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  Palandarusk Descrita por Ricardo Costa.Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), 
              Sir Galtan de Águas Profundas. Os Elfos: Mikhail Velian; 
              Kariel Elkandor. O Halfling: Bingo Playamundo. Participação 
              Especial:  Coronal Eltagrim Irithyl.
 
  Palandarusk 
      Através 
              dos poderes do arquimago Elros de Evereska, os heróis descobriram 
              o próximo intento dos seres devoradores de magia conhecidos como 
              phaerimns: uma aliança com poderosos dragões hostis, a fim de atacarem 
              novamente a cidade-fortaleza de Evereska. Diante de tal ameaça, 
              o Coronal de Arcorar, Eltargrim Irithyl, decidiu rumar até às Montanhas 
              da Espada, ao norte de Águas Profundas, juntamente com a Comitiva 
              da Fé, em busca de uma aliança tão poderosa quanto a feita pelo 
              traiçoeiro inimigo. Na procura deste objetivo, percorreram a cadeia 
              montanhosa até encontrarem uma cidade habitada por gigantes das 
              nuvens, chamada Celestia. Foram levados ao rei gigante Brion que, 
              como forma de auxílio, indicou dois guias para conduzir os aventureiros 
              até a entrada do reduto dos dragões dourados e prateados. Os dois, 
              Secta e Kratus, gigantes de belas formas, pele branca levemente 
              azulada e cabelos prateados, com mais de 4 metros de altura, levaram 
              aqueles heróis até a beira de um abismo e a uma ponte de madeira 
              que o atravessava. Do outro lado, duas colunas de pedra branca em 
              forma de dragões, apoiavam a estrutura e demarcavam o fim do território 
              dos gigantes e o começo do domínio dos colossais répteis alados. 
              Kratus havia decidido ficar com os forasteiros, contra as ordens 
              de seu rei, e partiu com a Comitiva e o Coronal Eltargrim. A 
              Entrada       Os 
              heróis vindos de Evereska e seu novo aliado atravessaram 
              a ponte e passaram entre as duas estátuas. O Coronal Eltargrim, 
              voltou-se para o gigante das nuvens e, preocupado, disse-lhe:
 "Kratus. É melhor 
              que retorne. Seu rei irá penalizá-lo. Pode até 
              expulsá-lo da sua vila por nos acompanhar."
 "É tarde demais. 
              E se o que disse sobre aqueles tais monstros for verdade, acredito 
              que seja a hora do nosso povo fazer alguma coisa. Não quero 
              que algum dia estes seres invadam nosso paraíso."
 "Agradecemos sua ajuda. 
              Sabe onde podemos encontrar Palandarusk?"
 "Faz muito tempo que um 
              gigante pisou nestas terras, mas dizem que o lar dos dragões 
              está além desta floresta e das montanhas por trás 
              dela. Teremos uma jornada que poderá nos trazer perigos..."
 "Que tipo de perigos?", 
              quis saber Sirius.
 "Perigo principalmente 
              vindo dos jovens dragões, que costumam atacar os invasores 
              antes de dar-lhes a chance de se explicarem."
 
 Esta informação 
              deixou os aventureiros apreensivos, pois, mesmo quando jovens, dragões 
              eram adversários poderosos. Começaram a caminhar em 
              meio a uma floresta de grandes árvores, cujas copas eram 
              tão altas e frondosas que mesmo Kratus podia se ocultar por 
              baixo delas, e revestiram-se de uma cautela ainda maior, verificando 
              de vez em quando o céu e ouvindo atentamente cada ruído. 
              Depois de mais ou menos uma hora, deixaram as árvores e chegaram 
              a um terreno pedregoso. Havia uma parede rochosa e, segundo Kratus, 
              deviam escalá-la.
 
 A escarpa rochosa não 
              era muito íngreme e a subida não ofereceu grande dificuldade. 
              Quando terminaram viram que o que haviam acabado de escalar era 
              uma parede de uma imensa cratera, cujo interior era grande o suficiente 
              para abrigar uma cidade como Águas Profundas. A paisagem 
              dentro dela era pedregosa e desvelava precipícios, montes, 
              plataformas e formações esculpidas pelo vento, que 
              ora lembravam totens, ora cálices feitos de pedra. A vegetação 
              também se alterava e plantas rasteiras e espinhosas tomavam 
              o lugar da floresta exuberante do outro lado da muralha. Segundo 
              Kratus, agora deveriam ir até embaixo e prosseguir, até 
              chegarem ao outro extremo, onde estaria provavelmente a morada dos 
              dragões e de Palandarusk. Esta descida era muito mais alta 
              que o percurso que fizeram para subir à borda da cratera, 
              mas por sorte, a rocha formava várias plataformas naturais 
              que suavizavam a escalada. Mesmo assim, o trecho registrou um acidente: 
              o mago Kariel escorregou e caiu alguns metros abaixo, sendo amparado 
              por Eltargrim, que ia à dianteira, junto com Kratus. O elfo 
              sofrera algumas escoriações, mas nada que não 
              pudesse ser curado. Por fim, chegaram a um corredor entre duas paredes 
              de rocha, parte do labirinto esculpido pela natureza naquele local.
 
 Caminharam por duas horas e 
              viram o corredor se estender e tornar-se um grande pátio 
              em meio aos rochedos. Aqui havia alguma vegetação 
              mais desenvolvida, árvores de médio porte e arbustos. 
              Então, em uma das paredes viram algo que lhes chamou a atenção.
 
 "Uma caverna!", apontou 
              Sirius.
 "Sim! Pode haver uma passagem 
              para o local que procuramos!", especulou Kariel.
 "Sshhh!", pediu silêncio 
              Eltargrim. "Ouviram isso?"
 "Eu percebi algum movimento 
              naquelas folhas", disse Limiekli, apontando para um aglomerado 
              de árvores, á poucos metros de distância.
 
 Depois de alguns segundos de 
              tensão, viram sair daquele pequeno bosque um dragão, 
              de escamas prateadas e reluzentes. Devia ter cerca de três 
              metros de altura. Para os padrões da sua raça, era 
              pouco mais que uma criança. Porém, como dito, dragões, 
              mesmo jovens, oferecem perigo mortal a quem os confronta. Os aventureiros 
              resolveram se ocultarem em algumas rochas e observar. Viram, para 
              sua intranqüilidade, mais dois dragões prateados, aparentemente 
              da mesma idade, pousarem no pátio, próximo ao bosque. 
              Um deles volta-se na direção onde se escondiam os 
              aventureiros. Provavelmente seu faro apurado detectara o cheiro 
              dos invasores de seus domínios.
 
 "Vão! Protejam-se 
              naquela caverna.", disse Eltargrim. "Eu irei segurá-los 
              enquanto isto!"
 "Não deixarei lutar 
              com aquelas feras sozinho!", bradou Galtan, apertando forte 
              o punho de sua espada.
 "Não devemos machucá-los!", 
              advertiu Kariel. "Viemos aqui em busca de ajuda e não 
              de batalhas!"
 "Eu sei disto! Vou tentar 
              apenas distraí-los. Agora não percam mais tempo! Vão!", 
              comandou o Coronal.
 
 Eltargrim saiu do esconderijo 
              e afastou-se dos aventureiros. Agitou sua espada para o alto, chamando 
              a atenção dos dragões, que começaram 
              a andar em sua direção. Foi a deixa para a Comitiva, 
              que correu desabaladamente e entrou na caverna. Kratus teve dificuldade 
              em passar, mas com um certo esforço e comprimindo-se bastante, 
              por fim conseguiu. No momento seguinte, um dos dragões despejou 
              em Eltargrim um hálito que congelou toda a área em 
              que estava o Coronal. Este, não se sabe o porquê, não 
              sofreu grandes injúrias, mas não ficaria ali parado. 
              Habilmente desviou dos dragões e também entrou correndo 
              na passagem estreita que dava acesso a caverna. Lá encontrou 
              os outros. A câmara era iluminada pela luz azulada da espada 
              de Kariel.
 
 "E agora?", perguntou 
              Bingo olhando para os companheiros. "Estamos presos aqui e 
              os dragões estão lá fora, esperando para se 
              banquetearem!"
 "Vamos procurar uma saída 
              nesta caverna. Particularmente, não gosto de lugares assim. 
              Cavernas são para drows e anões."
 "Bem, Kariel... mesmo não 
              sendo drow nem anão, acho que aqui será muito melhor 
              do que lá fora!", disse Sirius.
 Um 
              Conhecimento Perdido é Revelado       Andaram 
              por alguns minutos para o interior da caverna. O piso irregular 
              percorria um caminho em declive, indo cada vez mais para as entranhas 
              da terra. O percurso foi interrompido por uma fenda. Desceram pela 
              corda uma lanterna e viram que a falha revelava um corredor em um 
              nível mais baixo. Como não havia outra escolha, desceram 
              usando as cordas e puseram-se a seguir para frente. Chegaram, após 
              cerca de meia hora, em uma bifurcação.
 "E agora? Para onde vamos?", 
              perguntou Bingo, coçando a cabeça.
 Sirius pôs a mão no queixo e Kariel curiosamente tirou 
              uma moeda do bolso e atirou ao alto, pegando-a de volta. Sirius 
              então falou.
 "Tentei traçar as 
              voltas que fizemos na cabeça e acho que o caminho da esquerda 
              é o que deve nos levar mais rapidamente ao norte."
 "Bem, Sirius... joguei 
              a moeda e ela decidiu pelo mesmo lado. Se Tymora nos sorriu com 
              sua sorte, este deve ser mesmo o caminho certo!", disse o mago 
              elfo de cabelos azuis, devoto da Deusa da Sorte e dos Aventureiros.
 "Então vamos logo!", 
              disse Magnus adiantando-se.
 
 Foram pelo túnel e ao 
              se aproximarem de uma grande câmara, Limiekli deu um aviso: 
              sentira um odor estranho, diferente do que havia no restante do 
              ambiente. Logo após, avistaram uma criatura ao longe. Era 
              um réptil humanóide esguio, que segurava uma lança 
              rústica, de madeira e pedra lascada. Não era um homem-lagarto, 
              ser que já havia sido visto por alguns daqueles aventureiros. 
              Parecia uma outra espécie. A criatura agitou sua lança 
              e mais começaram a aparecer das rochas e sombras. Alguns, 
              que surgiram bem próximos aos aventureiros, começaram 
              um combate contra Galtan e Magnus. Eltargrim lançou um feitiço 
              e uma esfera em chamas explodiu em um grupo de répteis que 
              se aproximava.
 
 "Temos que recuar!", 
              comandou Eltargrim. "Pode haver uma colônia inteira destes 
              seres. Vamos buscar outro caminho!"
 "Corram! Farei algo para 
              nos dar uma vantagem!", disse Mikhail. O clérigo pôs-se 
              na direção dos inimigos, segurou seu martelo encantado 
              e dele partiu um raio de luz fulgurante, tão forte que cegou 
              temporariamente os répteis. Em seguida, acompanhou os demais 
              na fuga.
 
 Os heróis correram. Tinham 
              como objetivo ir ao corredor que haviam preterido na bifurcação 
              anterior, mas o destino tinha outros planos. O piso sobre eles trepidou, 
              rachou e partiu. Caíram de uma altura de seis metros. A lanterna 
              de Sirius apagou-se em meio à poeira e escuridão. 
              Caso não fossem os heróis experientes que eram, teriam 
              sofrido fraturas, mas foram apenas escoriações e outros 
              ferimentos leves. Logo Kariel desembainhou novamente sua espada 
              'Goliath' e a luminosidade azul emanada de sua lâmina mágica 
              preencheu o ambiente. Quando se certificaram que todos estavam bem, 
              começaram a reparar no lugar. Não era apenas mais 
              um corredor rochoso. O caminho possuía formas retas e pedras 
              recortadas.
 
 "Um corredor esculpido 
              na rocha!", admirou-se Mikhail.
 "Com certeza não 
              parece obra de criaturas como aqueles répteis. Pelas armas 
              que portavam não devem possuir uma cultura muito avançada.", 
              observou Kariel.
 "Aqueles serem eram trogloditas, 
              um tipo de réptil humanóide diferente dos homens-lagartos. 
              Certamente não foram eles que construíram este lugar.", 
              colocou Eltargrim.
 "Acho que vamos descobrir 
              quem fez isto da maneira mais difícil!"
 "Sim, Magnus... apanhando 
              de quem fez isto!", ironizou Sirius, sacudindo a poeira e acendendo 
              novamente sua lanterna.
 Eltargrim abaixou-se e olhou com muita atenção uma 
              das pedras do calçamento do corredor. Em seguida anunciou.
 "Pelo desgaste destas pedras, 
              acredito que este complexo deva ser muito antigo, de muito antes 
              dos tempos de Netheril. Vamos adiante. Quem sabe este lugar tão 
              leve a Palandarusk."
 
 Começaram novamente a 
              andar. Mikhail utilizou um encanto: lançou sobre a lanterna 
              de Sirius um feitiço que a fez emanar uma iluminação 
              tão forte quanto o a luz do dia. Assim tiveram mais segurança 
              ao caminhar. O corredor os levou a uma sala vazia. Havia uma saída, 
              mas estava bloqueada por pedras de um desabamento antigo. Puseram-se 
              a remover as rochas e grande foi o auxílio de um gigante 
              como Kratus naquele momento. Após pouco mais de uma hora, 
              desobstruíram a passagem e recomeçaram a exploração 
              por um outro corredor.
 
 Chegaram a uma outra sala. Havia 
              em uma de suas paredes um grande bloco de pedra maciça que 
              parecia vedar uma passagem. Tentaram empurrá-lo e nem mesmo 
              a força de Kratus foi suficiente para conseguir o intento. 
              Então Eltargrim encontrou algo na parede ao lado esquerdo 
              do bloco. Um orifício do tamanho de um punho. Corajosamente, 
              pôs a mão no buraco e seus dedos sentiram um mecanismo, 
              uma espécie de barra em ferro. O Coronal então a segurou 
              e a girou. O bloco de pedra, rangeu e moveu-se alguns centímetros 
              para dentro da parede, retornando a sua posição original 
              em seguida. Bingo achou outro orifício semelhante e foi idéia 
              de Sirius acioná-los ao mesmo tempo. Então o guerreiro 
              e o rei elfo giraram juntos o mecanismo. O bloco recuou na parede, 
              desobstruindo um corredor e uma passagem lateral que nele havia. 
              Ficou assim por alguns poucos segundos e logo em seguida começou 
              a retornar para seu lugar original, bloqueando novamente a passagem. 
              Ficou claro que, se quisessem prosseguir, teriam que ser rápidos.
 
 "Sugiro que eu e o Coronal 
              acionemos o mecanismo, enquanto vocês passam. Somos leves 
              e temos pouco equipamento. Poderemos correr e ir por último."
 "Sim, Kariel. Mas... enquanto 
              a Kratus. Com o tamanho dele será difícil que consiga 
              percorrer aquele estreito corredor e entrar na passagem com rapidez.", 
              observou Limiekli.
 "Kratus... posso reduzir 
              o seu tamanho através de magia. Permite que lance sobre você 
              um encanto?"
 O gigante pensou e perguntou, 
              desconfiado:
 "Ficarei assim para sempre? 
              Pequenino?"
 "Não. Cancelarei 
              o efeito do feitiço e voltará ao tamanho natural. 
              Enquanto estiver sob o efeito da magia será pouco maior do 
              que um humano."
 "Está certo. Confiarei 
              em você, elfo!"
 
 Kariel gesticulou e proferiu 
              algumas palavras estranhas. A magia fez efeito e Kratus teve seu 
              tamanho reduzido à metade. Tinha agora pouco mais de dois 
              metros. Encanto feito, chegara a vez de passarem pela passagem. 
              Kariel e Eltargrim acionaram o mecanismo e Sirius, Limiekli, Magnus 
              e Bingo passaram enquanto o bloco de pedra recuava na parede. O 
              obstáculo retornou e a chave foi girada novamente. Passaram 
              Galtan, Mikhail e Kratus. Agora somente faltavam Kariel e Eltargrim. 
              Estes giraram pela terceira vez o mecanismo e puseram-se a correr. 
              Como eram leves e rápidos, conseguiram chegar à passagem 
              lateral no pequeno corredor antes que o pedregulho retornasse.
 
 A passagem levou-os a um patamar 
              de uma escada que descia fazendo uma curva à direita. Pisaram 
              os degraus cuidadosamente, temerosos por armadilhas. Depois da escada, 
              havia um corredor, porém em um determinado trecho, o piso 
              havia cedido, formando um fosso que os separavam da continuação 
              do caminho. Com o auxilio das cordas ultrapassaram o obstáculo 
              e continuaram. Encontraram uma escada e subiram seus degraus.
 
 Chegaram a uma grande sala, 
              que possuía colunas de pedra a sustentar o teto. Tão 
              grande era o local que, mesmo com a iluminação mágica 
              da lanterna de Sirius e da espada de Kariel, não era possível 
              enxergar as paredes de imediato. Dividiram-se dentro daquele enorme 
              aposento. Foi Sirius que primeiro notou algo.
 
 "Encontrei aqui na parede 
              um nicho... um quadrado recuado. Dentro dele existe algo..."
 "São inscrições" 
              disse Kariel na parede oposta. "Aqui também existem 
              estes quadrados, mas não conheço tal linguagem. Eltargrim... 
              o senhor que é o mais antigo entre nós pode saber 
              do que se trata!"
 Eltargrim se aproximou de Kariel 
              e examinou as inscrições entalhadas.
 "Não é nada 
              que conheça. Alguns caracteres parecem élfico antigo 
              e outros dracônico. Mas não consigo compreendê-los."
 
 Seguiram as paredes. Encontraram 
              vários nichos nas paredes, com muitas outras inscrições. 
              Depois algumas imagens desgastadas de seres semelhantes a homens, 
              de dragões e de um estranho humanóide, que usava um 
              espécie de chapéu e de cuja boca saíam quatro 
              línguas. Magnus porém viu algo que o surpreendeu:
 
 "Kariel! Venha cá! 
              Veja isto!", grito o paladino.
 Kariel correu até o local 
              onde estava o companheiro, que lhe mostrava uma pintura na parede.
 "Por Tymora! Um desenho 
              da Orbe de Orgor!", disse espantado o mago elfo.
 "A Orbe de Ogor? Não 
              era este o objeto que vocês disseram ter transportado meses 
              atrás?", questionou Limiekli.
 "Talvez ele tenha sido 
              criado pelo povo que aqui viveu.", conjecturou Sirius.
 Eltargrim aproximou-se dos companheiros de viagem.
 "Vamos para as primeiras 
              inscrições. Tentarei lê-las com um encanto."
 
 Os heróis então 
              foram para os entalhes descobertos por Sirius. Lá Eltargrim 
              executou gestos e magicamente sua mente começou a entender 
              aqueles sinais. Começou a lê-los.
 
 "Registro Um: Celesin, 
              ordem formada por elfos de Aryvandaar e humanos de Tronomus, para 
              compreender o véu mágico.", pronunciou, passando 
              rapidamente para a próxima inscrição, ao lado. 
              "Registro Dois: Zorar, o mais sábio entre nós, 
              quis saber quem foram aqueles que trouxeram a magia à Abeir 
              Toril. Ele alega que foram seres vindos do céu em casulos 
              semelhantes à caracóis. Tinham quatro línguas."
 "Zorar!", falou Magnus 
              novamente surpreso. "Lembra-se, Kariel? Foi aquele ser que 
              encontramos e que nos ajudou contra Bane, meses atrás."
 "Sim. Lembro-me, amigo. 
              Isto é cada vez mais intrigante."
 
 O Coronal continuou lendo os 
              registros. Disse algo sobre um acordo para o entendimento do véu 
              mágico que cobria o mundo e sobre o temor do domínio 
              dos dragões sobre a terra. Relatou que um mago chamado Ogor 
              resolveu construiu a Orbe com um recurso contra a futura ascensão 
              de um deus maligno. Havia a menção de um certo Azen, 
              que haveria construído, sem o consentimento de Zorar e Orgor, 
              os Pergaminhos Mágicos e que havia escrito o quinto deles. 
              Então as inscrições legíveis acabaram, 
              assim como o efeito do encanto do rei élfico.
 
 "Pergaminhos Mágicos... 
              se estes seres eram tão poderosos... estes pergaminhos podem 
              ter sidos os Pergaminhos Nether!", deduziu o mago Kariel. "Eram 
              escritos com grande conhecimento mágico e graças a 
              eles os humanos de Netheril se desenvolveram no uso da magia!"
 "Por Corellon! Este lugar 
              abriga muitas respostas! Porém devemos no concentrar em nossa 
              missão. Faremos uma pausa para descansarmos e continuaremos.", 
              disse o Coronal.
 
 Durante uma hora, recuperaram 
              o fôlego. Mikhail usou alguns de seu encantos divinos para 
              curar os mais feridos, depois de tantos desafios. Após a 
              pausa, seguiram e subiram uma escada que descobriram na parede a 
              frente da grande sala.
 
 Refeitos, subiram os degraus. 
              Estavam agora em uma sala menor. A luz revelou algumas estantes 
              de pedras, vestígios de uma antiga biblioteca. Não 
              havia portas no nível dos aventureiros, mas existia uma sacada 
              que talvez levasse a um andar superior, anteriormente ligado a este 
              por uma escada de madeira, há muito destruída. Os 
              heróis aproximaram-se da estante e viram alguns volumes antigos. 
              Mikhail retirou com cuidado um destes, mas ao invés de papel, 
              somente havia pó como conteúdo. O conhecimento se 
              perdera nas areias do tempo. Desfeita a esperança de aprender 
              algo mais sobre a origem do conhecimento arcano, concentraram suas 
              atenções em uma maneira de sair do lugar. Sirius pediu 
              a ajuda de Kratus e o gigante o ergueu até que o guerreiro 
              alcançasse a sacada.
 
 "Subam! Tem uma porta aqui 
              em cima!", avisou Sirius.
 
 De repente, ouviu-se o ruído 
              de passos.
 
 "Os tais trogloditas! Os 
              malditos devem ter nos seguido!", colocou Limiekli.
 "Temos de seguir em frente.", 
              disse o Coronal Eltargrim.
 
 Assim, trabalhando com velocidade, 
              prenderam uma corda com um gancho na sacada e começaram a 
              escalá-la. Kratus foi o último a subir, exatamente 
              quando os répteis humanóides chegaram ao local, derrubando 
              as estantes e arremessando lanças. Tentaram as criaturas 
              se agarrar na corda dos aventureiros, mas Magnus e Galtan as afastaram 
              com suas lâminas. Mas eram muitos. Tinham que fugir e logo. 
              Kariel criou magicamente, abaixo da sacada, uma nuvem de gás 
              mau cheiroso que as manteve longe por algum tempo, enquanto fugiam. 
              Percorreram um corredor estreito, que era interrompido por um desabamento. 
              Havia uma outra passagem, porém esta não era um espaço 
              trabalhado por mãos de elfos ou de homens, mas sim apenas 
              mais um túnel cavernoso. Entraram nele e seguiram adiante 
              por uma hora, até que o ambiente foi ficando mais claro e 
              o ar mais fresco. Saíram, enfim, em uma grande abertura que 
              terminava a caverna. Havia um grande vale verdejante e o sol do 
              dia claro caia sobre ele, formando uma paisagem paradisíaca. 
              Saíram próximos de a parte baixa de uma alta cachoeira, 
              tão alta que a água evaporava antes que pudesse cair 
              no solo pedregoso do sopé da montanha. Kratus olhou em volta 
              e disse:
 
 "Acho que estamos no domínio 
              dos dragões. Este vale corresponde às descrições 
              que conheço. Sigam-me e tenham cuidado!"
 
 Percorreram um caminho margeando 
              a montanha. Olhavam atentamente para os lados e, especialmente, 
              para cima. Estavam em um descampado quando uma grande sombra interrompeu 
              por alguns segundos os raios de sol. Olharam para o alto e viram 
              um grande dragão dourado, o que fez muitos exclamarem. A 
              criatura executou um vôo rasante e pousou a frente dos aventureiros. 
              Minutos depois, mais cinco dragões desceram dos céus 
              e também aterrissaram nas proximidades do grupo de heróis. 
              Kratus então se adiantou. Falou com o dragão que havia 
              pousado primeiro, em uma língua de fonética bastante 
              peculiar e estranha. Depois de uma troca rápida de palavras, 
              a criatura alçou vôo e Kratus virou-se para seus companheiros 
              de viagem.
 
 "Vamos esperar.", 
              disse o gigante. "Pedi para que me levasse até Palandarusk."
 
 Aguardaram durante alguns minutos. 
              Viram, depois, a silhueta do dragão retornando ao longe. 
              Trazia em suas patas traseiras uma espécie de gaiola enorme. 
              Deixou o objeto perto dos forasteiros, pousou novamente e falou 
              com Kratus em dracônico. O gigante então virou-se para 
              os demais.
 
 "Devemos entrar na grade. 
              Ele nos levará até o Grande Ancião."
 
 Então, assim fizeram. 
              Entraram na gaiola de madeira, com o chão forrado com palha. 
              Haviam ossos em um dos cantos, o que fez alguns deduzirem que se 
              tratava de uma espécie de transporte para animais que serviriam 
              de alimento para os dragões. Limiekli também pensou 
              nisto, mas estava com medo de que eles fossem o alimento desta vez. 
              Entraram e fecharam a porta. O dragão bateu asas e com as 
              patas traseiras recolheu novamente a gaiola e alçou vôo, 
              sendo seguido de perto pelos seus pares.
 
 Singraram os céus e atravessaram 
              a floresta. Quando chegaram a uma área montanhosa, começaram 
              a descer em um grande desfiladeiro. A gaiola foi então posta 
              com cuidado sobre uma plataforma de pedra e os dragões pousaram. 
              Aos poucos, foram chegando mais deles, alguns vieram voando, outros 
              saíram de cavernas escondidas nas paredes da montanha. Eram 
              mais de trinta daqueles seres, de todos os tamanhos, jovens e adultos, 
              entre dourados e prateados, que olhavam fixamente para aqueles aventureiros. 
              Ouviram-se então pequenos tremores. Então, ao longe, 
              andando pelo vale no meio do desfiladeiro, veio se aproximando um 
              dragão dourado, muito maior do que os outros. Tal era o tamanho 
              e a imponência da criatura que um inevitável calafrio 
              percorreu a espinha daqueles heróis tão acostumados 
              a enfrentar os mais diversos perigos. A enorme e antiga criatura 
              chegou perto de seus pequeninos visitantes e aproximou sua grande 
              cabeça deles. Disse em uma voz grave e retumbante, em língua 
              comum.
 
 "Quem são vocês, 
              que vêm diante de Palandarusk?"
 Eltargrim deu um passo a frente.
 "Sou o Coronal de Arcorar, 
              Eltargrim Irithyl, e está é a Comitiva da Fé. 
              Viemos em pedido de ajuda."
 "Arcorar, o antigo reino 
              élfico?"
 "Sim. Arcorar ainda existe, 
              mas ela e toda a Faerûn correm perigo."
 "Porque iríamos 
              ajudar elfos e humanos que infestam o mundo? Agora querem compartilhá-lo 
              conosco?"
 "Houveram muitas desavenças 
              no passado, mas a sobrevivência de todas as raças está 
              em questão. Nosso inimigo em comum são os phaerimns."
 "Os phaerimns são 
              problemas dos humanóides. Eles os trouxeram para o nosso 
              mundo. Não iremos consertar os seus erros."
 "Porém os phaerimns 
              agora são aliados de dragões vermelhos, negros e azuis, 
              que desejam atacar Evereska, a Fortaleza Élfica."
 "Nós, dragões, 
              temos o acordo de não atacarmos uns aos outros. Eles também 
              possuem o direito de habitar Faerûn. E os elfos deram parte 
              das terras dos dragões para os humanos, na região 
              hoje chamada de Cormyr. É natural que eles nutram ressentimentos. 
              Sinto muito. Não poderei ajudá-los."
 
 Eltargrim baixa a cabeça, 
              e depois leva a mão à cintura. Retira um tubo preso 
              ao seu cinto, ajoelha-se e o ergue em direção ao dragão.
 
 "Então exijo o cumprimento 
              do Pacto Dracônico-Élfico, feito por Vanderselt, da 
              Casa Orindar de Illefarn, e o grande Ancião Dourado, Umalagor!"
 "O documento do Pacto Dracônico-Élfico? 
              Imaginei que tivesse sido destruído junto com Illefarn!"
 "O meu povo o recuperou 
              e agora eu exijo o seu cumprimento!"
 O dragão recuou a cabeça 
              e fez alguns segundos de silêncio. Disse em seguida:
 "Em nome de Umalagor, cumpriremos 
              o Pacto. Porém cuidaremos somente dos dragões. Os 
              phaerimns serão problemas de vocês. No momento certo, 
              os encontraremos. Agora vão. Serão levados à 
              cidade dos gigantes."
 
 Eltargrim fez então uma 
              reverência e entrou novamente na grande gaiola, seguido de 
              seus companheiros de jornada. O mesmo dragão que os trouxe 
              novamente os carregou. Voaram pelos penhascos, pelo vale verdejante 
              e além das montanhas, até avistar a cidade branca 
              dos gigantes das nuvens. O dragão depositou a carga ao chão 
              e esperou os seus passageiros saírem. Então partiu 
              novamente, levando a grade vazia, sob o olhar contemplativo dos 
              aventureiros e de alguns gigantes que se aproximavam do local.
 
 "Vou ao Rei", disse 
              Kratus resignado. "Devo-lhe explicações e relatar 
              o que aconteceu."
 "Iremos com você", 
              disse Eltargrim, apoiado pela Comitiva.
 
 Foram até o palácio 
              de mármore branco de Brion. Subiram as suas escadas (coisa 
              um tanto incômoda, sobretudo para as pernas curtas de Bingo), 
              adentraram as salas do amplo edifício. Kratus conversou com 
              alguns sentinelas e eles conduziram todos à sala do tono. 
              No caminho, encontraram Secta, a colega de Kratus.
 
 "Kratus! Está bem!?"
 "Sim. Conseguimos falar 
              com Palandarusk! Mas agora devo prestar contas ao rei!", disse, 
              prosseguindo o caminho.
 
 Eis que enormes portões 
              se abriram e chegaram à grandiosa sala do trono, onde estava 
              sentado o rei de Celestia. Kratus fez uma reverência ao seu 
              monarca e ajoelhou-se aos seus pés.
 
 "Meu rei. Perdoe a minha 
              falta. Mas algo precisava ser feito. Aceitarei qualquer castigo 
              que queira me impor."
 "Nenhum castigo que poderia 
              lhe dar resolveria coisa alguma. Porém, acredito que se falhasse, 
              todos nós pagaríamos. Mas como nada de grava aconteceu, 
              que este assunto seja esquecido. Fez bem!", o gigante, de barbas 
              longas e encaracoladas dirigiu seu olhar para o Coronal. "Se 
              desejarem algo mais, podem pedir."
 "A ajuda dada foi suficiente, 
              Sua Majestade. Kratus fez mais do que podíamos imaginar. 
              A parte de vocês está feita. Porém, em um momento 
              posterior, podemos nos ajudar, mas isto é assunto para discutirmos 
              em outra ocasião."
 "Estão está 
              feito. Se desejarem, terão aposentos para permanecerem até 
              o momento de retornar para seu reino. Kratus e Secta o conduzirão 
              até os seus alojamentos"
 "Agradecemos a hospitalidade.", 
              disse Eltargrim.
 
 Então os forasteiros 
              foram levados pelos dois gigantes e em imensos quartos, com camas 
              tão grandes quanto confortáveis. Passariam a noite 
              na cidade de Celestia, antes de retornar para a Fortaleza Élfica 
              para as próximas providências na luta contra a ameaça 
              dos phaerimns.
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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