Aventura dos Buscapedra – Parte 2

Por Estevão Samuel e Augusto Ballalai

Breves considerações

No texto anterior, o grupo enfrentou um terrível Nothic, um espião mágico criado por Vecna, e também tiveram um combate encarniçado com Bugbears. As cenas a seguir são sequência imediata dos fatos.


Com a batalha finalizada o grupo pôde finalmente respirar, e prestar atenção ao pequeno goblin que estava presente dentro da sala.

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A cena, ao final do combate.

Droop – Não matar Droop! Não matar Droop! – diz a criaturinha apavorada.

Orgrinn – Relaxa feioso, você parece mais assustado que um poodle – Recolhia alguns espólios e se sentava em uma das camas. – Algum irmão precisa dos poderes de Moradin?

Einkil – Seria bem útil aqui. – Também se senta em uma das camas, toma um gole fundo de uma bebida que parece ser algum tipo de aguardente e, apontando o machado com uma das mãos diz em anão – E quanto a esse goblin? O que faremos com ele?

Dorrak – Vamos nos recuperar desse combate, o bárbaro e o ladrão estão feridos.

Einkil –  Sim, podemos descansar aqui mesmo e devemos interrogar esse goblin enquanto descansamos. – Encara o goblin por quase todo tempo em que a equipe passou se recuperando. “Quem é esse? Eu não confio nessas criaturas.” Pensava até que não suportou e iniciou o interrogatório. – Quem é você? O que faz aqui? Fale rápido.

Droop – Mim ser Droop. Mim trabalhar aqui, mas Droop só apanha de grandões, desde que eles chegarum aqui.

Observando detidamente, fica claro a todos que o goblin foi seriamente espancado, várias vezes. Muitas contusões severas podem ser vistas.

Droop – Droop não gostar deles. Droop não matar, só fazia limpeza, eles queria que eu envenenasse os outros.

Dorrak  – Droop, quem você tinha que envenenar?

Droop – Droop tinha que envenenar a cerveja na bodega. Droop tinha que envenenar água da fonte. Droop tinha que esfaquear as prisioneiras. Mas Droop não quer. Droop conhece tudo aqui. Eu ajodo e  vocês ajoda eu. Ficando vivo, tá loco de bom, cê tá mentendendo?

Dorrak – Prisioneiras?!

Droop – Tem três chupadoras de teta presas. Hahahaha. E quatro aqui fora! – Ele ri doentiamente de uma piada totalmente sem gosto, mas que para ele é divertidíssima.

Dorrak – Que droga você está falando? Criatura ignóbil! – Com fúria no olhar, o bruxo pega seu machado, que é preenchido por uma energia verde. Aguardando a resposta, talvez seja a ultima que ele vai proferir.

Ao ser pressionado, o goblin dá um salto para trás, bate o pé no machado de Einkil, cortando-o. Com a dor, ele cai no chão, rompendo o tendão de Aquiles, e após um, imenso grito diz – Haaa fi, tomá no cu. Que dor. Droop vai viver? Droop mostrar o lugar para vocês. Ai meu pé! Tomá no cu fi. Cê tá mentendendo? Só quero ficar vivo.

Dorrak olha para os seus companheiros com olhar preocupado. – Devem ser nossos amigos, precisamos resgatá-los!

Einkil – Mostre o caminho. Se você gritar eu te mato. O bárbaro amarra as mãos do goblin para trás com um pedaço de corda. – Siga em silêncio. E nos avise dos perigos. Se você fizer assim, talvez eu lhe deixe viver.

O grupo segue rapidamente, mas alerta, até parar diante de uma porta.

Droop abre um painel secreto, que leva a um pequeno corredor.

Ao lado há uma porta, e adiante, ele avisa ao ladino que há outra porta, aberta.

Após inspeção, o ladino abre a porta. O que se revela é uma cripta, com três lindos sarcófagos, belamente ornados. Encostado em cada sarcófago, há um esqueleto humano vestido com restos enferrujados de armaduras. Colunas falsas ao longo das paredes são esculpidas com a imagem de árvores de carvalho com os galhos se espalhando. Entre dois destes sarcófagos, está o corpo putrefato de uma mulher.

Orgrinn – Quem são estes? Você os conhece Droop? Responda de forma rápida – O clérigo já estava rezando para Moradin para lhe dar controle, suas mãos coçavam querendo matar algo.

Droop – Estes eram os donos. Morreram com a cidade. Faz tempo. Essa espada estava aqui. – E apontando para a porta simples, ele diz: – As chupatetas tão ali fii. – Aponta para as portas duplas de ricas folhas de cobre. – Não sei o que tem ali. AI! Meu pé! Tomá no cu, fii.

O bruxo olha em sua volta, empunha seu machado e escudo. – Tomem cuidado meus amigos!

Dremgok – Está espada será meu presente para Moradin – o ladino vai até a espada apontada pelo goblin e a pega.

De repente, os esqueletos se erguem e avançam!

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Começa o combate!

Apertado, por estar no corredor, Dorrak tem visão apenas do primeiro inimigo. Invoca o seu poder e acerta um golpe.  – Descanse de uma vez criatura. – Imediatamente uma voz vem à cabeça do bruxo, “Muito bem, criança! Não deixe criaturas malignas imperarem! Belo golpe.”

Um esqueleto vem do fundo e acerta o ladino.

O bárbaro, por sua vez, entra na sala e ataca os outros, gritando. – Saia do corredor seu goblin maldito! Não percebe que está atrapalhando?

Orgrinn se posiciona, invoca Moradin para dar, finalmente, o descanso para essas criaturas profanas. Um sino ressoa no ambiente e o esqueleto esfarela e finalmente encontra o descanso eterno.  – Que a força de Moradin garanta o seu último descanso, criatura!

O último esqueleto se levanta de sua tumba e cambaleia até o ladino, acertando-o nas costas com suas garras. Logo depois, com a dor, o zumbi, que estava no chão decide pular na garganta de Dremgok, fincando fundo os dentes em sua carne.

Droop sai correndo da sala, tentando se afastar do perigo e pedindo clemência.

O bruxo mais uma vez lança o martelo de energia, que acerta o tórax de um zumbi, se ele ainda fosse uma criatura viva, provavelmente cairia sem ar, porem os órgãos já não mais existem e o zumbi permanece na sua busca por carne. – Que Durmathoin destrua o seu corpo profano! – Novamente a voz vem à cabeça dele, “SIIIM. ME ALIMENTE! Toda criatura animada tem sombras para eu sorver com meus encantamentos.”

Após sofrer dois golpes poderosos dos esqueletos, Dremgok da um passo para trás ficando encostado na parede de fundo e consegue fintar o esqueleto a sua frente cravando seu sabre na Criatura destruindo-a.

MORRA criatura das trevas!!! – Grita o bárbaro, que avança contra o zumbi. Ele gira o machado, acertando com muita força a carne podre do morto-vivo. Este golpe poderia ter destruído a criatura, mas, de alguma forma, ela permanecia de pé.

O clérigo avança e tenta ajudar o ladino que estava sendo segurado pelo zumbi, mas erra o golpe, contudo isso o ajuda a se livrar de mais uma mordida do morto-vivo.

Dorrak, mais uma vez usa seus poderes e mais uma vez o zumbi permanece na sua sede por sangue. – Algo muito profano alimenta essa criatura, nunca vi algo resistir a tantos ataques!  É o segundo golpe fatal que não destrói o adversário.

Para piorar a situação, neste momento, a porta lateral se abre e de dentro da sala, fechada até então, sai um marcarrubra, que ataca o clérigo. Rapidamente ele desfere dois golpes, conseguindo acertar um em Orgrinn que, canaliza toda a raiva contra o morto-vivo

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O zumbi não cai. Os Marcarrubra saem pela porta, piorando a situação. São dois combates em um!

Assim, levanta sua maça e a desce com a força de mil anões ferreiros e esmaga o crânio pútrido do cadáver. – Morra de novo sua cria de satã.

Um segundo marcarrubra, com sua capa vermelha, sai pela porta e ataca novamente o clérigo, conseguindo desferir um duríssimo golpe.

O bruxo então avança para cima do marcarrubra, amaldiçoando e desferindo um ataque. – Prepare-se maldito.

O primeiro marcarrubra, que já havia atacado o clérigo, decide continuar e acerta outro duro golpe. O clérigo desacorda e agora, estará fora de combate.

Dremgok observa seu amigo caindo e numa reação impensada ataca o primeiro marcarrubra mais próximo com seu sabre fazendo o bandido cair num único golpe furtivo.

Einkil, o bárbaro, corre pra cima do inimigo, sobe em cima do caixão e gira o machado com força contra o ombro do segundo marcarubra, cravando-o em sua clavícula. – SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR O BICHO COME! HAHAHAH

– Ah, é?Mas eu levo um comigo! – E dizendo isto, o marcarrubra avança sobre o ladino, mas ele abana a espada desesperadamente, sem nada acertar.

Dorrak olha com fúria para o último aversário. – Você vai pagar pelos seus crimes contra o povo anão! – Mais uma vez invoca os poderes de Dumathoin e o martelo de energia acerta o crânio do inimigo, esmagando-o.

Dremgok após ver o último bandido caindo diante do bruxo, larga suas armas e corre na direção do clérigo inconsciente. Aliviado, vê que ele não corre risco. – Não chegou sua hora de visitar nosso Criador, meu amigo.

Dorrak – Vamos companheiros, precisamos resgatar nossos companheiros, devem estar atrás da próxima porta!

Einkil – Vamos. Deve ser depois daquela porta.

Orgrinn de joelhos se levanta com Dificuldade. – Alguém anotou a placa? Argh filhos de uma mula manca… veio que nem vi.

Dremgok – Levante meu amigo… Einkil e Dorrak vão a frente ver se a sala está segura, eu e Orgrinn estamos muito debilitados.

O bruxo avança pela porta aberta, com escudo e machado em mãos e contempla a seguinte cena: Um quarto comprido é dividido em três áreas, com barras de ferro dividindo-as em porções norte e sul. Montes de palha suja pontuam o piso dessas celas, as portas das quais são trancadas por correntes e cadeados. Duas humanas desgrenhadas são mantidas na cela sul, enquanto um menino humano está confinado ao norte. Todos estão vestidos com simples túnicas cinzentas e possuem colares de ferro presos ao redor de seus pescoços. Um monte de roupa descartada está empilhado descuidadamente contra a parede oposta.

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Os prisioneiros não são anões!

Droop – Já acabou? Droop odeia passar por aqui. Dá arrepios! – Andando mais um pouco adiante, fala. – Aí estão as chupatetas!

Dorrak – Como vocês estão? Conseguem Andar?

Mirna – Estamos bem! Por favor, nos ajude! Abra a cela!

O estado da mulher e dos dois jovens é deplorável. Eles estão vivos, mas muito mal-cuidados e com roupas rasgadas. Dorrak vasculha os corpos em busca da chave, ele acha uma velha chave de metal. E com ela abre as celas.

A mulher está livre! Ela abraça o bruxo, apenas para agradecer. Quase sem palavras, ele olha os companheiros feridos e as mulheres cansadas e famintas.

Dorrak – Vamos passar a noite nessa sala, e nos recuperar. Pela manhã vamos levar as mulheres até a saída e continuar as nossas buscas.

Orgrin na hora se assenta, tentando respirar, em meio à dor.- De acordo, argh!

Os três humanos se abraçam. Os dois jovens são adolescentes. O pai deles foi sequestrado, junto com a família, mas fora levado da prisão e nunca mais retornou. Os marcarrubras dizem que o pai havia virado comida do zoiúdo e que eles iriam ser vendidos como escravos.

A equipe, logo após uma breve refeição, já que a família estava faminta. Todos passam uma noite descansando.

Droop fica junto e diz que nunca gostou de briga. Que o chefe dele mandou ele para ser comido pelo Nothic, mas os marcarrubras usavam ele para limpar a bodega e guardar e limpar as coisas. Por isso ele conhece todos os aposentos do lugar. Ele diz que a sala que tinha o painel secreto, tem mantimentos e a outra sala perto da tumba, contém armas. Tudo é muito cansativo de entender porque Droop é um goblin e sua mente é confusa e caótica.

Mirna também diz que não tem como recompensar o ato heroico, mas que os pais dela vendiam ervas e componentes alquímicos em uma outra cidade destruída por orcs. Que eles tinham uma joia escondida sob o balcão e que se eles fossem buscar, seria deles. Ela poderia indicar o local da cidade no mapa.

 

O grupo descansa um repouso necessário. Todos deram seu melhor até agora e bons resultados surgiram. Horas depois, todos se levantam e se rearmam. O grupo improvável de quatro anões, três humanos e um goblin, finalmente está pronto para seguir adiante.

 

O primeiro a acordar foi o clérigo – Irmãos, vamos acordar, precisamos levar as moças para fora, e achar nossos companheiros que ainda estão vivos. – Caminha de volta até a sala dos caixões e espera seus companheiros para seguirem até onde eles entraram.

Dorrak – Vamos até a entrada, para levar as mulheres em segurança e depois vamos continuar nossa buscas!

Einkil – Eu vou na frente. – O bárbaro toma a frente do grupo com cautela.

Dorrak – Tem três saídas daqui. Uma é uma escada aqui para trás. Outra é uma porta na área da fonte e a última é o buraco do olhão.

– É o buraco do zoiudo. Hahaha. – Diz o goblin com uma risada mal compreendida pelos demais.

Einkil ao ouvir o Goblin falar parece não ter entendido muito o que ele disse. Ele olha para o teto e para as paredes e diz: – Hm..acredito que pela fonte seja o caminho mais curto. Pode ser o mais perigoso ou não, mas pelo jeito que esse lugar foi construído, pela fenda é muito comprido e pela escada os levaríamos direto pela mansão. – Coça a barba e olha para seus companheiros. – O que acham?

Dremgok – Precisamos levá-las em segurança daqui. Vamos levá-las até a entrada da cidade e podemos voltar o quanto antes. Não acho que seja seguro para elas irem sozinhaos.

A família já está na entrada da cidade, após ser escoltada pela equipe. – Muito obrigada, nobres heróis! Devemos nossa vida a vocês! Quando retornarem, passem em casa. Devo a vocês um jantar de boas-vindas. Ah, e tenho um mapa lá em casa de onde era nossa loja de apotecário, caso queiram o colar. – E com isso, tristes e abatidos, mas com os olhos cheios de esperança de que o mal não triunfará sobre Phandalin, graças ao grupo, eles se dirigem à oficina do marceneiro, que é a casa deles.

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Os heróis se despedem dos aldeões.

Continua…


Aventura de Phandelver

Créditos

Mestre do Jogo – Augusto Ballalai

Personagens:
Dorrak – Bruxo1 – Germano C. Felssner
Einkil – Bárbaro1 – Junot Augusto
Dremgok – Ladino1 – Thiago Matos
Orgrinn – Clérigo1 – Phelipe Augusto

Imagem Destacada: Editoração de “Provost Dungeon” de Elva Cobb Martin.
Grids gerados pelo Roll20, Módulo de aventura: Lost Mines of Phandelver.

Papo do Mestre: No começo do combate, o bárbaro gritou com o goblin. Isto alertou os Marcarrubras da sala adjacentes.
Os rufiões fizeram um teste coletivo de sabedoria e tiraram acima de 15, o que fez com que eles não agissem de imediato e esperassem os mortos-vivos fazerem o trabalho sujo.
Quando o barulho diminuiu, eles entraram em cena e, conseguiram causar mais estrago do que deveriam, graças aos dados.

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