As Aventuras de Volo – Tesouros Perdidos de Cormyr, Parte 2

Originalmente publicado na Dragon Magazine nº 279 (janeiro de 2.001)
por Ed Greenwood
traduzido por Daniel Bartolomei Vieira
Imagem destacada, “Treasure” por Poulami Mukhopadhyay (disponível em https://www.artstation.com/artwork/LNv5l)


Volothamp Geddarm ao seu serviço, senhores, esclarecendo as verdades dos Reinos diante de vocês, como moedas rolando sobre uma mesa, atraindo a atenção de cada olhar. Escrevo aqui sobre mais um tesouro perdido de Cormyr, contos estes que começaram como encenações – as memórias dos mortos – que tanto me encantaram naquela gruta. Por favor, estejam cientes de que algumas datas e conhecimentos aqui contidos podem ser equivocados ou falsos, embora eu tenha feito o meu melhor[1] para colocar as coisas no devido lugar.

As Riquezas dos Soa-Trombeta

Nos dias quando Cormyr ainda era jovem, sementes foram plantadas para o que se tornaria o grande desaparecimento de uma enorme riqueza. Esse caso envolveu uma família da pequena nobreza, os Soa-Trombeta – e descendentes do primeiro (e o maior) dos Altos Magos de Cormyr.

Baerauble Etharr

Lorde Alto Mago de Cormyr[2]

(de -166 CV até 429 CV)

Este homem magro e lacônico tornou-se a queda do Vale Tarkhal atpe Lythlorn (o bosque élfico entre o Lago dos Dragões e o Água-Estelar) ao colocar as intrigas e ambições dos homens atrás de si. ele fez amizade com os elfos, mas estes o tornaram (contra a vontade dele) um conselheiro para o recém reino de Cormyr. Embora tenha sido muito amargo quanto aquilo que considerou uma traição dos elfos (pois isso o colocou novamente no centro da vida de intrigas, o que ele já havia renunciado), Baerauble servi Cormyr por séculos; muitos anos de vida lhe foram dados, dizem alguns, pelos suprimentos de poções de longevidade dos elfos. Dessa vez, isso lhe permitiu desenvolver a Arte, o que o levou a ser indicado como Lorde Alto Mago.

Os filhos dele incluíam o rapaz Baergast, cujo filho Aulard casou-se com Emrylara, a filha do Lorde Theldrin Soa-Trombeta.

Baerauble era um homem gentil e humilde, educado na fala e jamais arrogante (embora ele falasse de forma mais afiada para os Obarskyrs do que para outros).

O neto dele, Aulard (sobre o qual sabe-se muito pouco), dizem, imitou Baerauble na forma de se vestir e nos maneirismos, e parece ter nascido com uma aparência que o lembrava muito. Ele parecia, como um observador colocou, “um eco do avô”.

Lorde Theldrin Soa-Trombeta

Administrador da Corte

(de 96 CV até 147 CV)

O distinto, educado e bigodudo “mão direita do trono” (como Baerauble uma vez o chamou), ajudou os reis Daravvan, Dorglor, Embrold e Irbruin nos negócios diários de administração do reino.

Theldrin veio a ser notado pelo Rei Daravvan como um ágil e diplomático escritor de cartas. Rapidamente ele cresceu no serviço real de Mensageiro do Rei, passando por Senescal dos Estábulos, Senescal do Portão e Mestre dos Salões até se tornar o Administrador da Corte – o oficial que supervisiona a equipe, provisiona e defende as fortalezas reais (o que, nos dias de Theldrin, tratava-se somente do Forte Real no Castelo Obarskyr); organiza funções da corte; e verifica as necessidades da nobreza e dos convidados das coroa até os dias de hoje.

Profundamente envolvido em administrar Cormyr, por fim a Theldrin acabou sendo confiada a maioria das decisões reais por cada monarca que ele serviu. Diz-se que Irbruin estava “perdido no trono, e hesitante” (como um dos nobres da época escreveu secretamente) após a morte de Theldrin, até que teve a sabedoria de apontar Baerauble como o conselheiro diário ao trono.

Lorde Theldrin era um cortesão urbano e hábil, com um olho para os mínimos detalhes. Com esse talento, ele via que toalhas aquecidas, grandes e macios robes, garrafas de fino xerez e flores recém colhidas, deveriam ser colocadas nas câmaras dos convidados, por exemplo.

Ao longo dos anos, o cabelo negro de Theldrin tornou-se grisalho, depois começou a embranquecer mais e, por fim, tornou-se extremamente branco e frágil, mas o corte de cabelo estilo pajem (curto, em formato de cuia) e bigode cuidadosamente aparado, nunca mudaram. Nem a profundidade do verde dos olhos dele. Ele era magro, e estava sempre imaculada e elegantemente vestido com os mais ricos e conservadores trajes da época.

Emrylara Etharr (nascida Soa-Trombeta)

(de 131 CV até 162 CV)

A alta, séria, silenciosa e bela filha do Lorde Theldrin Soa-Trombeta, Emrylara era uma beldade muito desejada por vários jovens da nobreza de Cormyr naqueles dias. Entretanto, ela rejeitava os cortesãos mais pavoneadores, admirando em vez disso o gentil, sábio e discreto neto do Lorde Alto Mago Baerauble.

Ela casou-se com o neto de Baerauble, Aulard, e teve dois filhos. A segunda, a pequena Narnytha, morreu bem jovem, e por fim Aulard acabou vivendo mais do que Emrylara e o rapaz Obrynn, mas morreu sabendo que teve outros filhos, já que ele teve mais sete (com outras esposas).

Emrylara herdou os olhos verdes e o cabelo negro do pai. Sua pele branca quase brilhava sob a luz do sol. Ele preferia usar vestidos escuros e compridos, e ela parecia flutuar enquanto andava, movendo-se suave e silenciosamente com as sapatilhas macias que usava.

As Riquezas Perdidas dos Soa-Trombetas


Lorde Theldrin Soa-Trombeta, o herdeiro de fabulosas fortunas acumuladas por dois tios, investiu tal riqueza na compra de terras, no patrocínio a fazendeiros e madeireiros, de uma maneira amigável, e sempre devolvia o dinheiro quando lhe pagavam. Ele não se limitava e nem limitava a família, mas uma vez que estivesse ocupado na corte, com falta de tempo, ele não via a necessidade de gastar o que era dele.

Com o desejo de garantir as necessidades futuras dos descendentes e do reino, Theldrin tinha um enorme caixão de adamantina em segredo feito para ele, bem como um menor e mais simples, feito de latão, usado no funeral do lorde. O caixão maior ficava deitado em uma câmara bem abaixo do Palácio Real – uma câmara selada e à prova de escavação e contra entrada forçada, proteções mágicas criadas pelo amigo do lorde, Baerauble. Ao longo da vida de Theldrin, estas magias foram renovadas e potencializadas pelo mago sempre que o lorde e Baerauble adentravam a câmara e acrescentavam mais riquezas dos Soa-Trombeta ao caixão. Antes da morte de Theldrin, eles secretamente encheram o caixão pela metade com barras de ouro com o comprimento de um palmo – “Algumas centenas delas”, Baerauble anotou em uma carta deixada para os regentes após morrer.

O caixão menor, contendo os restos mortais de Theldrin (incluindo um bastão de metal negro que ele usava como bengala, encimada com uma bola de ouro do tamanho de uma mão e adornada com vários rubis e esmeraldas), foi colocado sobre tais barras de ouro, e o caixão maior foi fechado. Este, então, foi lacrado e protegido pelas magias de Baerauble, o que fez com que o enorme caixão de adamantina levitasse dentro da câmara. O Lorde Mago instalou, então, uma dúzia de guardiões horrores de elmo na câmara e a selou, jamais retornando ao local.

Quando a esposa de Aulard faleceu, Baerauble a colocou em uma câmara lateral entre diversos objetos de extrema beleza, mas exatamente de valor. O mesmo foi feito com o filho de Aulard, Obrynn, embora não tenha feito isso para a primeira criança, a infante Narnytha. Estas câmaras laterais continham aberturas para a câmara de Theldrin, porém ficavam a alguma distância dela; o fantasma de Emrylara ainda vaga até a entrada da câmara de Theldrin, tentando em vão entrar lá.

Um monarca posterior (cuidadosamente não identificado nos registros da corte) teve necessidade de acesso a estas riquezas e violou o lacre da câmara de Theldrin. Os horrores de elmo encontrados por ele ainda estavam ativos, e o grande caixão de adamante continuava a flutuar, aparentemente imperturbado. Vários dias foram gastos em uma tentativa cuidadosa de passar pelas magias de proteção conjuradas por Baerauble – e por fim o caixão finalmente foi aberto, porém estava vazio: Theldrin dentro do caixão de latão e as diversas barras de ouro abaixo do caixão, tudo, havia desaparecido.

Muitas e poderosas magias foram conjuradas em uma busca exaustiva atrás de qualquer traço de onde as riquezas dos Soa-Trombeta poderiam estar escondidas, ou quem havia as tirado daquele local – mas tais magias simplesmente não descobriram nada (a necessidade de tal regente teve que ser atendida somente com o caixão de adamantina).

O destino da fortuna de Theldrin permanece um mistério até os dias de hoje. Magos costumam sugerir que o tesouro e corpo desaparecidos devem ter sido translocados[3] para algum outro local, ou que um portal dimensional tenha sido colocado dentro do caixão maior, permitindo a entrada de indivíduos que tenham carregado fisicamente Theldrin e o ouro lá guardado.

Contra este fato, há que ser lançada a evidência de que as magias de Baerauble teriam prevenido que tais feitiços fossem bem-sucedidos.

Isto deixa a remota probabilidade de que alguém tenha desfeito as magias de Baerauble (relatadamente sobrepostas de tal forma a criar uma teia de alarmes e armadilhas), saqueado a câmara e as reconjurado todas. Se foi o próprio Baerauble, que era a única pessoa a saber sobre as capacidades de tal empreendimento – por que ele faria isso? Ele não tinha necessidade de riquezas, e nenhuma tendência a ser ganancioso; se ele pensou que o ouro deveria ser movido para outro local, mais uma vez, por que? E para onde foram tais riquezas? Comyr não tem respostas para tais perguntas até hoje.

O Legado Lagarr

Um dos reinados mais problemáticos dos Obarskyrs foi o do Rei Duar, um herói guerreiro que manteve o reino unido por anos quando a sobrevivência deste esteve equilibrada no fio da lâmina do regente. Nesta época perigosa quase não se falou sobre temas que envolviam o desaparecimento de riquezas, mas que se tornaram muito interessantes depois disso.

Rei Duar “Longos-anos” Obarskyr

(de ?? CV até 480 CV)[4]

Um tipo rude e gigantesco de barba curta, Duar possuía uma força poderosa e resistência. Era um grande líder de guerra, extremamente necessário por um reino assediado por todos os lados por muitos inimigos

Duar deixou o reino maior e muito mais forte do que quando chegou ao trono, com um exército incrivelmente leal de um tamanho considerável – e bem treinado, como bem equipado – pela primeira vez naqueles primeiros dias de Cormyr. Ele fez tudo isso através de diplomacia e através da espada, acrescentando as terras de Sentinela dos Portões-de-Ferro, Jarthroon (ambas, agora, fortalezas desaparecidas) e Wheloon, ao reino.

Duar tinha quase 2,1 metros de altura, cabelos castanhos (já mais grisalho na metade da vida) e ferozes olhos azuis escuros. Ele carregava consigo uma espada de duas mãos quase da altura dele próprio em uma mão e uma temível maça na outra. Entre as lendas de batalha de Cormyr, ele fica em segundo lugar, perdendo apenas para Dhalmass Rayburton como guerreiro-rei.

Jhanthyl Lagarr

(de 454 CV até 510 CV)

A espirituosa e ferina esposa de Kuthor Lagarr permaneceu ao lado dos cavaleiros dos Portões-de-Ferro e lutou ao lado dos guerreiros de Cormyr após a morte de seu esposo. Ela concordou em se render sem destruir um item encantado herdado (o que era exatamente este item, eu desconheço) sob a condição que as vidas dos homens que sobreviveram e que permaneceram para defendê-la da morte, fossem poupadas. Ela achou o Rei de Cormyr um homem gentil e compreensivo fora do campo de batalha… uma mudança deveras agradável quando comparado ao cruel primeiro esposa de Jhanthyl (homem este que passava os dias bebendo e as noites espancando-a). Ela começou a apaixonar-se por Duar e casou-se com ele após a morte da segunda rainha, Threena Cormaeril, e ficou devastada com a morte dele anos depois.

Jhanthyl tinha cabelos castanhos até os ombros, uma postura exuberante e um rosto atraente e insolente – diversos cortesãos escreviam sobre as sardônicas sobrancelhas arcadas e o raciocínio rápido que ela tinha.

Kuthor Lagarr

(de 430 CV até 475 CV)

O cruel lorde de Sentinela dos Portões-de-Ferro, Kuthor  foi um senhor da guerra sulista que veio até novas terras para construir a própria fortaleza. A regência dele foi dura e eficiente, e ele trouxe vários guerreiros e servos leais consigo. As fazendas dele prosperaram e ele enriqueceu, então logo ele havia conseguido importar pedreiros e construtores de Vilhon para lhe erguer um castelo, Sentinela dos Portões-de-Ferro, a noroeste de Wheloon. Infelizmente, ele construiu tal castelo em terras reclamadas por Cormyr, e o local – visto pelo Rei Duar como uma ameaça para a regência se permanecesse sem ser desafiado – foi concluído bem a tempo de abrigar o povo de Kuthor, assim que os cavaleiros de Cormyr chegaram para atacar.

Kuthor morreu sobre a sela do cavalo lutando contra eles, ferido mortalmente pelas lâminas de quatro cavaleiros. Diz-se que neste momento ele ofegou “Jhanthyl! Me perdoe!”, e logo depois caiu morto.

Kuthor tinha olhos castanhos claros, cor de mel, e cabelo ruivo encaracolado bem comprido, preso com um rabo-de-cavalo, além de uma barba comprida e desarrumada, e bigode. Normalmente ele usava diademas e braceletes, e era sempre visto com calças de equitação e botas. Ele tinha uma voz grave, como um rugido, e embora fosse frio, se irritava facilmente, agindo de forma cruel constantemente; ele gostava de espancar quem se aproximasse demais.

Elvrin Coroa-Argenta

(de 427 CV até 475 CV)

Um cortesão veterano, urbano e perceptivo na época em que desapareceu, a juventude de Elvrin foi gasta na corte, graças aos problemas do reino. Cormyr havia caído em tempos difíceis, com o atual Rei estendendo o poder somente até quanto conseguia cavalgar para longe do Castelo Elmo-Estrela[5], e os nobres faziam o que quisessem. O astuto Rei Duar tentou ganhar a lealdade futura (e cortar a cabeça de potenciais rebeliões ao manter reféns no domínio dele) ao requerer que um herdeiro e um outro filho (se esse tal existisse) de cada casa nobre viesse até a corte e fosse criado e treinado lá. Elvrin era um destes; ele respeitava genuinamente o rude Rei Duar, mas ele também via como o reino funcionava com uma clareza cínica e não tinha medo de falar abertamente o que pensava.

Mesmo assim, Elvrin ganhou a confiança de Duar e foi indicado como enviado real e conselheiro. A postura elegante que ele tinha nunca mudava: ele sempre vestia um tabardo, camisa de seda, calças de montaria, botas brilhando de tão bem engraxadas e uma meia capa que ostentava o brasão da família dele (três coroas de prata tombadas e penduradas ao longo de uma espada de prata apontando para cima, sobre um fundo azul escuro).

Um Legado Perdido


No desfecho da conquista de Duar sobre Sentinela dos Portões de Ferro, Elvrin foi colocado como encarregado de um destacamento de cerca de trinta guerreiros leais à coroa (alguns deles rivais uns dos outros, sem dúvida escolhidos pelo astuto Duar para evitar conspirações envolvendo a força inteira) que foram colocados em carroções para transportar as riquezas de Lagarr até o Castelo Elmo-Estrela.

Haviam cerca de vinte e alguma coisa carroções ao todo, e eles fizeram a viagem sem nenhuma pausa, trocando de cavalos três vezes em estábulos ao longo do caminho – mas somente as primeiras quatorze carroças chegaram até Elmo-Estrela. As outras “desapareceram na noite” junto com os guardas que as acompanhavam e os cavalos que as puxavam. O desaparecimento destas passou despercebido pelos outros carroceiros restantes.

As perdas incluíram muitas pratarias, baús de moedas de ouro e um cofre do tamanho de um escudão repleto de uma gama de gemas (joias herdadas por Kuthor Lagarr ou conquistadas durante a carreira dele).

Nenhuma pista das carroças desaparecidas jamais foi encontrada; elfos ou bandidos com auxílio mágico (o que mais além de magia faria as carroças desaparecerem completa e silenciosamente?) foram os principais suspeitos.

Uma traição por parte de Elvrin Coroa-Argenta parecia algo improvável; a única coisa que restou das carroças perdidas foi a mão direita de Elvrin, decepada, que foi encontrada no meio da estrada em uma poça de sangue já seco, ainda segurando a espada. Nenhum outro traço de Elvrin ou das carroças desaparecidas jamais foi encontrado, e magias conjuradas na mão e na espada falharam em rastreá-lo ou revelar qualquer informação do destino do jovem.


Notas de Rodapé de Elminster

[1] Ah sim, esse é justamente o problema. Se o “Melhor de Volo” fosse uma cerveja, ela teria, no máximo, uso para limpar penicos.

[2] Baerauble também carregou um carroção de variados títulos em seus ombros: “Alto Mago de Cormyr”, “Lorde Mago de Cormyr” e meia dúzia de outras denominações, nenhuma delas escolhidas por ele próprio.

[3] Embora me machuque muito ser reduzido ao posto de conferencista para a explicação de conceitos básicos de magia, saibam que as magia translocacionais são aquelas que envolvem o deslocamento de seres ou itens de um ponto até outro sem que haja uma passagem visível entre estes dois locais. A magia de teletransporte talvez seja a magia translocacional mais conhecida.

[4] Aqui te pouparemos das longas lamentações de Volo quanto à falta de vontade de vários funcionários dos registros reais de o permitirem ler os textos sobre o reinado de Duar, razão pela qual falta a data de nascimento do rei aqui – 385 CV, saiba-te. É suficiente dizer que escribas que evitam rasgar páginas de diários históricos são mais bem-vindos dali em diante do que aqueles que não conseguem resistir a tal medonho vandalismo. Jarthroon, aliás, ficava a leste de Suzail, na orla norte do Lago dos Dragões, onde agora fica um monte rochoso com algumas rochas espalhadas, mas exceto isso, inóspito.

[5] O nome que Duar deu para o Castelo Obarskyr – um termo que veio até ele através de um sonho, ele me disse certa vez. Quando ele teve tempo para sonhar entre as batalhas e as damas, eu não sei dizer. 

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