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  Os Guardiões dos Dragões Descrita por Ivan Lira.Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), 
              Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas. 
              Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. Participação 
              Especial: Khelben Arunsun, Laeral Mão Argêntea, 
              Storm Mâo Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão 
              e o Coronal Eltagrim Irithyl.
 
  Os Guardiões dos Dragões 
      Há 
              sete horas atrás o grupo de heróis que defende a cidade 
              élfica de Evereska tinha acabado de chegar de uma missão 
              suicida, invadir Obscura, lar dos vultos, e trazer a cidade ao solo. 
              Após enfrentarem os guardiões dos mythalares que mantinham 
              o enclave das sombras nos céus eles obtiveram êxito 
              e agora Obscura jaz nas areias de Anauroch, precisamente nos Cumes 
              da Cimitarra. Os aventureiros fizeram uma pequena comemoração 
              em homenagem a vitória conquistada no acampamento do exército 
              de Águas Profundas que se localizava nos arredores da floresta 
              que circunda Evereska.
 A 
              noite havia chegado. Teriam os aventureiros uma boa noite de sono 
              não fosse mais um contra tempo que surgira. Em uma barraca 
              do acampamento dormiam Sirius, Limiekli e o halfling Bingo que vez 
              ou outra emitia sons estranhos durante o sono. Provavelmente eram 
              gerados pela fome um tanto demasiada do pequeno. Eles descansavam 
              para recuperar as energias de tão sofrida tarefa contra os 
              vultos quando um soldado elfo, em armadura, os chamou a atenção:
 "Senhores! Senhores!" 
              Disse ele em tom suave.
 "Ahm! O que está 
              acontecendo?" Sussurrou Limiekli abrindo os olhos com muita 
              dificuldade.
 "O Coronal Eltargrim solicita 
              a presença de vocês." Anunciou o elfo, que pelos 
              trajes era evidente ser um soldado de elite.
 "Mas logo agora?" 
              Perguntou Sirius não acreditando que seu precioso sono estava 
              sendo interrompido.
 "Sim, deve ser o quanto 
              antes." Terminou o oficial elfo se retirando da tenda em seguida.
 "O que será desta 
              vez?" Indagou-se Limiekli já levantando para se arrumar.
 "Problemas como sempre." 
              Completou Sirius.
 "Bingo! Acorda rapaz! O 
              Coronal que ver a gente!"
 "Hein? O lanche tá 
              pronto?" Disse o pequenino ainda com os olhos fechados.
 "Ha, ha, ha! Esse Bingo." 
              Gargalhou Limiekli.
 
 Os 
              outros aventureiros também foram requisitados. Mikhail dormia 
              na mesma barraca que Kariel, pois gostaria de ficar sempre atento 
              as ameaças presentes. Por essa razão não se 
              encontrava em sua morada na Casa Velian. Ambos receberam a visita 
              de um oficial elfo que transmitiu a mesma informação 
              anteriormente para Sirius, Limiekli e Bingo. Sem muito diálogo, 
              eles seguiram para o Parlamento Élfico onde o Coronal se 
              encontrava. No caminho, muitos dos heróis se cruzaram. Brian 
              o Mestre das Espadas e o Cavaleiro Galtan já adentraram trajados 
              em suas armaduras. Florin e sua esposa Dove Garra de Falcão 
              também estavam prontos. Todos eles foram conduzidos por enormes 
              corredores de chão puramente feito em mármore e paredes 
              de rocha maciça expressando assim a beleza e a rigidez das 
              construções élficas. Chegaram a uma grande 
              porta da qual nenhum deles tinha visto antes e levava a uma imensa 
              sala. Ela era dividida em duas partes, na primeira metade já 
              era possível ver da entrada uma grande mesa oval com várias 
              cadeiras em volta. Na outra, após alguns poucos degraus, 
              estavam o Coronal Eltargrim Irithyl, Khelben Arunsun, Laeral Mão 
              Argêntea, Storm Mão Argêntea, William Magnus, 
              o líder do Parlamento Anskalar Duorsena e um elfo trajado 
              em vestes arcanas que naquele momento se concentrava em uma estrutura 
              circular ao qual todos eles estavam em volta. Parecia uma pequena 
              piscina preenchida por uma água cristalina.
 
 Ao 
              se aproximarem, os recém chegados fizeram seus cumprimentos 
              e perguntaram qual seria o motivo da presença deles ali. 
              O Coronal respondeu:
 "Desculpe interromper o 
              sono de vocês mas problemas imediatos requerem nossa atenção. 
              Nosso arquimago Elros identificou alguma coisa acontecendo."
 "Senhor.", disse Elros 
              que gesticulava e mantinha seu olhar fixo para o poço, "Estou 
              conseguindo algo.."
 Todos ficaram em silêncio 
              para presenciar o arquimago elfo tentando ver alguma coisa com seu 
              encantamento que lhe permitia observar o mundo através daquela 
              piscina. Em instantes uma imagem começou a se formar na água 
              diante de todos. Parecia ser um vale rochoso, nele alguns seres 
              estavam presentes. Eram phaerimns, flutuando como sempre faziam, 
              mas ao redor deles haviam outras figuras. Eram enormes, a imagem 
              tomou mais forma e então todos puderam distinguir a catástrofe 
              que estava por vir. Eram dragões, vários deles. Estavam 
              se comunicando com os phaerimns. Entre eles, um dragão vermelho, 
              de uma estatura fantástica, dialogava com os monstros devoradores 
              de magia. Porém algo impediu de Elros manter aquela imagem, 
              e então o feitiço cessou restando apenas a água. 
              Os aventureiros ficaram pasmos com tal visão que representava 
              o início de um grande problema.
 
 "Bem, 
              as imagens mostraram mais do que eu poderia falar. Os phaerimns 
              agora querem empreender um novo recurso. Usar os dragões 
              para ameaçar os reinos e provavelmente o primeiro alvo será 
              Evereska."
 "Mas isso é terrível, 
              não temos poderio para deter as duas ameaças." 
              Lamentou Mikhail temendo o pior para sua pátria.
 "Certamente, pois estive 
              conversando com o Coronal sobre uma alternativa a nosso favor." 
              Informou Khelben.
 "Vai pedir aliança 
              de outros reinos?" Perguntou Magnus.
 "No momento não 
              com outros reinos, mas sim com outros dragões."
 "Com outros dragões?" 
              Indagou-se Limiekli.
 "Sim. Existem dragões 
              que acreditam nas causas da justiça." Revelou Eltargrim.
 "É verdade amigos. 
              Já fui ajudado por um dragão dourado." Revelou 
              Kariel lembrando-se de um fato do passado.
 "Essa é nossa melhor 
              alternativa, combater fogo com fogo." Continuou Khelben.
 "Por isso decidi que a 
              Comitiva da Fé deve ir comigo até as Montanhas da 
              Espada para tentarmos encontrar Palandarusk. O restante deve permanecer 
              aqui caso aja um ataque relâmpago." Disse mais uma vez 
              o Coronal.
 "Quem?" Perguntou 
              Sirius.
 "Palandarusk, um dragão 
              dourado. Se ele ainda existir talvez poderá nos ajudar. Partiremos 
              dentro de alguns minutos. Me esperem na plataforma dos spelljammers, 
              tenho de fazer algo antes." Terminou o Coronal retirando-se 
              em seguida.
 "Brian, eu irei com a Comitiva 
              se não houver nenhum problema." Pediu Galtan.
 "Vá, eu vou manter 
              as tropas em alerta por aqui."
 
 A 
              Comitiva da Fé, desfalcada de Arthos Fogo Negro que ainda 
              se encontrava encarcerado no Parlamento Élfico por ter invadido 
              a Câmara do Mythal no Templo de Corelon, estava formada por 
              Mikhail, Kariel, Magnus, Sirius, Limiekli e o halfling Bingo. Galtan, 
              o cavaleiro de Águas Profundas também iria com eles 
              nessa nova jornada em busca do dragão dourado. Já 
              munidos de alguns equipamentos que conseguiram com os elfos, a Comitiva, 
              acompanhada por Dove, Florin e Storm estavam diante da nau voadora 
              a espera do Coronal de Arcorar.
 
 "Não 
              acredito que vamos voar nisso de novo! E eu que pensei estar livre 
              dessa experiência." Confessou Limiekli.
 "Quem sabe daqui há 
              algum tempo você se acostuma." Disse Florin em tom de 
              riso.
 
 Um 
              pouco afastados dos outros, Storm e Magnus dialogavam sobre esta 
              missão repentina:
 "Talvez eu seja mais útil 
              aqui entre as fileiras militares. Encontrar dragões em lugares 
              desconhecidos não é bem minha especialidade." 
              Afirmou o paladino.
 "Mas você deve proteger 
              seus amigos do perigo. Assim todos poderão encontrar o dragão 
              para a tentativa de aliança com ele. Deixe os problemas daqui 
              comigo e Khelben." Sugeriu Storm.
 "É, há razão 
              em suas palavras. Vamos encontrar este dragão então."
 "Magnus, proteja-os e... 
              tome cuidado." O paladino sorriu concordando.
 
 Minutos 
              depois Eltargrim veio em direção à nau. Ele 
              estava pronto para partir. Em sua cintura se encontrava um tubo 
              de couro com ornamentações douradas, parecia conter 
              algo de que ele não mencionou. Subiu a rampa e adentrou o 
              convés junto com os aventureiros. Dove e Florin acenaram 
              desejando que tudo desse certo. Storm fez o mesmo, mas ao ver Magnus 
              se afastando percebeu que talvez fosse a última vez que pudesse 
              vê-lo. Então puxou o paladino pelo braço e o 
              beijou na frente de todos. A maioria expressou surpresa, pois até 
              aquele momento o romance deles era um segredo ingênuo, mas 
              outros já suspeitavam do sentimento de ambos. Após 
              isso, Magnus e Storm olharam-se sorrindo do que tinham feito e o 
              paladino subiu à nau vexado diante dos amigos. O navegador 
              elfo, com um elmo encantado que controlava a embarcação 
              fez o spelljammer decolar e então aumentou sua velocidade 
              indo em direção aos céus.
 Nas Montanhas da Espada       A 
              nau voadora ganhou bastante altitude e singrava os céus de 
              Faerûn naquela bela noite. Alguns dos tripulantes, principalmente 
              Limiekli, se mantinham afastados do parapeito temendo ver a grande 
              altura ao qual estavam. Sirius aproveitou que o Coronal estava presente 
              no convés para argüí-lo:"Coronal, o que aconteceu 
              na batalhe entre você e aquele dragão-esqueleto?"
 "Digamos que terminou em 
              um impasse."
 "Então ele não 
              foi destruído?"
 "Infelizmente não."
 "Limiekli, pague a aposta, 
              o dragão está vivo." Pediu Sirius referindo-se 
              a aposta feita entre os dois de que o Coronal destruísse 
              o dragão Malygris no momento da invasão à Obscura. 
              Limiekli pegou algumas moedas de sua sacola e ia depositar nas mãos 
              do amigo quando o Coronal continuou:
 "Embora considerando que 
              Malygris seja um dragão lich, portanto um morto-vivo."
 Limiekli recuou sua mão dizendo "É Sirius, o 
              dragão está morto, então eu ganhei a aposta. 
              Negócio é negócio." Sirius fez uma pequena 
              expressão de frustração e pagou com moedas 
              ao companheiro que ficou feliz com o resultado.
 
 Preocupado 
              com a situação atual, Magnus se aproximou de Eltargrim 
              também com algumas dúvidas.
 "Coronal Eltargrim, estamos 
              indo em busca de uma criatura lendária, caso a encontremos 
              como poderemos ter certeza de que ela aceitará um acordo 
              de guerra?"
 "Não teremos. Vamos 
              apresentar os nossos motivos e pedir aos deuses que ele seja sábio 
              o suficiente para perceber a gravidade da situação. 
              Nossa única ferramenta neste caso é a diplomacia."
 "E o senhor já estabeleceu 
              relações diplomáticas com dragões antes?" 
              Perguntou Kariel.
 "Não, mas considerando 
              que a sabedoria deles vai além da nossa é bem possível 
              que possamos conseguir algo de positivo."
 "Kariel, é verdade 
              mesmo que existem dragões bons? Lá em Luiren nós 
              sempre ouvimos falar dos dragões como feras que assolam os 
              campos e as fazendas." Argüiu o halfling Bingo se aproximando.
 "Existem sim pequenino, 
              uma certa vez impedi um homem de tentar matar um dragão dourado. 
              Como gratidão ele recuperou meu braço que um dia foi 
              arrancado." Expôs o elfo um fato do passado.
 
 A 
              viagem seguiu por algumas horas. Alguns aventureiros aproveitaram 
              para cochilar um pouco e tentar recuperar o sono perdido daquela 
              mesma noite. Então uma hora depois dos raios matinais surgirem 
              no horizonte leste, ao longe já podia-se ver uma grande serra 
              envolta por uma verdejante floresta. Bem a oeste era possível 
              identificar o mar.
 
 "Senhor, 
              chegamos as Montanhas da Espada. Aguardamos suas instruções." 
              Informou um oficial elfo.
 "Circunde essa cadeia de 
              montanhas. Precisamos encontrar uma brecha." E assim o piloto 
              elfo iniciou uma manobra ao qual a nau começou a dar uma 
              volta ao redor das montanhas.
 
 A 
              medida que percorriam o caminho em arco, os tripulantes puderam 
              perceber que a serra era totalmente fechada sem qualquer abertura 
              que a embarcação pudesse adentrar. Outro fato interessante 
              era a parte superior daquela cadeia, ela era preenchida por espessas 
              nuvens como se estivessem tampando-a.
 
 "Não 
              há nenhuma brecha visível que pudemos notar. Temos 
              que procurar outra alternativa."
 "Imediato, aproxime-se 
              daquele flanco na montanha. Acho que vi algo." Ordenou Eltargrim.
 
 O 
              navio voou rente a uma parte onde havia uma interseção 
              entre duas montanhas. Era um pequeno vão entre elas, contudo 
              não tinha espaço suficiente que permitisse a passagem 
              de uma embarcação voadora.
 "Peguem todos os equipamentos 
              que vão levar. Nós vamos descer." Decidiu o coronal.
 "Mas aqui? Será 
              que não há outro caminho?" Perguntou o cavaleiro 
              Galtan.
 "Não temos mais 
              tempo de procurar uma alternativa. Vamos descer."
 
 Assim, 
              a nau encostou em uma pequena plataforma perto da fresta encontrada 
              na montanha. Os aventureiros pegaram tudo que pudesse ajudá-los 
              no resto da viagem como cordas, ganchos e outros apetrechos. Desceram 
              da embarcação e fixaram-se nas rochas. Quando todos 
              já estavam na plataforma, o Coronal ordenou ao seu imediato, 
              "Retorne à Evereska, informe a Aubric que chegamos."
 "Espere! Como faremos pra 
              voltar?" Perguntou Galtan.
 "Deixe isso comigo, eu 
              usarei meus recursos." Respondeu Eltargrim referindo-se as 
              suas artes arcanas.
 
 Deste 
              modo a nau voadora afastou-se e empreendeu grande velocidade de 
              volta à Fortaleza Élfica. Os heróis andaram 
              pela plataforma rochosa e chegaram a uma curta fenda ao qual teriam 
              de passar. Mas antes que pudessem caminhar, o Coronal alertou, "Galtan, 
              você não irá conseguir prosseguir na viagem 
              com esta armadura.". O cavaleiro então desarmou sua 
              armadura e guardou as peças na sua bagagem. O peso era grande 
              mas sua força descomunal poderia eliminar parte do desconforto.
 
 O 
              grupo andou por um terreno totalmente rochoso e bastante irregular, 
              eles foram saltitando entre várias pedras até chegarem 
              à beira de um grande penhasco. De lá, parte da nuvem 
              que havia ali ainda tornava translúcida a visão dos 
              presentes de modo que não podiam ver claramente o interior 
              daquele imenso vale ao qual a cadeia de montanhas rodeava. O único 
              caminho para prosseguir era descer um paredão e chegar a 
              uma outra plataforma que jazia a uns 30 metros abaixo. Quase nenhum 
              deles era perito na atividade de subir ou descer montanhas, então 
              ficaram um pouco receosos.
 
 "Amarrem 
              uma corda bem firme aqui em cima. Eu ficarei lá embaixo para 
              impedir que alguém caia." Disse Eltargrim que para surpresa 
              de todos jogou-se da beira e foi caindo lentamente em direção 
              à plataforma de baixo. Sortilégio foi o que lhe permitiu 
              isso. O primeiro a descer foi Bingo, o halfling já era muito 
              habilidoso e não teve nenhuma dificuldade na descida. O próximo 
              foi Mikhail, o elfo também desceu com segurança, embora 
              com alguns escorregões. Limiekli também escorregou 
              mas segurou-se a tempo de não despencar. Mas Magnus não 
              teve a mesma sorte, assim como os outros, ele amarrou uma corda 
              à sua cintura e desceu, contudo escorregou no percurso e 
              caiu. Tentou se segurar nas rochas mas apenas ralou os braços. 
              Ele foi se batendo no paredão até que Eltargrim parou 
              sua queda e ambos vieram ao chão da plataforma.
 "Que Helm me julgue! Com 
              certeza eu teria me saído melhor no campo de batalha onde 
              é meu lugar." Resmungou o paladino com as mãos 
              ensangüentadas.
 "Não se preocupe 
              Magnus, eu fecharei suas chagas assim que puder." Ofereceu 
              Mikhail sua ajuda divina.
 
 Sirius 
              desceu logo depois do paladino, ele escorregou por um momento e 
              mas conseguiu se segurar e descer de forma tranqüila. O mesmo 
              fez Galtan chegando quase intacto. Kariel, assim como Bingo e Mikhail, 
              desceu com bastante segurança. Estando todos na plataforma, 
              eles seguiram um caminho que descia, mas logo chegou ao fim restando 
              novamente o penhasco. O Coronal desceu pelo paredão para 
              procurar outro lugar em que o grupo pudesse se fixar. Foi então 
              que, talvez por sorte, avistou uma caverna alguns metros abaixo. 
              Era um simples furo natural na parede daquela montanha. Eltargrim 
              retornou e comunicou a descoberta aos demais. Magnus ficou mais 
              tranqüilo com tal revelação, pois preferia explorar 
              cavernas do que descer montanhas. Já Kariel não pensou 
              o mesmo, o elfo já estava farto de percorrer tantas cavernas 
              ultimamente.
 
 O 
              processo de descida recomeçou, mas para alegria de todos 
              tudo correu bem e conseguiram chegar em segurança à 
              caverna. Tinham eles agora um caminho escuro para percorrer. Kariel, 
              como de costume, fez sua espada de família goliath ascender 
              uma luz mágica possibilitando assim uma visibilidade mais 
              confortável aos seus companheiros. Portanto seguiram rumo 
              ao desconhecido.
 
 A 
              caverna não era muito grande, mas havia espaço para 
              que o grupo caminhasse. O único fator ruim era o piso totalmente 
              irregular que castigava os pés e diminuía o ritmo 
              da exploração. Eles continuaram assim por algum tempo 
              até que chegaram a um penhasco. Dessa vez Sirius teve a idéia 
              de amarrar a ponta de uma corda em sua lanterna e depois fez descer 
              para que pudessem enxergar o que tinha lá em baixo. Era uma 
              altura de 25 metros, não seria tão difícil 
              a descida. Mas mesmo assim, alguns sofreram fortes arranhões 
              no processo incluindo o próprio Sirius. Com todos lá 
              embaixo a viagem prosseguiu em uma nova caverna, porém esta 
              era bem maior que a anterior. Até um dragão adentraria 
              aquele recinto, isso pensou alguns, preocupados com que pudessem 
              encontrar lá embaixo. Apesar das dúvidas eles continuaram 
              o caminho, embora mais cautelosos.
 
 Meia 
              hora depois de caminhada, Limiekli, com suas habilidades de um homem 
              das florestas, sentiu um cheiro muito suspeito, um aroma de algo 
              podre e seco, "Pessoal, acho que alguma criatura vive aqui. 
              Estão sentindo este cheiro?"
 "Sim, um cheiro bem ínfimo, 
              mas ainda presente." Concordou Kariel.
 "Se nosso amigo estiver 
              certo então ficarei de arma em punho. Odeio surpresas desagradáveis." 
              Disse Galtan desembainhando sua imensa espada montante.
 "Vamos ficar atentos a 
              alguma aproximação indesejada, mas não podemos 
              parar agora. Prossigamos." Alertou o Coronal.
 
 A 
              caverna, assim como a anterior, terminava em um pequeno penhasco. 
              Novamente o grupos as precauções de descer em segurança. 
              Deste modo, chegaram a outra caverna que era bem aberta e vasta 
              com uma grande altura. Com certeza caberia um grande dragão 
              ali. Porém, continuaram a jornada seguindo para frente. Minutos 
              depois Limiekli novamente sentiu o odor mau cheiroso. Poderiam estar 
              perto de algum covil perigoso. O ranger avistou algo no chão. 
              Ele se abaixou e encontrou uma palha. Aquilo era um indício 
              de que realmente uma ou mais criaturas habitavam aquelas cavernas. 
              Muitos metros à frente o grupo pôde identificar uma 
              fraca luminosidade.
 "Acho que não são 
              dragões que residem aqui. Eles não precisariam de 
              qualquer iluminação." Informou o Coronal.
 "Eu vou investigar. Retornarei 
              com alguma informação." Ofereceu-se Kariel tocando 
              em seu elmo e ficando invisível logo em seguida.
 
 O 
              elfo caminhou vagarosamente visando não fazer qualquer ruído 
              que fosse revelar sua presença. Ele andou até encontrar 
              uma outra entrada à direita de onde estava vindo. O caminho 
              prosseguia, mas ele optou por adentrar a nova caverna. Foi se aproximando 
              rente à parede e escutou alguns ruídos guturais. Chegando 
              mais perto ainda, o elfo pôde finalmente ver a origem daqueles 
              barulhos. Eram dois gigantes, cada um tinha duas cabeças, 
              eles trajavam apenas peles e comiam a carne de um porco recém 
              abatido como dois animais selvagens. O dileto de Mystra voltou e 
              informou ao grupo, "Existem dois gigantes lá na frente, 
              eles tem duas cabeças e carregam clavas."
 "Ettins, devemos tomar 
              cuidado. Eles são muito fortes e perigosos." Revelou 
              Eltargrim.
 "Ora, então vamos 
              matá-los." Sugeriu Galtan.
 "Não. Nada de matança. 
              Nós é que estamos invadindo o covil deles, é 
              natural que possam reagir. E nosso objetivo não é 
              confrontá-los. Espero que isso fique bem claro." Disse 
              Eltargrim aumentando seu tom de voz.
 
 O 
              cavaleiro de Águas Profundas não gostou do que ouviu, 
              pois sempre manteve uma filosofia de que 'inimigo bom é inimigo 
              morto'. Mas como ele a Comitiva concordaram em receber instruções 
              do Coronal durante esta crise recente, então não tentaram 
              discutir. O grupo seguiu em frente, mas com armas em punho para 
              se defenderem caso os ettins ofereçam perigo. Alguns metros 
              depois da caverna onde estavam os dois ettins os aventureiros encontraram 
              um terceiro que vinha em sentido contrário. A criatura, portando 
              uma enorme clava, resmungou alguma coisa e partiu em direção 
              ao grupo com toda fúria.
 "Corram todos vocês! 
              Eu o manterei aqui." Instruiu o coronal.
 "Mas e o senhor?" 
              Preocupou-se Mikhail.
 "Eu vou em seguida. Fujam 
              rápido!"
 
 A 
              Comitiva disparou em corrida se afastando do monstro enquanto os 
              outros dois já chegavam. Eltargrim esquivou-se do balanço 
              da clava e, aproveitando a aproximação de outro ettin, 
              conjurou um leque de chamas que assustou seus atacantes. Com isso, 
              ele também correu para acompanhar o grupo que já se 
              encontrava ao final da caverna. Depois de percorrerem muitos metros 
              à frente eles finalmente viram uma luz natural. Chegaram 
              a uma saída para fora da montanha. Dali já podiam 
              ver uma grande floresta, mas para alcançá-la teriam 
              de passar por uma descida enladeirada. Eles continuaram a correr, 
              contudo, dois ettins também vinham a toda velocidade. Como 
              a descida era um pouco perigo, o Coronal resolveu parar e enfrentar 
              as criaturas. Junto com ele foram Sirius, Magnus e Galtan. Os quatro 
              guerreiros combateram facilmente os dois gigantes e os nocautearam 
              deixando-os ali. O grupo, agora mais tranqüilo, desceu até 
              atingir o solo de uma floresta.
 Celestia        Os 
              aventureiros ainda recuperavam o fôlego da corrida para fugir 
              dos ettins. Pararam em uma linda floresta silvestre para espanto 
              de todos, pois não imaginavam a existência de um lugar 
              jubiloso em terras tão ermas e cercadas de tão ásperas 
              montanhas. A grama nos pés deles tinha a suavidade de uma 
              cama acolhedora, as árvores exalavam um aroma encantador 
              e uma brisa completava a paz no ambiente. Limiekli, fascinado com 
              a beleza da relva, resolveu fazer um reconhecimento na área 
              para depois informar ao grupo da situação. Usando 
              seus dotes com os animais cedidos pela deusa Mielikki, o ranger 
              conseguiu se comunicar com um pássaro que revelou a presença 
              de répteis enormes com asas no outro lado daquele vale, e 
              estes eram guardados por humanóides gigantes. Limiekli informou 
              o grupo de sua descoberta e eles, já descansados, prosseguiram 
              a jornada.
 Desta 
              vez, Limiekli foi na frente um pouco adiante de Eltargrim. Era imprescindível 
              que o ranger pudesse descobrir alguma pista se os dragões 
              habitavam aquele local. A caminhada foi tranqüila, contudo 
              após passarem por uma pequena cadeia de rochedos os aventureiros 
              foram surpreendidos com a presença de uma figura feminina 
              trajada e armadura, portando uma bonita espada e um escudo, mas 
              o que os assustou realmente foi a altura dela. Tinha em torno de 
              quatro metros e meio. Expressava um olhar muito hostil. Sua pele 
              e cabelos eram de uma tonalidade azul quase branco. Ela recuou com 
              escudo e arma em punhos e gritou alguma coisa olhando para trás 
              rapidamente. Em seguida um outro gigante apareceu, este, também 
              armado, juntou-se a mulher como se preparassem para um combate. 
              Percebendo a tensão entre eles e a Comitiva, o Coronal rapidamente 
              tentou evitar um desastre.
 "Fiquem calmos! Talvez 
              eles só estejam se defendendo de invasores. Não façam 
              nada.", Eltagrim então suavemente conjurou um rápido 
              feitiço que possibilitou de compreender o idioma dos gigantes.
 "Salve. Sou o Coronal de 
              Arcorar Eltargrim Irithyl e esta é a Comitiva da Fé. 
              Nós viemos em paz."
 "Sou Secta, este é 
              Borus. Qual a pretensão de vocês aqui?" Perguntou 
              a gigante feminina.
 "Viemos em missão 
              diplomática para encontrar o grande dragão dourado. 
              Nós precisamos da ajuda dele."
 "O grande dragão 
              dourado? Não poderemos permitir isso. É de nosso dever 
              impedir a aproximação de seres hostis ao Reduto dos 
              Dragões."
 "Por favor, ao menos eu 
              poderia falar com o líder de sua comunidade. Seria você?"
 "Não. O Rei Brion 
              é quem governa nossa cidade."
 "Por favor, eu gostaria 
              de falar com seu rei."
 
 Secta 
              trocou palavras com Borus e então decidiram, "Deponha 
              suas armas a nós e os levaremos até Celestia, a nossa 
              cidade. O Coronal repassou a mensagem ao grupo que não entendeu 
              uma só palavra que discutiram e então todos eles entregaram 
              suas armas. Partiram todos eles em direção a Celestia.
 
 Em 
              menos de uma hora os heróis adentraram uma vila habitada 
              por seres semelhantes a Secta e Borus. O ambiente era preenchido 
              por construções enormes feitas em rocha maciça 
              esboçando uma cultura singular. Todas as estruturas tinham 
              em comum a grande quantidade de colunas arredondadas e escadarias 
              nas entradas. O grupo foi levado ao que visivelmente era a maior 
              das estruturas. Os dois gigantes os levaram a um outro que trajava 
              um uniforme mais requintado de guerreiro. Parecia ter uma patente 
              mais alta. Ele, em idioma comum, disse ao grupo, "Secta me 
              informou do objetivo de vocês. Eu os conduzirei até 
              nosso rei para que exponham seus desejos." Todos eles adentraram 
              o palácio e chegaram até uma sala imensa onde um homem 
              com uma grande barba e em roupas reais sentava em um trono. O oficial 
              se aproximou de seu rei e trocou palavras. Em seguida, o monarca 
              se pronunciou.
 "Aquele que se diz o Coronal, 
              aproxime-se."
 "Sou o coronal de Arcorar, 
              Eltagrim Irithyl."
 "Sou o Rei Brion de Celestia, 
              a cidade dos gigantes das nuvens. O que desejam exatamente buscando 
              encontrar o grande dragão dourado?"
 "Infelizmente, trazemos 
              a guerra." Começou Eltargrim e explicou resumidamente 
              a situação em que Evereska e Faerûn estavam 
              passando contra os temíveis phaerimns.
 "Nós não 
              nos preocupamos muito com os problemas externos, mas a única 
              contribuição que meu povo pode oferecer é levá-los 
              até a entrada do Reduto dos Dragões. De lá 
              vocês prosseguem sozinhos para tentar encontrar o grande dragão 
              dourado." Disse o rei coçando sua grande barba branca.
 "Rei Brion, esta ajuda 
              é o suficiente. Nós agradecemos."
 "Kratus e Secta irão 
              com vocês até a entrada do Reduto."
 
 Assim, 
              o grupo deixou Celestia acompanhados de Kratus e Secta, que os conduziram 
              até uma enorme ponte localizada bem depois da cidade. Lá, 
              Eltagrim agradeceu a ajuda dos gigantes que os deixaram. Os aventureiros 
              começaram a atravessar a ponte. No outro lado dois pilares 
              em forma de dragão seguravam a estrutura feita de cordas 
              e madeira bastante resistentes. Quando estavam no meio da travessia, 
              sentiram um aumento de peso repentino na ponte. Era Kratus, o gigante 
              aproximou-se deles dizendo, "Irei com vocês procurar 
              Palandarusk."
 "Kratus, o que está 
              fazendo? Brion não permitiu." Disse Secta indignada.
 "Avise Brion que eu acompanharei 
              o Coronal. Talvez eles não consigam sobreviver até 
              chegarem ao dragão."
 A giganta fez uma cara de preocupação 
              pela insubordinação do colega e retornou a Celéstia.
 
 "Kratus, 
              tem certeza que deseja ir conosco?" Perguntou Eltargrim.
 "Sim, eu posso ser útil 
              na viagem.
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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