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  Que a Justiça Seja Feita Descrita por Ricardo Costa.baseada no jogo mestrado por Ivan Lira
 
 
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), 
              Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas. 
              O vulto: Príncipe Aglarel. Os Elfos: Arthos 
              Fogo Negro; Mikhail Velian; Kariel Elkandor e Galaeron Nihmedu. 
              O Halfling: Bingo Playamundo. Participação 
              Especial: o Coronal Eltargrim Irithyl, Khelben "Cajado 
              Negro" Arunsun, Laeral Mão Argentêa, Storm Mâo 
              Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão.
 
  Que a Justiça Seja Feita 
      Os 
              elfos de Evereska, a Comitiva da Fé, os vultos de Obscura, 
              os soldados de Águas Profundas, Khelben "Cajado Negro" 
              Arunsun e Laeral Mão Argêntea, unidos, foram capazes 
              de deter a investida dos phaerimns, mas um outro problema se apresentou, 
              atingindo particularmente o membro mais impulsivo da Comitiva da 
              Fé, o audacioso elfo de cabelos vermelhos chamado Arthos 
              Fogo Negro.      Seduzido 
              pela proposta de ter resgatada da morte sua esposa Diana, Arthos 
              fez um acordo secreto com o príncipe Aglarel de Obscura. 
              Segundo o acerto, o aventureiro teria que chegar a câmara 
              do mythal, na catedral de Corellon, no coração de 
              Evereska e conseguir um fragmento. E, usando toda sua habilidade, 
              assim fez o inconseqüente. Quando chegou bem próximo 
              a um cristal encantado, foi dominado por uma magia traiçoeira 
              e forçado a retirá-lo de seu pedestal. Foi impedido 
              por uma deva élfica, que guardando o artefato a mando dos 
              Deuses, prendeu Arthos e o entregou aos guardas do templo.      Foi 
              conduzido por corredores e escadas até um salão amplo, 
              com grandes janelas acortinadas, vitrais e estátuas de deuses 
              do Seldarine. Havia um elfo com trajes sacerdotais. Os guardas mantiveram 
              suas mãos acorrentadas enquanto o levavam diante do sacerdote, 
              que examinou o invasor com um olhar que misturava surpresa e irritação:      "Quem 
              é você?""Sou Arthos 
              Fogo Negro, da Comitiva da Fé!"
 "Comitiva 
              da Fé?"
 "O grupo 
              de aventureiros que auxiliou a combater os phaerimns."
 "Ah, sim! 
              Ouvi falar! Mas qual é a explicação que você 
              oferece para adentrar sorrateiramente em nossa câmara sagrada 
              do mythal? Segundo todos os meus guardas, você tentou roubá-lo."
 "Não 
              tentei me apoderar do mythal. Estava dominado. Não tinha 
              o controle sobre meus atos."
 "Dominado 
              pelo quê?"
 "Por uma 
              magia sombria, criada pelos vultos de Obscura."
 "Você 
              acusa os diplomatas. Como posso acreditar nisto?"
 "Você 
              é um sacerdote. Pode descobrir se minto ou se falo a verdade."
 "Evereska 
              é um lugar regido por leis e as coisas não podem ser 
              resolvidas de modo tão simples. Apesar de ser um forasteiro, 
              deveria saber que um de nossos maiores crimes é invadir a 
              câmara do mythal. Além disso, o guardião na 
              nave principal de nosso templo nos informou que você tentou 
              penetrar em um corredor reservado à autoridades. Estava dominado 
              também naquele momento?"
 "Naquele 
              momento não... entrei na câmara porque quis, mas só 
              para ver o mythal. Não tinha a intenção de 
              levá-lo."
 "Então 
              você afirma que penetrou na câmara por vontade própria. 
              Desta forma, praticamente já confessou um de seus crimes..."
      Antes 
              que o diálogo prosseguisse, a grande porta do salão 
              abriu-se novamente. Entrou um outro elfo, de idade mais avançada, 
              semblante sério e roupas finamente ornadas. A sua visão, 
              os que estava na sala fizeram uma reverência.      "Virmanon, 
              o que está acontecendo?', disse para o sacerdote que interrogava 
              Arthos."Não 
              queria perturbar Vossa Santidade. Tivemos um incidente e já 
              estamos resolvendo..."
 "Um incidente! 
              Considera a invasão da câmara do mythal apenas um incidente?", 
              disse com firmeza. "Por favor, deixem-me a sós com este 
              elfo!"
 Ao seu comando, 
              os outros que estavam na sala saíram imediatamente.
 "Meu filho... 
              porque fez algo assim?", falou para Arthos em tom de decepção. 
              "Não sabia que o mythal é o nosso maior tesouro? 
              Algo que tem nos protegido durante séculos de nossos inimigos. 
              Tem, porventura, algum ressentimento contra nós, de sua própria 
              raça?"
 "Não 
              tinha a intenção de prejudicar os elfos de Evereska. 
              Lutei por esta cidade e não iria prejudicá-la agora. 
              Fui ludibriado pelos vultos!"
 "Como?", 
              perguntou o sumo sacerdote de Corellon.
 "Eles me 
              prometeram trazer de volta minha esposa falecida se, em troca, eu 
              fosse até a câmara do mythal, somente para que pudessem 
              vê-lo e adquirirem conhecimento sobre a alta magia élfica. 
              Admito que foi um erro e me arrependo disto. Caí em tentação, 
              mas não queria roubar o mythal."
 "Bem, meu 
              filho! Espero que suas palavras sejam verdadeiras. O que posso fazer 
              agora é rezar a Corellon para que o perdoe. Infelizmente 
              agora você será levado a julgamento pelos Anciões 
              da Colina."
 "Então, 
              Santidade, pode preparar meu funeral. Aqueles Anciões não 
              tem a mínima piedade! Por favor, avise meus amigos da Comitiva."
 "Eles ficarão 
              sabendo o quanto antes! Guardas...", os elfos armados entraram 
              novamente na sala. "Podem levá-lo!" E assim Arthos, 
              aprisionado, foi retirado do templo. Iria para uma cela provisória, 
              no Parlamento Élfico, onde aguardaria por seu julgamento.
 Uma Surpresa Desagradável      A 
              Comitiva da Fé, a exceção de Arthos e Magnus, 
              estava reunida com o Coronal Eltargrim. Conversavam sobre o desenrolar 
              da última batalha e sobre as providências que seriam 
              tomadas daqui para frente. Ouviram um barulho de muitos passos apressados 
              do lado de fora da tenda, que subitamente se abriu. Dezenas de soldados 
              agora apontavam lanças para os membros da Comitiva e também 
              para Galaeron Nimehdu.      "Parados!", 
              ordenou Aubric Nimehdu."Que espécie 
              de traição é esta?!", espantou-se Kariel.
      O 
              líder dos Espadas de Evereska se encaminhou até o 
              Coronal e falou nos seus ouvidos o motivo da inesperada diligência. 
              O soberano de Cormanthor exibiu um semblante de surpresa, mas nada 
              disse. Apenas levantou-se e deixou a tenda.      "Vocês 
              virão comigo!", disse novamente Aubric para a Comitiva."O que 
              aconteceu?", perguntou Mikhail.
 "O que 
              há, meu irmão?", também questionou Galaeron.
 "Vocês 
              saberão em breve. Por favor, venham em paz!"
      A 
              Comitiva não resistiu. Quando saíram da barraca, encontraram 
              Magnus, também rodeado de soldados, que se juntou ao grupo 
              de prisioneiros. Foram levados ao Parlamento Élfico e lá 
              conduzidos a uma sala. A Comitiva entrou no aposento, junto com 
              Aubric Nimehdu. Os soldados ficaram guardando a porta.      "Aconteceu 
              algo de muito grave, que diz respeito a um companheiro de vocês: 
              Arthos Fogo Negro.""Ele não 
              está aqui! O que vocês fizeram a ele?!", quis 
              saber Kariel.
 "O que 
              ele fez? Porque nós estamos presos? Não fizemos nada!", 
              argumentou Mikhail.
 "O amigo 
              de vocês tentou se apoderar de nosso mythal!"
 "O quê?!", 
              disseram em uma só voz todos os membros da Comitiva.
 "Ele invadiu 
              sorrateiramente o Templo de Corellon e tentou roubar uma pedra do 
              mythal!"
 "Deve ter 
              havido algum engano...", comentou Kariel, incrédulo.
 "Temos 
              testemunhas. Pessoas altamente confiáveis, acólitos 
              de Sua Santidade Hyathos Venseler. Vocês estão sendo 
              acusados de serem cúmplices neste roubo."
 "Aubric...", 
              disse Galaeron, "Nós estávamos o tempo todo junto 
              com o Coronal. Não temos nada haver com este episódio!"
 "Sim, meu 
              irmão, posso acreditar em você, mas o conselho dos 
              Anciões decidiu mantê-los em vigilância até 
              que o fato seja esclarecido. Uma audiência sobre este assunto 
              está sendo preparada neste momento."
 "Enquanto 
              a Arthos. O que foi feito dele?", perguntou Kariel sobre seu 
              amigo.
 "Ele está 
              preso."
 "Gostaríamos 
              de vê-lo e saber da sua versão para esta história."
 "Vou ver 
              o que posso fazer, Kariel. Aguardem aqui."
      Os 
              guardas permaneceram em prontidão com suas lanças, 
              de olhares fixos na Comitiva da Fé, enquanto Aubric saiu 
              da sala e ganhou os corredores. Mas não demorou muito e o 
              irmão de Galaeron estava de volta.      "Sigam-me!"      Aubric, 
              os guardas e os prisioneiros andaram um pouco e entraram em uma 
              outra sala, quase vazia, exceto por uma cama e um prisioneiro, com 
              as mãos atadas por grilhões.      "Arthos! 
              O que houve?", perguntou Limiekli"O que 
              dizem não pode ser verdade!", disse o pequeno Bingo.
 "Bem, deixem-me 
              explicar... ", começou a falar um Arthos visivelmente 
              envergonhado. "O príncipe dos vultos me abordou. Me 
              propuseram um acordo. Estavam interessados no mythal, mas me disseram 
              que tinham apenas uma curiosidade sobre o artefato. Queriam saber 
              como funcionava a tal alta magia élfica. Para isto eu só 
              teria que ir até a câmara do mythal e mostrá-lo. 
              Não precisaria levá-lo de lá. Em troca disto, 
              eles trariam minha Diana de volta. Mas eles me traíram. Me 
              deram um colar no intuito de se comunicarem comigo, mas depois usaram 
              através dele uma magia para me controlar e forçar 
              a roubar o mythal. Uma espécie de anjo élfico surgiu, 
              me impediu e me entregou aos guardas "
 "Posso 
              analisar este colar?", pediu Kariel.
 "Não. 
              Ele se desfez assim que o controle sobre mim desapareceu. Mas acreditem 
              em mim.      Estou 
              falando a verdade. Não imaginava causar tantos transtornos. 
              Queria só me aproximar do mythal!."
 "Mas Arthos... 
              não se lembra que detectei trevas nos corações 
              destes seres? Ainda assim confiou neles?"
 "Lamento, 
              Magnus. Fiz uma burrada terrível!"
 "Fez mesmo, 
              Arthos.", comentou Kariel, mostrando sua chateação, 
              "Desta vez acho que você superou todas as marcas. Profanou 
              o lugar mais sagrado para os elfos nos Reinos!."
 "O próprio 
              Corellon deveria ter aparecido e lhe esmagado!", bradou Mikhail 
              revoltado. "Você pôs em risco toda Evereska!"
 "Porquê?", 
              perguntou Limiekli. "Tudo que vi este tal mythal fazer foi 
              manter as ruas limpas e permitir aos elfos andarem pelas paredes!"
 "Você 
              desconhece o poder do mythal, humano.", colocou Galeron. "Além 
              destas e outras manifestações, ele nos protege de 
              invasões de povos inimigos como os orcs, por exemplo. Sem 
              o mythal ficaríamos extremamente vulneráveis."
 "Bom, Arthos... 
              Acho que dificilmente você escapará sem alguma punição, 
              mas podemos tentar provar que você não desejava roubar 
              o mythal e também revelar as verdadeiras intenções 
              dos vultos. Assim, quem sabe, você terá uma pena mais 
              branda."
 
 Naquele momento, 
              surgiu à porta Enesyus, o ajudante de ordens do coronal Eltargrim. 
              Ele conversou rapidamente com Aubric e em seguida chamou Magnus, 
              que o seguiu, acompanhado de alguns guardas. Poucos minutos depois, 
              o paladino retornou para junto de seus companheiros.
      "Então, 
              Magnus? Eltargrim irá fazer alguma coisa por nós?", 
              perguntou Sirius."Não 
              sei. Ele só me pediu para contar a história. Não 
              me falou nada mais."
 "Grande!", 
              falou Limiekli em tom irônico.
      Um 
              outro elfo apareceu na porta e também falou com Aubric. O 
              líder dos Espadas de Evereska então virou-se para 
              a Comitiva e anunciou.      "Comitiva, 
              os Anciões me pediram para levá-los para a sala do 
              conselho. Uma sessão acontecerá agora para julgar 
              esta situação! Venham comigo." O Julgamento de Arthos Fogo 
              Negro      Seguiram 
              então os soldados e os prisioneiros por aqueles corredores 
              já bastante familiares, até a sala do Conselho. Lá 
              já estavam presentes na mesa principal os sete membros do 
              Conselho, além de Anskalar Duorsenna, diretor do parlamento, 
              que fazia o papel de organizador da reunião e que estava 
              de pé atrás de um púlpito. Haviam outros sentados 
              nas primeiras cadeiras da platéia, que haviam sido convocados 
              ou convidados para participar daquela sessão: Virmanon Calidor, 
              o sacerdote que interrogou Arthos no templo, o Coronal Eltargrim,. 
              Khelben Arunsun e sua esposa Laeral, Brian Mestre das Espadas e 
              o príncipe Aglarel de Obscura.      Arthos, 
              acorrentado, foi levado para o centro daquele palco, bem em frente 
              à mesa dos Anciões, enquanto o restante da Comitiva 
              foi convidado a sentar junto com os demais. Depois de todos acomodados, 
              Anskalar iniciou a sessão.      "Está 
              aberta a sessão do julgamento de Arthos Fogo Negro, acusado 
              de invasão ao Templo de Corellon e de tentativa de roubo 
              do mythal sagrado. Chamamos para dar seu depoimento o sacerdote 
              Virmanon."      O 
              clérigo então levantou-se da platéia e sentou-se 
              em um assento colocado ao lado esquerdo da mesa dos Anciões.      "Sacerdote 
              Virmanon. Dê o seu depoimento sobre os fatos.", pediu 
              o Ancião Amrod Miyeritar."Este elfo, 
              diante dos senhores, foi pego tentando se apoderar de uma pedra 
              sagrada de nosso mythal. Ele adentrou a câmara e, se não 
              fosse por nossas proteções, talvez estivesse agora 
              com o nosso cristal em suas mãos! Vocês tem, não 
              apenas meu depoimento, como estou representando também o 
              sumo sacerdote."
 Amrod então 
              olhou para Arthos
 "Vamos 
              ouvir então o principal acusado. O que tem a dizer, Arthos?"
 "O que 
              o sacerdote falou é verdade, mas só em parte. Realmente 
              invadi a câmara, mas não tentei roubar o mythal. Fiz 
              um acordo com os vultos de Obscura para entrar na câmara e 
              apenas observar o funcionamento do mythal, mas eles me enganaram 
              e através de uma magia tomaram o controle do meu corpo e 
              tentaram roubá-lo."
 "As acusações 
              que faz aos diplomatas são graves. Você realmente as 
              sustentará?"
 "Sim"
 "Como você 
              foi dominado? Tem provas disto?"
 "Fui controlado 
              através de um colar, que desapareceu. Porém, se usarem 
              qualquer sondagem mística verão que digo a verdade!"
 Virmanon interveio.
 "Senhores. 
              Quando interroguei o acusado, sondei sua mente e não detectei 
              mentiras, mas sabemos que, a poucos dias, nossas sondagens falharam 
              com o vulto Melegaunt e este Arthos também pode estar sendo 
              protegido por algum tipo de magia que nos impeça de conhecer 
              seus verdadeiros pensamentos."
 "Agora 
              veremos o que o diplomata Aglarel tem a dizer sobre o fato."
      Virmanon 
              então levantou-se da cadeira e voltou para a platéia, 
              enquanto o vulto Aglarel assumiu o seu lugar. O diplomata então 
              iniciou seu depoimento.      "Membros 
              do conselho dos Anciões da Colina e demais presentes. Afirmo 
              que o que este elfo diz é uma falsidade. Não houve 
              qualquer acordo entre eu e ele. Tudo que este aventureiro diz são 
              mentiras. Acredito que tenha sido uma espécie de vingança. 
              Desde que cheguei, observei a maneira desrespeitosa como ele tem 
              se oposto aos senhores. Além disto, ele não apresentou 
              nenhuma prova de minha participação neste episódio.""É 
              ele quem mente! Ele sabe muito bem do acordo que me propôs!", 
              irritou-se Arthos, virando-se para Aglarel. "Vamos... façam 
              uma verificação e descobrirão que ele está 
              mentindo!"
 "A hora 
              de sua manifestação já acabou, Arthos. Sobre 
              a verificação, já foi tentado antes e mostrou-se 
              inútil. Mesmo assim, ainda se o que estiver dizendo for verdade, 
              você já é culpado confesso em penetrar na sala 
              do mythal. Nossa única dúvida é sobre este 
              acordo e a tentativa de roubo partir dos enviados de Obscura."
 "Isto é 
              uma farsa. Não podem acreditar neste elfo. Está claro 
              que ele é um ladrão. Eu e Hadrhune viemos aqui como 
              diplomatas!"
 "Magnus 
              detectou a maldade de seus corações.", rebateu 
              Arthos olhando com raiva para o vulto. "Não podem confiar 
              nestes vultos, Anciões. Não tenho interesse nenhum 
              no mythal.      Nem 
              mesmo sou um arcano!"
 "Ordem!", 
              bradou Amrod, enquanto batia forte sua mão sobre a mesa. 
              "O que você iria fazer com o mythal não nos interessa, 
              Arthos. Acho que as informações que temos são 
              suficientes. Faremos um recesso para discutir o nosso veredicto."
 "Espere, 
              senhor!", pediu Kariel. "Acho que seria justo que nós 
              pudéssemos nos manifestar antes que tomem sua decisão."
 Amrod pensou 
              um pouco e respondeu a Kariel.
 "Sim. Ouviremos 
              o que tem a dizer."
 "Obrigado, 
              senhores. Está claro que Arthos errou e ele mesmo admitiu 
              o seu erro em invadir o templo de Corellon, mas enquanto à 
              tentativa de roubo, não se pode condená-lo sem uma 
              chance de provar que ele é inocente. Gostaria que o Conselho 
              levasse em consideração também a aparição 
              oportuna destes vultos. Lembrem-se que a bruxa Gothyl, aliada do 
              vulto Melegaunt, libertou os phaerimns e que ela mesma trouxe Obscura 
              de volta. A mesma Obscura que ofereceu ajuda para combater o mal 
              que o próprio Melegaunt liberou. Talvez tudo isto tenha sido 
              arquitetado desde o início para conquistar a confiança 
              de Evereska, roubar o mythal e ainda incriminar a Comitiva ou quem 
              quer que os atrapalhassem. Peço para que avaliem estas conjecturas 
              antes de tomar uma decisão."
 "Sua argumentação 
              é coerente, mas complexa e não tem provas. Além 
              disso Virmanon encontrou isto com seu amigo." Amrod expôs 
              sobre a mesa uma pequena tira de couro com várias ferramentas 
              encaixadas. "Segundo me informaram, estas são ferramentas 
              para arrombar portas."
 "Não 
              há porque esconder que estas são as ferramentas de 
              Arthos, já que ele confessou a invasão. Peço 
              apenas que levem em conta as coisas que disse, e o fato de Arthos 
              ter se arriscado para salvar Evereska!"
 "Levaremos 
              isto em consideração, assim como a ajuda de todos 
              vocês. Faremos um recesso até amanhã. Os demais 
              membros da Comitiva ficarão sob vigilância, mas não 
              serão presos. A sessão está encerrada."
      Dito 
              isto, os Anciões deixaram aquele plenário. Logo em 
              seguida, Arthos foi levado pelos guardas. A Comitiva também 
              deixou a sala, sendo vigiada de perto por alguns soldados.      "Bah! 
              Estes Anciões só querem um motivo para executar alguém. 
              Se querem fazer isto, depois irão pagar o preço!", 
              ameaçou Limiekli."Não 
              têm idéia do que Arthos quase causou. Você não 
              vive aqui, não conhece Evereska!", disse Mikhail.
 "Tem razão!", 
              respondeu contrariado, "E vivia muito mais feliz quando não 
              sabia que este lugar existia."
 "Precisamos 
              agora provar que é verdade o que Arthos declarou sobre os 
              vultos. Vou até a tenda de Khelben. Talvez ele possa nos 
              ajudar de alguma forma. Os encontrarei mais tarde", declarou 
              Kariel
 "O restante 
              de vocês podem ficar comigo em minha casa, se desejarem.", 
              ofereceu Galaeron.
      Enquanto 
              a Comitiva então foi a casa de Galaeron, Kariel e a escolta 
              de guardas que o seguia encaminharam-se ao grande acampamento de 
              centenas de tendas brancas armadas pelo exército de Águas 
              Profundas. Procurou a tenda de Khelben e pediu para ser anunciado 
              a um sentinela que aguardava na entrada. O homem retornou com a 
              permissão e o elfo de cabelos azuis entrou. Estavam o "Cajado 
              Negro" e sua esposa sentados em torno de uma mesa simples.      "Khelben. 
              Desculpe incomodá-lo, mas gostaríamos que nos ajudasse 
              nesta situação delicada. Precisamos provar que Arthos 
              estava falando a verdade no tribunal. Estes vultos estão 
              mentindo.""Sim, Kariel. 
              Eu sei. Porém se fosse você não se preocuparia 
              com isto. É bem provável que o seu grupo seja inocentado 
              e que Arthos pague o preço justo. Infelizmente não 
              podemos conversar no momento. Nos falaremos depois."
 "Está 
              bem.", disse Kariel, que esperava mais do encontro.
      Então 
              despediu-se do mago e de sua esposa. Esta estendeu-lhe a mão 
              em um cumprimento antes que deixasse a tenda. Enquanto o saudava, 
              Laeral passou-lhe um papel, que Kariel guardou para ler quando a 
              companhia dos guardas não estivesse tão próxima.      Chegou 
              à casa de Galeron e encontrou seus amigos. A noite já 
              havia começado a espalhar seu manto negro pelo céu 
              e todos estavam muito cansados daquele dia. Foram se recolher cedo 
              naquele dia. Kariel então abriu o papel dobrado deixado por 
              Laeral:      "Kariel.      Estamos 
              investigando as atividades destes vultos, mas infelizmente não 
              podemos ajudar seu amigo de outras maneiras.      K 
              & L"      "Laeral, 
              obrigado!", disse então o mago, que sabia que Laeral, 
              Escolhida de Mystra, ouviria o agradecimento. O artifício 
              do bilhete deveria ser mais uma precaução contra, 
              quem sabe, alguma vigilância indesejada, pensou Kariel. A Manhã da Sentença A Comitiva levantou-se 
              com o sol. Ninguém dormiu tranqüilamente, preocupados 
              com a decisão do conselho dos Anciões da Colina. Até 
              na refeição matutina, que lhes foi preparada pelos 
              servos da Casa Nihmedu, a preocupação foi claramente 
              percebida, na figura de Bingo. O pequeno não costumava saciar 
              sua fome antes de repetir o prato, mas naquele dia comeu pouco. 
              Ao término do desjejum, surgiu um serviçal de Galaeron. 
              Haviam visitas à porta. Galaeron foi com o criado e voltou 
              com mais quatro figuras. Laeral Mão Argêntea, apresentou 
              àqueles que não os conheciam sua irmã, Storm, 
              e Florin Garra de Falcão e sua esposa Dove, ou dois últimos 
              membros do famoso grupo conhecido como Os Cavaleiros de Myth Drannor. 
              O casal de recém chegados quis saber da situação 
              que se encontrava a Comitiva e os aventureiros explicaram toda a 
              história infeliz. Storm, porém, tratou de chamar Kariel 
              em reservado e conversaram em um dos quartos desocupados. Tinham 
              assuntos de Harpista para tratar.
      "Kariel, 
              Laeral me contou os últimos acontecimentos envolvendo Arthos. 
              É verdade que ele invadiu o templo de Corellon? Você 
              pode confirmar?""Sim, Storm. 
              Está correto. Além disto, pesa sobre ele a acusação 
              de tentativa de roubo do mythal, mas esta eu acredito que seja falsa. 
              Neste caso acho que ele estava mesmo sob o domínio dos vultos."
 "Mas o 
              tal acordo que ele firmou com este Aglarel? Ele estava sob algum 
              tipo de domínio quando aceitou estes termos?"
 "Infelizmente 
              não. Foi um ato de vontade de Arthos."
 "Isto era 
              o que eu queria saber de você sobre este assunto. Tenho também 
              algumas notícias. Recebi um recado da companheira de vocês, 
              a meia-elfa Laurë. Ela disse que encontrou pistas de algumas 
              pessoas misteriosas nas florestas do Vale da Adaga. Talvez elas 
              tenham influência no desaparecimento dos nossos dois agentes 
              Harpistas. Gostaríamos que você, após este conflito, 
              se apresentasse para investigar. Se a Comitiva também desejar, 
              poderá ir com você."
 "Eu irei, 
              Storm, e acredito que pode contar com a Comitiva também."
 "Ótimo."
      Kariel 
              e Storm retornaram ao salão onde o grupo estava reunido. 
              Todos ficaram ali por pouco tempo, pois era chegada a hora de comparecer 
              ao Parlamento Élfico, para ouvir a sentença dos Anciões 
              da Colina. Sendo assim, minutos depois, deixaram a casa de Galaeron 
              e adentraram novamente aquele magnífico prédio onde 
              se reuniam os governantes de Evereska. Foram conduzidos novamente 
              ao grande salão do Conselho, onde já estavam os Anciões 
              e o presidente do Parlamento, Anskalar Duorsena. Arthos também 
              estava presente, com as mãos acorrentadas, sentado em uma 
              cadeira em destaque, à frente da mesa dos Anciões. 
              Após acomodarem-se em assentos na platéia, o presidente 
              do Parlamento começou a falar.      "Estamos 
              aqui para apresentar o veredicto dos Anciões da Colina sobre 
              as acusações que pesam sobre Arthos Fogo Negro.", 
              Anskalar então começou a ler um pergaminho. "Os 
              Anciões decidiram que não existem provas da participação 
              do diplomata Aglarel no crime cometido pelo acusado, nem tão 
              pouco algum tipo de evidência que provem a cumplicidade de 
              outros membros da Comitiva da Fé em seus atos. Logo, tanto 
              um como os outros estão isentos de culpa e em liberdade. 
              Enquanto a Arthos, os Anciões resolveram conceder, em consideração 
              aos serviços prestados pela Comitiva, três semanas 
              de prazo para que seja provada a inocência do réu no 
              crime de tentativa de roubo do mythal. Caso nenhum tipo de prova 
              seja apresentada, a sentença será a morte. Esta sessão 
              está encerrada e uma outra audiência será marcada 
              para daqui a três semanas. "      Anskalar 
              e os Anciões deixaram então a sala. Arthos foi levado 
              logo depois. A última palavra ainda ecoava profundamente 
              nos corações dos membros da Comitiva. A vida de Arthos 
              agora estava em suas mãos.       A 
              Comitiva então levantou-se deixou o prédio, a exceção 
              de Kariel. O elfo pediu a um soldado para visitar o amigo em sua 
              cela. Queria levar-lhe alguma palavra de esperança. O pedido 
              foi aceito e o mago foi levado a cela de Arthos, um quarto limpo 
              e iluminado. Havia uma cama simples, onde estava sentado o seu amigo.      "Como 
              está sendo tratado aqui, Arthos?""Até 
              que está muito bem, tenho água, boa comida... Já 
              vi celas muito piores...". Arthos silenciou um pouco e seu 
              semblante tornou-se triste. "Parece que meus dias estão 
              contados, Kariel."
 "Antes 
              de encomendar sua alma aos deuses, aguarde um pouco mais. Tenho 
              certeza que a Comitiva, juntamente com Laeral e Khelben, poderão 
              trazer alguma novidade para impedir sua sentença."
 "De qualquer 
              forma, Kariel, isso até será bom. Poderei enfim rever 
              minha Diana."
 "Você 
              irá revê-la um dia, mas não tão cedo. 
              Já escapou de outras antes e escapará desta também."
 "Parece 
              que a sorte me abandonou desta vez."
 "Tymora 
              nunca nos abandona. Devo ir agora, mas durante estas semanas estaremos 
              procurando provas de que você não quis roubar o mythal."
 "Adeus, 
              então, Kariel. Espero que tenha mais sorte do que eu."
 "Teremos, 
              Arthos!"
      Kariel 
              então deixou a cela. Iria agora retornar para a casa de Galaeron, 
              planejar junto com a Comitiva as medidas necessárias para 
              livrar Arthos. Mas antes que deixasse o prédio encontrou 
              nos corredores Storm Mão Argêntea. Ela a cumprimentou 
              e disse-lhe que ia ter com Arthos. Kariel não leu os pensamentos 
              de Storm, mas já tinha uma boa noção do teor 
              daquela conversa. Storm então foi a cela de Arthos.      "Olá, 
              Arthos. Fui chamada aqui por minha irmã para ajudar neste 
              conflito e fui pega de surpresa com este acontecimento o envolvendo. 
              Não será preciso que me conte o fato, pois Kariel 
              e minha irmã já o fizeram. Diante de tais eventos, 
              tomei uma decisão: você deve esquecer de tudo o que 
              sabe sobre os Harpistas. Não iremos fazer nenhuma represália 
              contra você, mas deve silenciar em respeito aos seus companheiros.""Esperava 
              que isso talvez fosse acontecer, Storm."
 "Mas quero 
              que saiba que farei tudo ao meu alcance para provar que os vultos 
              estão envolvidos neste episódio."
 "Agradeço."
 "Isto é 
              tudo. Que a sorte de Tymora o acompanhe."
 "Duvido!", 
              disse em voz baixa o desesperançado Arthos.
 Em busca de uma estratégia A Comitiva estava 
              reunida novamente na casa de Galaeron. Todos pensavam em uma forma 
              de retirar Arthos daquela situação. Na verdade, quase 
              todos. Limiekli estava farto de Evereska e queria mesmo era voltar 
              para as florestas.
 "Bah! Desde 
              que cheguei a este lugar, só vi problemas. Vou embora daqui!"
 "Caro amigo... 
              lembre-se de quantas vezes Arthos já ajudou a salvar nossa 
              pele. Agora ele depende de nós. Devemos ficar.", disse 
              Sirius.
 "Sirius 
              está certo. Devemos pensar no que iremos fazer.", falou 
              Magnus.
 "Arthos 
              havia falado sobre um ser que o impediu de levar o mythal. Talvez 
              exista a possibilidade do sumo-sacerdote de Corellon se comunicar 
              com este guardião e obter uma prova ou declaração 
              de que Arthos estava sob controle mágico. Mikhail, você 
              que é evereskano, poderia tentar isto?"
 "Posso 
              tentar!"
 "Tenho 
              uma idéia, Kariel! Podiamos pegar esse Aglarel e fazê-lo 
              falar!", sugeriu Limiekli.
 "Não 
              seria assim tão simples. Ele muito é poderoso..."
 "Fora, 
              isto, ele é um diplomata. Poderia impedir nosso ataque e 
              apenas se queixar aos Anciões e nós todos seríamos 
              presos.", completou Galeron.
 "Eu irei 
              até a tenda de Khelben. Preciso descobrir algumas informações."
 "Irei com 
              você, Kariel", disse Magnus. "Enquanto isto Mikhail 
              pode procurar o sumo sarcedote. Os outros podem tentar descobrir 
              alguma coisa, desde que não causem confusão."
      Assim, 
              partiram Kariel ,Magnus e Mikhail para suas missões, esperançosos 
              em descobrir algo de útil, enquanto os demais resolveram 
              caminhar pelo acampamento, de ouvidos atentos e alertas para identificarem 
              alguma informação que ajudasse Arthos a sair da enrascada. Mikhail vai ao Templo de 
              Corellon      Mikhail 
              foi até a grande torre no centro de Evereska e adentrou a 
              grande porta do maior templo élfico dedicado a Corellon. 
              Notou que havia mais guardas que o normal, precaução 
              advinda do receio de uma nova invasão a camâra do mythal. 
              O clérigo de Mystra encaminhou-se até um sacerdote 
              que estava de prontidão próximo a um dos corredores 
              que davam acesso aos aposentos reservados da torre.       "Senhor, 
              meu nome é Mikhail Velian e gostaria de falar com o sumo-sacerdote.""O sumo 
              sacerdote não é uma pessoa disponível, senhor!"
 "Por favor, 
              avise-o que sou da Comitiva da Fé e que preciso falar-lhe 
              sobre o caso da invasão da câmara do mythal."
      A 
              menção da invasão fez com que o sacerdote tomasse 
              outra atitude. O aspecto de seu rosto, um tanto monótono, 
              tornou-se agitado. Pediu para que Mikhail aguardasse. Minutos depois 
              voltou acompanhado, mas não do sumo sacerdote e sim do alto 
              clérigo Virmanon Calidor.      "Você 
              é um dos companheiros de Arthos, não?""Sim. Preciso 
              falar com o sumo sacerdote. Como o senhor sabe, precisamos investigar 
              as acusações sobre nosso companheiro. Ele alegou inocência 
              em relação a tentativa de roubo e afirmou que estava 
              sob controle. Gostaria de falar com o sumo sacerdote Hyatos Venseler."
 "Não 
              será possível falar com Sua Santidade. Ele está 
              muito ocupado no momento. Mas o que desejaria falar com ele?"
 "Arthos 
              disse que um ser celestial o impediu de levar o mythal. Gostaria 
              de pedir a Sua Santidade que, caso fosse possível, entrasse 
              em contato com este ser. Quem sabe ele pudesse atestar que Arthos 
              realmente estava sob controle e que usava o colar que afirma ter 
              recebido dos vultos, e que não foi encontrado."
 "Posso 
              responder-lhe isto. O ser que citou é uma dádiva de 
              Corellon. É um enviado divino para proteger nosso tesouro. 
              A presença deste ser só é solicitada quando 
              o mythal é ameaçado. Não há outra maneira 
              de o convocá-lo."
 "Talvez 
              o sumo sacerdote possa se comunicar de alguma forma com o próprio 
              Corellon e obter uma resposta para este caso. É importante 
              sabermos isto, pois se Arthos estiver falando a verdade, estaremos 
              travando um contato diplomático com um povo inimigo e traiçoeiro 
              e todos em Evereska estarão em perigo."
 "Isto se 
              ele estiver falando a verdade..."
 "Devemos 
              pensar em todas estas possibilidades. Por favor, peço que 
              ore para Corellon e pergunte se Arthos estava ou não usando 
              este colar. Se houver uma resposta, poderemos solucionar esta situação!"
 "Está 
              bem. Verei o que posso fazer."
      Após 
              esta conversa, Mikhail deixou o templo. A resposta do sacerdote 
              seria, sem dúvida, uma peça fundamental, caso confirmasse 
              a declaração de Arthos. A palavra do próprio 
              Corellon, sem dúvida seria uma prova irrefutável para 
              os Anciões. O Mensageiro
      Magnus 
              e Kariel novamente foram até o grande acampamento de barracas 
              brancas e procuraram "Cajado Negro". Descobriram que Khelben 
              estava na tenda do Coronal Eltargrim e então para lá 
              seguiram. Foram autorizados a entrar e perceberam que nela estavam, 
              além do mago de Águas Profundas e o Coronal, Laeral 
              e sua irmã Storm, e Dove e Florin Garra de Falcão. 
              Havia um debate sobre a possibilidade de um novo ataque dos phaerimns. 
              Kariel e Magnus chegaram próximos de Storm e de Laeral, que 
              naquele momento não participavam diretamente das conversas.      "Saudações 
              senhora Storm e senhora Laeral. Como devem saber os Anciões 
              nos deram três semanas para provar a inocência de Arthos 
              da acusação de tentativa de roubo. Precisamos encontrar 
              alguma evidência e pensei em seguir Aglarel e seus companheiros. 
              No entanto, a natureza da magia que eles utilizam ainda não 
              me é familiar. Gostaria de perguntar-lhes se meu pingente 
              harpista me protegeria de uma eventual detecção destes 
              vultos?""Kariel...", 
              começou Laeral, "...acredito que a magia que usamos 
              não consiga impedir as artes da Ondulação Negra. 
              É muito provável que o pingente falhe e você 
              seja descoberto."
 "Sim. E 
              certamente este Aglarel já deve ter preparado alguma salvaguarda, 
              visto que sabe que não ficaríamos de braços 
              cruzados."
 "Então 
              aguardarei as novas de Mikhail. Ele esta tentando obter alguma prova 
              com o sumo sacerdote Hyatos Venseler. Caso as consiga, não 
              será necessário uma investigação arriscada."
      Nisto, 
              Khelben saiu por alguns momentos da reunião e foi chamado 
              por Kariel.      "Khelben... 
              alguma novidade?""Não 
              podemos ser apressados, Kariel. Senão corremos o risco de 
              por tudo a perder. Por enquanto, apenas continue alerta."
      Kariel 
              e Magnus então ficaram na tenda, ouvindo os preparativos 
              para uma defesa, no caso de novo ataque, mas, na verdade, suas mentes 
              estavam ansiosas e distantes. A preocupação maior 
              era mesmo salvar Arthos da morte.      Fora 
              da tenda, no acampamento dois guerreiros de Águas Profundas 
              se encontraram. Um era Brian Mestre das Espadas, capitão 
              no comando do destacamento do exército humano em Evereska, 
              e outro chamava-se Galtan, um homem jovem e forte, porém 
              soldado já veterano de muitas batalhas. O último, 
              durante o combate contra os phaerimns, viu rostos conhecidos e queria 
              confirmar com seu comandante a identidade daquelas pessoas.      "Salve, 
              Brian Mestre das Espadas!""Salve 
              Galtan! Lutou bem nossa última batalha."
 "Obrigado. 
              Todos lutamos muito bem. Estou orgulhoso de nossas tropas. Mas vim 
              perguntar-lhe algo. Existe um grupo de aventureiros junto com nossas 
              tropas? Acho que vi pessoas familiares entre eles. Sabe de quem 
              se trata?"
 "Deve estar 
              falando da Comitiva da Fé. Eles são do mesmo grupo 
              que esteve na batalha no monte Águas Profundas, onde nosso 
              exército enfrentou o próprio Bane."
 "Comitiva 
              da Fé? Sim... então são eles! Andei com eles 
              durante um período, quando estive no norte, no conflito contra 
              Luskan. Lembro-me agora do paladino de Helm. Seu nome era Magnus."
 "Você 
              o conhece?", espantou-se Brian, "Ele foi muito importante 
              na batalha contra Bane. Mas parece que agora eles estão em 
              apuros. Um deles está sendo acusado de tentar roubar algo 
              dos elfos."
 "Verdade? 
              Me pareciam boas pessoas. Onde estão?"
 "Os vi 
              próximos à cabana do Coronal."
 "Vou até 
              lá. Gostaria de reencontrá-los."
 "Irei com 
              você, então."
      Antes 
              que os dois chegassem à tenda de Eltargrim, encontraram Sirius, 
              Limiekli e Bingo, que perambulavam pelo acampamento. Brian os abordou 
              e virou-se para Galtan.      "Galtan, 
              estes são Sirius, Limiekli e Bingo. Também fazem parte 
              da Comitiva da Fé.""Salve. 
              Estive com a Comitiva por um curto período."
 "Não 
              me lembro de você", disse Sirius, com a mão no 
              queixo, analisando as feições do soldado.
 "Eu muito 
              menos. Sou novo nessa Comitiva!", falou Limiekli.
 "Não 
              conheço vocês dois, mas lembro-me do pequeno. Como 
              vai Bingo?"
 "Sim... 
              me lembro de você também. O soldado que nos deixou 
              e partiu para uma batalha."
 "Isto mesmo. 
              Tinha que lutar uma guerra. Mas onde estão os outros? O paladino 
              de Helm?"
 "Magnus 
              deve estar na tenda do Coronal, com Kariel.", respondeu Limiekli.
 "Kariel... 
              sim, o elfo de cabelos azuis... Obrigado, Bingo. Foi um prazer conhecer 
              novos membros da Comitiva."
 "Igualmente, 
              Galtan."
 "Vocês 
              poderiam me dizer o que estão conversando?", disse uma 
              voz estranha, antes que os soldados e os aventureiros se afastassem. 
              Procuraram a origem da pergunta e quando olharam para baixo viram 
              um minúsculo homenzinho que fumava um cachimbo comprido, 
              a semelhança do povo dos gnomos, mas não era um deles. 
              Todos ficaram muitos surpresos de não ter percebido a aproximação 
              do pequeno.
 "O que 
              é isso!?", disse Sirius.
 "Quem é 
              esse? Amigo de vocês?", perguntou Galtan.
 "Não 
              sei quem é...", respondeu Limiekli. "Qual é 
              seu nome, amigo?"
 "Meu nome 
              não pode ser pronunciado por sua raça. Chamem-me apenas 
              de Z."
 "O que 
              é você, Z? Um gnomo... não... já vi um 
              gnomo... um sprite?"
 "Não 
              sou nem uma coisa nem outra. Esta não é minha verdadeira 
              aparência. Apenas me adaptei para uma aparência mais 
              confortável para vocês."
 "Porque 
              veio ouvir nossa conversa?", perguntou Brian.
 "Queria 
              saber o que vocês, seres bípedes, estão comentando. 
              Enfim, saber o que está acontecendo."
 "Seres 
              bípedes? Pelo que vejo você também está 
              sobre duas pernas!", disse Sirius.
 "Já 
              disse que esta não é minha aparência verdadeira."
 "E qual 
              é a sua forma original?", continuou Sirius, curioso.
 "Vocês 
              se assustarão!"
 "Já 
              vi tantas coisas nesta vida... duvido que me assuste!"
 "Antes 
              de chegar neste ponto, gostaria de falar de alguns companheiros 
              de vocês neste acampamento. Aqueles chamados vultos. Devem 
              saber que eles possuem um estranho tipo de magia..."
 "Ouvimos 
              falar...", disse Limiekli. "Uma tal de não-sei-o-quê 
              negra."
 "Gostaria 
              de propor um acordo com vocês a respeito deles. Caso o rompam 
              os laços com estes seres, nós os deixaremos em paz!"
 "Nós? 
              A quem se refere?", perguntou Limiekli.
 "Vocês 
              combateram os seres conhecidos como pherimns. Eu sou um deles!"
      Os 
              heróis então, como em um reflexo, colocaram as mãos 
              sobre os cabos das armas, mas a criatura levantou a mão espalmada, 
              em sinal de que não planejava hostilidades.      "Não 
              saquem suas armas. Não vim lutar. Sou apenas um emissário 
              desta proposta.""Que vantagem 
              tem este acordo? Os phaerimns querem o mythal e, ao que tudo indica, 
              os vultos também. Afastando eles vocês teriam caminho 
              aberto. É trocar seis por meia dúzia!", concluiu 
              Sirius.
 "Gostaria 
              de falar com seus líderes a respeito."
 "Então 
              nos acompanhe. Vamos levá-lo até a tenda do Coronal 
              e lá você poderá fazer esta proposta.", 
              disse Limiekli. "Sem agressões."
 "Acho bom 
              mesmo, pois isto seria fatal!", ameaçou o pequeno.
 "Fatal 
              para você!", rebateu Sirius.
      Foram 
              então os seis até a tenda do Coronal. Entraram e cumprimentaram 
              os presentes, Galtan então viu Magnus e Kariel e eles lembraram-se 
              dele e das aventuras no Norte gelado. Brian então mostrou-lhes 
              o pequeno mensageiro.      "Senhores. 
              Este ser é um mensageiro dos phaerimns. Pediu-me para trazê-lo 
              aqui para propor um acordo!".       Ao 
              término destas palavras, os presentes olharam-se uns aos 
              outros. Kariel, foi o primeiro a falar. Estava visivelmente irritado.      "Acordo?! 
              Se esta criatura for mesmo um paherimns devíamos eliminá-lo", 
              comentou."Calma, 
              Kariel!", pediu Limiekli. "Parece que ele só quer 
              conversar!"
 "Pelo que 
              sondamos de sua cultura, não é costume matar mensageiros.", 
              disse o phaerimn.
 "Ele é 
              um diplomata", Kariel, e por questão de honra, não 
              se deve matar os mensageiros do exército inimigo. Vamos ouvir 
              o que ele têm a falar!", decidiu o Coronal.
 "É 
              simples. Rompam as ligações que têm com os vultos 
              e nós não atacaremos Evereska."
 "E este 
              acordo somente se limita à cidade de Evereska?", perguntou 
              o Coronal.
 "Sim. Ela 
              ficará livre de nossos ataques para sempre."
 "Recuso-me 
              a ouvir. Estarei do lado de fora da tenda.", saiu Kariel, enquanto 
              a reunião continuava.
 "E a floresta, 
              os animais e as cidades humanas?", quis saber Limiekli.
 "Estes 
              nós não poderemos garantir. São fontes de vida 
              e nosso alimento."
 "Phaerimn...", 
              disse o Coronal em tom conclusivo, "Evereska não fará 
              este tipo de acordo com criaturas como vocês. Não transferiremos 
              nossos problemas para outros povos. Pode partir daqui e transmitir 
              isto aos seus pares."
      Uma 
              porta mágica surgiu e o phaerimn passou por ela e desapareceu. 
              Foi o fim da reunião. Os membros da Comitiva, Brian, Khelben 
              e Galtan deixaram a tenda do Coronal e encontraram Kariel, que estava 
              do lado de fora. O elfo de cabelos azuis então perguntou 
              ao mago de Águas Profundas:       "E 
              então, Khelben? Não aceitaram este acordo, aceitaram?""Claro 
              que não, Kariel. Isto não nos traria nenhuma segurança."
 "Fico feliz 
              em ouvir isto."
 "Agora 
              vocês e seus amigos devem se concentrar na solução 
              do caso de Arthos. Se tiver novidades, avisarei."
 "Obrigado 
              mais uma vez, Khelben!"
      Quando 
              Sirius, Limiekli, Magnus, Bingo e Kariel retornaram a cidade já 
              era noite. Na casa de Galeron, Kariel procurou por Mikhail, que 
              havia também acabado de chegar.      "E 
              então Mikhail? Algum sucesso no templo?""Não 
              consegui falar com o sumo sacerdote, mas falei com o sacerdote Virmanon 
              e consegui a promessa de que ele procuraria descobrir algo sobre 
              a questão do colar que Arthos usava."
 "Você 
              não tem nenhum encanto divino que possa nos auxiliar neste 
              momento?"
 "Vou estudar 
              hoje e amanhã verei o que posso conseguir."
      Assim 
              terminou aquele longo e tenso dia para a Comitiva da Fé. Um Encanto Para Trazer a 
              Verdade      Na 
              manhã seguinte, Mikhail procurou os seus companheiros. Havia 
              pesquisado suas orações até altas horas da 
              madrugada, mas o esforço pareceu ter valido a pena.      "Amigos, 
              parece que encontrei algo que pode nos ajudar. Há uma oração 
              que me permite acessar as memórias e sentimentos mais profundos 
              de outra pessoa. Posso usar este encanto divino em Arthos e assim 
              descobrir exatamente tudo o que se passou nos últimos dias. 
              Mas para isto, necessitarei da autorização dos Anciões.""Excelente, 
              Mikhail. Porém tenho uma observação. Se for 
              possível talvez surta um efeito melhor se convencer os próprios 
              clérigos de Corellon a realizarem a oração. 
              Assim não sobrarão sombras de dúvidas."
 "Uma boa 
              idéia, se os clérigos quiserem colaborar... Irei agora 
              ao Parlamento e pedirei esta permissão. Nos falamos depois."
 "Nós 
              podemos ir para o acampamento para ver se há alguma novidade 
              sobre os phaerimns ou sobre os vultos e aguardaremos suas notícias 
              por lá.", sugeriu Magnus.
 "Concordo.", 
              disse Kariel. "Boa sorte, Mikhail."
      Mikhail 
              então deixou a casa de Galaeron em seu cavalo e em rápido 
              galope chegou ao Parlamento. Procurou Anskalar Duorsenna, o diretor. 
              Foi levado então à sua presença."Diretor 
              Ansklar, encontrei uma maneira de descobrir a verdade no caso de 
              Arthos e para isto precisarei utilizar uma de minhas orações. 
              Gostaria de pedir aos Anciões permissão para fazê-lo."
 "Falarei 
              com os Anciões, mas uma audiência com eles só 
              poderá ser conseguida amanhã pela manhã. Sugiro 
              que aproveite seu tempo e procure o sarcedote Virmanon, já 
              que se trata de uma oração. O parecer dele é 
              que será solicitado pelo Conselho neste caso."
 "Agradeço 
              sua colaboração. Irei ao templo agora mesmo."
      Mikhail 
              partiu novamente, desta vez em direção a grande torre 
              dedicada a Corellon. Entrou no templo e solicitou novamente a presença 
              do clérigo Virmanon. O sacerdote então o atendeu.      "Sim? 
              Deseja mais alguma coisa?""Sacerdote 
              Virmanon, como deve saber, também sou um clérigo como 
              o senhor, e tenho acesso a algumas orações que podem 
              auxiliar a descobrir o que está acontecendo. Vim solicitar 
              uma autorização para utilizar uma em especial, que 
              poderá fazer com que eu compartilhe as recordações 
              de Arthos nos últimos dias e assim possa descobrir a verdade 
              sobre o que aconteceu. Se puder, acho até melhor que o senhor 
              mesmo recite a oração, descobrindo por si próprio 
              tudo o que aconteceu."
 "É 
              uma boa alternativa, mas deverá entrar em contato com os 
              Anciões."
 "Já 
              estive no Parlamento. Uma audiência será marcada amanhã 
              pela manhã."
 "Então, 
              peço que aguarde. Nos falaremos na audiência!"
      Mikhail 
              então se despediu e partiu em direção ao acampamento, 
              fora das muralhas da cidade, para encontrar seus companheiros e 
              contar-lhes as notícias. Um Ataque, Uma Evidência      Pela 
              noite, a Comitiva da Fé, reunia-se no acampamento. Os aventureiros 
              estavam em uma tenda, onde descansavam e faziam uma pequena refeição 
              noturna. A exceção era Kariel. O elfo, que não 
              costumava nem dormir nem comer com freqüência, e que 
              estava sentado ao chão, a alguns metros da tenda utilizada 
              pelos vultos. Não mexia um só músculo e vigiava 
              qualquer movimento suspeito. Encontrou ele, Khelben.      "Kariel, 
              por acaso sentiu algo estranho na noite de ontem?""Não, 
              o que houve?"
 "Senti 
              uma presença tentando me observar."
 "Não 
              senti nada. Talvez meu pingente harpista tenha me protegido!"
 "Tem razão. 
              Mas fique alerta. Talvez algo esteja para acontecer!", disse 
              o mago de Águas Profundas em tom misterioso.
      As 
              horas passaram e a maioria dos soldados estavam dormindo. Um forte 
              vento começou a se formar em torno da tenda que abrigava 
              a Comitiva da Fé. O estranho vendaval balançava a 
              barraca e despertou Mikhail. O clérigo de Mystra agitou-se 
              e procurou seus companheiros:      "Kariel?". 
              O mago da Comitiva não estava ali. Continuava observando 
              a tenda dos vultos, a alguns metros de distância. Então 
              viu os outros que estavam dormindo. "Magnus, Sirius, Limiekli, 
              Bingo... acordem. Tem algo de errado acontecendo."      Dito 
              isto, os aventureiros levantaram assustados e correram para suas 
              armas. O vento agora revirava as coisas dentro da tenda e apagava 
              a lanterna. Apesar de estar distante, Kariel também ouviu 
              as palavras de Mikhail, pois era faculdade dos Escolhidos de Mystra 
              ouvir as nove palavras que se seguiam quando alguém pronunciava 
              o seu nome. Sendo assim este também levantou do seu posto 
              e pôs-se a correr em direção da tenda onde estavam 
              seus amigos.      Em 
              meio a poeira levantada pelo vento, Magnus sentiu um poderoso golpe, 
              mas não viu o seu adversário. Saíram então 
              da tenda escura e a luz do luar puderam ver o inimigo. A poeira 
              que percorria as estranhas correntes de ar montava a silhueta de 
              um ser humanóide, quase translúcido, feito de vento. 
              Não conheciam este tipo de criatura, vinda de outros planos, 
              e que eram chamados de elementais. Agora foi a vez de Mikhail, que 
              recebeu um soco da criatura, que conseguia se solidificar para atacar. 
              Os soldados das proximidades foram levantando com o ruído 
              feito pelo monstro de vento e pelos aventureiros. Então perceberam 
              que outros dois oponentes iguais aquele se formavam para lutar contra 
              os aventureiros.      Então 
              a Comitiva e os soldados tentavam lutar contra os seres, mas a maioria 
              dos golpes passavam através dos corpos, sem atingir os inimigos. 
              Mikhail, que conhecia sobre magia, percebeu o que acontecia e anunciou 
              os seus companheiros.      "Estas 
              criaturas não são afetadas por amas comuns. Somente 
              a magia e armas mágicas poderão atingi-las! Procurem 
              ajuda!"       Os 
              que conseguiram ouvir Mikhail deixaram o combate e foram procurar 
              pela ajuda de Khelben, ou algum de seus aliados.       Kariel 
              vinha se aproximando e ao ver ao longe uma das criaturas que lutava 
              contra Mikhail e Magnus, lançou um encanto. Com um gesto 
              fez aparecer quatro goblins, que ao seu comando, atacaram os seres 
              de vento. Sirius, que corria ao lado oposto, encontrou Kariel.      "Aqueles 
              lá não são feridos por armas comuns... não 
              tem um jeito de você encantar minha espada?"Kariel apenas 
              olhou para a espada e disse.
 "Está 
              encantada, mas tenha cuidado!",
 "Valeu!", 
              agradeceu Sirius, voltando para o combate.
      Entre 
              os que lutavam, somente Mikhail e Magnus pareciam conseguir algum 
              tipo de sucesso contra os oponentes. Os demais golpes, inclusive 
              os disferidos por Sirius, pareciam não afetar a criatura. 
              E justamente eram Mikhail e Magnus os mais durante atingido pelos 
              seus ataques. Kariel conjurou uma nova magia, e esferas de energia 
              partiram de suas mãos e acertaram o monstro e ele emitiu 
              um ruído de dor.      Do 
              outro lado do acampamento, Galtan, o soldado de Águas Profundas, 
              que estava a cavalo, encontrou Storm, Florin e Dove Garra de Falcão 
              e emitiu o alarme:      "Seres 
              de vento... estão do outro lado do acampamento. Estão 
              atacando a Comitiva da Fé e alguns soldados! Venham depressa!"      No 
              campo de batalha, a Chama do Norte, espada de Magnus, dividiu ao 
              meio seu oponente, cuja forma se desfez em ar. Mikhail, que tinha 
              recebidos vários golpes afastou-se do combate a fim de executar 
              uma oração e curar-se de parte de seus ferimentos. 
              Sirius também continuava atacando, embora não soubesse 
              que seus golpes de nada adiantavam. Kariel preparava-se para outro 
              encanto, quando foi surpreendido por esferas de energia que vinham 
              contra ele de um ponto distante, nos limites do acampamento. Para 
              sua sorte, seu pingente harpista tinha a propriedade de anular este 
              encanto. Kariel procurou seu atacante, mas não conseguiu 
              vê-lo. Mas logo depois outro feitiço se abateu sobre 
              ele. Kariel foi capaz de ver uma bola de fogo sendo conjurada ao 
              longe e , antes que ela fosse arremessada em sua direção, 
              a luminosidade do fogo clareou as trevas e revelou o seu oponente: 
              era um dos vultos de Obscura. Mas o elfo não teve tempo de 
              pensar em mais nada, se protegeu da explosão de chamas que, 
              graças a proteção de um de seus anéis 
              mágicos, não lhe causou ferimentos graves.      Enquanto 
              isto, a toda velocidade, vinham galopando Galtan, Storm Mão 
              Argêntea, Dove e Florin Garra de Falcão. Sem que esperassem, 
              do céu desabaram sobre eles, como meteoros, quatro esferas 
              incandescentes que explodiram e espalharam fogo, derrubando os heróis 
              dos cavalos e causando muitos ferimentos. Storm, ao cair, deu um 
              rolamento no chão e ficou de pé, pois o encantamento 
              não surtiu efeito sobre ela, o que surpreendeu Galtan. Olharam 
              imediatamente para cima e viram o agressor que flutuava: era também 
              um vulto, como o que atacou Kariel. Galtan, ainda teve reflexo para 
              apanhar uma lança que havia caído de um dos soldados 
              e arremessá-la de encontro ao vulto. Apesar de ter acertado, 
              o dardo não causou ferimentos no inimigo, que protegia-se 
              de alguma forma. Atrás dos heróis ainda caídos 
              vinham correndo dois conhecidos personagens: Khelben Arunsun e Laeral 
              Mão Argentêa.       O 
              segundo elemental caiu pela espada de Magnus e o terceiro, que era 
              inutilmente golpeado por Sirius, deslocou-se na direção 
              do ferido Mikhail, na intenção de aproveitar sua fragilidade 
              de seu estado e matá-lo. Kariel, que tinha acabado de sofrer 
              um ataque do vulto, ponderou por um momento e decidiu que melhor 
              seria ajudar seus amigos. A perseguição ao assecla 
              de Aglarel ficaria para mais tarde. Chegou no local do combate e 
              viu Sirius, que continuava a investir com sua espada. Observando 
              com seu conhecimento de magia, o elfo percebeu logo que a espada 
              encantada não era poderosa o bastante para ferir o monstro 
              e alertou o amigo.      "Fuja, 
              Sirius. O encantamento que age em sua espada é fraco demais 
              para feri-lo!""É?!", 
              disse Sirius, que achava que tinha acertado todos os golpes. "Vou 
              proteger Mikhail, então!", falou em quanto colocava 
              seu corpo entre o monstro e o amigo ferido. Kariel então 
              chegou a frente do inimigo e conjurou um encanto. De suas mãos 
              partiram chamas que atingiram o elemental que restava e o desfizeram.
 "Ufa!", 
              suspirou Sirius! "Ainda bem que acabou! Mas me diga, Kariel. 
              Vi você ser atingido por uma bola de fogo, mas não 
              foi estes monstros que fizeram isto. Quem o atacou?"
 "Foi um 
              vulto, mas ele já deve ter desaparecido!"
 "Olhem! 
              Naquela direção!", apontou Limiekli para chamas 
              que iluminavam outro ponto do acampamento. "Vamos!"
      Kariel, 
              Magnus, Bingo, Limiekli e Mikhail então correram e chegaram 
              no lugar do ataque. Alguns cavalos estavam mortos e tendas pegavam 
              fogo. Além de alguns soldados, estavam no lugar Storm, Dove 
              e Florin, Khelben e Laeral, que olhavam para o alto. Os cinco recém 
              chegados fizeram o mesmo e viram três vultos que flutuavam. 
              A lua estava clara o suficiente para ver que um deles era Aglarel. 
              Eles enfim tinham revelado suas verdadeiras naturezas. Mikhail lançou 
              de sua arma, o martelo Destruidor de Tempestades, um raio de luz 
              intensa na intenção de atingir o príncipe de 
              Obscura, mas ele, com um gesto, devolveu o encanto de volta ao clérigo, 
              que devido a natureza do encanto, nada sofreu. Aglarel então 
              pôs-se a falar.      "Tolos. 
              Pensavam em fazer oposição a nós. Vou lhes 
              mostrar o quão errada foi esta decisão!"      Aglarel 
              apontou para um ponto próximo do acampamento e uma distorção 
              no espaço começou a surgir e um grande portal se abriu. 
              Duas gigantescas mãos vermelhas saíram de dentro da 
              energia pulsante, e depois o restante do corpo de um demônio, 
              de cerca de três metros e meio de altura foi revelado. Sua 
              espécie chamava-se balor, e era um dos mais terríveis 
              habitantes do plano infernal conhecido como Abismo.      "Divirtam-se!", 
              disse o vulto antes de desaparecer junto com seus dois asseclas.      Neste 
              cenário, iluminado pela lua e pelas chamas que ora surgiam 
              do couro de vermelho vivo da criatura do Abismo, uma luta ferrenha 
              estava para acontecer. E este era apenas um dos problemas que aqueles 
              heróis ainda teriam que enfrentar, isto é claro se 
              sobreviverem ao final daquela noite traiçoeira. Os Phaerimns e Faerûn      Enquanto 
              os heróis da Comitiva se encontravam em grandes problemas 
              em Evereska, no resto do mundo não ocorria diferente, pelo 
              menos nos reinos que os monstros ferrenhos conhecidos por phaerimns 
              definiram como alvos para sua insaciável fome pela magia. 
              Como formas de vida inteligente, eles pesquisaram e descobriram 
              possíveis conduítes místicos vindos de vários 
              lugares nos reinos. Dividiram-se em grupos e iniciaram a devastação.      Na 
              rede de catacumbas conhecida por Montanha Subterrânea, os 
              phaerimns conseguiram atingir uma de suas milhares de entradas. 
              Procuraram por magia, porém acabaram encontrando vários 
              obstáculos. Monstros de poderes incomensuráveis os 
              defrontaram, reduzindo-os a pedaços. Muitos deles eram demônios, 
              outros não poderiam ser descritos por seres comuns. De forma 
              misteriosa, o anfitrião estava ausente. Com esta dificuldade, 
              os invasores decidiram recuar para preservar seu bem-estar.      No 
              leste, acima do Vale das Sombras, prosperou um dia uma cidade com 
              um objetivo especial, unificar as raças para que vivessem 
              em harmonia, meta idealizada pelo Coronal Eltargrim. Contudo, vários 
              acontecimentos fatídicos impediram o sonho desta cidade, 
              que fora bela em seu esplendor. Era chamada de Myth Drannor. Hoje, 
              sabem poucos que a cidade é habitada por demônios vindos 
              de Baator. Estes ferozmente guardam a cidade em ruínas. Transformaram-na 
              num posto avançado no Plano Material. Como novos 'guardiões' 
              de Myth Drannor, os diabos lutaram com todas as forças contra 
              os invasores phaerimns, que haviam sentido emanações 
              poderosíssimas vindas de alguns pontos da cidade. Foi uma 
              batalha selvagem, uma carnificina generalizada. Os phaerimns, apesar 
              de aniquilarem várias bestas dos Noves Infernos, viram-se 
              em desvantagem ao perceber a resistência que os diabos tinham 
              em relação à magia. Alguns deles, famintos 
              por energia mágica, ignoraram esta desvantagem e voaram em 
              direção a um conduíte mágico. Decisão 
              infeliz. Seu corpos de aparência larval foram feitos em pedaços 
              por grandes diabos. Os phaerimns pereciam antes de ouvir o gargalhar 
              dos baatezus.      No 
              sul, no reino conhecido por Thay, os phaerimns caíram como 
              uma chuva. Foram dois os seus alvos: Bezantur, e Priador. Os monstros 
              se dividiram em dois enxames para atacar ambas as cidades. Ao chegarem 
              em Bezantur iniciaram sua covarde destruição, mas 
              os zulkires, governantes de Thay, já os esperavam. Seus soldados 
              lutaram bravamente atirando lanças e setas contra a couraça 
              dos monstros voadores. Quando já estavam em número 
              baixo, de repente, para a surpresa de todos, uma horda de mortos-vivos 
              apareceu e se juntou ao combate. Seres já mortos que ainda 
              andavam. Esqueceram eles o conceito da dor, do cansaço, entre 
              outros limites vitais. Atacaram com fúria ilimitada e esquartejaram 
              seus inimigos, que então bateram em retirada percebendo o 
              horror de sua derrota. Ao longe, apenas observando, estava o zulkir 
              Szass Tam. Feliz com o resultado de sua estratégia, sorriu 
              ao perceber que sua influência aumentaria depois deste episódio. 
              Em Priador, algo um pouco diferente aconteceu. O brilhantismo do 
              zulkir e tarkion Aznar Thrul aumentou a coragem de seu exército. 
              Seus homens, após verem os 'guardiões' enviados pelo 
              tarkion aniquilarem impiedosamente os phaerimns, encheram-se de 
              coragem e lutaram até o último segundo. Os enviados 
              do zulkir eram constructos mágicos feitos de várias 
              formas de mineral, e eram conhecidos pelos arcanos por golems. Aqueles 
              feitos de metais eram os mais implacáveis. Ignoraram completamente 
              os encantamentos terríveis dos seres voadores, e apenas com 
              suas mãos, rasgaram vários phaerimns ao meio como 
              se folhas de pergaminho fossem. Um dos monstros abriu um portal 
              mágico para que os de sua raça pudessem escapar daquela 
              tragédia. Muitos fugiram com este artifício mas outros 
              não tiveram a mesma sorte, foram reduzidos a cinzas pelas 
              explosões geradas por esferas incandescentes lançadas 
              por Aznar Thrul e seu amigo, o zulkir Nevron. Ao final do combate, 
              Priador estava em festa com a vitória.      No 
              passado, na época do império de Netheril, não 
              existia a mesma quantidade de povos e monstros que hoje habitam 
              os reinos. Os phaerimns conheceram isso da pior forma, porém 
              suas investidas estavam longe de terminar. 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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