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  Um Sacrifício Necessário Descrita por Ivan Lira.Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), 
              Sir Galtan de Águas Profundas. Os Elfos: Mikhail Velian; 
              Kariel Elkandor. O Halfling: Bingo Playamundo. O Anão: 
              Windolfin Braço de Clangeddin Barba de Prata. Participação 
              Especial:  O Coronal Eltargrim Irythil, Khelben 'Bastão 
              Negro' Arunsun, Laeral Mão Argêntea, Ájax Felonte, 
              Storm Mão Argêntea, Dove Garra de Falcão, Florin 
              Garra de Falcão, Sir Brian Mestre das Espadas, Aubric Nihmedu, 
              Galaeron Nihmedu e a Regente Alusair Obarskyr.
 
  Um Sacrifício Necessário
       Laeral 
              Mão Argêntea e a Comitiva da Fé chegaram à 
              Cormyr visando a colaboração da Regente Alusair Obarskyr 
              na guerra contra os tenebrosos phaerimns. Porém algo foi 
              imposto, a Princesa de Aço só aceitaria tal acordo 
              se os defensores de Evereska convencessem o general Gilfein a tomar 
              parte do conflito junto à eles, pois assim Cormyr não 
              ficaria à mercê do inimigo. A Comitiva, após 
              ludibriar uma pequena tropa de goblinóides na fronteira inimiga 
              localizado na Floresta do Rei, adentrou uma estranha mata mal-assombrada 
              onde tiveram alguns problemas com mortos-vivos e seres luminosos. 
              Apesar dos perigos, o grupo obteve sucesso ao chegar no forte do 
              general entregando-se para iniciar as conversações. 
              Um phaerimm, na forma de Ervag, um sacerdote de Talos, tentou sabotar 
              o acordo, mas ele não foi páreo para os heróis 
              e, ironicamente, recebeu o golpe final de Gilfein, que diante daquela 
              situação resolveu aceitar o convite para a guerra. 
              Portanto uma trégua temporária fora estabelecida entre 
              Nova Gondyr e Cormyr. Últimas Palavras       Em 
              um quarto bastante aconchegante, sentado a uma mesa e sentindo o 
              calor acolhedor da lareira, estava Khelben Arunsun em seu refúgio 
              criado magicamente. Naquele momento, para os leigos, ele se encontrava 
              em um mundo distante. Para os mais eruditos, o arquimago se encontrava 
              em outro Plano de existência. Em cima da mesa repousava o 
              Dodecaedro Definitivo, um poderosíssimo artefato criado pelo 
              Rei Lich Larloch, que o entregou a Khelben quando este adentrou 
              seu covil. Segundo ele, o artefato, ao ser acionado, pode atrair 
              e aprisionar todos os phaerimns no mundo de Abeir-Toril para dentro 
              de um imenso campo de força por horas. Lá eles ficarão 
              lacrados e não poderão usar seus dotes de absorver 
              magia e sugar vida. Deste modo o interior deste campo seria um local 
              perfeito para a batalha definitiva contra as aberrações. 
              Contudo, existe um preço, aquele que souber usar o artefato 
              realizando um ritual de enclausuramento morrerá instantaneamente 
              e nenhum mortal conseguirá lhe devolver a vida.
 Khelben, apesar de tudo ficou 
              com o artefato. O dileto de Mystra não entregaria este fardo 
              a ninguém, sua índole não o permitiria. O arquimago 
              julgou certo se ocultar para que nenhum outro ser tentasse lhe tomar 
              o Dodecaedro Definitivo. Seguro em seu refúgio, ele começou 
              a escrever uma carta. Nos intervalos entre os parágrafos 
              ele vislumbrava as labaredas do fogo da lareira e se recordava de 
              seu passado. A mensagem tinha apenas um objetivo, explicar o porquê 
              de seu sacrifício à sua amada Laeral e pedir perdão 
              por sair da vida dela daquela forma. Talvez Laeral não aceitasse 
              ou compreendesse a decisão do marido, mas era o mínimo 
              que ele podia fazer para alguém que nunca o abandonou, nem 
              mesmo quando se desligou dos Harpistas. O arquimago terminou de 
              escrever a mensagem e aguardou o momento final onde sua vida será 
              consumida.
 Discutindo os Acordos       Situado 
              a alguns quilômetros de Forte Seguro, localizava-se o acampamento 
              do exército cormyriano. Aquele era um posto estratégico 
              para as principais batalhas que ocorriam na tentativa de Cormyr 
              recuperar sua Floresta do Rei, um território rico em fauna 
              e por isto muito cobiçado pela nação rival. 
              A Floresta do Rei abrigava ainda muitas árvores com uma madeira 
              de qualidade impecável, necessária para a construção 
              de armas e de moradias. Portanto, aquele ambiente tornou-se uma 
              grande fonte de matéria-prima para Nova Gondyr. Um pouco 
              afastado do acampamento, foi levantada uma pequena tenda para a 
              realização de uma reunião em que seria estabelecidas 
              as condições de Cormyr e Nova Gondyr para a batalha 
              contra os phaerimns. A mediadora da questão não é 
              outra senão Laeral Arunsun Mão Argêntea, representante 
              do governo de Águas Profundas e naquele momento, de Evereska 
              também. De um lado estava a Regente Alusair Obarskyr, acompanhada 
              por seu protetor, Ájax Felonte, este que nutre um grande 
              sentimento por ela. Do outro se encontrava o General Gilfein, antigo 
              colega de seu atual superior, Vorik Aris. Com ele estava apenas 
              um guarda-costas de sua tropa.
 “Alusair, 
              espero que não seja algum truque para diminuir as fileiras 
              de meu exército.”, disse Gilfein temendo um engodo 
              por parte de Cormyr.
 “Não seja estúpido. 
              A Comitiva da Fé provou a existência de tais monstros. 
              Você ainda não ficou convencido?”
 “Fiquei convencido da 
              existência deles, mas não de sua quantidade. Este poderia 
              ser um excelente plano para minar minhas defesas.”
 “General Gilfein, eu atesto 
              aqui a veracidade do perigo que todos nós corremos com a 
              presença dos phaerimns em Faerûn. No momento estou 
              representando os governos de Águas Profundas e Evereska para 
              formarmos uma aliança no intuito de varrermos este problema 
              o quanto antes.” Afirmou com veemência Laeral.
 “De qualquer forma, se 
              fosse um engodo, meu exército estaria aqui também 
              no campo de batalha. Se não houvesse phaerimns para batalharmos, 
              teria um grande prazer em colocar sua cabeça em cima de uma 
              lança.” Falou Alusair fitando os olhos de Gilfein.
 “Você pode tentar 
              se quiser. Com certeza mandaria seu guarda-costas fazer isso. Eu 
              sinto uma enorme tristeza ao ver o filho de Palas Felonte estar 
              submisso a uma mulher que não tem idéia de sua posição. 
              Acho que Felonte ficaria decepcionado com algo assim.”
 “Não ouse falar 
              nada sobre o meu pai, seu traidor desgraçado! Ou vou esquecer 
              estes termos e atravessar seu coração com meu gládio!”, 
              respondeu Ájax exaltado, prosseguindo “Como uma pessoa 
              imunda como você pode querer me dar lição de 
              moral depois da traição que cometeu? Você era 
              amigo de meu pai e agora se esconde debaixo da asas de Vorik! Acho 
              que ele é que ficaria envergonhado de ter conhecido alguém 
              tão covarde como você!”
 “Eu escolhi o meu lado. 
              Sou general das forças de Nova Gondyr. Estava farto dos desmandos 
              de Myrmeen Lhal, que agora chora pelos cantos pela cidade que perdeu. 
              Você fez o mesmo.”
 “Senhores! Por favor, 
              depois que isso tudo acabar, podem se matar o quanto quiserem, mas 
              agora não é o momento para troca de desaforos. Nós 
              temos uma batalha a ser travada. Se continuarem com esta discussão 
              idiota, não haverão nem Cormyr nem Nova Gondyr para 
              continuar uma guerra!” Exasperou-se Laeral controlando a situação. 
              Com o silêncio dos demais ela continuou “A Regente Alusair 
              afirma que pode conceder cerca de quinze mil homens para a batalha 
              contra os monstros. Você pode contribuir com um número 
              igual?” Perguntou a arquimaga ao General Gilfein.
 “Sim, mas eu preciso de 
              tempo para deslocar tantos soldados assim.”
 “Não sei quanto 
              tempo nós temos, pois os phaerimns irão retomar um 
              ataque a qualquer momento. Acho que um dia é suficiente.”
 “Verei o que posso fazer.”
 “General, eu soube que 
              apesar de estar no lado oposto, você é um homem que 
              cumpre suas promessas. Eu gostaria de uma garantia da sua cooperação.” 
              Pediu Laeral.
 “Eu prometo que farei 
              o possível para mover meu exército o quanto antes, 
              mas espero o mesmo de Cormyr.”
 “Isto está sendo 
              providenciado, em pouco tempo meu exército estará 
              completo.” Afirmou Alusair.
 
 A discussão seguiu com 
              alguns detalhes sobre as táticas que serão aplicadas 
              no objetivo de evitar um derramamento de sangue desnecessário. 
              Laeral falou a respeito de tudo o que sabia sobre os phaerimns e 
              sobre as condições em eles estariam ao ficarem presos 
              dentro do campo de força gerado pelo Dodecaedro Definitivo. 
              Assim eles puderam debater os métodos mais eficazes para 
              sobrepujar as capacidades fantásticas dos monstros. Ao final 
              da reunião, o General Gilfein retirou-se e retornou ao seu 
              acampamento para cumprir sua parte no acordo.
 Um Momento de Reflexões       Ali 
              mesmo no acampamento a Comitiva da Fé aguardava o término 
              da reunião, esperançosos de que o general aceitasse 
              os termos para a batalha. Caso contrário eles teriam grandes 
              problemas no combate contra os phaerimns, pois o número do 
              exército de Cormyr ainda era insuficiente para representar 
              uma ameaça aos terríveis monstros. O mago Kariel mantinha 
              seu tempo ocupado estudando seu tomo de magias para estar preparado 
              para qualquer surpresa indesejável, sua prudência salvou 
              o grupo inúmeras vezes. Mikhail, depois de novamente prestar 
              auxílio aos feridos na última batalha contra o exército 
              de Gilfein, já estava pronto para o momento final. Sua fé 
              na deusa era enorme e sua boa vontade lembrava a de seu mestre Terrapin 
              Treeworm. Sirius estava inquieto, a ansiedade o incomodava, brincava 
              com seus companheiros para que o tempo passasse mais rápido. 
              Limiekli fazia o mesmo, o ranger já era veterano dos campos 
              de batalha na época em que ocupava um posto nos exército 
              do Forte Zhentil. Magnus permanecia apenas concentrado, mantinha 
              uma preocupação muito grande com respeito á 
              questão atual e temia que seus companheiros perecessem, principalmente 
              Bingo, que se tornou um aventureiro talvez por influência 
              do paladino. O halfling estava cabisbaixo, seu comportamento brincalhão 
              e alegre estava ausente naquele momento. Limiekli, percebendo o 
              semblante carregado do pequeno, o argüiu:“Bingo! O que lhe aflige 
              rapaz?”
 “Ah, sei lá. Tenho 
              um pressentimento ruim do que vai acontecer. Vocês não 
              tem medo de morrer nesta guerra?”
 “Eu já estou acostumado 
              Bingo, lutar é algo que sempre faremos se quisermos ter uma 
              vida decente.”
 “Ah, mas mesmo assim. 
              As guerras têm muitas mortes. Além disso a gente pode 
              morrer.”
 “Pequeno, eu também 
              tenho medo. Não devemos nos envergonhar disso. Só 
              não se deixe dominar por ele, senão não poderá 
              ultrapassar os obstáculos da vida.” Aconselhou o amigo 
              paladino.
 “Bingo, todos nós 
              temos o direito de lutar também, para garantir a nossa sobrevivência 
              e a de muitos que dependem de nós.” Acrescentou Sirius.
 “Tenha fé nos deuses, 
              pequenino. Isso tudo depois vai ser apenas um pesadelo.” Disse 
              Mikhail.
 “Lá em Luiren, 
              nós não temos a tradição de ficar fazendo 
              guerras. Espero então que a mãe Yondalla nos proteja.” 
              Completou o halfling.
 
 Ájax 
              se aproximou do grupo vindo da tenda onde fora realizada a reunião 
              e transmitiu as boas notícias.
 “Gilfein aceitou os termos, 
              embora relutante.”
 “Ótimo, um equilíbrio 
              vai ser estabelecido então.” Comentou Magnus.
 “Quando virão os 
              soldados de Nova Gondyr, Ájax?” Perguntou Kariel.
 “Esse é o problema, 
              Gilfein disse apenas que precisa de bastante tempo para deslocar 
              uma grande quantidade de soldados. Espero que aquela víbora 
              cumpra sua promessa ou vai acontecer um massacre e essa terra será 
              banhada em sangue.” Ao dizer isso, Ájax, inconscientemente 
              criou mais temores a Bingo, este que tentava acumular coragem para 
              o momento final. O pequeno, que estava sentado em um barril, esfregou 
              um pé no outro, desceu e afastou-se cabisbaixo dos demais. 
              O herói de Arabel, achando estranho o afastamento repentino 
              do halfling, perguntou “Eu disse alguma coisa errada?”
 “Bingo está com 
              medo de morrer, é sua primeira guerra.” Respondeu Limiekli.
 “Perdoem-me. Eu não 
              sabia das condições do pequeno. Não seria prudente 
              deixá-lo isento da batalha?”
 “De forma alguma, ele 
              tem que aprender a sobreviver.” Opinou Sirius.
 “Eu conversarei com Bingo 
              sobre isso.” Afirmou Magnus.
 “Vim aqui também 
              para perguntar a você Mikhail... os elfos de Evereska virão 
              para a batalha?”
 “Acredito que sim, Ájax, 
              porém eles vão combater os monstros primeiro além 
              das muralhas da Fortaleza Élfica. Depois disso acredito que 
              encontrarão algum modo de chegar aqui.”
 “O fato dos nossos inimigos 
              serem monstros horrorosos como vocês disseram me preocupam. 
              Talvez os soldados fiquem atemorizados...eles estão acostumados 
              a lutarem contra homens ou goblinóides e não estas 
              bestas.” Comentou o anão Windolfin.
 “Tenha fé em minha 
              mãe e nos dragões púrpuras. Se os dragões 
              não os assustam, não será um verme gigante 
              de quatro braços que o fará.” Disse Ájax 
              veementemente referindo a deusa Tymora.
 
 Bem próximo dos heróis 
              alguém invisível e escondido nos arbustos espreitava 
              o grupo. Era uma pessoa muito amargurada. Ele escutou cada palavra 
              do diálogo e então pensou em um plano para executar 
              seu intento, que até aquele momento era um mistério. 
              Se tiver sucesso, talvez assim poderia redimir seus erros. Vendo 
              o halfling se afastar de seus companheiros, ele o seguiu.
 Os Dragões Guerreiam       Evereska, 
              um lar dos elfos erguido há muitos milênios atrás. 
              Nas últimas semanas esta fortaleza teve sua existência 
              ameaçada pelos phaerimns. Os monstros desejam a força 
              do mythal élfico presente em abundância na cidade como 
              se fosse o último alimento que vão devorar. Os habitantes 
              elfos estão mobilizados para um ataque relâmpago por 
              parte dos monstros e seus novos aliados, os dragões. O lendário 
              Coronal de Arcorar, Eltargrim Irythil, acompanhado pela Comitiva 
              da Fé, foi às Montanhas da Espada para falar com um 
              antigo dragão dourado. Eles obtiveram êxito na missão 
              e conseguiram um acordo com Palandarusk, que prometeu cuidar dos 
              dragões hostis caso estes quisessem atacar Evereska.
 Há quase três dias 
              atrás, Eltargrim, com a autorização dos Anciões 
              da Colina, enviou as tropas de Águas Profundas e uma parte 
              do exército de Evereska para Cormyr. O Coronal e o arquimago 
              Khelben Arunsun tinham um plano em mente: reunir o maior exército 
              possível de aliados a um determinado local que seria o campo 
              de batalha e acionar o Dodecaedro Definitvo. O artefato poderia 
              criar um campo imenso de força e transportar todos os phaerimns 
              do mundo para aquele local e assim a ameaça poderia ser sanada 
              para sempre. Por isso, Aubric Nihmedu e Brian Mestre das Espadas, 
              ambos liderando seus exércitos, teriam de chegar o mais rápido 
              possível a Cormyr para se juntarem aos aliados no embate 
              final. Houvera muita relutância por parte de Aubric e de alguns 
              nobres das casas élficas em enviar prematuramente uma quantidade 
              tão grande de soldados para fora da cidade, pois não 
              mantinham a mesma fé que o Coronal na promessa de Palandarusk 
              em cooperar no conflito. No entanto, Eltargrim não era lendário 
              à toa, ele sabia que se não derrotassem os monstros 
              o quanto antes, um processo de extinção dos humanóides 
              em Faerûn se iniciaria.
 
 O Coronal e alguns generais 
              de Evereska estavam no Parlamento Élfico elaborando estratégias 
              para adquirir vantagem sobre o inimigo quando um soldado entrou 
              na sala informando.
 “Coronal Eltargrim! O 
              arquimago Elros descobriu alguma coisa!”
 
 Imediatamente todos eles se 
              dirigiram a uma sala onde Elros, um arcano dotado de conhecimentos 
              profundos na vidência, mantinha-se concentrado em uma pequena 
              piscina. Os elfos puderam vislumbrar uma quantidade terrível 
              de dragões e phaerimns se deslocando rumo à Evereska. 
              “Reúnam todas as tropas! Preparem-se para um ataque 
              imediato!” Ordenou Eltargrim aos generais que saíram 
              em disparada. Após isso, ele usou um feitiço para 
              teletransportar-se ao quartel general dos Espadas de Evereska. “Vocês 
              todos! Preparem-se para um ataque imediato! Mobilizem todos os soldados!” 
              disse ele para a elite dos soldados da Fortaleza Élfica, 
              que naquele momento estavam sob os cuidados de Nagon, o braço 
              direito de Aubric Nihmedu, o líder da tropa.
 
 Em questão de segundos 
              todos os setores do exército élfico foram avisados 
              do perigo iminente que corriam. Tudo isso graça ao nível 
              invejável da organização daquele povo, somado 
              aos seus poderosos sortilégios, recurso este que poucas nações 
              possuíam. Os heróis Storm Mão Argêntea, 
              Dove Garra de Falcão e Florin Garra de Falcão também 
              se mobilizaram, já estavam alertas quanto ao ataque phaerimm. 
              Quando todos já estavam a postos e esperando um ataque vindo 
              dos céus, um portal se abriu há alguns metros à 
              frente dos portões de Evereska revelando vários phaerimns 
              que saíram já conjurando seus feitiços fatais, 
              ceifando assim a vidas de alguns soldados que foram pegos de surpresa. 
              Entretanto, os capitães recompuseram as frentes de batalhas 
              e iniciaram a retaliação orquestrada pelos líderes. 
              Uma nuvem de flechas mágicas veio de encontro aos monstros 
              que pouco puderam fazer contra os projéteis. A maioria da 
              primeira leva de phaerimns foi dizimada em instantes. Aproveitando 
              o pequeno momento de vantagem, os magos conjuraram uma série 
              de feitiços que trouxeram várias criaturas celestiais 
              para combater os monstros. Os sacerdotes fizeram orações 
              ao seu panteão que os concedeu bênçãos 
              aos guerreiros e invocou tempestades para afugentarem os inimigos. 
              Na vanguarda da batalha, Storm, Dove e Florin destroçavam 
              os phaerimns que tentavam se aproximar dos arcanos elfos tentando 
              sabotar a estratégia.
 
 Outros portais foram sendo abertos, 
              e a medida em que chegavam, os phaerimns iam protegendo os outros 
              de sua espécie formando um bloco que invocava mais feitiços 
              de proteção impedindo assim novas baixas. Eltargrim 
              surgiu no meio de um grupo dos monstros, que estáticos por 
              não imaginarem que alguém teria tal audácia, 
              não puderam se defender de Ar’Kor’Kerym, a lâmina 
              encantada do Coronal. Ele se movimentou com tanta velocidade, força 
              e graça que foram suficientes apenas alguns segundos para 
              que o elfo esquartejasse alguns phaerimns ao seu redor. Depois da 
              série de golpes mortíferos, ele invocou feitiços 
              destruidores contra aqueles monstros, que não conseguiram 
              se virar a tempo para absorver a energia mágica dos mesmos. 
              Apenas cinzas ficaram no local.
 
 A batalha estava equilibrada, 
              porém era apenas uma questão de tempo até que 
              os seres devoradores de magia suplantassem o poderio do exército 
              élfico. Poucos segundos depois surgiram sombras no chão 
              revelando que algo se aproximava pelo céu. Aqueles que olharam 
              para cima tremeram com a visão de répteis alados gigantes 
              que vinham em rasante com suas enormes presas à mostra. Não 
              havia dúvidas de que os dragões hostis, novos aliados 
              dos phaerimns, chegaram para auxiliar os monstros e tomar Evereska. 
              Eram em quantidade considerável, e entre eles estava um dragão 
              vermelho de proporções fantásticas, ele parecia 
              comandar os demais. Ele representava um dos terrores de Faerûn. 
              Segundo algumas lendas, seu nome era Klauth o dragão do norte, 
              mas também era conhecido por Mo'Ha'Dur, e ele estava faminto. 
              Ordenou a todos os dragões que atacassem os elfos.
 
 Um dos répteis já 
              estava prestes a jorrar seu fogo fatal em uma fileira de soldados. 
              Mas quando tudo parecia perdido, um outro, mas de escamas prateadas 
              surgiu de repente e rasgou-lhe as duas asas fazendo o dragão 
              vermelho chocar-se contra a muralha. Os soldados deram o golpe de 
              misericórdia estocando lanças em seu dorso. Ao verem 
              uma revoada de dragões dourados e prateados, os elfos ficaram 
              contentes e gritaram brados de guerra. Entre os recém chegados 
              destacava-se o gigantesco Palandarusk, o ancião dourado.
 
 De um lado, Klauth liderando 
              os dragões hostis. Do outro Palandarusk e seus dragões 
              dourados e prateados. Ambos os lados, com exceção 
              de seus líderes, foram de encontro um do outro em alta velocidade, 
              chocando-se e desferindo golpes mortíferos com suas garras 
              afiadas. Alguns deles pereceram de imediato àquela colisão 
              sangrenta, caindo nos arredores da Fortaleza Élfica. Um jovem 
              dragão prateado, que estava sendo perseguido por um dragão 
              negro maior, fez uma série de manobras entre os edifícios 
              de Evereska e driblou o adversário e logo depois disparou 
              um jato de ar frio que deixou o réptil negro atordoado. Em 
              outra parte, dois dragões azuis seguravam as asas de um dourado, 
              eles puxaram-na até partir. Mesmo sentindo uma dor lancinante, 
              o dragão conjurou um feitiço que o permitiu voar sem 
              o auxílio de suas asas que foram destroçadas. Um dragão 
              prateado de idade avançada duelava com outro de cor vermelha 
              invocando feitiços e ao mesmo tempo se esquivava de outros 
              menores que tentavam sabotar seus sortilégios.
 
 Os líderes, depois de 
              instantes analisando o sucesso de seus inferiores, aproximaram-se 
              para se comunicar. Eram duas criaturas de incrível estatura, 
              da cauda até a cabeça ultrapassavam sessenta metros.
 “Me surpreende o fato 
              de você sair de sua toca Palandarusk! Esqueceu do acordo que 
              existe entre nossa raça?” Disse Klauth em tom irônico 
              com sua voz gutural.
 “Não esqueci, mas 
              um compromisso maior e imediato me trouxe aqui, Klauth. Parta com 
              seus asseclas e não haverá derramamento de sangue.”
 “Hah, hah, hah! Você 
              me diverte Palandarusk! Não vim aqui para voltar de patas 
              vazias. Esse território é nosso! Junte-se a mim! Expulsaremos 
              os humanóides de nossas florestas e então podemos 
              iniciar uma nova era para os dragões!”
 “Nós já 
              temos as nossas próprias terras, Klauth. E eu tenho um antigo 
              pacto a cumprir. Você está no meu caminho. Se não 
              recuar, perceberá a extensão de minhas capacidades!”
 “Buahahahaha!” Gargalhou 
              Kaluth, “Eu sou o mais poderoso dragão de Abeir-Toril, 
              e você é apenas um velho, Palandarusk! Se quiser pôr 
              um fim aos milênios de sua existência então guerreie 
              comigo!”
 
 Normalmente em uma situação 
              como essa, os dragões disparariam seus jatos de fogo para 
              dizimar o oponente, contudo ambos eram dotados da mesma habilidade, 
              assim o fogo seria inútil para machucá-los. Klauth, 
              como sempre fez, foi o primeiro a atacar. Ele invocou um poderoso 
              feitiço que gerou um grito ensurdecedor, esse feitiço 
              poderia aniquilar os mais poderosos heróis, mas Palandarusk 
              era um ancião e desvencilhou-se facilmente do encantamento. 
              Como contra golpe, o ancião dourado invocou um redemoinho, 
              feitiço desenvolvido por ele, que foi projetado para se chocar 
              contra Klauth. Entretanto o dragão vermelho recebeu apenas 
              parte do impacto preservando sua postura de combate. Decidido a 
              terminar a luta de uma só vez, Klauth conjurou outro feitiço 
              visando eliminar Palandarusk. Apontou o dedo para o ser dourado 
              e disparou um raio, mas ele novamente escapou do sortilégio 
              e surpreendentemente ficou imaterial e quase invisível aos 
              olhos de Klauth. “Que técnica interessante, velho! 
              Embora seja inútil contra mim!”, Klauth então 
              desferiu um potente golpe com sua garra no corpo do ancião 
              dourado, porém pouco feriu a carne do adversário, 
              que naquele estado estava mais protegido. Este, por sua vez também 
              atacou e empregou outra surpresa a Klauth. Ele desferiu um golpe 
              com as garras, estas em estado espectral, que fez o dragão 
              vermelho ficar hesitante. Palandarusk aproveitou e investiu contra 
              o adversário dando-lhe uma seqüência de golpes 
              severos e o deixou bastante ferido. “Muito bem, Palandarusk! 
              Eu não recebo golpes assim há muito tempo. Mas isso 
              não é suficiente pra me derrotar.”, disse Klauth, 
              prendendo a atenção do ancião dourado enquanto 
              sinalizava para dois outros dragões, um negro e outro azul, 
              para que ambos segurassem Palandarusk. O intento deu certo, quando 
              o dragão dourado percebeu a armadilha já era tarde 
              demais. Klauth gargalhou e avançou em grande velocidade, 
              desejava ele estraçalhar o corpo de seu rival. Porém 
              algo aconteceu, o dragão negro, que segurava a pata direita 
              de Palandarusk, a largou repentinamente e caiu, com um enorme ferimento 
              nas costas. De trás dele surgiu Eltargrim voando. Em sua 
              Ar’Kor’Kerym escorria o sangue da fera negra.
 
 “Quem 
              se intromete em uma batalha de dragões?” Perguntou 
              Klauth indignado.
 “Sou o Coronal Eltargrim 
              e percebi que você não estava sendo honrado na disputa, 
              então resolvi intervir.”
 “Klauth, como pode perceber, 
              seu exército está em desvantagem. Recue e não 
              arrancarei suas escamas!” Deu o ultimato o ancião dourado.
 “Não pense que 
              as coisas vão terminar tão fácil assim Palandarusk! 
              O Pacto entre os dragões agora ficou bem mais frágil, 
              pode ter certeza disso!” Disse Klauth se afastando. O grande 
              dragão vermelho fez um sinal de retirada para os seus asseclas 
              que um a um foram abandonando a luta. Os phaerimns ficaram surpresos 
              com aquele fato, mas já estavam engajados no combate e continuaram 
              lutando.
 
 “Palandarusk, 
              agradeço em nome do povo élfico a sua contribuição.”
 “Não me agradeça, 
              um problema temporário pode ter sido sanado, porém 
              o futuro reserva um outro talvez bem pior que esse. Uma nova era 
              de guerras pode ter se iniciado hoje. Adeus Coronal, que os deuses 
              os acompanhem neste embate.” O ancião bateu suas enormes 
              asas e ordenou que seus semelhantes o acompanhassem de volta às 
              Montanhas da Espada, após recolherem seus irmãos que 
              tombaram em batalha. Assim seus corpos não seriam profanados 
              e terão um funeral digno.
 
 Eltargrim, analisando a situação 
              em forma bem ampla, voou até os arquimagos elfos dizendo.
 “Preparem os portais imediatamente! 
              Encaminhem os regimentos através deles!”
 “Mas senhor, o nosso exército 
              vai enfraquecer bastante, os monstros podem atravessar os portões 
              a qualquer momento!”
 “Não! Isso não 
              vai adiantar nada se não os destruirmos por completo. Khelben 
              e os outros exércitos estão esperando nossa parte 
              ser concluída. Executem as minhas ordens! Agora!”
 
 Os arquimagos, percebendo a 
              veemência nas palavras de Eltargrim, proferiram palavras em 
              dracônico e conjuraram alguns portais mágicos. Os capitães, 
              já instruídos pelo Coronal, organizaram seus soldados 
              em fileiras. Rapidamente eles o adentraram.
 
 “Storm! 
              Dove! Florin! Acompanhem os arquimagos! Vão para Cormyr, 
              vocês serão necessários lá!”
 “Coronal, não sei 
              se as tropas agüentarão por muito tempo!” Alertou 
              Storm se referindo aos soldados em meio aos quais combatia.
 “Vão! Eu ficarei 
              aqui resistindo. A batalha principal não é aqui.” 
              Os heróis então demoraram alguns segundos até 
              chegarem nos arquimagos que também providenciaram um portal 
              ao qual eles passaram.
 
 Eltargrim assumiu a posição 
              original dos heróis defendendo a entrada da Fortaleza Élfica 
              com todas as suas forças junto com suas tropas que esperavam 
              pelo sucesso dos aliados em Cormyr, principalmente pelo êxito 
              de Khelben Arunsun.
 A Busca Pela Redenção       No 
              acampamento do exército de Cormyr já era outro dia 
              e a tensão era muito grande. Eles aguardavam notícias 
              de Evereska e de Khelben Arunsun, que até aquele momento 
              não estava presente. Laeral, vez ou outra, tranqüilizava 
              a Regente Alusair, que, preocupada com a situação, 
              pensava em abortar o plano. Esse pensamento era reforçado 
              pela ausência das tropas de Gilfein, que também não 
              se encontravam no local combinado. A filha do lendário Rei 
              Azoun IV, por estar em uma posição delicada no reinado 
              de Cormyr, enfrentava ameaças de conspiração 
              por parte de aliados. Por isso era normal que desenvolvesse uma 
              paranóia durante estes conflitos de guerra.
 Em outra parte do acampamento, 
              a Comitiva da Fé também se encontrava tensa e ansiosa 
              pelo momento final. Magnus olhava de um lado pro outro procurando 
              seu amigo inseparável, Bingo Playamundo. O halfling estava 
              muito inquieto naquela manhã, pois ele temia que coisas muito 
              ruins pudessem acontecer.
 “Alguém viu Bingo?” 
              Perguntou o paladino para os seus companheiros que juntos, esperavam 
              pela batalha.
 “Depois que ele se afastou 
              eu não o vi mais.” Respondeu Limiekli.
 “Eu estou aqui, saí 
              para pensar um pouco.” Respondeu o pequeno chegando com um 
              semblante carregado.
 “Você está 
              bem Bingo? Parece abatido.”
 “Eu estou bem Magnus.”
 “Vai participar da batalha?” 
              Argüiu Limiekli.
 “Sim, os procedimentos 
              serão executados.”
 Por um momento Magnus pensou 
              “Os procedimentos serão executados? Bingo está 
              muito estranho...ficarei de olho nele durante o combate.”
 
 A conversa iria reiniciar, não 
              fosse um fato que chamou a atenção do grupo. Vários 
              soldados cormyrianos que começaram a correr em uma direção 
              armados. A Comitiva já pensara que os phaerimns já 
              estavam à vista, mas o motivo para tanto alvoroço 
              era a chegada dos dois exércitos enviados por Khelben e Eltargrim. 
              Aubric, com um grande número de soldados elfos de Evereska, 
              e Brian Mestre das Espadas, com a maior parte das tropas de Águas 
              Profundas. Juntos, os dois exércitos eram compostos por pouco 
              mais de nove mil homens.
 
 “Quem 
              representa a autoridade aqui?” Perguntou Aubric aos soldados 
              de Cormyr.
 “Pode falar comigo, sou 
              Ájax Felonte.”
 “Atestamos aqui a nossa 
              vinda com homens para a batalha. Esperamos mais instruções 
              de nosso posicionamento no combate.” Disse Brian Mestre das 
              Espadas que estava acompanhando Aubric Nihmedu.
 “Me acompanhem, a Regente 
              deseja lhes falar.” Assim Ájax se dirigiu à 
              tenda real e levou consigo os dois líderes recém chegados. 
              Mas no caminho, Aubric encontrou Mikhail. O conterrâneo veio 
              até ele perguntando:
 “Aubric, como estão 
              as coisas em Evereska?”
 “Até onde eu sei, 
              estavam esperando pelo ataque phaerimm e dos dragões. Faz 
              três dias que eu e Brian saímos de lá. Mikhail, 
              você viu meu irmão Galaeron? Há dias não 
              o vejo...ele desapareceu.”
 “Não, eu não 
              o vi. A última vez que falei com ele foi antes de chegarmos 
              à Cormyr.”
 “Espero que ele esteja 
              bem. Ele ainda se culpa por tudo o que aconteceu.” Aubric 
              então entrou na tenda junto com Brian e Ájax para 
              falar com a Regente.
 
 Na audiência com Alusair, 
              os dois líderes transmitiram todos os agradecimentos vindos 
              do governo de Evereska e dos líderes Eltargrim e Khelben, 
              que estabeleceram algumas instruções do posicionamento 
              dos exércitos no campo de batalha. As tropas não poderiam 
              ficar muito juntas, pois os monstros poderiam conjurar feitiços 
              de destruição em massa. Terminada a audiência, 
              os três comandantes, Ájax, Aubric e Brian, saíram 
              para transmitir as últimas instruções aos seus 
              soldados.
 
 Quase uma hora se passou, e 
              então uma nova movimentação brusca dos soldados 
              locais aconteceu. Desta vez, portais mágicos surgiram de 
              repente dentro do acampamento. Deles saíram centenas de soldados 
              élficos de Evereska, um deles gritou ao sair “Preparem-se! 
              Preparem-se! Os phaerimns já começaram o ataque!”. 
              Rapidamente a informação foi passada a todos, principalmente 
              para Laeral que de imediato, contactou seu marido. Este que estava 
              escondido em outro plano de existência.
 
 Na Comitiva, Limiekli e Sirius 
              vestiram armaduras mais resistentes que as que eles costumavam usar. 
              “Durante a batalha, vamos ficar todos juntos.” Aconselhou 
              Sirius. Porém, naquele mesmo instante o pequeno Bingo saiu 
              em disparada até o local do combate.
 “Bingo! Espere pequeno!” 
              Gritou Magnus inutilmente. O halfling não o deu ouvidos.
 
 No meio de um imenso campo estava 
              Laeral Arunsun Mão Argêntea. Ao redor, mas bem afastados, 
              se encontravam centenas de fileiras de soldados dos exércitos 
              cormyrianos, evereskanos e de Águas Profundas. Todos eles 
              estavam organizados e guiados por vários capitães 
              esperando o início da batalha. De repente, por meios místicos, 
              surgiu o arquimago Khelben Arunsun ao lado de sua esposa.
 “Querido, o momento chegou. 
              Você está pronto?”
 “Sim... sim querida.” 
              Respondeu com muito desânimo Khelben segurando o Dodecaedro 
              Definitivo embrulhado em um pano.
 “Khelben querido, o que 
              há com você? Parece muito abatido.”
 “Não... não 
              é nada, só estou preocupado, só isso.” 
              Apesar da resposta, Laeral não ficou muito convencida, pois 
              sabia que, mesmo em momentos críticos, seu marido sempre 
              se mantinha frio e firme. Diferente do comportamento atual.
 
 A Comitiva da Fé estava 
              pronta. Rapidamente se aproximaram do campo onde haveria a batalha. 
              Local que serviu também de palco para o último combate 
              a poucos dias, do exército de Cormyr contra as forças 
              de Gilfein. Junto ao grupo estava Galtan o cavaleiro de Águas 
              Profundas com sua bonita armadura e montando um cavalo de guerra. 
              Magnus avistou a bela Storm Mão Argêntea junto a Dove 
              e Florin Garra de Falcão. Aproximou-se para ter com a barda 
              do Vale das Sombras.
 “Storm, não sabia 
              que tinha chegado. Como foram as coisas em Evereska?”
 “Os phaerimns estão 
              atacando a cidade. Eles vieram com seus aliados dragões mas, 
              como havia prometido, Palandarusk e os outros dragões os 
              combateram. Nós estávamos protegendo o portão 
              principal mas Eltargrim nos mandou aqui.”
 “Não preciso dizer 
              que meu maior desejo era de lutar ao seu lado, mas estou muito preocupado 
              com meus companheiros. Sobretudo Bingo, que nestes últimos 
              dias parece estar abalado com a situação.” Afirmou 
              o paladino.
 “Proteja-os, eu ficarei 
              bem. Lutarei com Dove e Florin.”
 “Você viu Bingo 
              por aí?”
 “Desde que cheguei não... 
              Espere! Olha ele ali!” Falou a barda apontando para frente. 
              Além deles, a Comitiva também avistou o pequeno correndo 
              entre os soldados freneticamente. Gritaram o nome do pequeno em 
              vão, pois ele os ignorou. Bingo estava correndo em direção 
              a Khelben. Ao chegar, disse:
 “Senhor Khelben! Senhor 
              Khelben!”
 “Bingo? O que está 
              fazendo aqui?” Perguntou o arquimago que, assim como sua esposa, 
              estavam bastante surpresos em ver o halfling surgir daquela maneira.
 “Eu preciso avisar o senhor...” 
              Quando já estava a uns três metros de Khelben, Bingo, 
              inusitadamente começou a proferir palavras arcanas e realizar 
              gesticulações. Khelben, Laeral e alguns heróis 
              que estavam por perto arregalaram os olhos em espanto. Porém 
              já era tarde demais, o halfling invocou um feitiço 
              no Dodecaedro que fez Khelben e Laeral serem repelidos pelo mesmo. 
              Eles foram arremessados a poucos metros de distância. Simultaneamente, 
              um outro feitiço que estava latente em Bingo também 
              fora acionado e um campo de força invisível ergueu-se 
              ao redor dele protegendo-o. O pequeno se aproximou do Dodecaedro 
              e o pegou. Naquele instante a imagem de Bingo modificou-se, e de 
              um gentil halfling surgiu a figura de um elfo, Galaeron Nihmedu. 
              A farsa desfez-se.
 
 “Galaeron! 
              O que você está fazendo?” Perguntou o irmão 
              Aubric correndo em sua direção.
 “Galaeron, o que pretende? 
              Este artefato é perigoso, você não vai saber 
              usá-lo!” Alertou Khelben levantando-se do tombo que 
              tomara.
 Galaeron olhou para todos que 
              estavam ali e para seu irmão. Ele estava com uma aparência 
              horrível, em sua face estava a expressão da dor que 
              sentia em seu peito. “Não Khelben! Você não 
              merece perecer! Eu tenho que fazer isso! Eu executarei o rito de 
              enclausuramento!”
 “Khelben, o que ele está 
              querendo dizer?” Perguntou Laeral intrigada.
 
 Há poucas semanas atrás, 
              Galaeron Nihmedu, um arquimago de Evereska fora designado por seu 
              governo a investigar flutuações mágicas que 
              estavam ocorrendo nas Montanhas da Boca do Deserto, um local que 
              ficava na periferia do deserto de Anauroch. Ao chegar lá, 
              ele se deparou com um grupo de aventureiros que buscava o paradeiro 
              de uma bruxa chamada Gothyl. Apesar de algumas diferenças, 
              Galaeron acompanhou o grupo na exploração de uma caverna 
              que poderia ser o possível covil de algo que procurava. Descobriram 
              eles que Gothyl estava usando um item mágico chamado O Globo 
              das Almas Perdidas para furar uma estranha barreira feita de energia 
              negra nas profundezas daquela caverna. Galaeron, ignorando a tudo 
              e a todos, entrou em combate com a bruxa. A ondulação 
              de sua magia chocou-se com a ondulação negra produzida 
              por Gothyl, que há algum tempo havia se transformado em uma 
              arqui-vulta com a ajuda de Melegaunt Tanthul, de modo que foi gerada 
              uma explosão no véu da magia. Uma onda de choque produzida 
              pela explosão destruiu o campo de força negro e dele 
              saíram milhares de phaerimns. Após sair de um coma, 
              Galaeron levou a Comitiva da Fé e Melegaunt Tanthul para 
              Evereska a fim de que pudessem ajudar contra a nova ameaça 
              que surgiu para os reinos. Contudo, Melegaunt os traiu e com a ajuda 
              de Gothyl, Obscura, a cidade flutuante dos vultos, retornou do Plano 
              das Sombras. De lá para cá os phaerimns tentaram invadir 
              Evereska diversas vezes para sugar o poderoso mythal élfico. 
              Os monstros conseguiram parcialmente fazê-lo, porém 
              o mythal fora restaurado e continuou resistindo contra a invasão. 
              Até agora, Evereska pagou um grande preço por isso, 
              pois milhares entre seu povo morreram, sacrificando-se para que 
              os phaerimns não tomassem a cidade. Num certo dia, o arquimago 
              Khelben Arunsun, um dos líderes da resistência, retornou 
              de uma viagem muito perigosa em algum lugar da Costa da Espada. 
              Ele fora transportado magicamente até sua tenda no acampamento 
              nos arredores de Evereska. Ele tinha chegado muito ferido e Laeral 
              e Galaeron o acudiram, mas Khelben pediu que ficasse a sós 
              com sua esposa. Galaeron percebeu que Khelben portava um objeto 
              embrulhado em um pano. Ele saiu da tenda mas, curioso, invocou alguns 
              feitiços para tentar descobrir o que era aquilo. Após 
              uma rápida sondagem, ele percebeu que se tratava de um mythalar, 
              uma poderosa fonte de pura magia. Ouvindo a conversa de Khelben 
              e Laeral, Galaeron deduziu que um rito de enclausuramento, um processo 
              mágico para aprisionar vários seres poderosos, feito 
              com um mythalar poderia destruir o usuário, pois consumiria 
              sua vida também. Khelben conseguiu convencer sua esposa de 
              que nada sofreria, mas Galaeron fez uma pesquisa e constatou que 
              certamente Khelben seria destruído no processo de uso do 
              artefato. O elfo desde então tem acompanhado os passos do 
              arquimago de Águas Profundas para tomar para si o artefato 
              e assim impedir que Khelben morresse. E este dia finalmente chegou.
 
 “Meu 
              irmão! Por favor, devolva o artefato a Khelben! Ele saberá 
              o que fazer!” Implorou Aubric.
 “Não... Não 
              Aubric! Você não sabe o que diz.Se Khelben usar isso 
              ele morrerá. Quem merece morrer sou eu! Ninguém pode 
              me tirar esse direito!”
 “Khelben, o que ele está 
              dizendo é verdade?” Perguntou Laeral, fazendo um olhar 
              severo para o marido. Ele apenas virou o rosto. Estava envergonhado. 
              Não queria encará-la naquele momento.
 “Galaeron, devolva o artefato! 
              Tudo vai acabar bem, acredite!” Suplicou mais uma vez Aubric.
 “Aubric, eu não 
              consigo parar de escutar os gritos de nossos semelhantes. Eu não 
              consigo parar de pensar em quantas pessoas morreram por minha causa. 
              Se eu não fosse tão arrogante, os phaerimns não 
              seriam libertados e tudo estaria bem. Essa é minha única 
              chance de consertar a tolice que fiz.” Confessou Galaeron 
              chorando.
 Perto dali, a Comitiva da Fé 
              escutava cada palavra do elfo. Mikhail, seu semelhante, entristeceu-se 
              com tamanho sofrimento. Mas Kariel, tentando impedir uma tragédia, 
              disse “Eu posso passar por aquele campo de força. Com 
              um pouco de sorte posso tomar o artefato das mãos de Galaeron.”
 “Você vai destruir 
              a única oportunidade que ele tem para redimir seus erros 
              e assim poder se encontrar com os deuses elfos?” Perguntou 
              Sirius para Kariel. O elfo calou-se. Sabia que seu companheiro tinha 
              razão. Galaeron podia redimir-se e então ser aceito 
              em Arvandor.
 
 Galaeron começou a proferir 
              palavras em língua arcana e fez alguns movimentos se concentrando 
              na energia do artefato. “Não Galaeron!” gritou 
              novamente o irmão em vão. Brian aproximou-se de Aubric 
              e o segurou para que ele não tentasse ir de encontro ao campo 
              de energia do irmão. Após poucos segundos, Galaeron 
              terminou o ritual. “O quê? Nada aconteceu! Não 
              pode ser!” desesperou-se o elfo. “Maldição! 
              Será tudo isso não passou de um embuste? Maldito Larloch!” 
              pensou Khelben ao perceber que nada acontecera com o artefato. Entretanto, 
              Galaeron começou a sentir uma dor que o fez contorcer-se. 
              Era algo que o queimava por dentro. Sua pele começou a ser 
              derretida em todas as partes de modo que alguns perceberam seus 
              músculos por debaixo dela. Depois de consumida toda a pele, 
              os músculos foram os próximos, revelando tendões, 
              veias e nervos. O elfo proferiu gritos tenebrosos ao sentir todo 
              seu corpo ser consumido daquele jeito. Sua voz calou-se quando seus 
              órgãos foram consumidos como se tivessem sido banhados 
              em ácido. E por último, seus ossos viraram pó. 
              Seus restos se transformaram em uma energia que foi atraída 
              para dentro do Dodecaedro que estava ao chão. Depois de absorver 
              toda a energia, o artefato fez um brilho ofuscante e dele saiu um 
              espesso raio que foi até os céus. Lá, o limiar 
              do raio criou um sifão de energia que criou um gigantesco 
              campo de força em forma de uma cúpula do tamanho de 
              uma cidade. Deste mesmo limiar, um redemoinho de energia, virado 
              para baixo começou a ‘cuspir’ um véu negro 
              formado por pontos. Ao longe parecia ser um enxame de insetos, mas 
              quando as partículas se aproximaram dos exércitos, 
              um calafrio percorreu o corpo de todos presentes. Eram phaerimns, 
              milhares deles. Foram atraídos magicamente de várias 
              partes de Faerûn e ali agora estavam todos eles, sem exceção. 
              Após isso tudo, o Dodecaedro Definitivo foi reduzido a cinzas.
 O Início do Clímax       Milhares 
              de monstros horrendos de quatros braços e uma grande boca 
              vieram como se fossem abelhas. Espalharam-se como insetos entre 
              os exércitos aliados e os atacaram com encantamentos mortíferos. 
              Esferas em chamas explodiram levando ao chão vários 
              soldados de Cormyr. Em outra parte uma guarnição de 
              elfos era afligida por feitiços que geraram um frio congelante. 
              Esferas de energia e setas causticantes eram disparadas em grande 
              quantidade em direção aos humanos de Águas 
              Profundas e de Cormyr, que tentavam se aproximar para cravar suas 
              lâminas nos monstros. Um mago de guerra cormyriano também 
              disparou seus feitiços como um teste para saber como os inimigos 
              iriam reagir e teve êxito, pois o phaerimm tentou absorver 
              a energia mágica e fracassou. O campo de força gerado 
              pelo Dodecaedro impedia que os phaerimns saíssem da prisão 
              e mantivessem seu recurso de absorver magias.
 Entre os heróis, o combate 
              era mais equilibrado, pois os aventureiros já tinham os enfrentado 
              antes e não seriam alvos fáceis desta vez. Ájax, 
              o herói da tomada Arabel e filho de Tymora, nunca havia enfrentado 
              um phaerimm antes, porém isso não foi empecilho para 
              que o grande guerreiro se aproximasse com extrema velocidade e perfurasse 
              por várias vezes o corpo do monstro procurando por um coração 
              a ser rasgado. Ele, em seus movimentos graciosos e quase felinos, 
              esquartejava-os com seu afiadíssimo gládio, o qual 
              foi dado de presente por sua mãe. A alguns metros dali, o 
              paladino William Magnus e o elfo Mikhail Velian, crédulo 
              na deusa Mystra, combatiam os phaerimns combinando suas forças. 
              Magnus triturava os monstros com poderosos golpes de sua Vigilante 
              Sagrada, uma linda espada, presente de seu deus Helm, que fundiu 
              a lendária Hadryllis e a Chama do Norte criando assim uma 
              poderosíssima arma para o seu devoto paladino. Mikhail aplicava 
              golpes devastadores com seu Destruidor de Tempestades, um martelo 
              mágico presenteado por um sacerdote de Moradin. O elfo também 
              auxiliava seu companheiro e os soldados cormyrianos com as preces 
              concedidas por Mystra que os protegiam do perigo. Kariel lançou 
              vários de seus feitiços destrutivos e depois invocou 
              um em si mesmo aumentando sua estatura. Dessa forma, empunhando 
              sua espada Goliath, uma arma sagrada de seu reino natal, Kand, desferiu 
              potentes golpes na carne dos monstros que via pela frente. Sirius 
              e Limiekli, junto com mais alguns soldados, combinavam seus ataques 
              de modo a deixar o monstro bastante ocupado e ao mesmo tempo rasgavam 
              a carne da criatura em vários lugares. Storm, Dove e Florin 
              eram implacáveis no campo de batalha. Suas ações 
              faziam jus às lendas vivas que eram. Os phaerimns não 
              se mostravam páreos frente a esses heróis. Khelben 
              e Laeral invocaram seus feitiços mais poderosos visando dizimar 
              uma quantidade de phaerimns em pouco tempo. Brian, o “Mestre 
              das Espadas”, e o Cavaleiro Galtan lideravam alguns soldados 
              empregando táticas eficientes de retaliação 
              contra as criaturas. Embora os heróis representassem um grande 
              peso na batalha, não seria suficiente sobrepor a quantidade 
              enorme de monstros que chegava a cerca de seis mil phaerimns.
 
 Tinham se passado apenas poucos 
              minutos desde o início do combate quando, de trás 
              de um pequena colina, surgiu finalmente o exército do General 
              Gilfein com seus goblinóides e alguns humanos. Nova Gondyr, 
              a partir daquele momento, tomou parte da batalha e com a presença 
              do próprio Gilfein que veio em rápido galope com seu 
              cavalo de batalha e, empunhando uma lança, trespassou um 
              phaerimm antes que ele reagisse. Os goblinóides se espalharam 
              pela guerra rapidamente, assustando os outros combates humanos e 
              elfos, que quase os atacaram pensando ser um sortilégio dos 
              phaerimns. Porém, em momento tão desesperador, as 
              diferenças foram esquecidas e a sobrevivência se transformou 
              no principal motivo para uma grande aliança. Orcs e goblins 
              avançavam contra os seres flutuantes atingindo-os brutalmente 
              e o poderosos orogs, empunhando espadas enormes, banhavam sua armas 
              do sangue amarelado das criaturas.
 
 Os phaerimns reagiam sempre 
              da forma mais letal, rasgavam a carne dos adversários humanos, 
              elfos ou goblinóides com suas quatro mortíferas garras, 
              decepavam as cabeças com mordidas de sua grande bocarra, 
              eliminavam os atacantes menores empalando-os com o ferrão 
              enorme de sua cauda e, em meio a isso ainda podiam disparar seus 
              feitiços fatais que destruíam completamente um ser 
              instantaneamente. Vários dos heróis presentes escaparam 
              desses feitiços com maestria e, às vezes, sorte, porém 
              um deles foi infeliz na escapatória. O Cavaleiro Galtan lutava 
              contra um phaerimm quando o monstro olhou para ele e disparou de 
              sua boca um raio esverdeado que se dirigiu até o herói. 
              Galtan, com pouca mobilidade devido a sua armadura que cobria todo 
              seu corpo, não conseguiu se desvencilhar do sortilégio 
              como seus companheiros o fizeram e foi atingido. Ao ver isso, Brian, 
              seu amigo, gritou por ele. No entanto, apenas o viu ser reduzido 
              a cinzas num único instante. Galtan tombara em combate e 
              sua alma foi para os deuses naquele momento.
 
 Flutuando no ar, Khelben Arunsun 
              obteve uma visão ampla da batalha e o que viu não 
              lhe agradou. Os phaerimns, mesmo em menor número estavam, 
              aos poucos invertendo a balança, pois seus feitiços 
              destrutivos eliminavam vários soldados facilmente. O arquimago 
              não desesperou-se, disparou vários encantamentos fatais 
              aniquilando uma grande quantidade de phaerimns e depois desceu invocando 
              um feitiço sobre si que melhorou sua capacidade de luta dezenas 
              de vezes. Invocou uma espada espectral em sua mão direita 
              e iniciou um esquartejamento em série nos monstros que via 
              pela frente. Laeral prosseguiu com sua excelente tática de 
              invocar seres de outros planos para ajudá-los. Contudo, mesmo 
              com o grande potencial e coragem dos heróis, só um 
              milagre poderia fazer com que esta guerra não fosse em vão 
              e este campo de batalha não se transformasse em um vasto 
              túmulo para os seres humanóides que lutavam por sua 
              existência em Toril.
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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