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  Por Caminhos Diferentes Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira.baseada no jogo mestrado por Ivan Lira
 
 
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), 
              Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas, 
              Florin e Dove Garra de Falcão. O vulto: Príncipe 
              Aglarel. Os Elfos: Arthos Fogo Negro; Mikhail Velian; Kariel 
              Elkandor. O Halfling: Bingo Playamundo. Participação 
              Especial: o Coronal Eltargrim Irithyl, Khelben "Cajado 
              Negro" Arunsun, Laeral Mão Argentêa, Storm Mâo 
              Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão.
 
  Por Caminhos Diferentes 
      Uma 
              besta vinda das profundezas do Abismo, era o que estava diante dos 
              bravos aventureiros que acampavam fora das muralhas brancas de Evereska. 
              Vermelho, com labaredas dançando pelo seu horrendo corpo, 
              asas incandescentes e duas vezes maior que um homem. Não 
              sabiam ainda os heróis, mas seu nome era Verithor, tanar’ri 
              invocado de sua sinistra morada pelas artes místicas do príncipe 
              Aglarel de Obscura, pretenso diplomata que revelou-se um traiçoeiro 
              inimigo. Tal visão fez tremer alguns dos presentes. Os soldados 
              mais inexperientes simplesmente fugiram, mas não se poderia 
              culpá-los. Um demônio dos infernos não é 
              coisa fácil de se ver.      Na 
              linha de frente daquela batalha estavam os membros da companhia 
              de aventureiros conhecida como a Comitiva da Fé, desfalcada 
              de Arthos Fogo Negro, que continuava preso em uma cela no edifício 
              do Parlamento Élfico. Também estavam na luta o arquimago 
              da cidade de Águas Profundas chamado Khelben “Cajado 
              Negro” Arunsun e sua esposa Laeral Mão Argêntea, 
              Storm, irmã de Laeral, os heróis Florin Garra de Falcão 
              e sua esposa Dove e o cavaleiro Sir Galtan. Olhavam para a figura 
              do demônio enquanto suas cabeças pensavam na melhor 
              estratégia para superar aquele mal. A Besta, com sua voz 
              gutural, pronunciou-se.      “Torilianos! 
              Fiz um pacto com o vulto Aglarel, contudo se conseguirem oferecer 
              uma barganha melhor, não cortarei suas cabeças!”“Que oferta 
              poderemos fazer!?”, disse Sirius, dando alguns passos temerosos 
              para trás.
 “Ajoelhem-se 
              e adorem a mim e a Juiblex, senhor dos demônios!”
 “Demônio! 
              Nunca nos renderemos às forças do mal!”, bradou 
              Sir Galtan, eloqüente . “Prepare-se para morrer!”
 “Não 
              perca seu tempo conosco, demônio.”, completou Storm 
              Mão Argêntea. “Não é de nosso feitio 
              agradar bestas do inferno.”
 “Que assim 
              seja, humanos! Em breve estarão beijando os meus pés!”
      O 
              balor gesticulou e do nada surgiu uma fenda de luz, um novo portal 
              que se abriu a uma certa distância, do qual saiu outro ser 
              infernal. Khelben, de forma perspicaz, aproveitou a distração 
              do tanar’ri e invocou um poderoso feitiço, um pequeno 
              raio azulado saiu da ponta de seu dedo e atingiu Verithor, a energia 
              percorreu seu corpo, mas aparentemente não houve efeito algum, 
              no entanto, aqueles que eram arcanos perceberam a intenção 
              do arquimago, ele reduziu o abascanto do monstro tornando-o mais 
              suscetível à magia. Ao fazer isso ele o irritou bastante, 
              e Verithor fixou os olhos em Khelben, já determinando-o como 
              vítima. Do portal um novo demônio surgiu, possuía 
              mais de dois metros de altura e era uma sinistra mistura de mulher 
              e serpente. Da cintura para baixo, seu corpo era de cobra. Sua outra 
              metade era de uma mulher de seios a mostra. Ao invés de dois, 
              possuía seis braços e cada um deles segurava uma lâmina 
              mortal. Em seu lar, seu tipo era conhecido como marilith.      Haviam 
              agora dois inimigos e os heróicos combatentes se dividiram. 
              Kariel aproveitou o sortilégio de Khelben e lançou 
              um relâmpago que partiu de suas mãos ao encontro do 
              gigantesco oponente, mas ainda assim, não surtiu efeito. 
              Sirius se afastou do contato com os inimigos e valeu-se de seu arco 
              para disparar setas, mas os projéteis de nada adiantavam. 
              Limiekli e Bingo também disparavam em vão. Decidiu 
              o primeiro então que era um inútil naquele combate 
              e pensava em deixar o trabalho para aqueles que tivessem mais sorte 
              ou mais poder. Foi quando Florin, ao ver seu desalento, jogou-lhe 
              uma adaga de prata e disse-lhe.      “Tente 
              com isto. Poderá lutar com esta arma!”      O 
              ranger então reconsiderou sua decisão e, empunhando 
              sua nova arma, correu em direção ao marilith. Já 
              o pequeno Bingo, diga-se que por esperteza e não por covardia, 
              ficou distante e observou atento. Conhecia seus limites e sabia 
              que atrapalharia mais do que ajudaria contra aqueles demônios, 
              imunes contra setas. Mikhail havia lançado um encantamento 
              divino, com vistas a que sua deusa oferecesse proteção 
              aos seus amigos, porém ele próprio encontrava-se fraco 
              e ferido, conseqüência da luta contra os elementais do 
              vento, invocados pelos vultos a alguns minutos atrás. Storm 
              viu Mikhail abatido e distante. Chamou-lhe e arremessou uma garrafa 
              pequenina de vidro, que foi aparada ainda no ar pelo clérigo. 
              Pediu a mulher que o elfo bebesse a poção e assim 
              Mikhail o fez. Suas forças se recobraram e alguns de seus 
              ferimentos milagrosamente se fecharam. Magnus e Sir Galtan correram 
              com todas as forças em direção a Verithor, 
              mas este olhava fixamente apenas para Khelben. O feiticeiro lançou 
              outro encanto semelhante ao anterior, desta vez aumentando as fraquezas 
              naturais de Verithor. Porém, o demônio usou de suas 
              poderosas asas e alçou vôo, apenas para mergulhar e 
              desferir rápidos golpes com uma enorme espada flamejante, 
              que surgiu instantaneamente, contra o mago. Mas o humano tinha suas 
              precauções e os golpes do monstro não surtiram 
              efeito. Laeral viu seu marido sob ataque e conjurou uma nova magia. 
              Invocou um elemental do vento, semelhante aos seres enfrentados 
              pela Comitiva minutos atrás, para atacar o demônio. 
              Infelizmente o elemental foi apenas vítima, pois com apenas 
              dois golpes, o balor o desfez.      Mais 
              próximo do marilith, Sirius se desesperava. Já havia 
              disparado muitas setas e mesmo com boa pontaria, o alvo parecia 
              nada sofrer. Viu Kariel a sua frente e foi lá aconselhar-se 
              com o mago.      “Kariel! 
              Minhas flechas de nada adiantam contra este bicho! Que devo fazer? 
              Gritar palavrões?”“Suas 
              armas não farão efeito. Precisariam ser encantadas 
              . Fique atento e tente ajudar aqueles que caírem!”
 “É 
              isto que vou fazer então. Ajudarei os que caírem!”
      Khelben, 
              sempre atento, aproveitou a oportunidade proporcionada por sua esposa 
              e preparou um feitiço definitivo, em palavras arcanas, ordenou 
              a morte do demônio. Parecia que o artifício havia falhado, 
              pois nada de imediato aconteceu. Instantes após, no entanto, 
              o gigante do Abismo se contorceu e emitiu um grito medonho. Em seguida 
              seu corpo explodiu em chamas. O mago de Águas Profundas então 
              sorriu discretamente. Seu feitiço fatal tinha apenas uma 
              pequena chance de funcionar, mas Tymora, a Deusa da Sorte e dos 
              Aventureiros, abençoou sua iniciativa e o balor fora devolvido 
              para as profundezas dos planos inferiores.
 Mas havia outro 
              tanar’ri e ele lutava com seus vários braços. 
              Os golpes rápidos da criatura acertaram Storm e Florin, sendo 
              que o último, além de ferido, foi imobilizado pela 
              cauda de ofídio da marilith. O monstro começou a apertar 
              o corpo do herói. Queria esmagar-lhe os ossos, tal cobra 
              constritora. Dove viu o marido em apuros e investiu com sua espada, 
              mas errou o alvo. Da Comitiva, Limiekli e Mikhail eram os únicos 
              que combatiam corpo a corpo contra o inimigo do inferno. Kariel 
              estava afastado, planejando uma magia que fosse útil e que, 
              ao mesmo tempo, não atingisse seus amigos em combate corpo-a-corpo. 
              Magnus, juntamente com Sir Galtan, vinham apressados para ajudar 
              os companheiros, visto que o balor que escolheram como oponente 
              havia tombado pelas artes místicas de Khelben “Cajado 
              Negro” Arunsun.
      A 
              cauda apertava e Florin lutava para manter seu fôlego. A marilith, 
              mesmo esmagando o herói, não perdia a concentração 
              e desferia seus ataques mortais. Mikhail, apesar de ajuda dispensada 
              por Storm, não estava em boas condições. Afastou-se 
              do combate e entregou seu martelo encantado para Sirius, que estava 
              por perto. O guerreiro não era muito afeito a armas encantadas, 
              mas vendo ser esta a única solução no combate, 
              segurou o Destruidor de Tempestades com firmeza e desferiu um golpe 
              contra a cauda que prendia Florin. Assim também fez Storm, 
              aplicando um corte profundo com sua bela espada longa no bestial 
              adversário. Naquele momento, chegaram Magnus e Galtan. O 
              primeiro foi recepcionado com um golpe tão forte que o empurrou 
              para trás e o segundo conseguiu atingir com sua lâmina 
              a pele reptiliana do demônio, mas não sabia o valoroso 
              cavaleiro que sua arma, que não era imbuída de magia, 
              de nada adiantaria com a criatura do inferno.       Limiekli 
              e Dove concentraram seus ataques na cauda, afim de libertar Florin, 
              que a cada minuto parecia mais pálido e sem energias. Foi 
              quando Sirius usou a força de seus grandes braços 
              e, depois de muito esforço, conseguiu libertar o companheiro 
              e retirá-lo da zona de combate, levando-o para seu amigo 
              Mikhail, que conhecia as artes da cura, afim de aliviá-lo 
              de seus ferimentos. Aproveitando que o monstro não mais segurava 
              Florin, Kariel correu e se aproximou do marilith. O mago da Comitiva 
              espalmou a mão em direção ao rosto do demônio 
              e dela partiu um relâmpago, que fez a criatura tremer e gritar. 
              Khelben, que ainda estava bastante distante, lançou também 
              um encanto, mas desta vez o mago de Águas Profundas teve 
              menos sorte e o sortilégio falhou. Porém, a batalha 
              aproximava-se do fim. Storm Mão Argêntea, com um salto, 
              investiu mortalmente contra o demônio e rasgou-lhe o peito. 
              O marilith enfim tombou inerte, deixando cair ao chão suas 
              armas tingidas de sangue. Magnus olhou perplexo, mas com admiração, 
              para aquela mulher na bonita cota de malha élfica. Não 
              se sabe o que mais o surpreendeu, se foi sua habilidade soberba 
              no combate ou sua beleza inigualável.      Então 
              chegou o mago de Águas Profundas e avisou:      “Não 
              toquem nestas armas. São malditas.”“Nem pensaria 
              nisto. São armas de demônios e devem ser destruídas.”, 
              respondeu Galtan, o cavaleiro.
 “Estes 
              demônios foram só uma distração. Os vultos 
              podem fazer mais do que isto.”.
 “Sim, 
              Khelben. Agora podem atacar Evereska e não terão nada 
              a perder!”
 “Mas também 
              sabem que não será uma tarefa tão fácil, 
              Kariel! Temos dois problemas agora: os phaerimns e os vultos. Sinceramente 
              não sei qual deles é o pior. Por hora não deveremos 
              ser atacados. Vamos cuidar dos feridos e descansar como for possível. 
              Depois trataremos deste assunto.”
      Florin 
              chegou até Limiekli. O ranger da Comitiva estava com a adaga 
              que o veterano aventureiro havia lhe emprestado e neste momento 
              a devolvia. Florin, no entanto, ergueu a mão, recusando a 
              arma.      “Lutou 
              bem, Limiekli. Esta adaga será de melhor serventia para você. 
              Tenho minha espada.”“Obrigado, 
              Florin.”, disse o aventureiro agradecido pelo presente.
      A 
              Comitiva e seus aliados ainda tinham o resto da noite pela frente. 
              Foram curados de seus ferimentos por alguns clérigos de Evereska, 
              que chegaram alguns minutos após o fim dos combates e por 
              algumas poções administradas por Storm. Então 
              descansaram e dormiram. Amanhã teriam um importante compromisso. 
              Uma audiência com o conselho dos Anciões da Colina. 
              Esperavam que os acontecimentos recentes envolvendo os vultos atenuassem 
              a pena capital imposta a Arthos. A Audiência      A 
              manhã apresentou-se sobre o grande vale onde se situava Evereska. 
              Os membros da Comitiva, ainda que não estivessem completamente 
              recuperados da batalha do dia anterior, não se atrasaram 
              e todos compareceram ao Parlamento Élfico, para a sessão 
              do conselho. Seria o momento de tentar provar a verdade das palavras 
              do depoimento de Arthos, através do encanto divino pesquisado 
              por Mikhail, que permitia que fossem lidas as últimas memórias 
              do elfo acusado e assim vivenciar os fatos daquele infeliz episódio. 
              Com eles foram Khelben e Laeral , além do humano Brian Mestre 
              das Espadas.      Já 
              estavam na sala do conselho, lugar que já lhes era bastante 
              familiar. Tão quanto os rostos daqueles elfos diante deles: 
              os sete Anciões, o diretor do Parlamento Anskalar Duorsena, 
              e o réu Arthos Fogo Negro. Depois do cerimonial de abertura 
              da sessão, feito pelo diretor, o Ancião mais idoso, 
              Amrod Miyeritar pronunciou-se.      “Agora, 
              com as novas informações, será feito um novo 
              julgamento. Advirto que não tolerarei interrupções 
              não autorizadas nesta sessão. Convoco o alto clérigo 
              Virmanon Calidor para pronunciar sobre as novidades neste caso.”O clérigo, 
              que encontrava-se na platéia, veio e sentou-se em uma cadeira 
              ao lado dos Anciões.
 “Fui procurado 
              por Mikhail Velian que me indicou um encanto divino que poderia 
              ser usado para conhecermos a verdade sobre as afirmações 
              do elfo Arthos Fogo Negro, através da leitura de suas memórias. 
              Não cogitávamos usá-lo pois não apreciamos 
              invadir mentes alheias, mas diante da face revelada pelos vultos 
              na noite passada, penso ser esta a sugestão mais correta.”, 
              o elfo levantou-se da cadeira e virou-se para Arthos. “Permite-me 
              ler as suas memórias?”
 “Claro. 
              Não tenho nada a perder!”
      Então 
              Virmanon levou sua cadeira para frente do assento de Arthos, fechou 
              os olhos e proferiu uma oração. Em seguida sua mente 
              sintonizou-se com a de Arthos. O alto clérigo ouviu, viu 
              e sentiu, em rápidos segundos, todas as sensações 
              experimentadas por Arthos nos últimos dias. Sua face se contraiu 
              e relaxou várias vezes. Até que por fim cessou os 
              movimentos e ele novamente abriu os olhos.       “E 
              então, Virmanon? O processo está encerrado? O que 
              tem a afirmar?”“O elfo 
              Arthos Fogo Negro diz a verdade. Ele foi mentalmente controlado. 
              Contudo ele aceitou a proposta do vulto por sua própria vontade 
              e motivos particulares.”
 “Isto 
              é o suficiente. Faremos um recesso e anunciaremos nossa decisão!”
      Os 
              Anciões se retiraram e Arthos foi levado dali. Em seguida 
              os demais presentes foram a uma ante sala. Esperaram cerca de quarenta 
              minutos, quando o diretor recebeu o aviso de que o novo veredicto 
              estava pronto e reconduziu todos novamente a sala principal. A sessão 
              foi reiniciada e a palavra era novamente do Ancião mais antigo, 
              Amrod Miyeritar.      “Consideramos 
              Arthos culpado da invasão a câmara do mythal, mas graças 
              as novas informações sua pena não será 
              mais a morte. O castigo adequado será definido ao fim do 
              conflito pelo qual passa Evereska. Até lá, o réu 
              continuará detido. A sessão está encerrada.”      Arthos 
              foi novamente levado e o grande salão novamente esvaziado. 
              Seus companheiros estavam ainda muito apreensivos com a situação 
              do companheiro, mas havia também algum alívio por 
              ele estar livre da pena capital. Suas mentes estariam agora completamente 
              voltadas para a resolução dos problemas com os phaerimns 
              e os vultos, afinal.  A Comitiva se Divide      Na 
              saída do salão, Enesyus abordou a Comitiva. Transmitiu-lhes 
              o recado do Coronal Eltargrim: a Comitiva era esperada para uma 
              nova reunião. E assim foram os heróis, em direção 
              ao acampamento humano fora da cidade e para a bela tenda destinada 
              ao monarca de Cormanthyr. Entraram e viram que o mago Khelben também 
              estava presente. Fizeram uma rápida saudação 
              e o Coronal começou:      “Comitiva. 
              Espero que a colaboração que ofereceram a mim ainda 
              esteja de pé.”“Sim. 
              Esta foi a nossa palavra.”, respondeu Mikhail.
 “Como 
              sabem, os phaerimns macularam nosso mythal. Para repará-lo 
              precisarei executar um ritual da Alta Magia élfica e por 
              isto terei que me ausentar. Espero que quando eu retornar vocês 
              ainda estejam aqui. Despeço-me desejando que Corellon abençoe 
              a todos.. Os deixarei com Khelben, que tem mais a falar.” 
              Eltargrim então deixou a tenda, depois de uma rápida 
              troca de cumprimentos. Antes que o mago de Águas Profundas 
              começasse qualquer coisa, Sirius falou o que passava por 
              sua cabeça.
      “Khelben... 
              Sei que não fomos chamados aqui para discutir isto, mas estive 
              pensando. Muitas vezes salvamos vidas e Reinos e fomos recompensados 
              com ouro, armas, honrarias e outros presentes. Será que Evereska 
              não poderia nos recompensar de outra forma?”“Acho 
              que sei o que quer dizer! Estive pensando a mesma coisa.”, 
              disse Kariel.
 “Querem 
              libertar Arthos? Mas devem saber da gravidade da profanação 
              que ele causou...”
 “Ora, 
              Mikhail. Lembro de todas as vezes que ele arriscou a pele para salvar-nos 
              de enrascadas e para mim isto conta muito!”
 “Sei da 
              gravidade do problema Mikhail, mas se pedirmos isto aos Anciões 
              e eles concederem este perdão seria um ato dentro das leis 
              de Evereska e ajudaríamos nosso amigo. Não vou negar 
              que se um estranho fizesse o que ele fez no meu reino, provavelmente 
              indicaria que meu pai aplicasse uma pena bem severa, mas Arthos 
              não é um estranho, é meu amigo e farei de tudo 
              para ajudá-lo a sair desta.”
 “Não 
              será fácil, Kariel.”, colocou Khelben. “Os 
              Anciões não costumam concordar com barganhas e não 
              vêem nossa ajuda desta forma. Mas infelizmente, devemos deixar 
              este assunto para outra hora. Tenho algo a falar. A partir de hoje, 
              se desejarem permanecer na batalha, passarão a receber instruções 
              de minha esposa Laeral, pois assim como o Coronal, também 
              me ausentarei. Procurarei por respostas. Espero que não tenham 
              problemas em segui-la.”
 “Não. 
              Não há problemas.”, respondeu pelo grupo Magnus.
 “Ótimo. 
              Conversei com o Coronal e temos novas informações. 
              O volume do rio que abastece Evereska reduziu drasticamente. Acreditamos 
              que ele pode ter sido bloqueado ao norte. E uma outra notícia, 
              nos dada por uma elfa druida que nos auxilia, é que estranhos 
              eventos climáticos estão acontecendo no leste. Gostaria 
              que a Comitiva se dividisse em dois grupos e investigasse estes 
              eventos. Não acho que isto seja uma coincidência. Florin 
              deverá dar-lhes mais detalhes. Agora preciso partir.”
      Os 
              aventureiros da Comitiva fizeram votos de boa sorte ao veterano 
              mago, e os mais religiosos desejaram que os deuses o protegessem. 
              Khelben deixou a tenda e Storm e Florin entraram pouco tempo depois. 
              O homem loiro, herói já afamado nas Terras Centrais, 
              não perdeu muito tempo e pôs-se rápido a falar.      “Olá 
              Comitiva. Khelben já explicou-lhe a idéia. O grupo 
              que partirá para o norte encontrará florestas e um 
              grupo de pessoas com facilidade para se ocultar será de boa 
              ajuda. Eu conduzirei esta equipe e Dove irá comigo. O outro 
              irá para uma região montanhosa ao leste.”“Irei 
              com você. A floresta é meu ambiente.”, ofereceu-se 
              Limiekli.
 “Também 
              irei com vocês”, colocou Sirius.
 “Então 
              podemos fechar este grupo...”
 “Não.... 
              eu também vou!”, disse o pequeno Bingo para Florin.
 “Bem. 
              Então iremos nós cinco.”
 “O restante 
              pode vir comigo para o leste, eu liderarei o grupo. Sir Galtan e 
              Brian Mestre das Espadas também irão conosco.”, 
              disse Storm.
 “Quando 
              partiremos, Storm?”, perguntou Kariel.
 “Assim 
              que todos estiverem prontos.”
      Quando 
              todos saíram da tenda, Magnus chegou próximo a Kariel 
              e falou-lhe. Queria saber mais sobre aquelas pessoas.      “Kariel... 
              você que parece saber mais a respeito do que eu, quem são 
              estas pessoas que irão nos liderar? Não conheço 
              este Florin e nem Storm.”“Não 
              se preocupe, Magnus. Florin, assim como Dove, são membros 
              do grupo de heróis conhecido como Os Cavaleiros de Myth Drannor. 
              Têm muita experiência e são bastante famosos. 
              Já Storm é irmã de Laeral e é também 
              uma Harpista.”
 “Harpista? 
              É daquela organização de que você faz 
              parte? Pensei que as informações sobre os Harpistas 
              fossem secretas. Você deveria estar me contando isto?”
 “Você 
              é a única pessoa a quem contaria isto, meu amigo. 
              É o seguidor mais valoroso do Deus Guardião e de certo, 
              sabe guardar um segredo como ninguém nestes Reinos.”
 “Fico 
              feliz com sua confiança.”
      Mais 
              afastados estavam Khelben e Laeral, o arquimago se despedia de sua 
              esposa. Ela, estava abatida e isto era raro, pois as Sete Irmãs 
              sempre se comportaram de maneira bastante fleumática.“Querido, 
              tem certeza que precisa fazer isso?”
 “Minha 
              amada, é o único lugar deste mundo onde posso obter 
              a informação que precisamos. Eu preciso ir para lá.”
 “Então, 
              que os deuses o protejam. O aguardarei .”, disse Laeral tristonha. 
              O marido deu um beijo em sua face, a tocou no ombro de forma carinhosa 
              e se afastou. Ela apenas voltou a sua tenda.
      Assim 
              a Comitiva iniciou os preparativos. Arrumaram seus pertences, conseguiram 
              provisões e armas e outros itens de valor em uma expedição. 
              Fizeram uma refeição e logo no início da tarde, 
              despediram-se um dos outros e tomaram caminhos diversos, afastando-se 
              das proximidades da Fortaleza Élfica.. Os Preparativos para 
              o Ritual      O 
              Templo de Corellon é o lugar mais sagrado de Evereska, e 
              poucos eram o que livre tinham acesso às suas dependências 
              mais profundas. Um destes era o Coronal Eltargrim Irithyl. Poucos 
              dias atrás, após o ataque phaerimn, ele havia feito 
              uma petição para que conduzisse um ritual de alta 
              magia para reparar os danos causados pelos monstros ao sagrado mythal, 
              que já não funcionava em sua plenitude. Eltargrim 
              não era um elfo comum, fez parte de vários eventos 
              históricos de sua raça. E uma de suas características 
              sempre foi a luta pela sobrevivência e harmonia entre os povos, 
              não poderia ele abandonar seus semelhantes.      Chegando 
              no templo, foi recebido por Calidor que o conduziu ao Patriarca 
              Hyatos Venseler que lhe deu a benção de Corellon para 
              que ele fosse o condutor do ritual. Então alguns preparativos 
              foram feitos, e Eltargrim, junto com os elfos previamente selecionados, 
              desceram a grande câmara. Lá, piras de fogo com uma 
              estranha substância queimavam pelo ambiente. Sete foi o número 
              estabelecido para os participantes da Alta Magia, um deles era o 
              Coronal. Foram preparadas vestes cerimoniais para os participantes. 
              Após algum tempo, Eltargrim e os magos fizeram um pequeno 
              rito apenas para identificarem o estrago causado ao mythal e então 
              avaliarem as soluções necessárias. No Caminho das Trevas      Em 
              algum ponto da Costa da Espada, há um lugar do qual dizem 
              as lendas ser um reduto das trevas. Um lugar onde não há 
              dia, onde a luz não consegue alcançar, mesmo o ambiente 
              não sendo um subterrâneo. Um lugar onde poucos teriam 
              a audácia de visitar ou mesmo olhar. Uma vegetação 
              esmaecida era presente, seu verde não era poderoso como nas 
              demais plantas. O céu noturno, apesar de escuro, não 
              era negro e sim de um azul profundo que passava tristeza e melancolia. 
              Um vento gélido soprava como uma alma perdida condenada a 
              danação eterna, vento este que gritava por misericórdia. 
              Uma luz intrusa surgiu, ela aumentou de tamanho formando um portal, 
              dele saiu um homem agraciado pelos deuses. Saiu Khelben Arunsun, 
              ser dotado de conhecimento invejável das artes místicas.      Ao 
              chegar, percebeu estar no local determinado, pois sentiu uma natureza 
              negativa que lhe incomodava a alma. O arquimago olhou ao redor e 
              viu uma grande estrutura à frente, numa vista mais ampla 
              podia-se perceber que na verdade era uma pequena cidade imersa numa 
              tênue escuridão. Por isso, lembrou-se da primeira vez 
              que visitara este lugar, quando teve medo, recuou, não teve 
              a petulância de adentrar. Sabia ele que atrás daquelas 
              grandes muralhas havia algo que até mesmo alguns deuses temiam, 
              por isso o ignoravam. Pensou em recuar como no passado, mas logo 
              percebeu que sua vida poderia ser um preço justo para sanar 
              as ameaças atuais, então deu seu primeiro passo e 
              assim continuou.      Seguiu 
              uma pequena estrada que terminava num grande portão, no topo 
              das colunas que o sustentavam haviam dois gárgulas. Ambos 
              rochosos com uma superfície um pouco gasta. O mago os ignorou 
              e foi em direção ao portão velho feito de aço 
              com grades. Quando tentou abri-lo, ele ouviu:      “Quem, 
              entre os mortais, invade os domínios do Lorde Supremo?” 
              Perguntou o gárgula da direita.O mago recuou 
              dizendo “Khelben de Águas Profundas. Vim em paz.”
 “Em paz 
              você vai ficar, depois de sua carne eu trucidar.” Ameaçou 
              o gárgula da esquerda já descendo num rasante tentando 
              fincar suas presas no peito do mago. Mas este, de longas datas não 
              era alvo fácil. Esquivou-se do golpe e fez posição 
              defensiva. O outro tentou o mesmo método e não conseguiu. 
              Depois ambos atacaram juntos, essa foi a oportunidade de Khelben: 
              apontou seu Cajado Negro para os dois e disparou um relâmpago 
              que os fez em pedaços.      Aquele 
              foi apenas o primeiro obstáculo dos muitos que viriam.
      Abriu 
              o portão e continuou. Começou a caminhar por uma grande 
              praça e lá percebeu como era o lugar, parecia uma 
              cidade abandonada, esquecida pelo tempo. Algumas estruturas eram 
              visíveis, tudo com uma arquitetura antiga. Khelben achou 
              um pouco familiar, mas respostas não vieram em sua mente. 
              Continuou andando, até ouvir um ruído, algo se arrastando. 
              Quando olhou para trás viu inúmeros humanóides 
              andando em sua direção. Ao ver suas faces pútridas 
              Khelben percebeu que se tratavam de seres mortos, portanto não 
              hesitou em aplicar o poderio de seus feitiços. Lançou 
              uma esfera em chamas que dizimou alguns, outros tentaram agarrá-lo, 
              mas os encantamentos de proteção funcionaram bem, 
              dando tempo suficiente do mago eliminar os restantes. A Represa      Eram 
              cinco os aventureiros rumando para o norte: Florin, Dove, Limiekli, 
              Sirius e o halfling Bingo. Deixaram o vale e se embrenharam por 
              uma floresta densa, seguindo o curso do rio. Era visível 
              agora o que Khelben havia relatado. A fluxo estava baixo e em certos 
              trechos não havia água nem para molhar os joelhos 
              dos viajantes.       Já 
              havia um dia e meio de cavalgada. As árvores agora eram mais 
              esparsas e o terreno tornou-se mais pedregoso e difícil. 
              Estavam acampados e, como de costume em tempos de incertezas, um 
              montava guarda e vigiava movimentos estranhos, enquanto os outros 
              descansavam após uma refeição vespertina. Limiekli 
              fazia este papel no momento. O homem, acostumado a vida na floresta, 
              ouviu algo metálico, um ruído não muito comum 
              na natureza. Ele então avançou silenciosamente e procurou 
              a fonte do ruído. A alguns metros, havia um goblin armado. 
              Aparentemente era também um vigia. Limiekli então 
              retornou para contar a notícia. Chamou os colegas que dormiam.      “Amigos... 
              temos companhia! Encontrei um batedor goblin à frente. Pode 
              haver um acampamento ou covil deles por perto.”“Quantos 
              você viu?”, quis saber Florin.
 “Apenas 
              um.”
 “Mas estes 
              monstros costumam atuar em bando. Devem haver mais. Os demais fiquem 
              aqui. Eu e Limiekli vamos observar melhor estes goblins.”
      E 
              assim partiram Florin e Limiekli. Seguiram o caminho anterior e 
              viram o sentinela e um outro, que parecia ter vindo para troca de 
              turno. Seguiram pelo mato o goblinóide até onde puderam. 
              O viram sumir ao longe em direção de um acampamento, 
              mas, não tendo a visão aguda dos elfos, não 
              sabiam mais detalhes daquele lugar. Foi então que Florin 
              sacou sua espada, apontou para as casinhas ao longe e concentrou-se. 
              Limiekli olhou o companheiro com curiosidade, até que então 
              Florin anunciou.      “Minha 
              espada mostrou-me que é um acampamento. Existe um exército. 
              Vários orcs e goblins e parecem estar construindo algo. Mas 
              precisaremos estar mais próximos para ver os detalhes. Vamos 
              voltar agora e preparar nossa estratégia.”      Florin 
              e Limiekli encontraram os demais, deram mais informações. 
              Juntos decidiram esconder os cavalos e escalarem até o alto 
              de um morro, de onde poderiam ter uma visão melhor do acampamento, 
              sem que pudessem ser vistos com facilidade.      “Florin...”, 
              iniciou Sirius uma conversa enquanto caminhavam. “Você 
              disse ter visto um exército. De quantos goblinóides 
              estamos falando?”“Cerca 
              de trezentos.”
 “Trezentos? 
              Acha que poderemos dar cabo de trezentos goblinóides?”
 “Não 
              precisamos lutar. Vamos investigar, identificar as figuras chaves 
              e os propósitos destas criaturas.”
      Chegaram 
              ao sopé do morro e começaram a escalada. Subiram até 
              o topo e andaram por um platô plano até que fosse possível 
              avistar o acampamento. Deitaram na montanha para não serem 
              vistos e aguçaram o olhar. Puderam ver com maior clareza. 
              Não era um simples acampamento, mas um pequeno forte que 
              estava sendo construído. E identificaram também a 
              causa da diminuição da vazão do rio: havia 
              uma represa de troncos de madeira, criando um lago e impedindo a 
              passagem da água. Os orcs e goblins trabalhavam também 
              em armas. Haviam pilhas de espadas e machados. Alguns faziam flechas 
              e outros batiam malhos, forjando lâminas. Uma criatura em 
              especial chamou bastante a atenção dos aventureiros. 
              Existia um phaerimn que flutuava livremente pelo lugar.       “Que 
              criatura é aquela?”, perguntou Dove.“É 
              um phaerimn!”, respondeu Limiekli.
 “Eles 
              represaram o rio. Pretendem certamente enfraquecer Evereska com 
              isto. Irão erguer um forte para impedir os elfos de destruir 
              a represa e, enquanto isto, os phaerimns entram em ação 
              atacando a cidade. Já fizeram isto sem usar nenhuma estratégia 
              elaborada. Agora parecem que irão se organizar melhor.”, 
              deduziu Sirius.
 “Provavelmente. 
              Acho estranho que estejam preparando tantas armas. Existem mais 
              do que poderiam usar. Será que outro exército irá 
              juntar-se a este?”, perguntou Dove.
 “É 
              possível. Mas isto não importa. Temos que fazer algo. 
              Pelo menos destruir esta represa antes que esta tarefa se torne 
              ainda mais difícil.”
 “E quais 
              os subterfúgios que possuem para realizar esta empreitada?”, 
              quis saber Sirius.
 “Bem... 
              eu e minha esposa entendemos um pouco sobre magia.”, disse 
              Florin.
 “Então 
              acho que poderíamos destruir a represa e na confusão 
              matar aquele phaerimn, que deve controlar este bando. Sem ele, estas 
              criaturas perderão sua vontade de lutar.”
 “Será 
              mesmo que estes goblinóides estão sendo controlados 
              por este monstro. Será que não estão fazendo 
              isto por livre e espontânea vontade? Como disse, conheço 
              um pouco de magia e não conheço um encanto que consiga 
              fazer um único ser dominar tantas mentes.” Explicou 
              Dove.
 “Eles 
              também podem ter feito uma barganha. Tentaram fazer conosco.”
 “Sim, 
              Sirius. E estes orcs são facilmente atraídos por um 
              acordo. Para eles, destruir Evereska seria uma oferta tentadora.”, 
              completou Limiekli.
 Bingo, irrequieto, 
              cansou de ouvir aquelas conversas e foi direto ao ponto.
 “Sim, 
              sim... a gente vai destruir a represa quando? Com cordas?”
 “Florin... 
              tem algum sortilégio que possa nos ajudar?”, perguntou 
              Limiekli.
 “Não, 
              mas minha esposa talvez.”, disse olhando para Dove.
 “Dove... 
              já vi meu amigo Kariel usar um encanto para reduzir ou expandir 
              as coisas.. Pode usá-lo para fragilizar a represa?”
 “Este 
              encantamento não funcionaria, mas eu já estou pensando 
              em algo.”
 “Esperem!”, 
              interrompeu Florin. “Vejam!”
      Na 
              entrada do acampamento surgiram alguns cavalos, vindo de algum caminho 
              por entre os montes. Havia um orc maior, que ostentava uma armadura 
              bastante trabalhada em entalhes sinistros. Tinha um tapa-olho e 
              uma enorme espada embainhada na cintura. Pelo modo como os demais 
              o saudaram, ficou claro que não era este um simples soldado. 
              Ele desmontou e seguiu até uma das construções 
              de madeira.      “Retiro 
              o que disse sobre o phaerimn. Este deve ser o líder!”, 
              intuiu Sirius.“Bem... 
              como vamos destruir a represa sem ser vistos?”
 “Posso 
              usar um de meus encantos, Limiekli.”, disse Dove.
 “Não 
              acho uma boa idéia. Aquele phaerimn ali pode detectar magia.”, 
              avisou Sirius.
 “Ele não 
              vai ficar ali o tempo todo. Mas antes de destruirmos a represa, 
              talvez seja melhor conseguirmos algumas informações. 
              Precisamos saber quem é aquele general.” Insistiu a 
              guerreira.
 “Como 
              pretende descobrir isto?”
 “Tenho 
              um plano.”, disse a bela mulher.
 Um Mistério nas 
              Montanhas      Dois 
              dias se passaram para o grupo que ia para o leste. Storm, Brian, 
              Galtan, Magnus, Kariel e Mikhail seguiam pelo terreno montanhoso. 
              Apesar do grande calor da tarde que terminava, a viagem prosseguiu 
              tranqüila e havia espaço para conversas amenas. Durante 
              a caminhada, Magnus de vez em quando olhava para a única 
              mulher que estava no grupo. A beleza de Storm parecia ainda maior 
              estando ela naquela esplendorosa armadura e isto atraia seu olhar., 
              Como era um rapaz inexperiente nos assuntos amorosos, foi flagrado 
              uma ou duas vezes. Ficou imensamente envergonhado. Storm, ao perceber, 
              deu um sorriso discreto, e desejando brincar com ele, perguntou-lhe 
              abruptamente, desconcertando-o o paladino:      “Magnus. 
              Deve ser você o paladino de Helm que habita o Vale das Sombras, 
              soube que está construindo uma catedral ao Deus Vigilante. 
              Como espera concluí-la? É somente um homem!”O paladino levou 
              alguns instantes para compreender a pergunta, pois não esperava 
              encarar Storm naquele momento. Recompondo-se, respondeu:
 “Sei que 
              parece um sonho impossível, mas alguém tem que começar. 
              Se eu conseguir atrair outras pessoas a lutar pela mesma causa então 
              este sonho pode virar realidade. Daqui há alguns anos, mesmo 
              que seja depois da minha morte, a catedral pode ser construída.”
 “Uma catedral 
              a Helm? Como seria tal coisa? Uma fortaleza?”, inquiriu Galtan.
 “Pretendo 
              construir uma grande estrutura suficiente para abrigar a população 
              do Vale das Sombras em caso de ataques e com acessos subterrâneos 
              para outros pontos, a fim de conduzir as pessoas em segurança. 
              Quero evitar tragédias, como a devastação de 
              cidades de Cormyr pelos orcs de Aris. Apesar de Lorde Mourngrym 
              estar construindo muralhas, não sei se elas serão 
              proteção suficiente.”
 “É 
              um intento audacioso, mas bastante louvável de sua parte.”, 
              respondeu Storm admirada pela sensibilidade de Magnus. A provocação 
              da barda do Vale das Sombras tinha gerado frutos. Havia ela conhecido 
              um pouco mais sobre o paladino.
 “Desejo-lhe 
              boa sorte neste seu sonho, Magnus.”, disse Mikhail, impressionado 
              com a determinação do paladino.
 “Eu também. 
              Ajudarei no que for possível.”, completou Kariel.
      Sir 
              Galtan emparelhou seu cavalo ao do comandante Brian e aproveitou 
              para travar uma conversa, enquanto subiam uma íngreme colina.      “Soube 
              que foi voluntário nesta missão. Porque resolveu vir 
              lutar aqui?”“Sei que 
              podemos um dia sermos atacados por forças do norte, de Luskan 
              talvez. Não quero me enferrujar.”
 “A luta 
              contra os phaerimns já me desenferrujou.”
 “Sim, 
              mas ainda prefiro lutar contra homens. Sei que eles podem morrer.”
 “Os phaerimns 
              também, mas são muito difíceis de vencer.”, 
              acrescentou Kariel que estava próximo.
 “Sim, 
              mas eles usam magia e isto não consigo revidar. Sei que não 
              é adequado dizer isto, mas fico feliz que estes phaerimns 
              não estão atacando Águas Profundas. Não 
              sei se agüentaríamos tanto tempo. Se bem que nos últimos 
              anos, não sei se vocês da Comitiva da Fé sabem, 
              enfrentamos muitas catástrofes.”
 “A Comitiva 
              esteve na mais recente delas.”, lembrou Kariel do episódio 
              da Orbe de Orgor e da luta contra Bane.
 “Há 
              mais ou menos dezesseis anos atrás houve algo pior. Dizem 
              alguns que as deusas Shar e Selûne lutaram e sua batalha destruiu 
              parte do porto.”
 “Sei disto. 
              Foi o Tempo das Perturbações.”
 “Tempo 
              das Perturbações? Poderia me explicar melhor, Kariel!”, 
              perguntou Brian, que não conhecia o termo.
 “Assim 
              era chamado o conflito, onde os deuses desceram ao nosso plano e 
              travaram batalhas.”
 “Você 
              acredita mesmo nisto?”
 “Tenho 
              que acreditar. Alguns de meus amigos presenciaram estes acontecimentos.”
 “Quer 
              dizer que os deuses fazem isto? Descem a Toril para promover catástrofes?”
 “Não 
              é sempre assim, Brian. Aquele foi um evento isolado e não 
              acredito que se repita novamente.”
 “Amo a 
              Tyr, mas acho que os deuses deveriam ficar em seus lugares e deixar-nos 
              resolver as coisas e não usar nosso mundo como campo de guerra.”
 “Mas os 
              deuses são como nós. Alguns são bondosos, outros 
              malignos. Uns têm bom senso, outros cobiçam o poder 
              a qualquer custo. Mas concordo com sua afirmação e 
              acho que os deuses devem influir com cuidado para não causar 
              conseqüências desastrosas para nós, mortais.”, 
              concluiu Kariel.
      Após 
              aquelas conversas, os heróis chegaram ao fim da colina e 
              viram um pequeno acampamento a sua frente, com cerca de cinco barracas. 
              Se tranqüilizaram ao ver que a arquitetura das tendas exibiam 
              a bela arte élfica de Evereska. Um sentinela aproximou-se:      “Quem 
              são?”“Viemos 
              de Evereska. Desejo ver Selenil.”, disse Storm, entregando 
              ao elfo uma carta, selada com o brasão de uma casa nobre 
              evereskana. O soldado então foi até uma tenda e voltou 
              com uma elfa de cabelos dourados e roupas de sacerdotisa.
 “Por favor. 
              Desmontem e venham até minha tenda.”
      Os 
              aventureiros então acataram o pedido da elfa e foram com 
              ela até a bela barraca branca e dourada. Ao entrar, depararam-se 
              com símbolos religiosos e muitas plantas, que decoravam o 
              interior. Os símbolos foram identificados por Kariel e Mikhail, 
              elfos civilizados que conheciam Rillifane Rallathil , o Senhor das 
              Folhas e protetor élfico dos bosques e druidas.      “Que 
              problema está havendo aqui?”, perguntou Storm.“O clima 
              está se modificando de maneira incomum. Devem ter percebido 
              o calor de hoje. Mas repentinamente a temperatura cai, ou então 
              ocorrem chuvas torrenciais. Fiz orações a Rillifane, 
              mas não consegui descobrir a origem deste problema.”
 “Há 
              quantos dias isto ocorre?”, quis saber Kariel, tentando montar 
              em sua mente um paralelo com a chegada dos vultos.
 “Há 
              uns seis dias. Também foi avistado algo de muito estranho. 
              Parecia ser uma gigantesca pedra branca que flutuava. Ela foi diminuindo 
              a altitude e desapareceu após a cadeia de montanhas próximas.”
 “E enquanto 
              aos phaerimns e aos vultos? Algum deles foi avistado?”, disse 
              Mikhail para Selenil.
 “Não.”
 “Devemos 
              investigar então as montanhas, porém a noite se aproxima. 
              Vamos esperar até o amanhecer e então partiremos.”, 
              decidiu Storm. "Agradeço suas informações.”
      A 
              Comitiva então deixou a tenda da druida e já havia 
              outra armada, que lhes serviria de abrigo por aquela noite. Pela 
              manhã entrariam na cadeia montanhosa para investigar o mistério 
              da pedra branca narrado por Selenil. Era forte a crença entre 
              os heróis que os vultos, que viviam em uma cidade apoiada 
              sobre uma rocha flutuante, tinham algo a ver com esta história. A Espionagem      No 
              grupo que partiu para o norte, Dove explicou seu plano. Podia fazer 
              dois dos aventureiros invisíveis. A idéia era descer 
              a colina e espionar os orcs. Florin e Limiekli, considerados os 
              mais furtivos, foram os escolhidos para a missão. Então 
              Dove recitou algumas palavras de comando e articulou alguns gestos 
              e os dois desapareceram. Os invisíveis desceram então 
              a elevação e penetraram sem dificuldades no acampamento. 
              Andaram pelo grande campo, que começava a se iluminar naquele 
              começo de noite com o fogo de tochas acesas pelos soldados. 
              Os heróis olharam a represa com atenção. Haviam 
              muitos orcs trabalhando nela e pelo ritmo, parecia que entrariam 
              noite adentro com o serviço. O fabrico de armas continuava 
              e o martelar dos ferreiros preenchiam o crepúsculo com sons 
              metálicos. Em um pátio, uma catapulta era construída. 
              Foram ao outro ponto de interesse, uma cabana bem guardada onde 
              o general orc de tapa-olho havia entrado. Se colocaram em uma janela 
              e avistaram o goblinóide conversando com outro, bastante 
              grande e forte, que também aparentava pelas vestes e postura, 
              uma posição de destaque. Ouviram a seguinte conversa.      “Não 
              seja teimoso, Ortz. Não está vendo que está 
              dando resultado!”, falou o do tapa-olho.      ”Junte-se 
              a nós e podemos formar nosso império. Esqueça 
              este lugar!”“Numoz, 
              eu não conseguiria ser liderado por um humano. Não 
              podemos.”
 “Não 
              seja tolo. Essa liderança é temporária. Não 
              vamos obedecê-lo para sempre!”
 “Mesmo 
              assim. Veja lá fora. Temos outras oportunidades. Sempre quis 
              atacar Evereska e este é o momento! Estes monstros podem 
              nos ajudar. Você é quem devia trazer seu destacamento 
              para cá ao invés de perder tempo com aqueles humanos!”
 “Sua vitória 
              não está assegurada, Ortz. Pelo que me disse, estes 
              monstros não conseguiram penetrar na Fortaleza Élfica. 
              Esqueceu que ela é protegida pelos deuses dos elfos? Além 
              do mais, trago boas novas. Vorik proclamou independência do 
              território que conquistou em Cormyr. Chama-se agora Nova 
              Gondyr. Ele proclamou-se rei e oficializou seu casamento com Tanatha, 
              a sacerdotisa de Talos que o acompanha. Dizem que ele se converteu 
              ao deus. E vários mercenários estão se unindo 
              a nós. Depois disto tudo você ainda se recusará 
              a vir conosco? Estes monstros irão se livrar de vocês 
              assim que conseguirem o que querem! E esta represa que estão 
              construindo? Que desperdício de força é este?”
 “É 
              um plano, Numoz. Os elfos já devem estar sentindo a falta 
              de água. Em quatro ou cinco dias a represa e a fortificação 
              devem estar concluídas e em mais quatro chegarão mais 
              phaerimns e reforços e podemos fazer um ataque. Eles nos 
              prometeram que, depois de destruírem Evereska, removerão 
              o objeto sagrado que protegem os elfos e poderemos matá-los. 
              A Fortaleza Élfica passará a ser a nossa fortaleza. 
              Acho a proposta deles mais interessante que esta tal Nova Gondyr 
              de que você fala.”
 Numoz então 
              deu de ombros e bocejou, abrindo a bocarra de dentes agudos.
 “Vou dormir 
              agora e deixar você pensar. Quem sabe amanhã você 
              não tenha outra decisão!”
      Como 
              já haviam visto e ouvido o suficiente, Florin e Limiekli 
              resolveram retornar ao topo da colina. Encontraram os companheiros 
              apreensivos, em especial Sirius, que portava o arco e tinha várias 
              flechas fincadas no solo, preparadas para um uso rápido, 
              e que mantinha os olhos fixos no acampamento. Limiekli, aproveitou-se 
              da invisibilidade e deu um leve tapa nas costas do amigo.      “Sirius!”“Uai! 
              Limiekli! Não faça mais isto!”
 “Desculpe. 
              Não resisti.”, disse o ranger, que tornou a ficar visível. 
              “Também queria testar o que Kariel me disse. Que voltaria 
              a ficar visível caso atacasse alguém de alguma forma. 
              Ele estava certo!”
 Dove cancelou 
              o encantamento que ainda agia sobre Florin e perguntou ao marido.
 “E então, 
              querido. Descobriram alguma coisa?”
      Florin 
              contou-lhes tudo o que conseguiram descobrir no acampamento, sendo 
              auxiliado por Limiekli. As revelações surpreenderam 
              os aventureiros e uma atitude teria que ser tomada com urgência, 
              antes que os planos dos orcs e phaerimns fossem levados a cabo. 
              Esta noite seria de preparação e no novo dia, entrariam 
              em ação. Uma Emboscada no Desfiladeiro      A 
              manhã raiou para a equipe que acampava no montanhoso leste 
              e os seis companheiros já estavam prontos para penetrar na 
              cadeia de montanhas. Cavalgavam em direção a uma trilha, 
              encravada em um pequeno desfiladeiro. Antes de chegarem ao destino, 
              porém, Kariel usou um de seus sortilégios. Concentrou-se 
              e tentou enxergar o panorama visto do alto de uma das montanhas. 
              Sua magia surtiu efeito, mas em suas visões não notou 
              nada de estranho. A exploração seria mesmo pelo método 
              mais tradicional.       Duas 
              horas depois, seguiam o estreito caminho encravado entre as paredes 
              de cerca de sete metros de altura. Estavam preocupados. O terreno 
              era muito propício a emboscadas, ou ataques de feras. Para 
              aumentar ainda mais a tensão daquela viagem, os ouvidos mais 
              acurados dos elfos ouviram ruídos vindos do alto.      “Ouvi 
              algo lá em cima. Parecem o som de muitos passos.”, 
              disse Mikhail.“Também 
              ouvi. Farei uma verificação.”, disse Kariel.
      Antes 
              que o elfo mago de cabelos azuis tomasse qualquer atitude, um pedregulho 
              enorme despencou do alto, estava para atingir Storm. Magnus que 
              olhava para cima, saltou do seu cavalo projetando seu corpo contra 
              o dela e ambos caíram ao chão. O cavalo de Storm não 
              teve a mesma sorte e foi esmagado pela pedra. “Agradeço 
              pela ajuda Magnus, embora já tivesse visto a pedra.” 
              Disse ela mentindo, pois como era uma dileta e filha de Mystra não 
              queria parecer frágil diante de uma situação 
              como aquela. Magnus, que estava em cima dela, saiu, embora em seu 
              íntimo não quisesse.      Kariel 
              imediatamente desmontou, tocou em seu elmo encantado e ficou invisível. 
              Em seguida aplicou sobre si um feitiço e lentamente começou 
              a levitar e transpor a altura das paredes. O elfo então pairou 
              acima do desfiladeiro e encontrou os agressores. Na parede esquerda 
              haviam oito homens-lagarto, répteis humanóides, que 
              tencionavam empurrar mais uma rocha. Então Kariel conjurou 
              uma nova magia e uma parede de chamas surgiu, isolando o grupo de 
              inimigos, deixando sem possibilidade de fuga, ao não ser 
              que quisessem sofrer com o calor ou a altura da queda. Após 
              lançar o encanto, o mago da Comitiva ficou visível 
              novamente e recebeu pelas costas o ataque de três lanças. 
              Porém, precavido que era, estava protegido por um sortilégio 
              e nada sofreu. Virou-se e viu que na margem direita do desfiladeiro 
              haviam mais sete homens-lagarto. Kariel revidou com outro feitiço 
              e uma bola de fogo surgiu entre suas mãos e foi arremessada 
              contra os répteis. O projétil flamejante explodiu 
              e quatro das criaturas tombaram incineradas e as restantes foram 
              feridas.      Abaixo 
              não havia muito o que fazer, já que uma escalada poderia 
              demorar e deixar ainda mais vulnerável aquele que a tentasse. 
              Porém Mikhail possuía um recurso. Seu cavalo inteligente 
              Burgos. A montaria possuía, entre outras capacidades fantásticas, 
              a de dar grandes saltos. Então Mikhail pediu e Burgos saltou. 
              O elfo de Evereska e seu corcel branco aterrissaram no alto da parede 
              direita do desfiladeiro e então brandiu seu martelo sagrado 
              para bater-se com os três homens–lagarto que restavam.      Kariel 
              viu que Mikhail atacava os monstros da margem direita e voltou novamente 
              sua atenção para aqueles rodeados pela parede de chamas 
              do seu encanto. Lançou-lhes mais um de seus ataques mágicos 
              e cinco esferas luminosas partiram das mãos do mago e explodiram 
              nos oponentes, que não morreram, mas ficaram feridos. Resolveram 
              seis dos monstros pegar suas armas e pular do alto da parede. Decidiram 
              enfrentar a queda e os inimigos que estavam abaixo do que ficarem 
              ali e serem alvos fáceis daquele oponente que flutuava e 
              que fazia tantas outras coisas para quais não estavam preparados 
              e nem compreendiam. Alguns se machucaram ao cair, mas em seguida 
              se recompuseram e empunharam suas armas. Dois oponentes foram ao 
              encontro de Galtan e dois contra Magnus. Storm e Brian enfrentavam 
              um cada. Storm defendeu-se de uma investida da lança do réptil, 
              e em um rápido golpe, fincou sua espada no coração 
              da criatura. Magnus e Galtan também conseguiram evitar os 
              ataques e desfiram potentes golpes, derrubando um inimigo cada. 
              Brian, apesar de sua habilidade, encontrou maiores dificuldades, 
              pois o homem-lagarto que o atacava não estava muito ferido 
              e desviava com maestria da lâmina de sua espada.       Kariel, 
              ainda flutuando, retirou seu arco das costas e disparou setas, matando 
              os inimigos que ainda haviam na parede esquerda, enquanto Mikhail 
              acabava de derrotar seus três oponentes. Ambos então 
              desceram para auxiliar os outros, mas já não havia 
              nada para fazer. Galtan e Magnus haviam eliminado seus oponentes 
              e o que lutava com Brian, largou sua arma e rendeu-se.      “Esta 
              criatura pode saber de alguma coisa! Alguém sabe a linguagem 
              destes seres?”, perguntou Brian. A resposta foi negativa.“O que 
              vamos fazer com ele?”, quis saber Galtan.
 “Vamos 
              levá-lo preso, não quero sofrer uma nova emboscada.”
 “Amarrem-no 
              e vamos prosseguir.”, decidiu Storm.
      Então 
              a companhia continuou o seu rumo, em meio ao vale pedregoso. Em 
              busca da solução dos misteriosos acontecimentos que 
              poderiam, quem sabe, serem a chave para salvar Evereska e Faerûn 
              das terríveis ameaças que se abateram nos últimos 
              tempos. Forças Sinistras      Khelben 
              continuava sua jornada por entre aquela cidade esquecida, no percurso, 
              enfrentou outra série de mortos vivos. Em seguida, combateu 
              um pequeno contingente de esqueletos em armadura. Neste combate, 
              os sortilégios do arquimago invocaram alguns seres bestiais 
              que o auxiliaram na vitória contra os adversários. 
              Depois enfrentou algumas sombras e almas perdidas enviando-as para 
              os portões de Hades, até que finalmente chegou a uma 
              estrutura que chamava a atenção. Era um pequeno prédio, 
              assemelhava-se a um templo, detalhe que deixou Khelben receoso, 
              embora não pensasse ainda em recuar. Empurrou o portão 
              e entrou. Escuridão foi apenas o que presenciou, mas aquilo 
              não representava problema, pois com um pensamento, o mago 
              fez surgir na ponta de seu cajado uma luz. Revelou-se uma ante sala, 
              suja e cheia de poeira, como se ninguém estivesse lá 
              por milhares de anos. Passou por ela, chegando a um enorme corredor, 
              lá defrontou-se com novos seres das trevas. Um bando deles, 
              homens e mulheres, todos bem vestidos e com uma característica 
              em comum, enormes dentes caninos e olhos vermelhos. Atacaram com 
              uma fúria incrível. Estavam insaciáveis, queriam 
              sangue. Khelben conjurou um vento gélido que paralisou alguns 
              e logo em seguida usou o fogo sob a forma de uma esfera em chamas 
              que explodiu ceifando a vida da maioria, outros pereceram de outras 
              formas. O caminho estava livre.      Desceu 
              ele uma grande escadaria que o levou numa ampla sala. Um ambiente 
              ornado com pinturas, tapetes e esculturas esboçando uma cultura 
              milenar da qual Khelben começava a suspeitar da qual se tratava. 
              Resolveu ele investigar o lugar para determinar sua origem, poria 
              em prática seus conhecimentos históricos. No entanto, 
              as ameaças ainda não haviam terminado. Enquanto vislumbrava 
              uma pintura na sala, num outro extremo do cômodo, duas figuras 
              surgiram. Ambos trajados com roupas finas enfeitadas com jóias, 
              embora se apresentassem velhas. Nas suas faces pouca carne tinha. 
              Por trás de suas órbitas vazias podiam ser vistos, 
              ao invés de olhos, pontos luminosos. Suas mãos eram 
              apenas ossos.      “É 
              muito tolo ou muito corajoso ao vir aqui Khelben de Águas 
              Profundas.”, disse um deles.Ele olhou de 
              espanto dizendo:
 “Levem-me 
              até seu mestre. Desejo falar-lhe apenas, não há 
              motivo para confrontos.”
 “Ha, ha, 
              ha! Ora, você achou que o receberíamos de braços 
              abertos? Acabou de selar seu destino mortal”, falou o outro 
              ser gesticulando, a dizer palavras arcanas.
      Com 
              a luz do cajado de Khelben foi possível distinguir de que 
              se tratavam de liches, seres nefastos do mal que dominam a magia 
              com maestria. Era hora do mago lutar de verdade. Com uma palavra 
              chave acionou alguns feitiços que o protegeriam de ataques 
              mágicos. E medida foi providencial, pois um raio vermelho 
              o mataria se Khelben não o rebatesse de volta para o atacante, 
              que, porém, nada sofreu. O outro aproveitou a deixa e tentou 
              prendê-lo numa jaula de energia, mas o arquimago era favorecido 
              por Mystra e aquele feitiço nada faz a ele. Entre os dois 
              liches atacantes surgiu um novo adversário, um ser de três 
              metros de altura, era sem vida e todo feito em aço. Os arcanos 
              o conheciam por golem. O gigante seguiu em direção 
              a Khelben, enquanto os liches fizeram um sinal para o outro. Um 
              deles disparou um encantamento visando quebrar as proteções 
              de Khelben, mas este, muito habilidoso, teletransportou-se para 
              outra extremidade da sala escapando. Porém, malditas eram 
              as artimanhas meticulosas dos liches, ao escapar de um feitiço, 
              o outro lich esperou o arquimago aparecer em outro ponto e disparou 
              seu encanto. As proteções mágicas de Khelben 
              cessaram. Tentou ele se recompor, mas novos encantamentos foram 
              realizados. Um deles jogou Khelben de encontro ao golem, que impiedosamente 
              deu-lhe alguns socos poderosos, deixando Khelben desfigurado. O 
              punho devastador do golem foi a última coisa que Khelben 
              viu, antes que tudo escurecesse  
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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