve ser. Aqui na Ponte Boareskyr, na fronteira da jurisdição de Elturgard, o máximo que os aventureiros devem ouvir sobre o problema em Elturel é um sutil descontentamento com o novo Alto Superintendente, Thavius Kreeg. Aventureiros de Águas Profundas ou de outro local que sejam membros da Aliança dos Lordes devem conhecer muito pouco da política elturgardiana. Entretanto, conforme a jornada os leva adiante até o centro de Elturgard, eles se encontram mais e mais imersos nos problemas desta nação jovem, porém poderosa.

O Forte Tamal e os Companheiros de Elturgard


Uma fortaleza ancestral se encontra no limite sul da Ponte Boareskyr, vigiando a sinistra e imponente ponte e as terras ao redor do rio de águas escuras. À nordeste, os yuan-ti de Najara são uma ameaça de invasão pelo simples fato de viverem na região. As feras que perambulam pelos ermos de Lança de Dragão podem ir até o sul e ameaçar a ponte a qualquer momento. O Forte Tamal mantém vigilância a todas estas ameaças e mais, ocupado por um grupo de cavaleiros conhecidos como os Companheiros de Elturgard. Estes paladinos sagrados são alguns dos combatentes mais fortes do reino, e muitos deles se perguntam o motivo de estarem definhando nesta fortaleza isolada quando poderiam estar realizando feitos mais grandiosos.

Os Companheiros de Elturgard são muito orgulhosos para pedir transferência – exceto um deles. Um antigo Companheiro, que atende pelo nome de Sir Damião Ardor de fato pediu para ser liberado das funções e servir como um cavaleiro errante, viajando pelas terras à procura de um mal distante para expulsar. Os aventureiros conheceram este cavaleiro excessivamente zeloso em um encontro anterior, em Perigo em Vau da Adaga. Quando os aventureiros chegarem na Ponte Boareskyr, um trio de cavaleiros estará relaxando com as pessoas comuns na precária vila. Eles são descritos na seção “Vila Pontenorte”, abaixo.

Neste ponto, tudo o que os aventureiros precisam saber é que um grupo de mercenários de Portal de Baldur foi enviado para Elturel, mas ninguém sabe por qual o motivo. Os cavaleiros de Elturgard alocados aqui no Forte Tamal estão nervosos sobre o destino de seu lar.

Imagem da Wizards of the Coast

A Vila Pontenorte


Ao longos dos anos, o Caminho do Comércio foi apagado pelo avanço dos ermos, tornando o comércio entre Portal de Baldur e Águas Profundas um grande desafio. Mercadores que querem fazer a jornada através das áreas selvagens de Lança de Dragão têm que estar leves e serem ágeis para passar por patrulhas hobgoblins e monstros selvagens – ou podem parar na Vila Pontenorte e contratar um grupo de mercenários para escoltá-los pelos ermos da região. A Vila Pontenorte nasceu quando um mercador pequenino chamado Lobrem Nast decidiu que a viagem pelos ermos era um risco que ele simplesmente não estava disposto a correr, então ele botou sua carroça de lado e construiu um mercadinho de secos e molhados ao norte da Ponte Boareskyr. Ao longo dos últimos anos, dúzias de outros mercadores têm se aglomerado ao redor do Secos e Molhados do Nast, e a Vila Pontenorte, com sua meia dúzia de estalagens, ganhou a reputação de ter a última cama acolhedora em que um viajante pode dormir antes de pegar a estrada rumo ao norte.

Sendo assim, mercenários se dirigem para cá procurando por emprego, e mercadores jogam conversa fora até terem a coragem para atravessar as terras selvagens de Lança de Dragão. Quando os aventureiros chegarem em Vila Pontenorte, leia ou parafraseie o seguinte:

A Ponte Boareskyr está à vista no horizonte. A primeira coisa que vocês veem são as duas estátuas posicionadas nos dois extremos da ponte – dois combatentes divinos, encarando um ao outro e preparados para se matar. À sombra destes combatentes há um mar de tendas, formando um arco íris de lonas beges e marrons. Espalhadas ao redor das tendas temporárias há um punhado de construções de pedra robusta e madeira. A julgar pelo forte odor de cavalo, esterco e fumaça de fogueiras, este povoado já está aqui já faz algum tempo.

Uma placa de madeira em que se lê “Vila Pontenorte” foi cravada no chão no limite do povoado. Tal vila não existe nos seus mapas. Entretanto, vocês sabem que o Caminho do Comércio continua logo após o lado sul da Ponte Boareskyr, e esta vila precária feita de tendas, barracas e de raros prédios de madeira parece um local onde vocês poderiam descansar e reabastecer suprimentos antes da próxima parte da viagem.

Se os aventureiros começarem a fazer perguntas e explorar a vila por conta própria, você pode incentivar a interação em qualquer um dos lugares listados abaixo. Se eles não souberem por onde começar, pergunte-lhes o que gostariam de fazer na vila e dê alguns exemplos:

Descansar. Uma das construções de madeira mais sólidas do local tem uma placa que diz “Estalagem do Cavalete”. A estalagem é descrita na área 1.

Reabastecer Suprimentos. Muitas tendas possuem tapetes colocados na parte da frente, e mercadores possuem grandes pilhas de produtos transportados de cidades como Elturel e Portal de Baldur na parte da frente das lojas. Estas tendas são descritas na área 2.

Conversas e Rumores. As ruas, ou que foi definido como rua nesta vila, estão cheias de mercadores e mercenários. As pessoas que perambulam pelo povoado são descritas na área 3.

1. A Estalagem do Cavalete


Esta estalagem de dois andares é, de longe, a maior construção da vila, e a maior pousada também. Ela é administrada por uma draconata de latão neutra e boa chamada Jaudra Korvilexhen, uma carpinteira incansável e determinada, famosa por ter construído a estalagem sozinha dentro de apenas algumas dezendias. Qualquer um que permaneça no salão da pousada após o pôr do sol pode encontrar todo o tipo de pessoas, incluindo qualquer um descrito na área 3 que o DM escolher.

Alugar uma cama no Cavalete custa 1 PP por noite, porém 1 PO por noite dá acesso à Suíte do Dragão, um quarto imenso com seis camas com macios colchões de penas de ganso e até mesmo um banheiro privado.

2. Lojas


Com tantos comerciantes por aí, é fácil fazer compras na Vila Pontenorte. Alguns mercadores vindos de Portal de Baldur pensam que é melhor vir até aqui do que se aventurar por todo o Caminho do Comércio até Águas Profundas.

Poções. Aventureiros comprando aqui podem encontrar alquimistas que vendem poções comuns por 50 PO cada, poções incomuns por 175 PO cada, e existe uma chance de 20% por dia de haver um vendedor com poções raras a 500 PO cada. Um destes comerciantes é um tiferino caótico e neutro chamado Barbadon Styx, um alquimista matreiro, porém honesto, que faz grandes vendas com poções a preços exorbitantes para mercenários vindos do norte.

Pergaminhos. Aventureiros comprando aqui podem encontrar vendedores ambulantes de pergaminhos que vendem pergaminhos de magias comuns (truques e magias de 1º círculo) por 50 PO cada, pergaminhos de magias incomuns (magias de 2º e 3º círculo) por 200 PO cada, e existe uma chance de 20% por dia de haver um vendedor com pergaminhos de magias raras (magias de 4º e 5º círculo) por 500 PO cada. Um destes comerciantes é um humano leal e bom, clérigo de Torm em Elturel, chamado Marco, o Marcado. O símbolo profano de Bhaal foi cauterizado a ferro em seu rosto quando ele foi capturado por cultistas enquanto pregava em Portal de Baldur, e ele tenta neutralizar sua nefasta cicatriz com muitos símbolos de Torm em sua tenda e vestimentas.

Armas, Armaduras e Suprimentos. Esta vila foi construída ao redor do Secos e Molhados do Nast, que é comandado pelo próprio Lobrem Nast, um pequenino leal e mau bandido capitão que controla toda a vila. Como Nast cobra 30% dos lucros de qualquer um que queira abrir um negócio na “sua” vila, a sua loja é a melhor de todas. Um grupo de seis rufiões mercenários perambulam ao redor da loja, cuidando para que ninguém roube nada ou tente intimidar seu empregador. Um aventureiro pode comprar qualquer arma, armadura, montaria, veículo ou equipamento de aventura do capítulo 5 do Player’s Handobook: Livro do Jogador que custe menos do que 300 PO.

Obviamente, muitos na vila chamam maliciosamente o armazém de “Socos e Pancadas”, mas não na frente dele.

3. Andarilhos e Rumores


As “ruas” barrentas desta vila de tendas estão cheias de todo tipo de pessoas. Aventureiros procurando socializar podem se esbarrar com transeuntes casuais durante as horas de sol, e com os frequentadores da Estalagem do Cavalete após o sol se pôr.

Mercenários. Jokul Grax é um meio-orc batedor que lidera um bando de bardos e mercenários chamado Graxicais. Eles são, literalmente, uma banda e Grax toca na percussão. Eles podem ser encontrados tocando na estalagem em um palco improvisado a qualquer hora do dia, com seus membros entrando e saindo do palco conforme o dia vai passando. Entretanto, qualquer um destes mercenários ficará feliz em acompanhar um grupo de viajantes até Vau da Adaga ou Elturel, desde que que sejam pagos por isso. Seja por 1 PO por dia, ou por uma parte de todo tesouro encontrado no caminho (negociado antecipadamente), qualquer um destes mercenários entrará no grupo como um ajudante de nível igual ao dos aventureiros. Veja as regras para ajudantes no D&D Essentials Kit, ou na Unearthed Arcana com regras sobre “Ajudantes”.

Rumores. Um grupo de cavaleiros do Forte Tamal está sentado no centro da vila, puxando conversa e compartilhando boatos com qualquer um que queira ouvir. Se um aventureiro conversar com qualquer pessoa na vila, ela irá compartilhar um rumor e pode até mesmo apontar para os cavaleiros. Os cavaleiros são todos leais e bons, uma jovem humana chamada Talfira Lakesh, um anão grisalho chamado Rodolfo Travatento, e um elfo já calejado na vida, chamado Alstirie Amblefen.

1d6 Rumor
1 Ninguém mais viu ou ouviu falar de nosso amigo Damião Ardor desde que ele virou um cavaleiro errante e foi enviado para o norte (Verdadeiro).
2 Thavius Kreeg, o Alto Superintendente de Elturel, desapareceu! (Falso).
3 Um grupo de mercenários de Portal de Baldur foi visto marchando em direção a Elturel (Verdadeiro).
4 Cultistas de uma seita misteriosa foram vistos próximo de Triel, logo ao sul daqui (Falso).
5 Um grupo de yuan-ti de Najara foi morto ao sul da ponte há alguns dias (Verdadeiro).
6 Os Cavaleiros Infernais de Elturel estão sedentos por guerra, e podem até começar uma luta com Portal de Baldur com o objetivo de limpar o mal da cidade (Falso).

Conclusão

Uma vez que os aventureiros tenham descansado, conversado e comprado até estarem satisfeitos, eles podem cruzar a Ponte Boareskyr e seguir para o sul. Ainda há algum trecho a ser percorrido até que o Caminho do Comércio comece novamente, mas assim que eles estiverem na trilha, será uma viagem tranquila até a vila de Triel!


Você gostou deste encontro? Se você quiser ler mais encontros assim, dê uma olhada nos outros Encontros desta série! Se está procurando por aventuras inteiras em vez de encontros curtos, você pode escolher mais aventuras escritas por James Haeck na DMs Guild, como a Temple of Shattered Minds, um suspense de mistério místico com um vilão devorador de mente (para personagens de 3º nível). As minhas aventuras mais recentes estão incluídas no Platinum Best Seller Tactical Maps: Adventure Atlas, uma coleção de 88 encontros únicos criados pelos Guild Adepts, que podem ser combinados com os belos mapas táticos poster no Tactical Maps Reincarnated, recentemente publicado pela Wizards of the Coast.


James Haeck é o principal autor para os artigos do D&D Beyond, o co-autor de Waterdeep: Dragon Heist e do Cenário de Campanha de Tal’Dorei da Critical Role, o Mestre de Worlds Apart e um escritor terceirizado para a Wizards of the Coast, da D&D Adventurers League e da Kobold Press. Ele mora em Seattle, Washington, com sua parceira Hannah e suas felinas aventureiras, Mei e Marzipan. Você normalmente pode encontrá-lo perdendo tempo no Twitter em @jamesjhaeck.


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