Capítulo 1 – Uma Grande Tribulação – Parte 1

por Rafael Santos
Arte Destacada por Tyler Jacobson

Quando Ray abriu os olhos, sentiu o incomodo causado pela luz do sol que passava através do teto de palha do celeiro onde passara a noite. Ergueu-se atordoado olhando ao redor e ainda sonolento da noite mal dormida. 

– Dormir em celeiros é para cavalos, não para um aventureiro. – disse o rapaz olhando ao redor e vendo alguns cavalos que ali estavam.  

O cheiro de excremento e urina equina o trouxe para a realidade da escolha feita dois dias atrás quando deixou sua cidade natal, Rassalantar, para seguir em direção a cosmopolita e movimentada Águas Profundas. Ray se levantou, bateu as mãos em sua roupa para tirar os fios de feno que se grudaram no tecido, arqueou o corpo para trás, estalando os ossos e se alongando.  

Ray Radmond não era um guerreiro imponente (embora se considerasse um) para quem o visse, achavam até que não passava de um aldeão comum ou mesmo um filho de fazendeiro. Não vestia armadura ou usava escudo. Prezava pela leveza e liberdade dos movimentos, por isso, vestia por baixo de sua camisa de mangas compridas e capuz, apenas uma cota de malha, sua calça era simples e usava uma bota negra, tinha uma meia armadura composta por uma ombreira do lado esquerdo do corpo com um meio colete de couro. Era um guerreiro, mas quem o visse, o subestimava, e isso poderia ser o maior erro que podiam cometer. 

– Hora de colocar o pé na estrada de novo! – disse pegando sua espada embainhada que estava repousando ao lado da pilha de feno. Colocou-a nas costas, pois se sentia bem mais confortável assim do que mantê-la na cintura. – Espero que meus cálculos estejam certos, e eu chegue a Águas Profundas ainda hoje. 

Ray saiu do celeiro vendo toda a extensão de terra a frente. Estava em uma fazenda na beira da estrada. Sua vida havia sido essa desde que deixou Rassalantar, sua primeira noite foi a beira da estrada, não dormiu direito, pois um aventureiro sozinho na Estrada Alta é o convite para os monstros que sempre desciam das montanhas ao longe para vagar pelas planícies e atacar viajantes e fazendas próximas.  

Durante sua segunda noite, encontrou uma das muitas fazendas no decorrer do caminho rumo a Águas Profundas, e fez amizade com os donos do lugar, um simpático casal de halflings chamados Frederico e Frida Pés de Urso, e logo ofereceu seus serviços em troca de uma noite no celeiro. 

Naquela manhã, o simpático casal de halflings o convidou para tomar café e o herói prontamente aceitou se juntar a eles em sua humilde casa. Frederico e Frida cultivavam nabos gordos e suculentos em sua fazenda, disseram que vez ou outra, goblinoides descem das montanhas para atacarem a plantação. 

– É um inferno. – choramingava Frederico. – Seria bom ter um guerreiro como você por essas bandas, meu rapaz. 

É claro que Ray não podia ficar ali, seu destino era Águas Profundas, a Cidade dos Esplendores, como era conhecida.  

Ray se despediu e seguiu seu destino, deixando para trás o simpático casal que acenava e pedia para que ele voltasse um dia. 

*** 

Lara se agachou e verificou o solo pedregoso da região, seus olhos azuis como o céu olhava cada detalhe como se analisasse uma equação difícil de decifrar. 

– Estamos perto, grandalhão. – Lara não tirava os olhos dos rastros. – Os malditos não vão escapar dessa vez. 

– Você disse isso da última vez que avaliou os rastros no chão, baixinha. – a voz poderosa veio de um brutamontes de pele esverdeada mais atrás. 

– Turok, meu amigo feioso, não sou uma caçadora qualquer. Esses cretinos não vão escapar dessa vez. 

Aquela era uma dupla interessante, Lara era bela como a luz do dia, cabelos negros como a noite, pele branca como a neve, seus traços delicados denunciavam sua natureza mestiça. Lara era uma meio-elfa, bela e mortal. Tinha em suas costas uma aljava abarrotada de flechas juntamente com um arco longo e bem trabalhando descansando em seu ombro, na cintura, uma espada curta para quando suas munições não fossem o bastante. 

Seu parceiro era ainda mais exótico e não disfarçava sua origem mestiça, feio como a morte, alto como uma montanha, e inchado de músculos poderosos de aço. Turok era um meio-orc com a aparência típica de seus parentes, era feio e intimidador, mas tinha também a sagacidade de sua descendência humana. Era careca, sua pele era esverdeada e media facilmente dois metros de altura, ombros largos e braços grossos como troncos dava a impressão de que ele era muito maior. Descansando em suas costas, um machado de uma lâmina. 

– Sabe que nossa missão é perseguir e matar alguns dos seus, não é? – Lara olhou para o parceiro que deu de ombros. 

– A única coisa que me interessa é a recompensa. – disse o meio-orc tentando não transparecer um incomodo. – Além do mais, é comum que humanos matem humanos, elfos matam outros elfos, anões matam outros anões. Então por que eu iria me preocupar em matar alguns orcs? 

Lara deu um leve sorriso e voltou a seguir os rastros através do solo pedregoso. 

– Para um meio-orc bárbaro, você fala de forma bem civilizada. – disse ela rindo. 

A dupla de caçadores seguiu próximo a um rio, aquela era uma região de caminhos rochosos com alguns bosques salpicando a paisagem aqui e ali, ótimo para se esconder do sol que já ardia forte no meio do céu, mas Lara e Turok pareciam mais focados em conseguir encontrar sua presa.  

Sua missão havia começado dois dias atrás, quando foram contratados pela milícia de Águas Profundas para lidar com um bando de orcs que vêm assolando a região de fazendas nos arredores da cidade.  

Os rastros levaram a dupla até um declive rochoso perto do rio revolto. Ali, eles olharam de detrás de algumas pedras e viram suas vítimas logo a frente. Um grupo de dez orcs, criaturas odiosas, nascidas para matar e saquear, viviam em cavernas dentro das montanhas ou escondidos dentro dos bosques. Entre eles, um se destacava, o líder era o maior, mais inchado de músculos e mais imponente, faltava um dos olhos, e por isso, a parte direita do seu rosto era coberta por um pano. 

– Conhece eles? – Indagou Lara ao seu amigo mestiço com um cochicho. 

– Por que acha que eu conheço? 

– Todo orc se conhece. Além do mais, você disse que veio de uma dessas tribos da montanha. Já deve ter visto aqueles cretinos por lá. 

– Não, eu nunca os vi antes. Nunca me deixavam sair para caçar. Minha vida era dentro da aldeia aprendendo com meu pai. 

– Sei… de qualquer modo, vamos parar de papear e trabalhar. – a meio-elfa puxou seu arco e em seguida, uma flecha e encarou Turok ao lado. – vamos fazer nosso espetáculo. 

Turok sorriu com suas duas presas protuberantes a mostra e puxou seu machado das costas o empunhando firme. 

– Vamos! 

Os orcs comiam um grande javali a beira do riacho, grasnavam e falam obscenidades em sua língua quebrada e arrastada. De repente, uma flecha voou de detrás das rochas e foi atingir um dos orcs em cheio na nuca. A haste do projétil surgiu do outro lado e o monstro tombou em um escarro seco diante dos companheiros. 

– Flecha élfica! – Berrou um dos orcs – Estamos sendo atacados!  

– Os malditos elfos nos seguiram! – Berrou outro orc. 

– Às Armas, seus cretinos! – Era o líder. – Às armas! 

Os monstros correram para pegar suas armas que estavam encostadas em algumas pedras. Eram espadas enferrujadas e machados rústicos e lanças toscas. Antes que chegassem às suas armas, outra flecha voou e se cravou na perna de um dos monstros que tombou no chão. Lara já puxava outra flecha das costas quando Turok pulou de detrás da pedra com seu machado em punho. 

– Saudações, irmãos! – Berrou o meio-orc com um grande sorriso sádico no rosto. – Vamos lutar em nome de Gruumsh! 

Gruumsh era o deus dos orcs, uma besta divina que pregava a violência, guerra e genocídio de todas as raças não-orcs, tinha um ódio eterno por Corellon Larethian, o deus dos elfos.  

Ao ouvir o desafio, o líder orc olhou para Turok e cuspiu no chão. 

– Gruumsh o condena, aberração mestiça! – Urrou o líder orc. 

– E quem liga? Nunca precisei do seu deus, eu só preciso do meu machado! 

Turok urrou e avançou em uma carga selvagem cheia de intenções assassinas.  

Os orcs cataram suas armas e investiram contra o bárbaro. Lara logo atrás pulou para cima de uma pedra, mirou com seu arco e disparou, a seta cortou o ar e foi se cravar no peito de um dos monstros, que recuou diminuindo a investida.  

Turok e os orcs se encontraram e a violência começou. Com um urro assustador até mesmo para seus inimigos, o meio-orc desceu seu machado de cima abaixo e a lâmina afundou fácil no crânio do inimigo, fazendo sangue e miolos se espalharem para os lados. Ele chutou o corpo do adversário morto, livrando sua lâmina do cadáver e o arremessando nos braços de outro orc que vinha mais atrás. Dois investiram com suas espadas enferrujadas e Turok bloqueou o primeiro ataque e desviou do segundo com um pulo para trás. O terceiro investiu com o machado acima da cabeça e desceu a arma pesada contra o meio-orc, mas Turok aparou o ataque com a sua própria. Isso, porém, o deixou de guarda aberta para outros dois atingi-lo com suas lanças que perfuraram seu estomago superficialmente.  

Turok urrou e recuou, bloqueou as estocadas de outros dois orcs. 

– Você é tão descuidado, Turok! – Lara já tinha outra flecha em seu arco e apontava para um dos orcs – fico imaginando se não fosse eu aqui. 

Disparou a flecha que foi se cravar no meio da testa de um dos orcs que já preparava um novo ataque e o monstro tombou sem vida. Os orcs olharam para o parceiro morto aos seus pés e para a arqueira que já puxava a próxima flecha. 

– A elfa arqueira! – Berrou um dos orcs apontando para Lara. – Matem a meretriz élfica! 

Um dos orcs arremessou a lança que voou contra Lara, e a meio-elfa foi rápida o suficiente e saltou com uma cambalhota no ar escapando do arremesso. 

– Não sou elfa! – disse Lara com um sorriso triunfante. – quer dizer, não totalmente! 

Turok aproveitou a brecha e golpeou, seu machado descreveu um arco longo horizontal e a cabeça de um orc rolou pelo chão de pedra. Os orcs ficaram apavorados, quatro de seus dez companheiros estavam mortos, e outro dois estavam feridos. Turok urrou em desafio para os seis a frente. 

– Maldição! – Rosnou o líder. – Não vale a pena perder mais de nós! Recuar! 

Os orcs se viraram e correram em desespero. 

– Covardes! – Berrou Turok investindo contra os monstros. – Meu machado vai partir todos vocês! 

Os orcs correram com Turok em seu encalço e Lara logo atrás. A meio-elfa disparou uma flecha, mas a seta se partiu quando atingiu uma pedra no caminho. 

– Droga! – Praguejou a patrulheira, e correu atrás dos inimigos. 

*** 

Ray caminhava tranquilamente pela estrada de terra batida comendo uma maçã. De repente, ouviu uma balburdia vindo da curva logo à sua frente e se surpreendeu quando seis orcs surgiram correndo desesperados pela estrada. Quando os monstros o viram parado no caminho, a reação não foi tão diferente quanto a do aventureiro. 

– Maldição! Eles nos cercaram! – Exclamou um dos surpresos orcs. 

– Teremos que lutar de qualquer jeito! – Urrou o líder já empunhando firme o machado. 

– Ora, mas que surpresa desagradável! – disse Ray lançando a maçã fora e agarrando o cabo de sua espada nas costas. – Mas confesso que estava mesmo querendo um pouco de ação! 

– Matem-no! – Urrou o líder orc. 

Os monstros avançaram sobre o herói com urros de fúria. Ray puxou a espada das costas e a empunhou firme com as duas mãos.  

– Hora de mostrar o que aprendi! – Sorriu confiante o guerreiro. 

O primeiro orc veio com a espada erguida acima da cabeça e desceu em um golpe pesado e violento, mas para sua surpresa, o guerreiro aparou com sua própria lâmina e ergueu o joelho, atingindo os genitais do adversário. O orc se curvou em um lamento penoso e Ray desceu sua espada, fazendo a lâmina afundar no crânio da criatura, sangue e miolos jorraram para os lados.  

Outros dois orcs investiram com suas lanças, mas o jovem desviou com movimentos rápidos e precisos dos ataques. O quarto e quinto orc vieram com suas armas erguidas sobre a cabeça quando, de repente, um deles teve o crânio atravessado por uma flecha. O monstro tombou de cara no chão. O outro orc ignorou ou pareceu não ver o aliado cair e não parou o ataque descendo sua espada contra Ray, mas o guerreiro bloqueou o golpe com a maestria de um espadachim. 

– Ora, o que é isso? Estão se matando agora? – Indagou o guerreiro com um sorriso confiante enquanto aparava o ataque. – Eu sabia que os orcs eram burros, mas isso já é demais. 

Ele ouviu um urro quando Turok surgiu pulando de detrás de uma rocha e caindo sobre um dos monstros na estrada, seu machado partiu a criatura do ombro até a cintura. O meio-orc puxou a arma livrando-se do cadáver, jogando-o de lado e encarando os três que ainda faltavam. Lara estava em pé sobre uma pedra com mais uma flecha armada em seu arco.  

Os três orcs restantes formavam um perímetro, tentando se proteger do trio de aventureiros que os cercava. 

– Nós nos rendemos! – Berrou o líder orc. 

– Se rendem? – Sorriu em escárnio a meio-elfa em pé sobre a rocha. – Eu passei os dois últimos dias rastreando seu fedor, passei fome e dormi na chuva. Não vim até aqui para aceitar rendição! 

– Sem rendição! – Urrou Turok já avançando sobre um dos monstros. 

Sem alternativa, os orcs partiram para a luta. O adversário de Turok era o próprio líder, e desceu seu machado de cima abaixo, enquanto o meio-orc descreveu um meio arco na diagonal de baixo para cima, as duas armas se chocaram, e impacto rompeu o cabo da lâmina orc fazendo estilhaços de madeira voarem para todos os lados. O machado de Turok continuou sua trajetória crescente, atingindo a traqueia do inimigo, colocando toda força que tinha, o bárbaro arrancou a cabeça do adversário que voou longe. 

Ray recebeu seu adversário que usava uma espada, os dois trocaram uma série de golpes, mas o guerreiro era muito mais habilidoso, aparava os ataques com facilidade, e quando necessário, desviava. Golpeou com uma estocada, furando o ombro esquerdo do monstro que urrou de dor e recuou alguns passos para trás. Ray aproveitou e com um pequeno salto adiante, desceu a espada na horizontal e mais uma cabeça orc rolou pelo chão. 

Lara disparou uma flecha contra seu inimigo, o atingindo no ombro. O orc urrou de dor e correu contra ela, escalando as rochas em direção da patrulheira. A meio-elfa já puxava outra flecha, mas percebeu que não daria tempo. O orc se aproximou e golpeou com sua espada de cima abaixo. 

– Perto demais para atirar, elfa! – Exclamou o orc com um largo sorriso feioso na cara. 

Lara sentiu seu terrível bafo de carniça e fez uma cara de nojo. Usou a flecha que tinha sacado e a enterrou no olho do orc. O monstro urrou e se afastou cambaleando para trás, e a meio-elfa puxou outra flecha, armou no arco e disparou à queima-roupa no monstro, que desabou capotando pelas rochas abaixo. A patrulheira escutou com prazer o estalo do pescoço do orc se partindo com a queda. 

A batalha havia acabado, e o que se via eram corpos de orcs espalhados pelo chão. 

– Isso foi deveras, divertido! – Ray tinha um sorriso satisfeito na face e olhava o belo trabalho que ele e os dois desconhecidos fizeram. 

– Quem é você? – Lara se aproximava após descer das rochas ao lado. 

– Saudações, milady! – Ray fez uma mensura para a meio-elfa que deu de ombros. – sou Ray Radmond, aventureiro recém iniciado nessa vida perigosa, ao seu dispor. 

– Você luta bem, Ray. – Lara arrancava uma flecha do meio da cabeça de um orc. – estou feliz que não tenha sido ferido em meio a nossa caça a esses orcs. 

– E a senhorita, quem seria? 

– Lara Greenleaf, muito prazer. 

Ray fez uma leve mensura e olhou para Turok que verificava os corpos dos orcs mortos a procura de algo. 

– E o grandalhão ali?  

– Ele é Turok Greatfang, meu parceiro de missão. 

Turok encontrou o que queria, agarrou o cadáver do líder pelo tufo de cabelo e ergueu um pouco acima, e então deu com seu machado decapitando a criatura. Ray virou o rosto enojado com a cena. 

– Ele parece ser bem divertido. – Disse o herói com um sorriso, tentando disfarçar o mal-estar com a cena. 

– É. Só não fique perto dele quando ele estiver em seu momento de fúria. Ele meio que ainda não consegue discernir amigos de inimigos nessa hora. Coisa de bárbaro em fúria cega, se é que me entende. 

– Imagino – riu o rapaz. 

Turok se aproximou segurando a cabeça do orc em sua mão. 

– Peguei a cabeça do líder, já podemos ir! – O meio-orc tinha um sorriso satisfeito na face, como se aquilo tudo fosse normal. 

– Pelo amor dos deuses, Turok! Não podemos andar pela estrada carregando a cabeça de um orc desse jeito. Isso seria terrível para as pessoas. 

– Sério? Para mim isso é bem normal! É a forma que um guerreiro demonstra superioridade em minha tribo. Carregando a cabeça do inimigo na mão. 

– Mas não estamos na sua tribo de orcs canibais e violentos. Aqui é a civilização, as pessoas não estão acostumadas com suas tradições bárbaras. 

Turok deu de ombros. Ray olhava aquela dupla curiosa a sua frente, mas percebia que ambos pareciam bem íntimos da forma como conversavam. 

– Guarde isso em uma bolsa e vamos embora. – Deu o ultimato a meio-elfa 

– Como sabe que essa cabeça é do líder orc? – Ray tinha um olhar curioso sobre o bárbaro. – Para mim, eram todos igualmente feiosos. 

– Olha para mim, baixinho. – disse o enorme bárbaro se curvando e encarando Ray de perto. – Eu sou um meio-orc. Logo, eu sei quem é o líder de um bando de orcs. 

– Tem razão, desculpe! – Ray tinha um sorriso desconcertado e bobo na cara e as mãos espalmadas em rendição. 

– Está indo para Águas Profundas, certo? 

– Sim… como sabe? 

– Ora, pelo amor de Mielliki, você é meio lerdinho, garoto. – disse a meio-elfa revirando os olhos impaciente. – Você está na Estrada Alta, a única que leva para Águas Profundas. 

– Faz sentido! – riu Ray desconcertado e envergonhado. 

– Venha com a gente, vai ser bom ter alguém um pouco mais civilizado do que esse brutamontes aqui para conversar. 

Continua no Capítulo 1 – Uma Grande Tribulação – Parte 2

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