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  A Queda de Obscura Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira.Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), 
              Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas. 
              Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. Participação 
              Especial: Khelben Arunsun, Laeral Mão Argêntea, 
              Storm Mâo Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão.
 
  A Queda de Obscura 
      "Jammar 
              era um jovem de quinze primaveras, membro de uma pequena tribo bedine, 
              da borda leste de Anauroch. Um dia, decidido a ir de encontro a 
              novas paisagens, deixou sua tenda e partiu para o grande deserto. 
              O jovem rapaz andou mais longe do que seu povo ousava ir e escalou 
              a mais alta das dunas. Foi quando viu uma cidade que pairava no 
              céu. Pôs-se a observar, maravilhado, sem saber que seria um dos 
              poucos humanos a ver, após milhares anos, a queda do último enclave 
              flutuante remanescente de Netheril." A 
              Queda de Obscura       Em 
              três grupos estava dividida a comitiva de heróis que invadiu Obscura, 
              a cidadela flutuante dos vultos. Tinham o ambicioso objetivo de 
              neutralizar e destruir os mythalares, cristais que concentravam 
              poderosas energias místicas e que mantinham aquele enclave nos céus. 
              Com êxito da missão, e Obscura repousando no solo de Anauroch, estariam 
              os vultos sujeitos à todas as forças que enfrentavam as demais nações 
              de Faerûn e não mais poderiam lançar sua sombra ameaçadora impunemente 
              sobre os povos. Os heróis agora estavam frente a frente aos cristais, 
              porém estes estavam bem guardados e não seriam destruídos antes 
              de uma difícil batalha. Uma 
              Cidade vai aos Céus       Em 
              uma época distante onde os magos governavam um império 
              repleto de magia, um pesquisador do caminho das sombras chamado 
              Telamont Tanthul, mais conhecido como Lorde Sombra, elevou seu poder 
              a tal que conseguiu construir seus três mythalares as quais 
              fariam um enclave flutuar ilimitadamente. Obscura foi o nome que 
              ele deu à sua cidade. Este feito já fazia parte do 
              seu grande estudo sobre as formas sombrias. Isso foi importante 
              de tal forma que Telamont, a mando de uma entidade sombria, conseguiu 
              mover sua preciosa cidade para o Plano das Sombras. Com esta manobra 
              o arquimago de Netheril livrou seu reduto da destruição, 
              pois seu companheiro Karsus, um dos mais brilhantes arcanos de Abeir 
              Toril, usou um encantamento poderosíssimo que roubou o controle 
              da Ondulação de Mystril a deusa da magia. Contudo 
              Karsus não era uma divindade e sua consciência mortal 
              não suportou a magnitude do poder da Ondulação. 
              A magia, por alguns instantes, cessou fazendo os enclaves flutuantes 
              caírem para o chão. Mystril, se reencarnou em uma 
              nova deusa chamada Mystra e então conseguiu salvar apenas 
              três cidades da morte fatídica. Naquele momento Telamont 
              e Obscura se encontravam a salvo nos braços das sombras e 
              ali reinaram por um longo tempo.
 Após 
              anos no Plano das Sombras, a entidade sombria se comunicou com Telamont. 
              O ser desejava mais dele oferecendo-lhe a oportunidade final de 
              realmente conhecer as sombras. Para que Telamont compreendesse as 
              sombras ele teria que se tornar uma, ou, um vulto. O Alto Príncipe 
              se submeteu a uma transformação provocada pela entidade 
              sombria que mudou sua aparência e sua natureza. Telamont se 
              transformou em um vulto, um ser conectado as sombras. Ele foi o 
              primeiro dentre muitos que alcançou este novo estágio 
              de poder.
 
 Com 
              o passar dos séculos, Telamont liderou supremo em Obscura, 
              no entanto, ele teve filhos e estes também foram transformados 
              em vultos. Eles repartiram os blocos de poder abaixo do pai. Apenas 
              um conseguiu atingir o estágio de Príncipe não 
              sendo filho do Alto Príncipe. Seu nome era Hadrhune, um exímio 
              e perspicaz arquimago que conquistou o respeito de Telamont. Este 
              fato sempre incomodou alguns de seus filhos.
 
 Nos 
              tempos atuais, após um longo período de ausência, 
              a entidade sombria novamente surgiu para Telamont.
 "Lorde Sombra, aquele que 
              ama as sombras. Escute meu novo desejo."
 "Ao seu dispor minha deusa." 
              Respondeu ele surpreso e se ajoelhou.
 "Ouça o novo estratagema 
              para retornar ao seu Plano de origem."
 "Retornar milady? Mas por 
              quê?"
 "Aquele lugar possui muita 
              luz. Nós temos que apagá-la e erguer uma nova era 
              governada pelas trevas."
 "Que assim seja minha senhora. 
              Eu sou seu servo."
 "Ordene que um dos seus 
              filhos realize um feitiço para se comunicar com uma amante 
              das sombras de Faerûn. Ela se chama Gothyl, prometa muito 
              poder e então ela o ajudará a devolver Obscura ao 
              plano original."
 "Será feito ó 
              divindade." E essa foi a última aparição 
              da entidade para o Alto Príncipe que a obedeceu convocando 
              um de seus filhos mais inteligentes para contactar Gothyl no Plano 
              Material, Melegaunt Tanthul.
 
 O 
              Príncipe ficou muito honrado em atender o desejo de seu pai. 
              Ele, em pouco tempo, se comunicou com a bruxa Gothyl e fez um acordo. 
              Posteriormente, o próprio Melegaunt viajou entre os planos 
              para chegar a Faerûn. Ao lado da bruxa eles executaram um 
              dos maiores planos diabólicos já feitos. Libertaram 
              as famigeradas criaturas denominadas phaerimns de uma prisão 
              mística para os faerunianos ficassem dependentes dos poderes 
              dos vultos assim que chegassem. O plano se concretizou por completo 
              quando Melegaunt, engabelando os heróis da Comitiva da Fé 
              e os elfos de Evereska, chegou no Templo Karse. Lá Gothyl 
              fez um rito com um mythalar e devolveu Obscura ao Plano Material. 
              Melegaunt pereceu em nome da causa das sombras.
 A 
              Catedral de Shar       Storm, 
              Kariel, Magnus e Sirius haviam acabado de chegar à sala circular, 
              onde repousava o cristal místico . Não estavam sozinhos. 
              Havia um vulto, com trajes clericais, e um outro trajado com armadura 
              e que empunhava uma espada feita com um estranho metal negro. O 
              primeiro era conhecido em Obscura por ser o Sacerdote Maior de Shar, 
              seu nome era Rivalen Tanthul. Ele carregava o símbolo de 
              sua deusa, a divindade da escuridão e dos segredos. O outro 
              era o braço direito de Rivalen, Yder Tanthul, um guerreiro 
              e arcano muito respeitado na cidade voadora. Em sua espada também 
              repousava uma símbolo de Shar.
 Sirius adiantou-se em começar 
              a inevitável batalha. Correu e com sua espada buscou um golpe 
              potente contra o vulto guerreiro. O inimigo não se movia 
              sequer um milímetro, até o momento certo, quando desviou 
              do ataque e, em uma velocidade que revelou perícia, sacou 
              sua espada de metal escuro e fosco, e atingiu o adversário 
              pelo flanco. Enquanto isto, Magnus correu para combater o sacerdote. 
              Kariel e Storm lançaram encantamentos, visando anular proteções 
              mágicas que por ventura agissem sobre seus inimigos. Infelizmente 
              tais sortilégios não surtiram efeito.
 
 O sacerdote revidou: lançou 
              sobre Kariel um feitiço que o fez ficar paralisado, tal qual 
              estátua. Em seguida, virou-se para Sirius e atingiu-lhe com 
              raios coloridos que partiram de suas mãos. Imediatamente 
              este começou a agitar-se e golpear a esmo, como se um repentino 
              ataque de loucura se abatesse sobre sua mente.
 
 Storm aproximou-se do mythalar 
              e ergueu uma parede de energia, isolando-se do combate e impedindo, 
              por força do encanto, que recaísse sobre ela qualquer 
              sortilégio nefasto. Queria concentração suficiente 
              para lançar seu Fogo Prateado e exaurir a magia do cristal 
              místico. Já Magnus tentou imobilizar os braços 
              do sacerdote de Shar, para que este não pudesse invocar novos 
              sortilégios. Porém, não obteve êxito, 
              pois Rivalen conjurou sobre si mesmo um encanto que lhe protegia 
              contra este tipo de investida. Naquele momento, o feitiço 
              de Kariel quebrou-se e este, ao ver o clérigo lutando com 
              seu amigo paladino, acertou-lhe com esferas mágicas de energia, 
              invocadas com o intuito de anular um outro feitiço de proteção 
              que impedia o vulto de ser golpeado pelo metal do paladino.
 
 Entretanto o vulto não 
              estava indefeso. Os ignorou e recitou algo fazendo seu corpo desaparecer, 
              para surgir alguns metros atrás de Storm. Sirius tentava 
              recobrar-se do encanto que nublava sua mente e, desnorteado, sofria 
              um grande castigo pela espada de Yder. Era auxiliado por Kariel, 
              que investia com magia contra o guerreiro. Do outro lado da barreira 
              que havia erguido, Storm resolveu teleportar-se novamente, deixando 
              isolado desta vez o seu adversário. Sabia ela que, diferentemente 
              de outras magias, o Fogo Prateado era capaz de ultrapassar a muralha 
              de energia. Poderia conduzir o ritual do lado de fora e se o sacerdote 
              quisesse impedi-la teria que gastar mais um feitiço de teleportação 
              de seu repertório.
 
 Rivalen estava preparado. Assim 
              o fez e novamente surgiu próximo de Storm. O clérigo 
              estava decidido a não permitir que a mulher executasse o 
              encanto sobre o mythalar. Porém, Magnus tomou-lhe a frente 
              e com sua espada, o obrigava a se afastar. O paladino forneceu a 
              Storm tudo que ela precisava: tempo. Partiu das mãos da Escolhida 
              de Mystra, uma nuvem como se feita de pó de prata, que preencheu 
              a área onde se localizava a pedra mística. A energia 
              do Fogo Prateado então dissipou toda a magia em seu raio 
              de alcance: a parede de energia erguida por Storm desapareceu e, 
              o mais importante, o cristal azulado perdeu a cor e o brilho. Instantes 
              depois, toda Obscura tremeu causando abalos suaves que assustaram 
              seus moradores. Quem visse a cidade no céu, perceberia que 
              esta, vagarosamente, havia descido centenas de metros de altura.
 
 Logo que se recobraram do desequilíbrio 
              provocado pela perda da força do mythalar, todos os quatro 
              heróis correram em direção da pedra, a fim 
              de destruí-la, antes que o efeito do Fogo Prateado sobre 
              o cristal cessasse. Rivalen, em um recurso desesperado, invocou 
              um feitiço que fez chover fogo sobre a região próxima 
              aos aventureiros. Alguns heróis foram atingidos, mas apesar 
              da dor, prosseguiram correndo. Aqueles que cruzaram a área 
              onde o efeito do Fogo Prateado agia tiveram seus disfarces removidos 
              pela ausência de magia, revelando aos vultos a verdade sobre 
              aquela invasão. Sirius foi o primeiro a chegar e a atingir 
              o cristal, causando-lhe a uma rachadura, Kariel foi o próximo. 
              Storm parou e através de um encanto, convocou um elemental 
              da terra, criatura vinda de outros planos de existência, para 
              lutar com os vultos, promovendo uma distração que 
              lhes daria tempo suficiente para que a missão fosse cumprida. 
              Então Magnus golpeou o mythalar e, por fim, o cristal se 
              partiu definitivamente.
 
 "Malditos! Não sairão 
              daqui vivos!", disse o sacerdote vulto, que agitou-se em um 
              novo encanto.
 
 Surgiram, após uma bruma 
              repentina, dez esqueletos animados e armados. Ouviu-se um ruído 
              de passos, e de uma passagem oculta, novos vultos surgiram. Imediatamente, 
              estes começaram a recitar uma magia mortal. Storm também 
              lançou um encanto e foi mais rápida: abriu um portal 
              mágico por onde entraram os heróis, pouco antes do 
              local onde estavam explodir em chamas.
 A 
              Cúpula dos Deterministas       Chegaram 
              Dove, Florin, Mikhail e Limiekli na ampla câmara do mythalar 
              na Cúpula dos Deterministas. No centro da sala, cristais 
              partiam do chão como espinhos voltados para cima. Um deles 
              se iluminava com uma energia azulada. Era o que estavam procurando. 
              Estavam todos tensos e de armas em punho. Nenhum deles pensava que 
              chegariam a tal proximidade do artefato mágico sem enfrentar 
              algum obstáculo final. E estavam corretos. Poucos segundos 
              depois de pisarem na sala, abriram-se em sua frente dois portais 
              místicos e deles saíram dois vultos.
 "O que estão fazendo 
              aqui? Que invasão é esta!? Se arrependerão 
              por entrarem nesta câmara!", bradou um deles, que vestia 
              um robe e segurava um cajado, a maneira dos magos. Tratava-se do 
              líder dos Deterministas, Lamorak Tanthul. Imediatamente, 
              o outro adiantou-se. Este era conhecido. Seu nome era Leevoth, o 
              capitão do exército da Cidade das Sombras. Fora visto 
              com Aglarel, durante a farsa de sua visita a Evereska, semanas atrás. 
              Erguia uma grande e incomum espada e movia-se lenta e ameaçadoramente 
              na direção de seus inimigos.
 
 Limiekli não esperou 
              mais e logo disparou duas setas. As flechas iam em direção 
              ao alvo, mas a poucos centímetros de acertar o vulto que 
              vestia-se como arcano, perderam repentinamente toda a força 
              e caíram ao solo. Mikhail também investiu sobre ele, 
              com uma propriedade que possuía o seu martelo Destruidor 
              de Tempestades: um poderoso raio luminoso deixou a arma em direção 
              de Lamorak, mas, tal com as flechas de Limiekli, a energia perdeu 
              a força e em seguida dissipou-se sem provocar qualquer desconforto. 
              Florin sacou sua espada e correu para enfrentar Leevoth. No caminho, 
              entregou uma poção a Limiekli e pediu que a bebesse. 
              O ranger não sabia o que era, mas atendeu de imediato o pedido 
              do companheiro. Sentiu seus músculos enrijecerem. Pareciam 
              possuir agora a força de um gigante. Já Dove correu 
              para o mythalar. Queria acabar com aquilo o quanto antes.
 
 O arcano de Obscura lançou 
              mão de algumas poderosas magias. Com alguns gestos, fez o 
              tempo congelar na área onde os seus adversários estavam. 
              Assim, os aventureiros permaneceram paralisados por alguns segundos. 
              Tempo suficiente para que este fizesse aparecer sobre suas cabeças 
              três grandes esferas de magma, que desabaram do alto sobre 
              os heróis, causando-lhes ferimentos que matariam instantaneamente 
              pessoas comuns. Também atacou Dove, aproveitando-se dos últimos 
              segundos de paralisia que a magia conjurada lhe proporcionava. Lançou 
              um encanto para aprisionar a guerreira nas profundezas da terra, 
              mas falhou em seu intento, graças a uma proteção 
              contra este tipo de magia, dada a ela pela própria Deusa 
              da Magia, há muito tempo atrás.
 
 Quando o tempo voltou a correr, 
              a batalha se configurava com Florin e Limiekli trocando golpes com 
              Leevoth e com Dove sacando sua espada e lutando contra o mago, que 
              atacava com seu cajado, nas proximidades do mythalar. Mikhail ia 
              unir-se a Dove, mas seus ouvidos élficos ouviram passos se 
              aproximando no corredor por onde haviam entrado. O clérigo 
              de Mystra então se afastou do combate e foi até o 
              portão, concentrou-se e lançou sobre ele um encanto 
              que criava uma intensa luz. Os vultos eram criaturas das sombras 
              e, salvo se possuíssem algum poder a mais, evitavam estar 
              próximos a grandes fontes de luz. Era por isto que sobre 
              a cidade, um campo místico obscurecia a luz do sol.
 
 Dove, em um movimento de agilidade, 
              desviou-se de um golpe de Lamorak e tentou imobilizá-lo. 
              Ao lado, Limiekli se aproximava para auxiliar Dove contra o arquimago 
              vulto. No entanto, este, percebendo o intento, de imediato conjurou 
              um poderoso feitiço que transformou o ranger em pedra. Mikhail, 
              viu o que acontecera com o amigo e pôs-se à sua frente, 
              defendendo-o. Sabia que se Leevoth, que estava perto, destruísse 
              a estátua, talvez não houvesse salvação 
              para o companheiro. Porém, o Capitão da Guarda agora 
              concentrava seus golpes em Florin. A exemplo de sua esposa, o veterano 
              Cavaleiro de Myth Drannor também conseguiu prender Leevoth, 
              imobilizando o seu braço direito.
 
 Contudo os dois sombrios adversários 
              não ficariam por muito tempo a mercê dos heróis. 
              Lamorak afastou-se de Dove, correu para uma distância segura, 
              conjurou uma magia e lançou sobre os heróis uma bola 
              de fogo, que lhes provocou algumas injúrias.
 
 Repentinamente, 
              sentiram um tremor no solo. Era a cidade que descia algumas centenas 
              de metros do céu, graças à falência do 
              primeiro mythalar na Catedral de Shar, obra do grupo liderado por 
              Storm. Leevoth aproveitou a chance e a desconcentração 
              e também se livrou de Florin. O soldado correu para a porta 
              de entrada da sala. Talvez fosse para fugir, mas o intuito do vulto 
              não era este. Iria conseguir reforços. Florin correu 
              atrás para impedi-lo. Enquanto isto, Dove gritou para Mikhail 
              e pediu-lhe que tentasse segurar o arquimago. Queria ela fazer o 
              que deveria ser feito: liberar o Fogo Prateado sobre o mythalar. 
              O elfo jogou-se com seu escudo sobre o mago e em seguida conseguiu 
              imobilizá-lo. Foi quando Dove usou a maior dádiva 
              concedida por Mystra aos seus Escolhidos. Lançou a nuvem 
              prateada e o tecido invisível de magia na área onde 
              estava o mythalar foi rompido. A cidade novamente se abalou e desceu. 
              Lamorak, ainda seguro por Mikhail gritou:
 
 "O que estão fazendo!? 
              Estão destruindo a cidade!". O mago soltou-se e através 
              de um encanto desapareceu para chamar ajuda.
 
 Mikhail e Dove passaram a golpear 
              o cristal. Florin desistiu de perseguir Leevoth e correu também 
              em direção ao mythalar. E foi um golpe desferido pela 
              espada do ranger que destruiu a pedra. Em seguida, aproximaram-se 
              da estátua em que se transformara Limiekli e Dove abriu um 
              portal. Carregaram o companheiro enfeitiçado e desapareceram 
              da sala do mythalar e de Obscura.
 A 
              Torre Real       Khelben, 
              Laeral, Galtan e Brian estavam na câmara do mythalar da Torre 
              Real, diante de Telamont Thanthul, ser que um dia havia sido um 
              humano, um mago do poderoso e esquecido tempo do império 
              de Netheril, conhecido como Lorde Sombra. Não havia mais 
              palavras a serem trocadas. Neste combate, foram os arquimagos que 
              agiram de imediato. 
 Khelben lançou um encanto, 
              visando reduzir as proteções místicas de que 
              se valia o Alto Príncipe de Obscura, mas apesar de executar 
              o rito corretamente, o arcano falhou. Sua esposa, que se posicionou 
              em outro ponto do cômodo, também tentou o seu feitiço. 
              Gesticulou e fez surgir oito esferas de magma flutuantes, executando 
              a magia que alguns arcanos eruditos usavam para pulverizar seus 
              inimigos. As esferas letais incandescentes caíram sobre a 
              cabeça do vulto. Deveriam ter explodido, causando grande 
              estrago, mas ao invés disto, subitamente enfraqueceram, diminuíram 
              e desapareceram, mostrando que o adversário seria difícil 
              de ser vencido. Enquanto estas coisas aconteciam, Brian e Galtan 
              estavam parados, observando. Que poderiam fazer, pensavam, sendo 
              apenas homens armados com espadas, contra o nível de poder 
              que aquele inimigo apresentava? Resolveram aguardar, atentos, pelo 
              melhor momento de ajudar.
 
 Chegou a vez do Alto Príncipe. 
              Ele conjurou um sortilégio e tanto Khelben quanto Laeral 
              viram desaparecer a magia dos feitiços de proteção 
              que agiam sobre eles e até mesmo de seus objetos encantados. 
              Khelben então executou um novo feitiço, ativando sobre 
              sua volta uma redoma invisível de energia, que impedia a 
              penetração de determinados encantos. De repente, sentiu-se 
              um tremor acentuado que distraiu a todos naquele instante. Era o 
              primeiro mythalar, localizado na Catedral de Shar, que fora desativado 
              naquele momento.
 
 Telamont recuperou-se do abalo 
              que a cidade sofrera, e continuou sua investida mágica: criou 
              uma muralha de energia que circundou o mythalar, impedindo a aproximação 
              dos Escolhidos de Mystra. A resposta de Laeral foi invocar um ser, 
              uma criatura humanóide semelhante a um gigante, de pele acinzentada 
              e de músculos poderosíssimos para combater o vulto. 
              Já Khelben lançou a magia que fazia congelar o tempo 
              cronal em torno do oponente e assim tentar paralisá-lo por 
              alguns segundos. Porém, naquele jogo de xadrez entre magos, 
              os lances de Telamont foram rápidos e eficientes. O arcano 
              fez desaparecer a criatura convocada por Laeral, enviando-a para 
              uma distante paragem de Faerûn e, quanto ao feitiço 
              de Khelben, antes que sofresse seus efeitos, transportou-se por 
              meio de uma porta mística invocada, para outro ponto da câmara, 
              longe da influência do sortilégio.
 
 Khelben então o isolou 
              através da invocação de uma outra parede de 
              energia, semelhante a criada por Telamont em volta do mythalar. 
              Em seguida, o arquimago lançou uma magia rara, concedida 
              a ele pela Deusa da Magia: surgiu sobre sua cabeça a imagem 
              de um olho e dele partiu um raio prateado em direção 
              ao vulto, mas este ergueu o cajado que levava e absorveu a rajada 
              sem dificuldades. Em meio a isto, Laeral teletransportava-se para 
              dentro da área do mythalar, ultrapassando a barreira erguida 
              pelo mago vulto. Percebendo a invasão repentina da filha 
              de Mystra, o Alto Princípe fez aparecer dois minotauros próximos 
              de Khelben para tentar distraí-lo, desativou a muralha que 
              havia levantado em torno do mythalar e correu na direção 
              de Laeral, para tentar impedi-la de lançar o Fogo Prateado. 
              Khelben, vendo a esposa em perigo, transportou-se para frente de 
              Telamont e conseguiu imobilizá-lo com seus braços 
              e a ajuda de seu cajado. Brian e Galtan viram os minotauros e já 
              que agora que havia inimigos na batalha com os quais tinham chances 
              de lutar, partiram contra estes de espadas em punho.
 
 Outro tremor e algumas paredes 
              racharam. O mythalar da Cúpula havia sido também eliminado. 
              Agora somente o cristal que estava diante dos aventureiros mantinha 
              Obscura nos céus. Laeral então aproveitou os momentos 
              de liberdade que lhe deram Khelben, Brian e Galtan e finalmente 
              conjurou o Fogo Prateado de Mystra, fazendo surgir na área 
              do mythalar uma nuvem de prata, que expurgou a magia, e fez a luz 
              azulada da pedra mística apagar-se. Desta vez, as coisas 
              teriam que ser rápidas. Obscura caia em queda livre, milhares 
              de metros de altura, e somente teriam alguns segundos até 
              a destruição completa. O cristal deveria ser destruído 
              e a fuga veloz. Laeral gritou para que Brian e Galtan fugissem dos 
              minotauros e corressem para golpear o mythalar. Ela própria 
              invocou uma criatura elemental, um grande humanóide feito 
              de terra, que também partiu para destruir a pedra. Enquanto 
              tudo isto se desenrolava em instantes, Khelben se esforçava 
              para segurar Telamont.
 
 Depois de alguns golpes, foi 
              Galtan quem deu o derradeiro ataque que espatifou o mythalar. Outro 
              vulto chegou naquele momento. Era Aglarel, um dos príncipes 
              de Obscura. Cheio de ódio, preparava uma magia destrutiva. 
              Laeral então abriu um portal mágico e pediu para que 
              Brian e Galtan entrassem, e eles então obedeceram. A Senhora 
              da Magia de Águas Profundas ainda olhou para o seu marido 
              pouco antes de partir. Confiava em sua habilidade de escapar da 
              situação, mas mesmo assim era triste ter que abandoná-lo 
              naquele momento. Assim entrou pelo portal, desejando que Mystra 
              o salvasse da morte.
 
 Na câmara, a magia conjurada 
              por Aglarel fez o local onde estavam Laeral, Galtan e Brian explodir 
              em chamas, mas eles não estavam mais em Obscura.
 
 "A cidade está caindo! 
              Acredito que a batalha terminou.", disse Khelben, soltando 
              Telamont.
 
 Os vultos nada responderam. 
              Ignoraram o inimigo, e passaram conjurar um encanto para reduzir 
              a velocidade de queda de Obscura e salvar sua preciosa cidade da 
              destruição total. Khelben passou a fazer o mesmo. 
              Não era seu desejo que a cidade e seus habitantes fossem 
              eliminados. Queria o arquimago somente promover o equilíbrio 
              de forças, retirando o Enclave das Sombras da situação 
              de vantagem que sua posição oferecia. Os vultos olhavam 
              com ódio para o homem. Era humilhante receber a ajuda daquele 
              que orquestrou a destruição dos mythalares, mas não 
              havia escolha senão aceitar o auxílio. A única 
              batalha que perdurava na câmara foi a travada entre o elemental 
              convocado por Laeral e os minotauros que havia sido conjurados minutos 
              antes.
 
 Obscura, graças aos encantos 
              dos vultos e de Khelben, começou a frear sua queda, até 
              a rocha onde seus alicerces se fundavam repousar no solo do grande 
              deserto de Anauroch, nos Cumes da Cimitarra. A cidade estava salva, 
              mas não mais se deslocaria pelos céus. O último 
              enclave flutuante de Netheril finalmente encontrou o repouso no 
              solo de Faerûn.
 
 Logo após a cidade se 
              estabilizar, todos cessaram seus rituais e Khelben disse suas últimas 
              frases antes partir.
 
 "Telamont... não 
              existem mais magos como os de Netheril, mas existem em Faerûn 
              grandes defensores da Justiça. E nós sempre estaremos 
              prontos para pessoas como você!"
 
 O mago girou seu bastão 
              negro e desapareceu.
 De 
              Volta à Evereska       Os 
              encantamentos de teletransporte levaram os heróis às 
              portas de Evereska, próximo ao acampamento de tendas dos 
              homens de Águas Profundas. Quando Khelben, por fim, surgiu 
              e reuniu-se ao grupo houve comemorações. A missão 
              estava cumprida. A única baixa havia sido Limiekli, transformado 
              em estátua pelas artes sombrias de Lamorak. Khelben , porém, 
              era um dos maiores magos dos Reinos e estava em seu alcance reverter 
              o encanto. Assim, gesticulou o arquimago e Limiekli voltou ao que 
              era antes.
 "O 
              que aconteceu? Onde estamos?", olhou o ranger e viu seus amigos. 
              "Já sei! Morremos e estamos no além!"
 "Não, 
              Limiekli", disse Sirius sorrindo do amigo. "A não 
              ser que no além vida tenha algo como aquilo", apontou 
              para as torres de Evereska, que despontavam além das altas 
              muralhas brancas!
 "Ah! 
              Não, Evereska!", exclamou Limiekli, para o qual a cidade 
              élfica somente significava problemas, levando a mão 
              à cabeça.
 
 Obscura 
              jazia ao solo, mas ainda existiam assuntos para aquela Comitiva, 
              mas naquele final de tarde, somente descansariam e recuperariam 
              suas forças para o próximo desafio.
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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