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  Na Pele dos Goblinóides Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira.Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), 
              Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas. 
              Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. O Halfling: 
              Bingo Playamundo. Participação Especial: Khelben 
              "Cajado Negro" Arunsun, Laeral Mão Argentêa, 
              Storm Mâo Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão.
 
  Na Pele dos Goblinóides 
      Os 
              dois grupos nos quais se dividiram a Comitiva da Fé estavam ainda 
              separados e suas dificuldades prosseguiam. A equipe que estava ao 
              norte, agora transformada pelas artes místicas de Dove Garra da 
              Falcão em orcs, possuía como missão o resgate do companheiro halfling 
              Bingo, seqüestrado pelas forças do general orc Numoz. O pequeno 
              havia sido levado para a cidade-nação de Urgithor, onde agora teriam 
              que se infiltrar. Já os aventureiros do grupo que seguiu ao leste 
              estavam perdidos e separados, em um interminável labirinto de cavernas 
              habitado por hostis homens-lagartos e seres serpentes conhecidos 
              como yuan-tis.
 Enquanto tais fatos se desenrolavam, 
              Khelben Arunsun, arquimago de Águas Profundas, estava diante de 
              uma das criaturas mais poderosas e antigas de Toril, o arquimago 
              morto-vivo conhecido por Larloch. Arriscou a vida o homem, na esperança 
              de que o arcano o ajudasse a conter as ameaças dos phaerimns e dos 
              vultos. Tal risco, porém, foi recompensado. Recebeu do vilão um 
              objeto chamado Dodecaedro Definitivo. O artefato mágico poderia 
              aprisionar os phaerimns, mas isto teria um preço: a vida do conjurador 
              que o acionasse. Ao fim da conversa, Khelben foi, com um aceno de 
              Larloch, devolvido a sua tenda, no acampamento próximo as muralhas 
              de Evereska.
 
 E 
              assim prossegue a aventura...
 Recompondo-se  
                    No 
              acampamento nas cercanias de Evereska, uma linda mulher vestida 
              num fino robe arcano caminhava entre as barracas. Para alguém com 
              mais de quinhentos invernos de existência, Laeral estava muito tensa. 
              Ela vinha acompanhada pelo elfo Galaeron Nihmedu e ambos estavam 
              apreensivos pela recuperação de Khelben Arunsun, o arquimago de 
              Águas Profundas. Ele acabara de voltar de uma missão de onde quase 
              saiu sem vida, embora não por seus próprios méritos. Laeral foi 
              iniciada nas artes arcanas desde muito jovem pois, sendo filha da 
              deusa Mystra, obteve certos privilégios como ser ensinada por um 
              sábio de nome Elminster. No decorrer de sua vida aprendeu muitas 
              coisas, viajou pelos reinos e enfrentou situações mortais. Mas foi 
              com Khelben que ela conheceu o amor, e desde então ele se tornou 
              seu companheiro. Pela primeira vez em muitos anos ela teve receio 
              de que perderia o marido. Entretanto, milagrosamente, ele voltou.
 Ao 
              entrar em sua barraca, Laeral espantou-se alegremente:
 "Khelben! 
              Você acordou!" Disse ela ao ver o arquimago sentado em uma cadeira. 
              Ele estava completamente bem fisicamente. Seu olho voltara ao normal. 
              Sortilégio de Mystra.
 "Sim 
              querida, eu estou bem agora."
 "Khelben, 
              você partiu a poucos dias e voltou muito ferido... estava sem um 
              olho. O que aconteceu a você?" Perguntou Galaeron curioso.
 "Eu 
              tive alguns contratempos, mas nada muito grave.. Galaeron, você 
              poderia nos deixar a sós? Eu gostaria de falar com minha esposa."
 "É 
              claro, com licença." E Galaeron recuou e saiu da tenda.
 "Khelben, 
              o que aconteceu? Diga-me." Perguntou Laeral.
 
 Khelben 
              contou a sua esposa como conseguiu chegar até as câmaras inferiores 
              de um dos lugares mais tenebrosos dos reinos, a Cripta Warlock. 
              Situada na Costa da Espada, este lugar sempre foi evitado pelos 
              mais sábios e inteligentes de Faerûn. Apenas os tolos ou infelizes, 
              que tentaram a sorte visando conseguir riquezas ilimitadas adentraram 
              o covil maligno e nunca mais retornaram, com exceção do Mago Vermelho 
              e hoje zulkir Szass Tam. Ao recordar os fatos, Khelben falou sobre 
              a origem dos phaerimns e os sharn, e sobre a solução criada por 
              Larloch através do Dodecaedro Definitivo.
 
 "Mas, 
              querido, será que não é perigoso fazer um ritual de enclausuramento 
              com este objeto? Ele é um mythalar...você não irá conseguir canalizar 
              uma energia tão grande."
 "Não 
              tema. O Dodecaedro não é um simples artefato. Ele criará a própria 
              canalização. Eu serei apenas um gatilho no processo.", disse Khelben, 
              embora, na realidade, isso não fosse verdade. Larloch lhe revelou 
              que o processo mataria o conjurador, de que a morte seria iminente, 
              mas não queria de forma alguma entristecer sua esposa.
 
 Ambos 
              continuaram conversando por algum tempo, até que o arquimago resolveu 
              ir até o Templo de Corelon para saber da restauração do mythal.
 Novos 
              Orcs em Urgithor  
                    Os 
              quatro novos orcs desceram a colina, onde haviam montado seu acampamento 
              oculto. Estavam a mais ou menos um quilômetro e meio de Urgithor. 
              Caminharam pela estrada, ainda estranhando suas novas formas.
 "O 
              que vamos fazer agora?", perguntou Limiekli.
 "Tenho 
              uma sugestão.", colocou Dove. "Vamos nos dividir e buscar por informações. 
              Bingo e Numoz estão aqui em algum lugar! Sirius pode vir comigo 
              e você irá com Florin. Nos encontraremos aqui mesmo, dentro de doze 
              horas, que é o tempo de duração da magia que permite nosso disfarce."
 
 Os 
              demais concordaram com a sugestão de Dove e prosseguiram no caminho 
              para a cidade orc. Depois de alguns minutos, passou por eles uma 
              carroça, guiada por um goblin. Trazia animais mortos, provavelmente 
              caça. Limiekli pediu-lhe carona e o pequeno monstro não se opôs. 
              Assim, então chegaram a Urgithor. Era uma grande cidade. Sua aparência, 
              sinistra e desagradável. As construções, dispostas de maneira irregular, 
              eram de madeira e pedra, rústicas, desajeitas e escuras. Haviam 
              muitas chaminés que expeliam uma fumaça negra, que obscurecia os 
              últimos raios de sol. Orcs, goblins e alguns kobolds que habitavam 
              Urgithor, percorriam as ruas. Alguns vendiam carne, exposta ao céu 
              aberto em balcões repleto de moscas. Durante o caminho, viram também 
              algumas brigas, que pelos olhares indiferentes dos passantes, não 
              deveriam ser algo incomum. Decidiram então pular da carroça.
 
 "Para 
              onde vamos?", perguntou Limiekli.
 "Devemos 
              nos misturar, sobretudo com os militares."
 "Já 
              sei, Dove. Vamos procurar uma taverna. É nestes lugares que encontramos 
              qualquer tipo de gente. Devem haver militares também. Pena que cerveja 
              de orc me dê dor de cabeça!", lamentou Sirius.
 "Eu 
              e Limiekli daremos uma volta pela cidade.", disse Florin.
 
 Então 
              o quarteto se dividiu e tomaram direções diversas. Dove e Sirius 
              andaram e viram uma grande construção, guardada por sentinelas em 
              armadura. Pela vigilância, suspeitaram ser um quartel.
 
 "Será 
              que Bingo está por lá?", perguntou Sirius para Dove.
 "Não 
              sei. É provável. Mas teremos que nos certificar e descobrir uma 
              maneira de entrar."
 
 Em 
              uma esquina, viram uma placa de madeira com um nome escrito em pinceladas 
              descuidadas de tinta: Taverna Caminho da Morte. Parecia um estabelecimento 
              movimentado. Adentraram a porta e procuraram por uma mesa. De todas 
              as tavernas que já haviam visto, esta talvez fosse a mais suja, 
              fétida e barulhenta... mas nenhum dos freqüentadores parecia se 
              importar muito com aquilo.
 
 Sirius 
              chegou ao balcão e pediu cerveja-de-orc. Foi servido com uma caneca 
              de madeira cheia da bebida escura e amarga. Dove aguardava e observava. 
              Eis quando um orc a agarrou pela cintura.
 
 "E 
              aí, dona. Vamos tomar um barril ali comigo?"
 
 Dove 
              deu-lhe uma potente cotovelada no rosto, e o galanteador caiu no 
              chão da taverna com o rosto ensangüentado e maxilar deslocado. Todos 
              caíram na gargalhada, inclusive Sirius. Terminadas as risadas, sentaram 
              e observaram ao redor. Em uma mesa próxima haviam três orcs. Pareciam 
              soldados e olhavam de vez em quando para a porta. Então entrou depois 
              na taverna um outro, maior, trajado em armadura, que sentou junto 
              com eles. Parecia ser um superior. Gritou e os esbofeteou, bradando 
              em voz alta.
 
 "Idiotas. 
              São militares e não conseguem fazer sequer este serviço. Terei que 
              chamar mercenários." O orc olhou para o lado e viu Sirius, um orc 
              armado, que prestava atenção na conversa.
 "Você!", 
              disse.
 "Eu?", 
              respondeu Sirius.
 "Sim. 
              Você mesmo. Parece ser um mercenário. Está disposto a aceitar um 
              serviço? É que estes imbecis aqui não conseguem matar um orc sequer!"
 "Pode 
              ser. Como é o trabalho?"
 "Venha 
              comigo!"
 
 O 
              militar levou Sirius para uma mesa mais isolada, onde explicou-lhe 
              a missão.
 
 "Neste 
              trabalho, você poderá levar quem quiser. Temos um foragido. Um feiticeiro 
              chamado Marut. Ele andou fazendo algumas coisas erradas e agora 
              deve ser punido."
 "O 
              que ele fez?"
 "Não 
              importa. O que importa é que darei até 10 peças de ouro para você 
              e para mais dois ajudantes se precisar. Qual é o seu nome? È alistado?"
 "Meu 
              nome é... Gru. Não... ainda não me alistei."
 "Pois 
              bem. Além disto, se for se alistar terá uma boa carreira. E então? 
              Aceita o serviço?"
 "Aceito."
 "Ótimo. 
              Você não conseguirá encontrar Marut em seu esconderijo na floresta, 
              mas sabemos que seu lacaio goblin, de vez em quando, vem a cidade 
              comprar mantimentos e produtos de feitiçaria. Soubemos que talvez 
              amanhã ele apareça no mercado. Siga-o até Marut e traga a cabeça 
              do feiticeiro para mim. Quando conseguir, fale com taverneiro. Ele 
              sabe como me encontrar. Agora pode ir."
 
 Sirius 
              retornou a mesa e sentou novamente ao lado de Dove.
 
 "O 
              que aquele militar queria, Sirius?"
 "Que 
              eu matasse um feiticeiro em troca de um pagamento. Nada que tenha 
              relação com nossa missão."
 "Será 
              mesmo? Ele parece ter alguma importância. Se conseguirmos cair nas 
              graças de um comandante, conseguiremos chegar mais facilmente à 
              Numoz e a Bingo."
 "Então 
              faremos o que ele pediu?"
 "Vamos 
              investigar esta história. Conversaremos também com os outros."
 
 Enquanto 
              isto Limiekli e Florin passearam pela cidade. Encontraram uma loja 
              de armas e viram alguns soldados que saíam de lá. Resolveram entrar. 
              Era uma loja grande, mas desorganizada. Espadas rústicas feitas 
              em uma liga de metal escuro eram armazenadas em cestos, maças e 
              machados pendurados na parede e muitos orcs a andar e a baterem-se 
              em corredores apertados. Haviam também guardas, muito bem armados, 
              que cuidavam para que os ladrões ficassem afastados dos produtos. 
              Limiekli aproximou-se do balcão, onde um velho orc, cheio de cicatrizes, 
              estava para atender seus clientes.
 
 "Velho, 
              o que tem aí? Não digo este lixo que tem espalhado pela sua loja. 
              Que item você tem que realmente preste? Daqueles que guarda para 
              você!", falou Limiekli, imitando bem o linguajar grosseiro dos seus 
              inimigos.
 "O 
              que você quer? Parece que não precisa de armas. Sua língua já é 
              bastante afiada!"
 "É 
              afiada, mas não como o que quero comprar. Quero um machado de qualidade."
 "Está 
              bem, então. Aguarde!"
 
 O 
              vendedor entrou em um cômodo e, minutos depois voltou com um imenso 
              machado, adornado com relevos de metal, figuras de crânios e morcegos. 
              A lâmina brilhava e parecia feita de bom aço.
 
 "É 
              isto o que quer?", disse o orc, entregando a arma nas mãos de Limiekli.
 "Está 
              ótimo! Dá para partir a cabeça de alguns elfos com esta coisa!"
 "Têm 
              lutado muito? Não me parecem militares."
 "Não 
              somos! Fazemos serviços em troca de pagamento!"
 "Mercenários!"
 "Isso. 
              Mas estamos sem trabalho. Você não tem nada aí pra gente? Fiquei 
              sabendo de uma guerra..."
 "Sim...", 
              aproximou-se dos dois o vendedor, sussurrando. "Ouviu falar de um 
              reino humano chamado Cormyr? Muitos orcs estão combatendo por lá."
 "Ouvi. 
              Seguem um humano, chamado Vorik, acho."
 "Isto 
              mesmo. Se quiserem se alistar, procurem por Kyrrus, no templo de 
              Shargrass. Diga que foi Grob que os mandou."
 "Valeu! 
              E o machado? Quanto vale?"
 "Eu 
              guardarei para você. Fale com Kyrrus. Pode ser que o machado fique 
              até de graça!"
 "Até 
              mais então, velho!"
 
 Limiekli 
              e Florin deixaram então a loja. O Cavaleiro de Myth Drannor estava 
              surpreso com a performance de seu companheiro.
 
 "Limiekli, 
              quando você começou a falar, pensei que botaria tudo a perder. Achei 
              iríamos acabar tendo que travar uma batalha ali naquela loja!"
 "Relaxe, 
              Florin. Tinha que agir como um orc. Ademais, eles não são tão diferentes 
              de alguns que encontrei em Forte Zenthil."
 "Forte 
              Zenthil? Você esteve lá? O que fazia naquele..."
 "Deixa 
              pra lá... é uma longa história. Vamos logo ver este tal Kyrrus."
 Uma 
              Batalha e um Reencontro       Sir 
              Galtan de Águas Profundas e Mikhail Velian de Evereska acabavam 
              de passar pelo portal místico aberto por Kariel e agora estavam 
              junto ao mago, em um túnel escuro, além da aldeia de homens-lagartos.
 "Não 
              sei o que há a frente, mas irei investigar!", falou o elfo de cabelos 
              azuis para os companheiros recém chegados do portal. "Fiquem recuados 
              e atentos. Se houver problemas, farei um sinal com a luz de minha 
              espada."
 "Esta 
              bem. Aguardaremos!", disse Mikhail, o elfo clérigo de Mystra.
 
 Kariel 
              então tocou novamente o seu elmo encantado e desapareceu das vista 
              de seus amigos. Andou e saiu em um câmara iluminada e pavimentada 
              em pedra . A luz vinha de chamas de algumas piras, presas nas paredes. 
              O fogo tremeluzia em um ritmo estranho e sua queima não resultava 
              a mínima fumaça. Kariel estendeu sua mão e concentrou-se. Percebeu 
              que o fogo tinha origem arcana. Prosseguiu o caminho, o mago invisível. 
              Na sua direita, havia um pequeno pomar, com árvores cheias de frutinhas 
              vermelhas e arbustos. Um pouco mais a frente no caminho, havia uma 
              entrada a esquerda e um portão, guardado por quatro homens serpentes. 
              Kariel resolveu continuar em frente e terminou sua exploração em 
              outro portão, que impedia o seu avanço. Então, deu meia-volta e 
              foi contar aos companheiros o que havia visto.
 
 "Companheiros. 
              Sou eu!", disse Kariel, ainda invisível, para não provocar sustos. 
              "A frente existe uma câmara diferente desta caverna. È iluminada 
              e o chão foi calçado com tijolos. Existe um pequeno pomar e duas 
              direções a serem seguidas, seladas por dois portões. O primeiro 
              deles, a esquerda, é guardado por quatro homens-serpentes e o outro, 
              a frente, está fechado, mas desguarnecido."
 "Que 
              armas eles usam?", perguntou Mikhail.
 "Pelo 
              que pude notar, possuem espadas comuns e arcos curtos."
 "Eu 
              pego dois deles e cada um de vocês bate-se contra um!", disse o 
              confiante Galtan, já sacando sua espada longa e partindo para frente, 
              quando foi detido pelas mãos dos elfos.
 "Espere!", 
              disse Mikhail.
 "Ouvi 
              algo!"
 "Eu 
              também!", concordou Kariel.
 "Escondam-se."
 
 Os 
              ouvidos élficos costumavam ser precisos e alguns segundos depois, 
              o humano Galtan também podia ouvir passos, ruídos metálicos e algo 
              sendo ser arrastado. Ocultaram-se bem nas sombras e viram quando 
              caminharam por eles duas duplas de homens-lagartos, que arrastavam 
              cada uma um corpo. Os elfos, com sua visão privilegiada, perceberam 
              tratarem-se de humanos, mas nem mesmo eles conseguiram identificar 
              com clareza suas feições, dada a escuridão. Tensos, esperaram os 
              inimigos passarem por eles e os seguiram, preservando uma certa 
              distância. Quando os répteis entraram na câmara, a luminosidade 
              desfez as sombras e puderam ver os prisioneiros. Um deles era Brian 
              Mestre das Espadas e o outro, um homem desconhecido, de barba por 
              fazer, que vestia uma diferente túnica branca. Os homens-lagartos 
              cumprimentaram os yuan-tis e seguiram reto, em direção ao portão 
              a frente.
 
 "Não 
              podemos perder tempo. A hora é agora.", disse Mikhail.
 "Sim. 
              Peguem os homens serpentes. Eu vou acertar os homens-lagartos antes 
              que abram os portões. Aguardem até que eu dê o primeiro combate.", 
              disse Kariel.
 
 O 
              mago foi a frente e antes que os homens-lagartos aproximarem-se 
              do portão, viram projéteis luminosos de energia partirem em suas 
              direções e explodirem. Soltaram os humanos ao chão e viram o seu 
              agressor que, por conta das propriedades do encanto que executara, 
              ficou novamente visível. Os monstros retiraram de suas costas grandes 
              alabardas e partiram em direção ao mago.
 
 Ao 
              ouvir as explosões provocadas pela magia de Kariel, os yuan-tis 
              tencionaram deixar suas posições, mas logo Mikhail e Galtan saíram 
              das sombras e os atacaram. O primeiro foi o clérigo de Mystra, que 
              recitou uma oração e, ao gesticular, uma coluna de chamas surgiu 
              do chão como um jato, engolfando dois dos inimigos, que feriram-se 
              bastante, mas não morreram. Em seguida, Mikhail retirou o martelo 
              da cintura e pôs-se a ir de encontro aos homens-serpentes. Galtan 
              correu em direção aos outros dois, que sacaram suas espadas para 
              enfrentá-lo. Mikhail errou seus primeiros golpes e sofreu por isto. 
              Os yuan-tis investiram com suas espadas e, apesar destas terem encontrado 
              sua cota de malha élfica, provocaram dolorosas contusões. Galtan 
              se saiu melhor, aparou os golpes dos inimigos e feriu gravemente 
              um deles, em um ataque certeiro com sua espada longa.
 
 Kariel 
              lançou uma nova bateria de projéteis luminosos contra seus oponentes, 
              que mesmo feridos, continuavam avançando. Então cessou o mago de 
              encantos e sacou sua espada Goliath. Lutava contra quatro inimigos, 
              munidos de grandes armas. Kariel fazia o que podia, mas era difícil 
              enfrentar a desvantagem, ainda mais não sendo um guerreiro, nem 
              usando armaduras. Acertou um homem-lagarto com sua arma, mas também 
              foi atingindo pelos golpes de outros dois. Golpeou novamente o mesmo 
              oponente, desta vez com duas investidas rápidas de sua lâmina e 
              então o homem-lagarto tombou. Mas ainda haviam mais três e estes 
              acertavam impiedosamente o elfo, cujas roupas tingiam-se de sangue, 
              para em seguida voltarem a ficar limpas. Um efeito curioso da magia 
              do elmo que usava.
 
 Na 
              outra batalha que se desenrolava, o primeiro yuan-ti caía, por conta 
              dos golpes de Galtan. O cavaleiro recebeu ataques do inimigo que 
              lhe restava, mas os ferimentos que sofreu não o impediram de lutar. 
              Então, com uma outra investida, driblou as defesas do monstro e 
              acertou-lhe o coração. A batalha prosseguiu e Mikhail fez sua primeira 
              vítima, um dos homens serpentes morreu após receber um pesado golpe 
              no crânio. O elfo clérigo de Mystra em breve receberia a ajuda do 
              cavaleiro. Contra os dois aventureiros juntos, a criatura teria 
              agora poucas chances.
 
 Kariel 
              havia abatido outros dois homens-lagarto, mas havia perdido muito 
              de seu sangue e nem mesmo os seus poderes regenerativos, dádiva 
              da deusa Mystra, podiam agir na velocidade com a qual era ferido. 
              Lutava o elfo mago, já com poucas forças, quando novamente foi atingido. 
              Seu único oponente, também bastante ferido, mas em melhor condições, 
              viu então o aventureiro cambalear, ajoelhar e cair. Então ergueu 
              sua espada o réptil e guichou no momento de dar o golpe que mandaria 
              Kariel para o Reino de Arvandor. Porem, antes que o réptil conseguisse 
              seu intento, recebeu no rosto uma maça, arremessada por Galtan. 
              Em seguida Mikhail, projetando-se com seu escudo, chocou-se com 
              o homem-lagarto e este caiu ao solo, para encontrar a morte em um 
              golpe de misericórdia dado pelo Cavaleiro.
 
 Mikhail 
              sentou-se ao lado do mago e realizou uma prece curativa. Kariel 
              então recuperou-se o suficiente para recobrar a consciência e erguer-se 
              novamente. Em seguida, foi a vez do clérigo se dirigir aos prisioneiros. 
              Outras preces foram feitas e Brian e o estranho se recuperaram. 
              Foi o militar de Águas Profundas o primeiro dos dois a falar.
 
 "O 
              que aconteceu? Onde estamos?"
 "Estamos 
              perdidos em um labirinto de cavernas. È bom vê-lo. Pensamos que 
              podia estar morto.", disse Galtan.
 "O 
              mesmo digo de vocês. Por sorte, consegui entrar em um túnel antes 
              que as pedras me atingissem, mas depois fui atacado e vencido por 
              muitos destes homens-lagartos!"
 "Enquanto 
              a Storm e Magnus, Brian? Sabe onde estão?"
 "Não, 
              Kariel. Pensei que estavam com vocês!"
 
 Kariel 
              então resolveu concentrar-se. Fechou os olhos e perguntou. "Storm. 
              Aqui é Kariel. Onde estão? Estão bem?". Tentou ouvir alguma resposta 
              em sua mente, mas só havia silêncio.
 
 "Nada. 
              Nenhuma resposta. Espero que não tenha acontecido o pior.", desejou 
              o mago.
 "O 
              que foi isto que estava fazendo? Com quem falava, Kariel? Não compreendo...", 
              perguntou Brian.
 "Eu 
              e Storm podemos nos comunicar através de uma dádiva de Mystra, a 
              Deusa da Magia. Infelizmente parece que a mente dela está inacessível 
              por algum motivo."
 
 O 
              estranho, de pele bronzeada, que devia contar quarenta primaveras, 
              também recobrou sua consciência e quis saber onde estava.
 
 "Dentro 
              de uma montanha, nas fronteiras ao leste de Anauroch. Você foi capturado 
              por homens-lagartos."
 "Quem 
              você é?", perguntou Mikhail.
 "Estava 
              caçando no deserto, quando fui atacado. Me chamo Melicus e vim da 
              aldeia de Yassur. Que trajes estranhos vocês vestem! Parecem com 
              o de alguns mercenários que, de vez em quando, passam pela aldeia."
 "Não 
              somos mercenários. E seu traje também nos parece bastante estranho, 
              homem.", disse Kariel.
 "E 
              agora? Para onde vamos?", quis saber Brian. "Temos dois portões. 
              É hora de abri-los.", disse Galtan.
 Os 
              Heróis Continuam  
                    Devido 
              a alguns ferimentos, Magnus de Helm tinha adormecido. Em seus braços 
              também dormiu a Mestre Harpista do Vale das Sombras, seu nome era 
              Storm Mão Argêntea. Ambos foram vítimas de um ataque covarde dos 
              homens-lagartos, que provocaram uma avalanche, quase ceifando a 
              vida dos dois heróis. Após algumas horas o paladino despertou e 
              não encontrou sua companheira consigo.
 "Storm!" 
              ele chamou, "Você está aí?"
 "Sim, 
              estou aqui." Disse a barda se aproximando, "Eu estava examinando 
              esta área e descobri um caminho onde há pegadas de homens-lagartos. 
              Podemos ver até onde elas levam. Talvez encontremos o covil deles, 
              e de lá tentarmos identificar o paradeiro de nossos colegas."
 "Concordo. 
              Eu estou pronto, e você? Se sente bem para continuar."
 "Eu 
              estou bem. Sua benção me ajudou bastante."
 "Parece 
              que ajudou até demais. Você está bem demais para alguém com aqueles 
              ferimentos. Storm, você é uma mulher de muitos segredos."
 "Eu 
              admito... há algumas coisas que você não sabe. No momento certo 
              eu as revelarei. Não esconderia esses detalhes para o homem que 
              me salvou. Mas agora vamos prosseguir com a missão." Ao término 
              destas palavras, Storm conjurou um luz e então eles seguiram pelos 
              túneis.
 Outra Missão Para Orcs       Limiekli 
              e Florin caminharam até a cidade e encontraram o templo de Shargrass. 
              Portões abertos, entraram no lugar sinistro. No altar, uma estátua 
              do deus orc da Noite e Trevas. Aproximaram-se de alguns clérigos 
              que estavam juntos a ela.
 "Procuramos 
              alguém chamado Kyrrus.", disse Florin para.um sacerdote.
 "Sou 
              eu. E vocês? Porque me procuram?"
 "Grob 
              nos enviou. Disse que poderia ter um trabalho para nós! Queremos 
              arrebentar a cabeça de alguns elfos e humanos."
 "Hum... 
              então irão se alistar... Posso colocá-los em alguma caravana com 
              destino a Nova Gondyr. Não têm nenhuma restrição em lutar por lá, 
              não?"
 "Não. 
              Tendo cabeças para rachar e um pagamento, fazemos qualquer negócio!", 
              disse Limiekli.
 "Ótimo, 
              pois alguns entre nós se recusam a lutar sobre o comando de um humano, 
              inclusive as forças do rei. Idiotas! Esta liderança não durará para 
              sempre. Quando assumirmos o poder, vamos espetar a cabeça deste 
              Vorik Aris em uma lança e teremos finalmente nosso império!"
 "O 
              que devemos fazer?", perguntou Florin.
 "Farão 
              um serviço. Se provarem sua eficiência, serão alistados. Existe 
              um militar chamado Gurdun. Achamos que ele é um dedo-duro, enviado 
              da Guarda Especial do rei Jodrus, para descobrir informações sobre 
              nosso movimento a favor de Nova Gondyr. Quero que acabem com ele."
 "Como 
              vamos encontrá-lo?"
 
 O 
              clérigo fez um sinal para que esperassem. Em seguida, rabiscou algo 
              em um papel e entregou a Limekli.
 
 "Este 
              é o endereço, com as indicações. Agora vão!"
 
 Florin 
              e Limiekli deixaram o templo e seguiram pelos becos imundos e escuros, 
              tentando decifrar o local indicado por Kyrrus. Enfim encontram, 
              após uma hora de busca, a casa de Gurdun. Havia na porta uma fêmea 
              orc, que segurava um filho recém-nascido. Limiekli notou um pequeno 
              kobold que passava pelo local. Segurou em suas roupas e o ergueu 
              com um dos braços.
 
 "Você 
              mora por aqui?"
 "Sim... 
              não me mate!"
 "Não 
              vou matá-lo. Sabe onde é a casa de Gurdun?"
 "É 
              aquela!", disse o pequeno e amarelado monstro, apontando.
 "Ótimo. 
              O desgraçado me deve 5 peças!", disse, Limiekli, largando o kobold.
 "Não 
              tem uma recompensa por ter te dado a informação? Uma peça para mim?", 
              pediu o pequeno.
 
 Limiekli 
              voltou a erguê-lo.
 
 "N-não 
              fique com raiva... Gurdun não está aí. Ele serve no quartel e só 
              chega a noite. P-posso lhe dar os horários!"
 "Então 
              diga!"
 "Ele 
              chega duas horas após o anoitecer."
 "Está 
              bem, então. Se souber que ele descobriu que eu o estou procurando, 
              saberei que foi você que contou! Agora vai!", disse ele, largando 
              o kobold novamente e jogando-lhe uma peça de cobre.
 "Você 
              viu, Florin? Parece que Gurdun tem uma esposa e um filho. Quando 
              se quer atrair alguém pode se tomar algo de que ele goste..."
 "Seqüestro? 
              Não, Limiekli. Não uso táticas de nossos inimigos. Deixaremos os 
              dois fora deste assunto. È melhor voltarmos agora para o acampamento 
              e esperar por Dove e Sirius, antes que o efeito da magia cesse."
 Um Estranho Prisioneiro       No 
              coração da montanha, dentro das cavernas dos homens-lagartos, os 
              heróis pensavam qual caminho a tomar.
 "Qual 
              portão abrimos primeiro?", perguntou Galtan.
 "Brian 
              e Melicus estavam sendo levados para o portão a frente. Pode ser 
              uma prisão. Quem sabe não encontramos Storm e Magnus?"
 "Concordo, 
              Kariel. Então abrirei aquele! Preparem-se."
 
 Galtan 
              chegou próximo ao portão e viu que este estava trancado. Tentou 
              forçá-lo, chutá-lo, mas não adiantava. A tranca era bastante firme. 
              Pegou então uma das alabardas dos inimigos e pôs-se a golpear a 
              fechadura. Foi quando aproximou-se Melicus.
 
 "Senhor..."
 "Um 
              momento. Estou tentando abrir o portão..."
 "Pode 
              usar isto.", disse mostrando uma grande chave dourada. "Encontrei 
              nas coisas de um dos homens-lagartos!"
 "Err... 
              muito obrigado.", falou desconcertado o cavaleiro.
 "Havia 
              me esquecido de procurar..."
 
 A 
              porta se abriu, mas antes que alguém avançasse pelo corredor, Kariel 
              ofereceu-se como batedor. Argumentou que tinha um recurso que poderia 
              ajudar, ainda que não contasse mais naquele dia com a invisibilidade 
              proporcionada pelo seu elmo. Os demais concordaram e Kariel lançou 
              sobre si um encanto. Seu corpo e pertences se alteraram. Era o elfo 
              de cabelos azuis agora idêntico a um homem-lagarto. Kariel então 
              avançou por um corredor, que havia além do portão aberto por Galtan 
              e conseguiu visualizar mais a frente um outro, guardado por dois 
              homens-lagartos sentinelas. Sem que fosse visto, retornou e informou 
              seus companheiros.
 
 "Estamos 
              debilitados para enfrentar um novo combate.", colocou Galtan. "Devemos 
              tomar o outro portão."
 "Porém, 
              Galtan, nada nos garante que por trás deste outro portão não hajam 
              outras criaturas. Vi somente dois oponentes e me preocupa a idéia 
              de que Storm e Magnus estejam presos por lá.", colocou Kariel.já 
              com sua aparência normal.
 "Podemos 
              ir então, mas quanto a Melicus? Ele não parece ser um guerreiro. 
              Não acredito que consiga suportar um combate.", disse Mikhail.
 "Consegue 
              se esconder entre os arbustos deste pomar, Melicus?", perguntou 
              Brian.
 "P-posso. 
              Mas vocês voltarão para me retirar daqui, não é?"
 "Claro 
              que sim. Nos aguarde", disse Galtan.
 
 Então 
              avançaram. Mikhail tinha um plano. Usaria uma oração em especial 
              contra os inimigos e por isso pediu para seguir a frente. Assim 
              que avistou os homens-lagartos, o clérigo pronunciou suas palavras 
              divinas e levantou a mão espalmada para os inimigos, que já estavam 
              correndo em sua direção. Assim que terminou seu ritual, os homens-lagartos 
              ficaram paralisados, como se fossem estátuas. Galtan foi até eles 
              e com dois golpes de sua espada longa, arrancou-lhes a cabeça. Em 
              seguida, o cavaleiro verificou o portão. Estava destrancado. Quando 
              abriu o portão para prosseguir, deu de cara com um homem-lagarto 
              e haviam outros atrás deles. Fechou de novo (e rápido) o portão 
              e começou a fazer força para impedir a entrada dos inimigos.
 
 "Por 
              Tyr! Existem uns dez homens-lagartos do outro lado do portão!"
 
 Os 
              inimigos deram um bom empurrão no portão de madeira, jogando Galtan 
              para frente e entrando no corredor. Foi quando Kariel gritou:
 
 "Abaixe-se, 
              Galtan."
 
 O 
              guerreiro se jogou ao chão, justamente quando das mãos do elfo saiu 
              uma poderosa rama elétrica, que passou por cima do cavaleiro e percorreu 
              o corredor, atingindo os homens lagartos. Haviam mesmo dez e oito 
              deles morreram com a descarga elétrica. O raio se perdeu no interior 
              da montanha e pode-se se ouvir ao longe um grito de homem. Mas não 
              havia tempo para pensar nisto. Os dois homens-lagartos sobreviventes, 
              mesmo bastante feridos, partiram para o ataque. Galtan, levantou-se 
              e golpeou um deles com sua espada. O monstro tombou ao primeiro 
              golpe. O segundo tentou acertá-lo, mas errou a investida. A falha 
              foi fatal e Galtan fez mais uma vítima.
 
 Mortos 
              os inimigos, era a vez de explorar o que havia além daquele portão. 
              Kariel foi quem se adiantou. O elfo corria. Estava muito preocupado 
              e apreensivo com o gritou que ouviu após lançar seu encanto. Passou 
              por uma sala onde havia alguns móveis rústicos, camas e restos de 
              comida e chegou em uma grande sala, cheia de jaulas. Dentro delas 
              podiam-se contar quinze humanos: homens, mulheres e crianças. Estavam 
              assustados, magros e sujos, como se estivessem na condição de cativos 
              há semanas. Também havia um corpo, com marcas de queimaduras recentes 
              e que ainda exalava fumaça. Kariel o viu, ajoelhou, e pôs as mãos 
              no rosto, desolado. Depois sentiu em seu ombro a mão de Galtan:
 
 "O 
              que foi, Kariel?"
 "Eu 
              matei um inocente, Galtan! Foi meu relâmpago que fez isto!"
 "Foi 
              uma baixa da luta, Kariel. Um acidente. E não há tempo para nos 
              lamentarmos agora. Temos que prosseguir!", disse o cavaleiro, que 
              deixou então o elfo e partiu para abrir as jaulas e libertar aquelas 
              pessoas.
 Kariel 
              então olhou para Mikhail.
 "E 
              você, Mikhail. Pode fazer alguma coisa?"
 "Lamento, 
              Kariel. Não posso fazer nada, a não ser orar para Mystra em seu 
              nome!"
 "Então, 
              como clérigo de Mystra, uma das divindades em que acredito, peço 
              que prepare uma oração de penitência para livrar-me do peso que 
              meu coração está sentindo."
 "Prepararei 
              então, Kariel. E lançarei sobre você esta benção assim que for possível."
 "Obrigado."
 
 Galtan 
              já havia aberto quase todas as jaulas com um molho de chaves encontrado 
              próximo aos homens-lagartos. Mas ainda havia uma, mais afastada, 
              que não havia visto antes. Um homem de calça, cabeça raspada, olhos 
              azuis e tez branca, repleta de tatuagens de serpentes, estava encarcerado 
              nela. Era bem diferente dos outros que, pelos trajes e pele bronzeada, 
              também pareciam ser habitantes do deserto como Melicus. O prisioneiro 
              também tinha grilhões prendendo suas mãos. O cavaleiro foi soltá-lo, 
              quando um dos prisioneiros libertados disse:
 
 "Deixe-o 
              aí. Ele é um adorador de Sseth."
 "Sseth. 
              Que deus é este?", perguntou Kariel.
 "O 
              Deus Serpente! Um deus maligno.", respondeu o homem.
 "Se 
              ele é servo desse Deus Serpente, porque os répteis o prenderam?", 
              questionou Brian.
 "Não 
              sei!", disse o homem do deserto.
 "Habitantes 
              da superfície, não?", perguntou o cativo, interrompendo seu silêncio. 
              "Se me deixarem aqui jamais sairão. Conheço os caminhos deste labirinto."
 "Não 
              podemos sair sem encontrar nosso amigos desaparecidos.", colocou 
              Mikhail.
 "Esqueça-os. 
              Estão mortos. Senão foram mortos pelos homens-lagartos e yuan-tis, 
              vagarão pelos corredores até morrerem de fome e sede. Me libertem 
              e eu poderei conduzi-los a saída."
 "Como 
              foi parar aí?", argüiu Mikhail.
 "Meu 
              nome é Nalab. O sacerdote yuan-ti Vandenspujo ordenou minha prisão, 
              pois não admite que um humano torne-se clérigo de Sseth. Ele também 
              mandou levar três jovens que estavam aprisionadas aqui para um sacrifício 
              a Grande Naga, um bichinho que Vandenspujo pensa ser uma reencarnação 
              de Sseth. Portanto, devem se apressar em me soltar."
 "Pode 
              levar estes prisioneiros também em segurança?", quis saber Galtan. 
              "Estas pessoas são peso morto. Se fosse vocês, os deixaria aqui 
              mesmo. Mas de qualquer forma posso conduzi-los também, mas meu trabalho 
              como guia terá um preço."
 "Que 
              preço?"
 "Como 
              disse, conheço uma saída destas cavernas. Devem ter passado por 
              um grande portão. É a entrada para Zaartikan, uma de nossas cidades. 
              De lá, conheço um caminho secreto que evitará que atravessemos a 
              cidade. Depois iremos para o templo de Sseth, onde existe uma saída. 
              Lhes indicarei o túnel que leva para fora, se matarem Vandenspujo 
              e me entregarem uma jóia que ele possui, um dos tesouros do templo."
 "Se 
              este sacerdote tem interesse em sacrifícios humanos, o eliminaremos, 
              mas só entregaremos a tal jóia após estar fora deste complexo de 
              cavernas. Caso contrário, uma traição por sua parte será muito provável.", 
              colocou Kariel.
 "Devem 
              me entregar a jóia no templo. Este são meus termos!"
 "Não 
              negociarei com este homem!", disse Galtan. "Não está na posição 
              de nos exigir nada! Ficará aí mesmo para apodrecer."
 "Você 
              é quem sabe, cavaleiro!", falou o prisioneiro, aparentando tranqüilidade.
 
 Em 
              seguida, os aventureiros deixaram o aposento e levaram consigo os 
              prisioneiros. Foram até o pomar, onde encontraram Melicus. Tinham 
              fome, mas as frutas, plantadas para alimentar os animais que sustentavam 
              os répteis, eram pequenas e poucas para satisfazer aquelas pessoas 
              famintas. Uma parte da ração dos aventureiros então também foi entregue 
              para os camponeses. Para os heróis, a pausa feita para que os camponeses 
              se alimentassem foi o momento de discutir o acordo proposto pelo 
              adorador de Sseth. Haviam muitas dúvidas sobre que decisão tomar.
 O Feiticeiro Marut        Limiekli 
              e Florin chegaram primeiro ao acampamento oculto nas cercanias de 
              Urgithor. Minutos depois vieram Dove e Sirius. Conversaram sobre 
              suas missões como orcs, enquanto comiam em torno de uma fogueira.
 "No 
              que estas tarefas como orcs irão nos levar?", perguntou Sirius. 
              "Não consigo ver as relações com o nosso objetivo!"
 "Nesta 
              cidade existe um recrutamento, aparentemente clandestino, de orcs 
              para lutar nesta Nova Gondyr. Da conversa que ouvi no acampamento, 
              Numoz tinha este mesmo objetivo. Se nos aproximarmos deste grupo, 
              talvez fiquemos mais próximos de encontrá-lo.", disse Florin.
 "Enquanto 
              as missões? O que faremos? Já sabemos onde vive o tal Gurdun. Podíamos 
              pegá-lo e obter mais informações do tal Kyrrus", sugeriu Limiekli.
 "Sim.", 
              disse Dove. "Mas já sabemos da motivação de Kyrrus para matar Gurdun, 
              mas não sabemos o porquê querem o feiticeiro, o tal Marut, morto. 
              Creio que precisamos de mais dados sobre o segundo caso."
 "Poderíamos 
              tentar invadir primeiro o esconderijo do feiticeiro e tentar retirar 
              dele mais informações.", sugeriu Sirius.
 "Acho 
              uma boa idéia. Temos então que seguir o servo de Marut amanhã. Os 
              orcs normalmente não são bons rastreadores, mas nós temos melhores 
              chances de encontrá-lo.", disse Florin.
 "E 
              não só podemos extrair informações. Este feiticeiro está sendo perseguido. 
              Dependendo de seus propósitos podemos até nos aliarmos a ele.", 
              completou Dove.
 "Façamos 
              assim: Eu e Limiekli, que somos os mais furtivos, rastrearemos o 
              goblin e vocês nos seguem."
 "Concordo.", 
              disse Dove, acompanhada de um aceno positivo de Sirius.
 "Então, 
              o plano está traçado. Vamos dormir e nos preparar para amanhã!"
 
 Então 
              deitaram e descansaram. Quando o sol raiou, acordaram, comeram parte 
              de suas rações de viagem e prepararam-se. Dove lançou novamente 
              sobre todos o encanto que permitia que se parecessem com orcs. Em 
              seguida desceram a colina e rumaram mais uma vez para Urgithor.
 
 Na 
              grande cidade orc havia um mercado a céu aberto, local enlameado 
              e sujo, cheio de barracas que vendiam de tudo, desde frutas até 
              pequenos crânios de animais, oferecidos como 'objetos de decoração'. 
              Como não haviam trazido os cavalos, Limiekli resolveu que compraria 
              alguns. Aproximou-se de um estábulo que vendia animais e olhou as 
              montarias.
 
 "Bons 
              cavalos! Quanto custam? Quero comprar quatro deles.", perguntou 
              o ranger.
 "Duzentas 
              peças cada!"
 "Trezentas?", 
              disse Limiekli, confundindo-se.
 "Isto 
              mesmo! São 1200 peças ao todo!", aproveitou-se o goblin vendedor.
 "Dou-lhe 
              800 por tudo!", respondeu Limiekli, fazendo o que achou ser uma 
              negociação agressiva.
 "Feito!", 
              disse o vendedor sorridente. "Foi um prazer negociar com o senhor!"
 
 Limiekli 
              levou os animais até os outros, que estavam na feira. Estavam juntos 
              quando Dove viu algo que chamou-lhe a atenção.
 
 "Aquela 
              barraca vende ervas muito úteis para realização de magias. Acho 
              bom observá-la."
 
 Não 
              demorou muito e o tempo mostrou o acerto da hipótese de Dove. Um 
              goblin, com a orelha cortada, apareceu. Entrou em um estabelecimento 
              próximo e saiu carregando um saco e, em seguida, adquiriu algumas 
              das ervas da barraca. Quando afastou-se, foi seguido por Florin 
              e Limiekli. Sirius e Dove vinham atrás dos companheiros. O pequeno 
              afastou-se da cidade e embrenhou-se na floresta. Era rápido e, volta 
              e meia, desaparecia entre os arbustos. Por sorte, Florin e Limiekli 
              eram homens da floresta e sabiam muito bem seguir rastros. Viram 
              quando a criatura aproximou-se de uma rocha, ao pé de uma colina 
              , afastou alguns galhos e arbustos, e entrou por uma passagem, que 
              estava oculta. Esperaram por Dove e Sirius, que chegaram minutos 
              depois.
 
 "Nossa 
              presa entrou por ali.", apontou Limiekli, indicando para os aventureiros 
              recém-chegados.
 "Será 
              que existe outro caminho por onde eles possam fugir?", disse Limiekli.
 "Vamos 
              procurar... Guardem a passagem." falou Florin para Dove e Sirius.
 
 Voltaram 
              alguns minutos depois. Como não encontraram outro caminho, prosseguiram 
              pelo local onde o goblin havia entrado. Esconderam os cavalos e 
              seguiram uma passagem estreita na rocha até chegarem uma câmara, 
              selada por uma parede e uma vão. Aproximaram-se e chegaram a uma 
              espécie de sala onde puderam identificar algumas decorações que, 
              apesar de rústicas, denotavam que o morador era alguém bastante 
              civilizado para um orc. Desta sala haviam duas saídas, uma ia para 
              o que se poderia determinar ser uma cozinha e outra que levava para 
              uma escada que descia. Os aventureiros então desceram as escadas 
              até que finalmente escutaram vozes:
 
 "Pukto, 
              tem certeza que não foi seguido?"
 "Tenho 
              mestre. Trouxe suas ervas e mantimentos!"
 
 Com 
              a confirmação da presença de Marut, os aventureiros decidiram invadir 
              o aposento. Entraram com armas nas mãos. Havia um caldeirão fervendo, 
              livros em uma estante e muitos frascos com ervas, pós e líquidos 
              coloridos. O goblin e o feiticeiro orc olhavam assustados, Marut 
              tentou fazer alguma coisa, mas Florin o alertou:
 
 "Marut, 
              não faça nada, não vamos feri-lo!"
 "Então 
              vieram me matar?", perguntou o feiticeiro.
 "Fomos 
              contratados para isto, mas antes queremos saber o motivo.", disse 
              Limiekli enquanto seus companheiros cercavam os dois goblinóides.
 "Esperem, 
              por favor, poupe-nos, eu pago para que me libertem."
 "Acalme-se, 
              queremos apenas respostas, não viemos com o intuito de matá-lo." 
              Explicou Dove.
 "Neste 
              caso, sentem-se, vamos conversar.... Pukto, vá fazer uma chá para 
              os nossos convidados.", disse Marut ao seu lacaio. Dove o acompanhou 
              até a cozinha para se certificar que o goblin não colocaria veneno 
              nas bebidas.
 "Muito 
              bem, o que gostariam de saber?" , perguntou Marut agora mais aliviado.
 "Fomos 
              contratados para matá-lo, mas queremos saber o porquê?" Falou Florin.
 "Estranho, 
              pensei que sabiam. Eu fiz algo que é considerado grave para nossa 
              cultura. Eu apenas quero a paz."
 "Paz? 
              Como assim?"
 "Existem 
              muitos humanos neste mundo, um número difícil de se contar. Existiam 
              muitos elfos também. Mas nosso povo está começando a entrar em um 
              processo de extinção. Sempre estamos embrenhados em guerras infrutíferas 
              e batalhas sem sentido, e com isso, estamos perdendo. Por isso eu 
              entendi que o único modo de nossa raça continuar existindo é através 
              da paz. Não há outro jeito."
 "Taí, 
              é a primeira vez que ouço um orc falar algo sensato!", admirou-se 
              Sirius.
 "Como!? 
              Concordam com meu pensamento? Então todos os livros que escrevi 
              não foram em vão! Pensei que só eu e Pukto acreditávamos nisto!"
 
 Os 
              heróis abaixaram as armas. Dove, que já tinha voltado, gesticulou, 
              lançou um encanto sobre Marut e confirmou a veracidade das palavras 
              do feiticeiro.
 
 "Então 
              não se preocupe. Não o mataremos.", disse Florin.
 "Quem 
              contratou vocês?"
 "Não 
              sabemos, é um militar. Ele não disse o nome."
 "Deve 
              ser Bragdas. Ele já havia enviado assassinos para me matar. Acho 
              que ele pertence a uma organização chamada Ambição de Shargrass. 
              Eles têm o objetivo de se juntar ao general humano Vorik em Nova 
              Gondyr. É por isso também que ele me quer morto."
 "Mas 
              ele quer sua cabeça como prova. O que faremos?", perguntou Limiekli.
 "Podemos 
              utilizar outra cabeça e modificar suas propriedades! Aqui existem 
              ingredientes suficientes para isto.", sugeriu Dove.
 "Já 
              temos a cabeça! Gurdun!", lembrou Sirius.
 "Sim! 
              Podemos usá-la. Marut, voltaremos para preparar a cabeça. Depois 
              levaremos vocês daqui. Conheço um lugar chamado Aldeia do Amanhecer, 
              próximo ao Vale da Adaga. Lá encontrará outros que pensam da mesma 
              forma.", revelou Limiekli.
 "Dove... 
              podíamos trazer nossas coisas para cá. O que acha?"
 "Pode 
              ser, Sirius. Vamos perguntar a Marut."
 
 Sirius 
              pediu e o feiticeiro concordou. A partir daquele dia, dormiriam 
              na caverna.
 O Guia        Os 
              prisioneiros libertados ainda comiam. Enquanto isto, os aventureiros 
              pensavam em uma maneira alternativa de procurar uma saída e de levar 
              em segurança aquelas pessoas. Kariel pensou em um artifício que, 
              apesar de não conduzi-los a saída da montanha, poderia retirar os 
              habitantes do deserto do risco que era estar sob aquelas cavernas. 
              Chamou então Melicus. Com ele, veio também outro, um homem idoso 
              de barbas brancas.
 "Este 
              é Nod.", apresentou Melicus. Vive próximo a minha aldeia, Yassur."
 
 Melicus 
              olhou para Kariel, que retirara seu elmo e estava sentado com seus 
              amigos. Na luz do fogo mágico que iluminava o ambiente, notou algo 
              que não havia percebido durante os últimos e turbulentos momentos. 
              O cabelo do mago era azul e suas orelhas pontudas. Olhou para Mikhail 
              e viu entre seus cabelos dourados, também orelhas iguais.
 
 "S-suas 
              orelhas? Este cabelos azuis? Porque fizeram isto com vocês?"
 "Nãos 
              somos humanos, Melicus. Somos elfos. Uma raça diferente da sua!", 
              explicou Kariel.
 "É... 
              eles são do tipo das fadas!", completou Galtan.
 "Escutem. 
              Existe uma maneira de retirar o seu povo em segurança. Posso conjurar 
              um portal mágico que os levará diretamente para o meu reino, Kand. 
              Lá vocês ficarão em segurança e serão bem tratados. Quando sairmos 
              daqui, retornaremos e os conduziremos novamente para Anauroch!", 
              propôs o mago.
 "Magia?", 
              respondeu Nod. "Não gostamos de magia! Magia é maligna! Se participarmos 
              disto, nossa alma poderá ir para o Abismo."
 "Não 
              lhes acontecerá nada! Vocês têm mulheres e crianças aqui e são apenas 
              camponeses! Não saberão se defender e muitos entre vocês podem morrer. 
              Aceitem a oferta!", insistiu o elfo de cabelos azuis.
 "Damos 
              nossa palavra!", garantiu Galtan.
 "Não. 
              Preferimos morrer a usar esta feitiçaria! Nenhum de nós concordará 
              com isto. Preferimos ser guiados pelo servo de Sseth.", disse Nod. 
              Melicus assentiu, concordando com o ancião. Mikhail, clérigo que 
              era da Deusa da Magia, balançou a cabeça negativamente, triste por 
              ouvir crenças supersticiosas como aquelas.
 "Então 
              sugiro que peguem as armas dos inimigos e virem-se como puderem. 
              As eventuais perdas de seu povo ficarão sob a responsabilidade de 
              vocês.", disse Galtan.
 
 Naquele 
              momento, Kariel ouviu seu nome claramente ecoar na sua mente. Foi 
              com alegria que reconheceu a voz:
 
 "Storm? 
              Graças a Tymora! Estão bem?"
 "Sim... 
              estamos bem. E vocês?"
 "Perdidos, 
              mas todos bem, Storm."
 "Estamos 
              em um túnel, Kariel. Existe uma vila de homens-lagartos a frente."
 "Passamos 
              por um lugar assim. Além da vila, Cavaleira Harpista, encontrará 
              um túnel e outra aldeia. Siga, Storm, o túnel após o segundo povoado 
              e nos encontrará!"
 "Obrigado!"
 
 Terminada 
              a comunicação, o elfo Escolhido de Mystra informou aos seus amigos 
              que Storm e Magnus estavam vivos e que se encaminhavam para encontrá-los. 
              Ficaram contentes com a notícia, mas havia outra questão.
 
 "Teremos 
              que aceitar a proposta de Nalab, ou não conseguiremos levar estas 
              pessoas em segurança.", colocou Kariel
 "Não 
              confio nele. Ele irá nos trair assim que tiver com a tal jóia nas 
              mãos!"
 "Também 
              não confio, Galtan, mas não temos muitas escolhas no momento. Teremos 
              que libertá-lo e arriscar."
 "Eles 
              estão certos, Galtan.", acrescentou Brian. "Vamos abrir a cela!"
 
 Os 
              quatro então atravessaram novamente os portões e retornaram a prisão. 
              Nalab continuava aparentando tranqüilidade.
 
 "Então 
              voltaram? Não sabe mesmo blefar, cavaleiro?", disse olhando para 
              Galtan.
 "Não 
              era um blefe. Por mim ficaria aí mesmo!", respondeu o nobre de Águas 
              Profundas, enquanto Brian abria a cela e os grilhões do homem.
 "Vocês 
              precisam de mim se querem passar por Zaartikan, ainda mais com esta 
              quantidade de pessoas. Portanto é bom se comportar, seu dromedário!"
 Galtan, ofendido, partiu furioso na direção de Nalab, mas foi contido 
              pelos braços de Kariel e Brian.
 "Não 
              faça isto, Galtan.", disse Brian, "Ele só quer lhe provocar. Não 
              caia no jogo dele."
 
 O 
              guerreiro controlou-se, mas olhava com ódio para o servidor de Sseth. 
              Ao aproximarem-se novamente do pomar, Kariel ouviu novamente a voz 
              de Storm, mas desta vez não foi apenas em sua mente. A bela guerreira 
              estava já ali, junto com seu amigo Magnus de Helm. Estavam com as 
              vestes sujas de sangue, mas pareciam bem. Foram colocados a par 
              da situação.
 
 "Então, 
              Nalab? Para onde vamos?", perguntou Brian.
 "Adentraremos 
              o portão que ainda não foi aberto. Ele é um caminho para Zaartikan. 
              No meio deste túnel existe uma passagem secreta que irá nos deixar 
              quase no limite da cidade, de modo que não precisaremos atravessá-la 
              por completo. O único problema é que antes de chegarmos a esta passagem 
              oculta, poderemos encontrar uma patrulha de quatro yuan-tis que 
              guarda o túnel."
 "É 
              importante que não deixemos que escapem ou podem avisar outros. 
              Irei sozinha, desta maneira ficarão confiantes e partirão os quatro 
              para atacar-me. Reunam todos e esperem."
 "Irei 
              com você, Storm.", disse Magnus para a mulher que o fazia sentir 
              novas e estranhas emoções.
 "Não 
              é necessário! Aguarde com os outros!", respondeu a barda sorrindo.
 
 Galtan 
              usou a chave que estava no poder de Melicus para abrir o portão 
              e então Storm foi a frente, enquanto os homens do deserto, Nalab 
              e os aventureiros aguardavam na entrada do túnel. Pouco tempo depois, 
              ouviu-se ruídos metálicos. Um combate se iniciava. Galtan, o cavaleiro, 
              logo se impacientou.
 
 "Galtan 
              de Águas Profundas não deixará uma donzela combater enquanto fica 
              esperando!", em seguida saiu correndo até Storm.
 "Irei 
              também!", partiu Magnus.
 "Por 
              Tymora! Mikhail e Brian. Por favor, fiquem aqui com Nalab. Irei 
              atrás daqueles dois!"
 
 Quando 
              Galtan e Magnus chegaram, Storm já havia matado um yuan-ti e lutava 
              contra três. Os dois guerreiros então equilibraram numericamente 
              a luta e cada um atacou um inimigo. Kariel veio logo depois e uniu-se 
              a Galtan. Storm lutava com muita elegância e maestria com sua espada. 
              Desviou-se de muitos golpes e derrotou seu oponente rapidamente. 
              Magnus investiu com sua Chama do Norte contra o homem-serpente. 
              Este, já anteriormente ferido por Storm, caiu, mais rápido do que 
              o paladino poderia imaginar. Galtan também acertou seu primeiro 
              golpe e, antes que o yuan-ti revidasse, Kariel atravessou-lhe o 
              peito com Goliath, cessando assim o som de batalha.
 
 "Felizes 
              agora, cavalheiros? Disse que daria conta sozinha! Os yuan-tis poderiam 
              ter fugido."
 "Ora... 
              não permitiria uma dama combater sozinha estes monstros...", justificou 
              Galtan.
 "Eu 
              sabia que podia com eles, mas fiquei preocupado com nossos amigos, 
              especialmente este impulsivo cavaleiro de Águas Profundas."
 "Bem...Chamem 
              o tal Nalab. Temos que encontrar esta entrada antes que surjam mais 
              deles."
 
 Todos 
              se reagruparam. Nalab seguia a frente no corredor escuro. Ia próximo 
              aos aventureiros (a exceção de Galtan, que não queria estar perto 
              do homem para não perder o controle e acertar-lhe um soco). Estes 
              o observavam atentamente. O seguidor de Sseth olhava em direção 
              ao teto, quando apontou um buraco.
 
 "É 
              ali. Vamos subir."
 
 Os 
              aventureiros então escalaram a rocha de uma das paredes do túnel 
              conseguiram alcançar o buraco no teto. De lá, jogaram uma corda, 
              para facilitar a escalada dos homens do deserto. O buraco no teto 
              era uma falha do piso de um corredor, mais estreito, que seguia 
              por cima do túnel pelo qual vieram.
 
 "É 
              por aqui, disse Nalab. Este corredor irá nos levar a cidade!"
 
 Então 
              foram os heróis da Comitiva, o misterioso Nalab e os assustados 
              homens do deserto para Zaartiklan, a cidade dos répteis e o coração 
              do mal que habitava aqueles túneis, em busca de uma saída.
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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