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  O Poder da Ondulação 
              Negra  Descrita por Ricardo Costa.baseada no jogo mestrado por Ivan Lira
 
 
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli). 
              Os vultos: Hadrhune Tanthul, Príncipe Aglarel e Leevoth. 
              Os Elfos: Arthos Fogo Negro; Mikhail Velian; Kariel Elkandor 
              e Galaeron Nihmedu. O Halfling: Bingo Playamundo. Participação 
              Especial: o Coronal Eltargrim Irithyl, Khelben "Cajado 
              Negro" Arunsun e Laeral Mão Argentêa.
 
  O Poder da Ondulação 
              Negra 
      A 
              praça bastante bela, rica 
              em decorações e um magnífico jardim, estava 
              repleta de soldados de Evereska, que olhavam as três figuras 
              que acabaram de surgir numa embarcação voadora, também 
              conhecida como spelljammer, de cor negra. Eram três vultos, 
              seres humanóides, cujo corpo parecia feito de sombra. A Comitiva 
              da Fé e Galaeron também estavam entre os apreensivos 
              espectadores. Acreditavam os heróis que o barco vinha de 
              Obscura, mas não esperavam um ataque. Se o quisessem fazê-lo, 
              não haveria apenas um barco, mas sim uma esquadra. Inimigos 
              com as capacidades demonstradas pelo vulto Melegaunt assinariam 
              certamente a extinção do enfraquecido reino de Evereska 
              naquele momento. Mas pela graça dos deuses do Seldarine, 
              não foi hostil a intenção dos forasteiros. 
              Um dos vultos, vestindo um manto cor de terra e segurando um cajado 
              pediu para os presentes:      "Elfos, 
              levem-me ao seu líder!"      Hesitaram 
              os elfos. O que fazer? Seria correto? E se fosse uma armadilha? 
              Era o que pensavam. Ante tal hesitação, quem tomou 
              a dianteira e dialogou com o recém-chegado foi Galaeron, 
              o nobre evereskano que acompanhava a Comitiva da Fé naqueles 
              dias.      "Quem 
              são vocês?""Somos 
              diplomatas de Obscura. Identificamos uma grave ameaça ao 
              seu Reino, mas pelo que vimos do alto, parece que chegamos tarde 
              para evitá-la."
 "Vocês 
              então devem conhecer Melegaunt!", falou Arthos.
 "Sim, elfo. 
              Ele é um de nós. Por acaso está com vocês?"
 "Não. 
              Ele pereceu ao trazer Obscura de volta."
      O 
              vulto ficou em silêncio por alguns segundos e em seguida voltou 
              seus pensamentos para seu objetivo primeiro.      "Vocês, 
              que começaram o diálogo, são os líderes 
              deste Reino?""Não. 
              Os líderes de Evereska são os Anciões da Colina.", 
              explicou Kariel., "Acredito que o senhor Galaeron pode levá-los 
              até eles, pois é da nobreza local."
 Um outro vulto, 
              que carregava uma espada na cintura e parecia controlar um mecanismo 
              do barco voador, disse para Galaeron:
 "Então 
              suba, Senhor. Leve-nos até eles!"
      Galaeron 
              subiu, mas chamou a Comitiva para ir ao Parlamento Élfico. 
              Então o barco negro deixou o atracadouro, singrando os ares 
              em direção ao prédio do Parlamento. Os elfos, 
              na altura do solo, também se encaminhavam para o prédio, 
              pois queriam saber as notícias. Os membros da Comitiva iam 
              bem próximos uns dos outros. Em suas mentes ainda ecoavam 
              os últimos acontecimentos. Mikhail, pensativo, comentou com 
              seus amigos.      "Quando 
              Khelben Arunsun apareceu, disse que o sábio Elminster estava 
              em outro plano. Será que existe uma relação 
              entre este fato e os acontecimentos dos últimos dias. Não 
              terá ele caído em uma armadilha?""Entendo 
              o que dizer, Mikhail. Ter o sábio longe certamente é 
              uma vantagem para os monstros. Melegaunt pode ter planejado isto 
              também, como planejou a libertação dos phaerimns.", 
              conjecturou Magnus. "Mas isto é apenas especulação... 
              o que importa agora é que sabemos que o aço mata estas 
              criaturas. Temos que ser vigilantes a partir de agora!"
      Bingo, 
              que estava bastante calado, falou com uma voz triste.      "Puxa... 
              eu sei que vocês estão preocupados com estes bichos, 
              mas não sentiram nada quando Melegaunt morreu? Ele nos enganou, 
              mas também nos salvou um monte de vezes e foi um amigo nosso 
              durante este tempo. Não consigo esquecer isto!""Bingo... 
              depois do que aconteceu com Celerum..."
 "Não, 
              Kariel. Com Celerum foi diferente. Ele o tempo todo tentou espalhar 
              a desconfiança entre nós. Ele sempre foi mal, desde 
              o começo. Melegaunt, não!" Disse o pequeno.
 "Ele mentiu 
              para nós. E, além disto, Magnus sentiu trevas em seu 
              coração!", continuou Kariel.
 "E você, 
              Kariel? Nunca teve trevas em seu coração?", perguntou 
              Arthos.
      O 
              Escolhido de Mystra então calou-se. Lembrou que já 
              havia sido conhecido como o 'Elfo de Coração Negro', 
              no tempo em que se uniu ao exército de Forte Zenthil contra 
              um grupo de humanos de Cormyr, que promovia uma campanha de limpeza 
              racial contra os elfos do norte. Naquela época, tinha o coração 
              preenchido com fúria e ódio, sentimentos que quase 
              custaram sua alma.       "Talvez...", 
              prosseguiu Bingo, "... Melegaunt não tivesse antes a 
              chance de ter conhecido o outro lado..."      A 
              conversa terminou com a chegada do grupo no prédio do Parlamento 
              Élfico. Os vultos e Galaeron foram na frente, enquanto um 
              elfo pediu para que a Comitiva aguardasse um instante. Depois de 
              poucos minutos, foram conduzidos por corredores familiares e chegaram 
              à sala que antecedia o Salão dos Anciões da 
              Colina. No aposento, viram os três vultos de Obscura, que 
              conversavam com Galaeron sobre a autoridade dos governantes locais. 
              A Comitiva se aproximou deles e os cumprimentou. O vulto que carregava 
              um cajado e que parecia ser o líder, olhou para aqueles recém-chegados 
              e perguntou-lhes.      "Afinal, 
              quem são vocês? Disseram que Melegaunt estava morto 
              quando chegamos...""Somos 
              a Comitiva da Fé e Melegaunt nos acompanhou por um período.", 
              explicou Kariel.
 "Ele uniu-se 
              a nós para conseguir o poder do mythalar e trazer sua cidade 
              de volta, aliado a bruxa Gothyl.", completou Arthos.
 "Então 
              foi por isto que voltamos?", o vulto pareceu se surpreender.
 "Não 
              era de seu conhecimento esta atitude de Melegaunt?", argüiu 
              Mikhail.
 "Melegaunt 
              desapareceu há alguns ciclos, ou anos como chamam aqui. Não 
              sabíamos deste estratagema. Estávamos vivendo nossas 
              vidas até que a cidade foi dragada por uma fenda e trazida 
              a de volta a Faerûn."
 "Ele havia 
              nos dito que faria isto para salvar seu povo...", prosseguiu 
              o clérigo de Mystra na explicação.
 "Desconheço 
              qual seja o perigo de que ele desejou nos salvar."
 "Diga-me, 
              senhor. Qual o status que este Melgaunt desfrutava em sua sociedade?", 
              quis saber Kariel.
 "Ele era 
              um Tanthul..."
 Antes que continuasse 
              a explicar, o vulto foi interrompido por um de seus companheiros.
 "Sou Hadrhune, 
              Hadrhune Tanthul, um dos príncipes de Obscura. Os Tanthul 
              são príncipes e governantes de Obscura. Respondemos 
              ao Alto Príncipe Telamont Tanthul. Melegaunt era um dos Tanthul 
              e misteriosamente desapareceu há alguns ciclos."
      Neste 
              momento, o elfo que havia conduzido a Comitiva até aquele 
              aposento, entrou novamente na sala:      "Por 
              favor, queiram me seguir. Os Anciões esperam pelos senhores."      Todos 
              então seguiram o elfo até o grande salão onde 
              se reuniam os Anciões da Colina. Eles estavam sentados à 
              mesa, de frente para os convidados, e em um púlpito, o diretor 
              do Parlamento Élfico, Anskalar Duorsenna. Os Anciões 
              então chamaram a frente de sua mesa os diplomatas de Obscura:      "Pois 
              bem, estrangeiros. Vieram a nosso Reino com quais intenções?""Sou Hadrhune. 
              Este do meu lado esquerdo é o Principe Aglarel e a minha 
              direita é o Capitão da Guarda Leevoth. Somos diplomatas 
              da cidade de Obscura. Soubemos que foram atacados por monstros antigos, 
              conhecidos como phaerimns, que julgávamos instintos. Pensamos 
              em combinar nossas forças e combatê-los."
 "Enquanto 
              à Comitiva da Fé, o que podem nos dizer sobre a volta 
              desta cidade de Obscura?", perguntou Amrod, o mais antigo membro 
              e líder dos Anciões da Colina.
 "O que 
              podemos testemunhar é que Melegaunt Tanthul, que estava conosco, 
              era um vulto como eles e junto com a bruxa Gothyl usou o poder do 
              mythalar para trazer a cidade ao nosso plano, a pretexto de salvar 
              seu povo. No entanto, eles alegam desconhecer qualquer ameaça.", 
              disse Arthos.
 "Este assunto 
              é realmente confuso.", respirou fundo Amrod. "Senhor 
              Radrune, concordaria em se submeter a uma sondagem mística 
              para verificarmos a veracidade de suas palavras?"
 "Certamente.", 
              concordou.
      Após 
              isto, um arquimago de Evereska aproximou-se e realizou um encantamento. 
              Após o ritual, comunicou que não havia encontrado 
              nenhum feitiço agindo sobre os vultos, mas que também 
              não conseguiu detectar a sua verdadeira intenção. 
              Kariel irritou-se com a inutilidade de tal procedimento.      "Será 
              que não prestaram atenção ao que Lorde Galaeron 
              comunicou a respeito de Melegaunt? Ele também fez o mesmo 
              e não conseguiu descobrir a sua natureza. Por isso não 
              podemos descobrir sua farsa!"      Os 
              Anciões se entreolharam. Magnus então manifestou-se.      "Posso 
              detectar com minhas dádivas divinas a natureza destes seres! 
              Deixem-me tentar."      Os 
              Anciões não demonstraram oposição e 
              apenas olharam para o paladino, esperando por uma resposta. O humano 
              então concentrou-se e abriu a mão espalmada na direção 
              dos embaixadores de Obscura e disse em seguida:      "Sinto 
              escuridão em seus corações, assim como em Melegaunt. 
              Estes são seres malignos!"      Houve 
              um pequeno burburinho. Hadrhune então manifestou-se em desagrado.      "Que 
              armadilha é esta? Os senhores irão acreditar neste 
              humano? Usaram seus grandes conhecimentos arcanos e nada de errado 
              encontraram. Será que este humano pode saber mais do que 
              vocês?""Eu não 
              duvidaria de Magnus. Não subestime nosso amigo!", disse 
              Arthos.
 "Galaeron.", 
              falou Amrod, "Você pode atestar os poderes deste humano?"
 Antes que Galaeron 
              respondesse, Mikhail se pronunciou:
 "Senhores... 
              também sou de Evereska e andei por mais tempo nesta Comitiva. 
              Posso atestar os poderes deste homem. Ele serve ao deus Helm e seu 
              panteão tem poderes. Eu próprio, durante minha missão, 
              abracei a devoção da deusa Mystra..."
 "Quer dizer 
              que se prostrou diante de um deus humano?", falou a elfa Lessien.
 "Sim, e 
              assim como amo Corellon, também represento a Deusa da Magia."
 "Não 
              fiquem cegos aos outros panteões. Eles também possuem 
              poderes.", completou Kariel, que era um dos Escolhidos de Mystra.
      Os 
              Anciões conversaram rapidamente e Amrod novamente se pronunciou.      "Isto 
              é uma novidade para nós. Diante de tais afirmações, 
              o que tem a nos dizer, senhor Hadrhune?""Eu não 
              quero perder meu tempo fazendo comparações entre crenças 
              e poderes. Mas devo-lhes dizer algo extremamente simples: temos 
              os poderes necessários para derrotar os phaerimns e evitar 
              que sua raça seja extinta. Pensem com lógica no que 
              é o certo no momento, independente de nossa natureza."
 "E o que 
              vocês ganham com isto?", perguntou Arthos
 "Somos 
              recém-chegados ao seu mundo. Precisamos de informações 
              sobre este novo lugar e esperamos tê-las de vocês e 
              assim poder evitar eventuais ameaças."
 "Se me 
              permitirem, gostaria de algumas informações sobre 
              Obscura.", pediu Arthos.
 "Estamos 
              nesta sala para prestá-las, elfo."
 "Vocês 
              são eram um enclave de Netheril, certo?"
 "Está 
              bem informado. Sua afirmação está correta."
 "Então 
              porque partiram para outro plano?"
 "Esta resposta 
              não está clara para nós, pois nossa passagem 
              para o Plano das Sombras conta milhares de anos e os registros daquela 
              época não foram completamente decifrados."
 "E vocês 
              não deveriam ser humanos, já que eram de Netheril?", 
              perguntou Kariel.
 "Nossos 
              antepassados eram, mas com o passar dos anos, o Plano das Sombras 
              mudou nossa fisiologia."
 Amrod então 
              levantou-se e fez-se silêncio. Em seguida comunicou:
 "Para os 
              Anciões, as informações prestadas já 
              são suficientes. Iremos nos reunir para decidir se aceitaremos 
              ou não a ajuda de Obscura nesta questão dos phaerimns."
 "Decidir?!", 
              bradou Arthos, "O que há para decidir? Será que 
              não aprenderam a lição. Será que todos 
              os elfos mortos não lhes mostraram nossa situação? 
              Vocês estão cegos!"
 Amrod apontou 
              o indicador para Arthos e bradou com firmeza.
 "Elfo, 
              caso se manifeste desta forma mais uma vez será preso!"
      Mikhail 
              e Kariel então seguraram os braços de Arthos e acalmaram 
              os ânimos do amigo, antes que algo pior acontecesse. Retornaram 
              junto com os vultos para a ante-sala. Lá aguardariam a decisão 
              dos Anciões. Porém, ao chegarem, perceberam a presença 
              do elfo Enesyus, auxiliar do Coronal Eltargrim que, assim que os 
              viu, aproximou-se dizendo:      "Venham, 
              membros da Comitiva da Fé. O Coronal os espera agora!"      Enesyus 
              os levou até a sala onde os heróis e o Coronal haviam 
              se reunido, há dois dias atrás. Entraram e lá 
              estava Eltargrim. Enesyus ajoelhou-se perante seu soberano e a Comitiva 
              fez uma respeitosa saudação. Em seguida, Enesyus se 
              retirou e Eltargrim então pediu para que os aventureiros 
              se aproximassem dele.      "Então, 
              Comitiva. O que acharam da reunião?""Acho que 
              os Anciões não têm escolha e aceitarão 
              a ajuda dos vultos de Obscura.", concluiu Kariel.
 "Já 
              eu acho que o os Anciões estão senis!", disse 
              Arthos, ainda muito irritado.
 "Quanto 
              a mim, tenho dúvidas quanto a decisão que irão 
              tomar. Temo que o excesso de orgulho possa fazê-los decidir 
              de forma errada!".
 "Se eles 
              negarem a ajuda, diante de tantas tragédias nos últimos 
              dias, será uma surpresa para mim, Mikhail.", Kariel 
              disse, marcando sua posição.
 "Nosso 
              amigo Kariel está certo.", concordou Eltargrim. "É 
              improvável que eles não aceitem. Mas estou preocupado 
              com estes seres que chegaram. Não conheço nada sobre 
              eles."
 "O que 
              sabemos é que Obscura era um enclave de Netheril.", 
              informou Arthos.
 "Mas eles 
              não são mais o que eram naquela época. O que 
              são agora, nós não sabemos ao certo.", 
              completou Kariel.
 "Eles também 
              não sabem de nós, já que partiram deste mundo 
              a milhares de anos. Também devem estar com a mesma desvantagem."
 "Sim, Arthos. 
              Talvez este contato com Evereska seja uma forma de obterem informações.", 
              falou Mikhail.
 "Informação 
              é vital em uma guerra. Quanto menos sabemos, mas frágeis 
              somos.", colocou Eltargrim, "Só sei que parece 
              bastante oportuno estes seres aparecerem logo após o ataque 
              nos oferecendo ajuda e ao mesmo tempo nos ocultando algo."
 "Os poderes 
              dos arquimagos elfos não conseguiram revelar nada!", 
              disse Sirius, que estava calado até então.
 "Isto deve 
              ser porque eles utilizam dos poderes da Ondulação 
              Negra, que não pode ser detectada pela nossa magia. Entretanto 
              pensava que somente os servos da deusa Shar tinham tais poderes. 
              Não sei se vocês conhecem um pouco sobre um dos mitos 
              sobre a criação deste mundo, mas dizem que o deus 
              Ao criou no início de tudo, duas forças: uma da luz 
              e outra das trevas. A luz representada por uma divindade chamada 
              Selune e as trevas representadas pela deusa Shar. Incontáveis 
              eras depois, com o resíduo da energia liberada durante uma 
              batalha entre as duas deusas, Selûne teria criado a deusa 
              Mystril e com ela a Ondulação. Em resposta a Selune, 
              Shar criou algo chamado Ondulação Negra. Esta energia 
              é diversa da magia normal e por isto não podemos identificá-la."
 Enesyus retornou 
              a sala do Coronal.
 "Meu Senhor, 
              os Anciões têm uma decisão. A presença 
              da Comitiva está sendo requisitada para ouvir o veredicto."
 "Vão, 
              mas estou aguardando o retorno de Khelben e dentro de um ou dois 
              dias os chamarei novamente. Estejam preparados!"
      A 
              Comitiva partiu para o grande salão novamente. Arthos era 
              o mais impaciente.      "Espero 
              que estes Anciões aceitem a ajuda, ou então serei 
              preso hoje!""Arthos, 
              por favor. Não cause um incidente maior neste momento de 
              crise.", pediu Kariel.
 "E você 
              não gostaria de freqüentar nossas masmorras.", 
              advertiu Mikhail. "Portanto, fique calmo!"
      A 
              Comitiva chegou e o Ancião Amrod estava de pé. O antigo 
              elfo, diante dos diplomatas de Obscura, deu seu parecer.      "Os 
              Anciões da Colina, decidiram que Evereska manterá 
              relações diplomáticas temporárias com 
              o povo representado pelo diplomata Hadrhune.""Ótimo. 
              Como prova de boa vontade, enviaremos dentro de dois dias, três 
              de nossos magos, para mostrar-lhes nossas capacidades. Agora, com 
              a sua licença, peço para me retirar."
      A 
              audiência foi então encerrada e os vultos e a Comitiva 
              da Fé deixaram a sala e caminharam lado a lado pelos corredores, 
              em direção a saída do edifício do Parlamento 
              Élfico. Arthos aproveitou para novamente dialogar com os 
              diplomatas e encontrar um meio de obter mais informações 
              sobre aquele misterioso povo:      "Se 
              vocês podem trazer uma delegação à Evereska, 
              poderíamos levar uma até Obscura?" Perguntou 
              Arthos."Claro 
              que sim, elfo. Mas vocês teriam que conseguir a autorização 
              dos governantes desta cidade. Notei que não é bem 
              visto por eles e não quero criar atritos para Obscura."
 "Gothyl, 
              a feiticeira que trouxe sua cidade de volta, pode estar escondida 
              por lá.", supôs Mikhail.
 "Isso é 
              impossível. Qualquer intruso seria descoberto. Disseram que 
              esta tal Gothyl usou o poder do mythalar para trazer Obscura, porém 
              achei que não existissem mais mythalares."
 "Agora 
              não existem. Aquele era o último.", Arthos fez 
              uma pausa e lembrou-se de algo que havia chamado sua atenção. 
              "Mudando de assunto... achei estranho não terem se surpreendido 
              muito com a notícia da morte de Melegaunt."
 "Nós 
              já havíamos suposto sua morte, visto que tantos ciclos 
              se passaram do seu desaparecimento. Talvez seja por isso que não 
              nos surpreendemos tanto como esperava.", disse Hadrhune, que 
              junto com seus acompanhantes e a Comitiva, chegavam a escadaria 
              do lado de fora do edifício. "Agora devemos nos apressar. 
              Nos veremos daqui há dois dias."
      Os 
              vultos então tomaram uma direção entre as construções 
              e logo depois pôde-se ver subir aos céus sua nau voadora. 
              Nas escadas, Galaeron interrompeu o silêncio e desviou o olhar 
              daqueles que observavam o barco sumir ao longe. Pediu o Lorde, que 
              a Comitiva o acompanhasse até a sua casa. Os aventureiros 
              assim o fizeram. Chegaram em pouco tempo à grande propriedade. 
              Sentados em uma luxuosa sala de estar, ouviram o anfitrião 
              perguntar:      "Trouxe-os 
              aqui pois precisava saber de algo que me intriga. Tenho notado que 
              o Coronal Eltargrim freqüentemente requisita a presença 
              de vocês. O que fizeram para merecer a atenção 
              de alguém tão ilustre? Conseguir uma audiência 
              com o Coronal é algo muito difícil.""Nós 
              trouxemos sua Ar´Cor´Querin, a Espada do Rei, em segurança 
              à Evereska. Acho que ele nos é grato por isto.", 
              explicou Arthos.
      "Já 
              que falamos do Coronal, Lorde Galaeron, aproveito para perguntar-lhe: 
              que autoridade ele exerce sobre os Anciões da Colina? Eu 
              o vi desafiar abertamente a decisão do Conselho e, no entanto, 
              nenhuma represália foi feita contra ele. Se isto fosse feito 
              em meu reino, provavelmente ele seria expulso."Galaeron parou 
              por um instante antes de responder. Coçou com as mãos 
              o queixo e disse em resposta ao elfo mago de cabelos azuis.
 "Bem, Comitiva. 
              Não falamos muito sobre este assunto, mas muitos de nós 
              acreditamos que o Coronal Eltargrim é um messias. Ele foi 
              um dos fundadores de Myth Drannor e dizem      que 
              desapareceu naquela época, sendo levado pelo próprio 
              Corellon para Arvandor e que permaneceu lá até pouco 
              tempo, quando retornou para este mundo. O Coronal já negou 
              esta história várias vezes, mas a devoção 
              a ele é tanta que se Eltargrim andasse nas ruas, em breve 
              haveria uma legião de pessoas ao seu redor. Os Anciões 
              da Colina temem confrontar esta fé do povo. Ele sempre incentivou 
              os elfos a lutarem por seu lugar na terra e não partirem 
              para Encontro Eterno, ao contrário da Rainha Amlaruil, que 
              afirma que os elfos não tem mais espaço nesse mundo 
              dos humanos."
 "Não 
              sabíamos da existência de Eltargrim até ele 
              aparecer no campo de batalha. Isto é estranho.... quando 
              recebemos a espada para ser desmontada foi-nos dito que ela não 
              tinha dono."
 "Isto ocorreu 
              porque muitos elfos que deixaram a floresta acham que Cormanthor 
              não é mais habitada por nosso povo e desconheciam 
              o retorno de Eltargrim. Mas o Coronal, desde a sua volta, unificou 
              os reinos élficos da floresta e todos voltaram a ser habitados 
              novamente. Mas isto ainda corre em segredo entre nós e espero 
              que vocês preservem isto assim, para que sejam evitadas ameaças 
              a Arcorar, ou Cormanthor, como dizem os humanos."
 "Não 
              tema por isto.", garantiu Mikhail, que em seguida manifestou 
              uma de suas preocupações: "Mas... aqueles vultos... 
              não consigo confiar neles!"
 "Mikhail, 
              na minha opinião tudo o que eles disseram é uma farsa, 
              um embuste. Eles ganharão alguma coisa em nos ajudar, mas 
              não sei ainda o que é."
 "Concordo 
              com Kariel, mas sabemos que o importante é que, com os poderes 
              destes seres, podemos derrotar os phaerimns e muitas vidas serão 
              salvas.", disse Magnus.
 "Mas se 
              estes indivíduos são tão poderosos, o que os 
              impedem de atacar Evereska?"
 "É 
              simples, Mikhail, se quisessem atacar Evereska, já teriam 
              feito com sucesso. Querem outra coisa.", insistiu o Escolhido 
              de Mystra.
 "Eles também 
              podem estar formando alianças. Muitos, como os Magos Vermelhos 
              ou o Zentharim, podem descobri-los e cobiçar seus poderes.", 
              supôs Arthos.
 "Espero 
              que Khelben possa trazer alguma novidade.", desejou Kariel.
      Ficaram 
              mais um pouco na casa de Galaeron e depois saíram para cuidar 
              de outros assuntos. Magnus e Mikhail foram ajudar alguns feridos, 
              Kariel encaminhou-se ao Templo de Corellon, onde orou pelos elfos 
              mortos e feridos e os outros membros da Comitiva, que ainda estavam 
              com seqüelas do combate, resolveram descansar. Passaram-se 
              dois dias, até receberam um comunicado do Coronal, que pedia 
              para a Comitiva comparecer do lado de fora das muralhas de Evereska. 
              Então, os heróis prepararam seus cavalos e saíram 
              equipados da casa de Mikhail em direção aos portões. A Chegada de Reforços      No 
              caminho até os portões, a devastação 
              da guerra: casas destruídas, destroços e manchas de 
              sangue sobre as pedras de calçamento das ruas. Próximo 
              aos portões, barricadas e bloqueios estavam sendo erguidos. 
              A Comitiva passou por eles e deixou a Fortaleza Élfica, mas 
              não estava só. Vários soldados faziam o mesmo 
              percurso. Era óbvio que algo estava para acontecer. Cavalgaram 
              até uma clareira, a cerca de duzentos metros de distância 
              dos portões, seguindo o caminho feito pelos guerreiros evereskanos. 
              Viram então que havia um grande contingente mobilizado. Eram 
              cerca de três mil soldados. Também haviam várias 
              tendas armadas. Procuraram com o olhar e encontraram Galaeron e 
              seu irmão Aubric, líder dos Espadas de Evereska, o 
              Coronal Eltargrim e seu ajudante de ordens, Enesyus. Então 
              aproximaram-se e os cumprimentaram."Salve. 
              Coronal Eltargrim, estamos aqui atendendo seu chamado.", falou 
              Arthos.
 "Gostaria 
              que acompanhassem a chegada dos guerreiros de Águas Profundas. 
              Estejam a postos para impedir qualquer tipo de contratempo."
 "Creio 
              que o exército venha por meios mágicos, estou certo?", 
              supôs Kariel.
 "Vocês 
              verão!"
      A 
              Comitiva então aguardou. Logo surgiu um pequeno portal místico 
              e dele saiu um homem conhecido de alguns, o mago Khelben 'Cajado 
              Negro' Arunsun. O humano então dirigiu-se à Eltargrim:      "Estou 
              pronto, Coronal""Então 
              pode iniciar o rito.", respondeu o rei élfico.
      Khelben 
              proferiu antigas palavras místicas e gestos arcanos, enquanto 
              mirava uma área da clareira que havia sido previamente evacuada 
              pelos soldados. Lá, uma luz forte começou a se formar 
              e um amplo portal luminoso surgiu. Segundos depois, o primeiro cavaleiro 
              saiu de dentro dele, seguido de milhares. Era um destacamento do 
              exército de Águas Profundas, cedido por Piergeiron, 
              governante da cidade, à Khelben. Contava, no total, de cinco 
              mil homens. Após o último soldado passar, saiu do 
              portal uma última pessoa. Uma mulher de bela figura, que 
              segurava um cajado. Ela caminhou em direção a Khelben 
              e tomou sua mão. O mago então anunciou:      "Para 
              aqueles que não a conhecem, esta é Laeral Mão 
              Argêntea, minha esposa. Ela nos auxiliará também 
              neste conflito.""É 
              um prazer conhecê-los.", Laeral voltou-se para o grupo 
              de aventureiros que estava ao seu lado e continuou. "Vocês 
              são os membros da Comitiva da Fé? Faz muito tempo 
              que desejava conhecê-los."
 "Somos 
              sim! Como sabia sobre nós?", perguntou Arthos.
 "Meu marido 
              me falou a respeito de vocês."
 "É 
              mesmo! Não sabia que Khelben falava sobre nós.", 
              espantou-se o elfo.
 "Err... 
              vamos deixar esta conversa para depois.", desconversou Khelben, 
              como se não quisesse que soubessem que poderia nutrir alguma 
              admiração por aquele grupo. "Vamos a tenda do 
              Coronal debater sobre os últimos acontecimentos e armar nossa 
              estratégia."
      Então 
              foram para a grande tenda, a Comitiva, o 'Cajado Negro' e sua esposa 
              Laeral, Galaeron, o Coronal Eltargrim e seu assistente Enesyus. 
              Lá o comandante dos exércitos de Águas Profundas, 
              que se apresentou como Brian Mestre das Espadas, uniu-se ao grupo. 
              Contaram as novas dos últimos dias e debateram sobre a natureza 
              dos vultos de Obscura: 
 "Segundo Khelben, estes 
              vultos manipulam a Ondulação Negra. Eles deram alguma 
              demonstração deste poder?", quis saber Laeral.
 "O que 
              posso assegurar é que Melegaunt utilizou encantos poderosíssimos 
              e que eles escapam as detecções feitas por meio de 
              magia arcana.", disse Kariel.
 "Mas eu 
              consegui sondá-los.", revelou Magnus.
 "Mas seu 
              poder é a fé. Os poderes dos magos e dos clérigos 
              vem ambos da Ondulação, mas são de natureza 
              e vibração diferentes. Um é o que chamamos 
              Arte e outro é o Poder da Fé. Talvez o Poder da Fé 
              tenha mais efeito que nossos encantos arcanos contra a Ondulação 
              Negra.", explicou Laeral.
 "Poderíamos 
              ir investigar Obscura.", sugeriu Arthos.
 "Não 
              acho sua idéia muito sábia. Se eles vieram aqui buscando 
              um aproximação, já deve ter se preparado para 
              qualquer investigação. Além do mais, se forem, 
              podem ser descobertos e dizimados.", disse o Coronal.
 "Podemos 
              ir com a autorização de Obscura. Conversei com Hadrhune 
              e ele nos autorizaria uma visita, caso os Anciões dêem-nos 
              também sua chancela. Talvez o senhor possa consegui-la, Coronal."
 "Vamos 
              esperar um pouco. Não gostaria que fossem eliminados neste 
              trabalho de espionagem. Se o tal Melegaunt tinha grandes poderes, 
              como relatou Kariel, imaginem uma cidade de seres como ele. A propósito, 
              quando eles anunciaram que iriam retornar?"
 "Hoje, 
              Coronal.", respondeu Arthos, enquanto inoportunamente coçava 
              as costas.
 "Uma feliz 
              coincidência. Espero poder falar com eles.", disse Khelben.
 "Desejo 
              sondá-los.", colocou Laeral.
 "Mas sua 
              sondagem não falhará também?"
 "Pode ser, 
              Kariel. Mas ás vezes a ausência de magia em uma detecção 
              também pode ser uma forma de se descobrir alguma coisa. Podemos 
              fazer algumas experiências."
 "É 
              melhor montarmos a guarda. Enviamos alguns animais para investigar 
              e estamos procurando por sinais destes phaerimns. Eles podem voltar 
              a qualquer momento.", disse Eltargrim, mencionado levantar-se, 
              mas Arthos o interrompeu.
 "Antes 
              gostaria de saber se Khelben soube de outros lugares ameaçados. 
              Existem outros locais com mythais que podem ser atacados?"
 "Sim, existem, 
              mas eu saberia se algum ataque ocorresse."
 "Em Arcorar 
              temos alguns mythais, mas não parece haver nenhuma ameaça 
              nas proximidades."
 Khelben ouviu 
              a revelação e espantou-se.
 "Eltargrim, 
              acha seguro que eles saibam dos mythais?"
 "Sim, Khelben. 
              Não se preocupe. Posso revelar isto a Comitiva, eles merecem 
              saber. Além do mais, Arthos, se os phaerimns se dirigissem 
              para aquela região acabariam indo atrás dos mythais 
              perdidos nas ruínas de Myth Drannor e iam ter que se degladiar 
              contra os demônios de lá. Resolveríamos dois 
              problemas em de uma só vez!. Bem... agora vamos preparar 
              nossa defesa. Vocês têm que impedir a qualquer custo 
              que estes monstros entrem novamente na cidade. Qualquer batalha 
              deverá ser travada aqui. Isto é muito importante, 
              pois amanhã iniciarei os preparativos para o ritual de renovação 
              do mythal. Conto com a ajuda de vocês.", disse Eltargrim, 
              deixando a tenda. Momentos depois, Khelben e Laeral também 
              levantam-se. Porém, antes de sair, 'Cajado Negro' chamou 
              por Kariel e os três deixam a tenda juntos.
 Os Escolhidos se Reúnem      O 
              mago de Águas Profundas, sua esposa e o elfo mago de cabelos 
              azuis da Comitiva caminharam até um local mais reservado. 
              Khelben então começou:"Kariel... 
              sei que você está a par das capacidades que têm 
              em ser um dos Escolhidos de Mystra."
 "Sim. Fui 
              informado de muitas delas através de um sonho que tive com 
              a própria deusa."
 "Todos 
              nós passamos por isto. Mas existe algo que temos que lhe 
              explicar sobre a natureza do Fogo Prateado. Ele, além de 
              produzir um feixe de energia, também pode ser canalizado 
              de outras formas e uma delas é bastante perigosa e somente 
              deve ser usada em motivos críticos. Talvez nem mesmo o risco 
              de perder a vida seja motivo necessário para fazê-lo. 
              Você também pode criar com o fogo zonas de magia morta. 
              Claro que isto é considerado um crime contra a magia, mas 
              por isto mesmo seu uso deve ser tão restrito. Porém 
              eu e minha esposa pensamos que poderá haver um momento em 
              que precisaremos usar esta habilidade e você também 
              deve estar preparado."
 "Uma outra 
              pessoa virá unir-se a nós, Kariel. Minha irmã, 
              Storm Mão Argentêa, deverá nos ajudar nesta 
              crise."
 "Farei 
              como me orientarem e gostaria que pudessem me explicar mais sobre 
              minhas dádivas, já que são Escolhidos a mais 
              tempo que eu. Gostaria de saber quantos mais de nós existem."
 "Além 
              de você, somente eu, Khelben, minhas irmãs, Elminster 
              e um outro, que não suportou o poder da deusa e aparentemente 
              enlouqueceu. Seu nome é Sammaster, fundador do Culto do Dragão, 
              mas não sabemos o paradeiro dele.", explicou Laeral.
 "Khelben... 
              tenho uma pergunta que há muito queria fazer e devo aproveitar 
              esta oportunidade. Estive com Storm, alguns dias atrás e 
              ela me revelou que você deixou os Harpistas. O que aconteceu?"
 "Digamos 
              que eu acho que os Harpistas com o decorrer dos anos ficaram relapsos, 
              perdidos em seus princípios e não sabem mais o que 
              fazer. Eu prefiro resultados mais rápidos. Não gosto 
              de muita política. Evitei algumas chacinas cometidas pelo 
              Zentharim e para isto tive que contactar o líder deles e 
              fazer um acordo."
 "Um acordo 
              como Zentharim? Como pôde fazer isto!?"
 "Me surpreende 
              que você não entenda. Viveu no Mar da Lua por anos. 
              Sabe como são as coisas por lá. Nem sempre o aço 
              e a magia podem dobrá-los. Apenas propus que nós cessássemos 
              algumas atividades contra eles e eles contra nós. Mas alguns 
              Harpistas conservadores não gostaram disto. Porém 
              talvez tenha sido melhor, afinal. Tenho outros meios de agir."
 "Criou 
              uma nova organização?"
 "Sim. Muitos 
              que acreditaram em mim nos acompanharam. Mas não irei me 
              aprofundar neste assunto. Se um dia desejar ingressar em nossas 
              fileiras vai ter que nos provar que realmente deseja isto."
 "No momento 
              não irei me desfazer da Harpa, pois acredito em seus princípios."
 "Muito 
              bem, esperava por isto. Se mudasse tão rápido o consideraria 
              volúvel. Agora vamos discutir sobre o efeito do Fogo Prateado."
      E 
              então ficaram os três Escolhidos de Mystra, confabulando 
              e conversando sobre seus poderes e sobre a melhor maneira de utilizá-los. O Inimigo Oculto      Arthos, 
              Mikhail, Magnus, Sirius e Limiekli, acompanhados do comandante Brian 
              Mestre das Espadas andavam pelo acampamento, olhando os preparativos. 
              O paladino de Helm perguntou ao cavaleiro de Águas Profundas.      "Estive 
              com a Comitiva no evento envolvendo Bane, meses atrás. Como 
              está o exército de Águas Profundas depois daquele 
              episódio?""Perdemos 
              um grande contigente, mas estamos recuperando nossos quadros. Eles 
              foram heróis e cumpriram o seu dever. Mas, digam-me, o que 
              está ocorrendo aqui. O que são estes monstros?"
 Limiekli olhou 
              para Brian e começou a fazer uma descrição, 
              com palavras e gestos.
 "São 
              monstros voadores, com quatro braços e garras afiadas, com 
              uma boca circular capaz de decapitar um homem e uma cauda com um 
              ferrão afiado como uma espada!"
 Brian franziu as sobrancelhas em surpresa, mas, por ser experiente, 
              não assustou-se ou amedrontou-se.
 "Não 
              espere facilidades, Brian. Estes bichos são bem difíceis 
              de derrotar!", advertiu Arthos.
 "Me interessa 
              saber só uma coisa: o aço mata estas criaturas?"
 "Sim", 
              respondeu Mikhail. "Elas podem morrer."
 "Então 
              isto me deixa tranqüilo. Já enfrentei o Deus da Destruição. 
              Isto não deve ser um desafio maior.", concluiu o corajoso 
              homem da Cidade dos Esplendores.
      Sirius 
              chamou a atenção de Arthos e os dois ficaram um pouco 
              para trás. Queria sussurrar-lhe algo."Arthos... 
              é o seguinte.... naquele lugar onde o ferrão do phaerimm 
              me acertou... tá coçando e começando a doer 
              pra burro!". Ele então puxou o pano de sua calça 
              para cima e mostrou ao amigo uma grande bolha vermelha que havia 
              se formado em sua perna.
 "Caramba... 
              estou sentindo também a mesma coisa nas minhas costas."
 Arthos então 
              retirou sua armadura e camisa e pediu para seu amigo inspecionar.
 "Ih... 
              Tem uma bolha igual a minha aqui!"
 "Pode ser 
              alguma doença deixada por estes phaerimns. Vamos falar com 
              Mikhail. Ele entende de curas!"
      Chamaram 
              Mikhail, que estava a frente e o clérigo de Mystra aproximou-se."O que 
              querem amigos?"
 "Sabe, 
              Mikhail... os phaerimns atingiram a mim e a Sirius com seus ferrões 
              e agora apareceram umas bolhas enormes nos locais dos ferimentos. 
              Será que você podia dar um jeito?"
 "Vamos 
              ver...", disse Mikhail, enquanto os dois lhes mostravam aquela 
              estranha pústula.
      Os 
              três se sentaram na grama. Mikhail examinou os dois e depois 
              correu a mão em sua mochila. Retirou uma pontiaguda faca 
              de prata, que estava enrolada em um tecido branco, e voltou-se para 
              o elfo."Você 
              autoriza que eu abra esta bolha, Arthos? Isto pode doer."
 "Eu agüento! 
              Mas tire esse negócio de mim,. Isto está começando 
              a doer... m-mas vá com calma com esta faca, ok?"
 Mikhail então 
              fez a incisão. Arthos soltou um grito que chamou a atenção 
              dos elfos mais próximos. O clérigo de Mystra , com 
              a ponta de sua faca cirúrgica abriu a carne e espantou-se.
 "Tem alguma 
              coisa errada. Existe algo se mexendo."
 "Tira logo 
              esse bicho daí!"
 Mikhail então 
              arranca a criatura de dentro do ferimento de Arthos, joga-a no chão 
              e a esmaga com sua bota.
 "Uma larva 
              de phaerimm. Ela estava lhe devorando por dentro, Arthos. Sirius, 
              venha. Depressa!"
 O Sirius foi 
              o próximo. Após outro grito de dor e outra larva morta, 
              Mikhail fez um rápido curativo nos amigos e levantou-se.
 "Tenho 
              que avisar os outros com urgência. Devem haver soldados servindo 
              de hospedeiros para estas coisas!"
      Falou 
              então com Galaeron, que alertou seus companheiros. Assim, 
              os elfos trataram os feridos pelo ferrão dos phaerimns, retirando 
              as larvas de seus corpos e as destruindo. O Poder da Escuridão      Era 
              início da tarde e a Comitiva estava toda reunida, dentro 
              da tenda de guerra do Coronal Eltargrim. Com ela estava, além 
              do Coronal, Galaeron Nihmedu e Brian Mestre das Espadas. Terminavam 
              uma pequena refeição, quando Enesyus, o auxiliar de 
              Eltargrim, entrou pela porta.      "Senhor. 
              Uma nau voadora se aproxima.""Os vultos... 
              eles retornaram!"
      Saíram 
              então todos e aproximaram-se do local onde o barco negro 
              descia. Haviam três vultos neles, mas apenas um era conhecido, 
              o que se apresentou como sendo o príncipe Aglarel. A nave 
              pousou e seus passageiros desembarcaram. Aglarel e seus dois companheiros 
              foram em direção do Coronal:      "Coronal... 
              Estes são, como eu, magos. Viemos em auxílio como 
              prometemos e aguardamos suas instruções.""Enviamos 
              alguns animais para buscar por informações pela floresta. 
              Estamos aguardando o retorno deles para saber se existe algum sinal 
              dos phaerimns nas proximidades."
      Nisto, 
              se aproximou do Coronal, Aubric Nihmedu, que parecia apressado. 
              Disse o guerreiro de Evereska:"Preparem-se. 
              Os animais indicaram uma aproximação de criaturas 
              em nossa direção. O combate deverá acontecer 
              em pouco tempo!"
      Após 
              este anúncio, o acampamento militar agitou-se. Os elfos formaram 
              fileiras com seus arcos, enquanto os guerreiros de Águas 
              Profundas sacaram suas espadas e ficaram alertas. Khelben e Laeral, 
              tomaram uma posição mais ao fundo, após os 
              arqueiros. A Comitiva espalhou-se e ficou de prontidão. Kariel 
              tornou, através de um encanto sua pele dura como pedra, para 
              resistir ao que viria. Arthos e Magnus sacaram suas espadas encantadas, 
              elas que tanto salvaram os heróis. Limiekli, Sirius e Brian 
              aguardaram tensos pela vinda dos monstros. Bingo, como de costume, 
              preparou seu pequeno arco visando acertar as criaturas com suas 
              setas certeiras, e Mikhail fez preces a Mystra de modo que fosse 
              vitoriosa a batalha.      Logo 
              começaram todos a ouvir o ruído de árvores 
              sendo derrubadas e sentiram o chão tremer. Avistaram então 
              as figuras que abriam caminho pela floresta, deixando um rastro 
              de destruição. Não eram phaerimns, mas dezenas 
              de gigantes e ciclopes. E a medida em que vinham, pôde-se 
              observar também que com eles haviam centenas de orcs e outros 
              goblinóides. Aubric deu um sinal com sua espada e ordenou 
              o disparo dos arqueiros. Milhares de flechas voaram e encontraram 
              o corpo dos inimigos. Os gigantes e ciclopes carregaram enormes 
              pedras, pesando toneladas e revidaram, arremessando-as em direção 
              dos guerreiros. Mikhail utilizou uma de suas graças divinas 
              para aumentar a proteção e a força da Comitiva, 
              enquanto Kariel usou sobre si um encanto e seus amigos o viram dobrar 
              de tamanho, pegar seu arco e atingir um gigante com uma flecha que 
              agora tinha o tamanho de uma lança. Khelben conjurou um poderoso 
              feitiço e quatro esferas de magma surgiram nos céus 
              para depois se abaterem e fulminarem alguns gigantes em uma explosão 
              de fogo. Laeral e Galaeron conjuraram bolas de fogo que partiram 
              de suas mãos e caíram sobre a onda de inimigos, causando 
              diversas baixas. Apenas os vultos, flutuando acima do combate, estavam 
              impassíveis, como se esperassem um momento preciso para agir.      Os 
              monstros se aproximavam. Antes do combate corpo-a-corpo ser inevitável, 
              Mikhail e Kariel lançaram mais encantos. O primeiro usou 
              seus poderes divinos e as armaduras de um contigente de inimigos 
              esquentaram, os obrigando a desesperadamente se livrarem do metal 
              incandescente. Já Kariel conjurou um repentino vento gélido, 
              que congelou o solo, fazendo vários adversários escorregarem 
              e tornarem-se alvos fáceis. Os inimigos 
              chegaram. Agora o combate era franco: os arcos foram guardados e 
              as espadas sacadas. Eltargrim foi o primeiro a avançar e 
              partiu contra um ciclope. Seu ataque foi tão impressionante 
              quanto mortal: correu, deu um salto e, em três golpes rápidos, 
              abriu o ventre do monstro e cortou-lhe a cabeça. Toda a Comitiva 
              batalhou contra orcs, gigantes e ciclopes. Arthos combateu um ciclope 
              e foi duramente atingido por um golpe da gigantesca clava feita 
              com um tronco de árvore. O elfo de cabelos vermelhos foi 
              arremessado a alguns metros, mas levantou-se, recuperou-se de uma 
              ligeira tontura, e voltou a carga. Mikhail combateu um gigante e 
              tentava acertar-lhe a perna e fazê-lo cair. Magnus trocou 
              golpes avassaladores com um ciclope e Kariel, que estava tão 
              grande quando o gigante que golpeava, usava sua espada Goliath. 
              Limiekli, Sirius e Bingo se bateram contra vários orcs e 
              goblins.
      A 
              luta foi intensa e dura, principalmente para Arthos e Mikhail, que 
              receberam vários golpes de seus adversários, antes 
              de derrotá-los. O número de inimigos tinha se reduzido 
              bastante naquele momento, apesar das baixas entre elfos e homens. 
              Foi quando ouviu-se um ruído familiar aproximando-se: era 
              o rugido monstruoso dos phaerimns. Khelbem, Laeral e Galaeron, passaram 
              por todo o campo de batalha, foram a frente e conjuraram algo que 
              haviam combinado: ergueram três muralhas feitas com energias 
              místicas que exibiam as cores de um arco-íris. Os 
              phaerimns, de onde estavam, lançaram muitos encantos contra 
              os defensores de Evereska, mas eles não conseguiram ultrapassar 
              as barreiras místicas. Então, os monstros resolveram 
              aproximarem-se, voando em alta velocidade, na intenção 
              de usar suas habilidades inatas e absorver a magia dos muros e desativá-los. 
              Neste momento, surgiram flutuando neste cenário, os três 
              vultos de Obscura. Eles invocaram cada um o poderoso encanto, que 
              muitos já haviam se acostumado a ver nas últimas batalhas. 
              Esferas de magma caíram então dos céus contra 
              os phaerimns. As criaturas então concentraram suas bocas 
              de verme para sugar a energia mística e neutralizar o feitiço, 
              mas tiveram uma grande surpresa: aquele tipo de energia não 
              podia ser eliminada por eles. Então, monstros foram vítimas 
              de grandes explosões de fogo, que fizeram em pedaços 
              grande parte das criaturas. Após isto, os poucos phaerimns 
              sobreviventes fugiram. Neste mesmo momento, na luta que ainda se 
              desenrolava atrás das muralhas de energia colorida, algo 
              acontecia. Subitamente, os inimigos abaixaram suas armas e se entreolharam, 
              como se tivessem acordado agora de um longo sonho e não soubessem 
              onde estavam. Eles começaram a recuar e fugir. O Coronal 
              pediu para que os deixassem partir, pois estavam lutando sob o controle 
              mental dos phaerimns. Arthos Sucumbe a Tentação      Assim 
              que a luta terminou, começou o trabalho de recolher os corpos 
              e curar os feridos. Passaram a tarde e a noite fazendo este serviço. 
              Pela manhã, o campo de batalha estava relativamente limpo. 
              Os elfos mortos haviam sidos levados para serem sepultados em Evereska, 
              enquanto os humanos foram enterrados em outro lugar, fora das muralhas. 
              O corpos dos phaerimns, gigantes, ciclopes, orcs e goblins foram 
              queimados em uma grande pilha. O acampamento militar ficou sendo 
              o lar temporário dos humanos, pois os Anciões da Colina 
              e os nobres de Evereska não permitiram que os milhares de 
              homens entrassem em sua cidade. Apesar desta decisão ter 
              contrariado muitos deles, não lhes faltou apoio médico 
              e nem alimentação, fornecida pelo reino élfico. 
              Após a refeição do meio dia, ainda feita no 
              campo, a Comitiva foi novamente chamada a ir à tenda feita 
              de sala de guerra para o Coronal. Chegando lá encontraram 
              o Coronal Eltargrim, Galaeron, Khelben e Laeral , Brian Mestre das 
              Espadas e os três vultos de Obscura. O príncipe Aglarel 
              de Obscura estava falando quando entraram:      "... 
              e se não fosse a nossa presença, creio que haveria 
              um novo massacre aqui. Espero que vocês instruam seus governos 
              que nós estamos dispostos a ajudar, mas é claro que 
              queremos cooperação. Meu governo está debatendo 
              e veremos o que os humanos podem fazer por nós. Agora peço 
              licença para nos retirarmos."      Os 
              vultos então saíram. Porém, o último 
              deles fez um sinal discreto para Arthos, o chamando para fora da 
              tenda. O elfo espadachim atendeu o pedido."Elfo", 
              disse um dos vultos, "O príncipe Aglarel quer falar 
              com você!"
 "Comigo?!", 
              espantou-se.
 "Sim. Siga-nos"
      Arthos 
              seguiu os vultos até um lugar longe dos ouvidos dos outros. 
              Os vultos pareciam querer discrição. Em um determinado 
              ponto, os três pararam e Arthos fez o mesmo. O príncipe 
              Aglarel então olhou para o elfo e disse.      "Percebi 
              que você não aprecia muito os governantes desta cidade, 
              não é mesmo? Pelo que vi, não parece concordar 
              muito com eles""Não 
              concordo. São muito orgulhosos e arrogantes," respondeu 
              o elfo.
 "O que 
              prefere, Arthos? Soluções rápidas e garantidas 
              ou outras mais demoradas e incertas?"
 "Óbvio 
              que gosto de soluções rápidas. Os Anciões, 
              por exemplo, hesitam muito e deixam de tomar decisões quando 
              as respostas estão bem na sua frente."
 "Acho então 
              que podemos fazer um pequeno acordo."
 "Que tipo 
              de acordo?"
 "Eu tenho 
              uma curiosidade que quero ver saciada. Será que você, 
              sendo elfo e podendo entrar nesta cidade quando quiser, pode me 
              revelar os segredos da magia élfica?"
 "Segredos? 
              Que segredos?"
 "Eles têm 
              algo chamado mythal, semelhante ao mythalar. Gostaria de saber como 
              esta energia funciona"
 "Chamou 
              o cara errado. Não sou mago."
 "Acho que 
              você tem o conhecimento que preciso. Será que você 
              poderia fazer uma investigação para mim e me trazer 
              algo substancial, com o que poderia desenvolver um estudo."
 "E o que 
              eu ganharia em troca?"
 "Eu posso 
              conceder a você praticamente tudo o que quiser. O que quer? 
              O amor da elfa mais bela deste Reino? Uma arma dez vezes mais poderosa 
              do que a que tem na cintura? Quer que eu o faça voar?"
 "Pode fazer 
              os mortos voltarem a vida?", perguntou Arthos com um olhar 
              ansioso e com o coração disparado. Lembrou-se de sua 
              amada Diana, cuja vida e o amor foram arrancados dele, meses atrás 
              por um engano trágico. De repente, encheu-se de esperança.
 "Mas é 
              claro, o Hades não é um obstáculo para nós. 
              Se for este o seu desejo e se aceitar o acordo. Isto seria simples. 
              Pensei que pediria algo mais complexo."
 "Se são 
              tão poderosos, porque vocês mesmos não vão 
              investigar o mythal?"
 "E arriscar 
              a destruir uma boa relação diplomática? Para 
              nós é melhor que você vá. Não 
              podemos correr riscos. Mas não se preocupe. Não queremos 
              destruir nada, somente estudar. Quero que traga um objeto que irradie 
              a Alta Magia élfica. Acredito que haja um dentro daquela 
              torre enorme no centro da cidade..."
 "... o 
              Templo de Corellon."
 "Sim, deve 
              ser... Acredito que deva haver um objeto assim por lá. Quero 
              que o traga para mim. Você concorda ou não?"
 "Deve me 
              prometer que não vai usar este objeto contra Evereska."
 "De acordo. 
              Nunca foi esta a minha intenção. E então? Aceita?"
 Arthos pensou 
              e decidiu
 "Aceito!"
 "Ótimo!", 
              disse Aglarel, que em seguida retirou de seu robe um colar que ostentava 
              uma grande jóia negra. "Use este colar!"
 "O que 
              é isto?"
 "Não 
              se preocupe! Não lhe fará mal. Este colar me permitirá 
              acompanhar seus passos, ver as coisas que você vir e ouvir 
              as coisas que você ouvir. É uma medida de segurança. 
              Também poderei entrar em contato com você e indicar 
              o objeto que desejo, quando encontrá-lo."
 "Como terei 
              certeza de que cumprirá o acordo?"
 "Cumpri 
              os meus acordos com Evereska, não? Infelizmente, um acordo 
              tem esta natureza. Temos que confiar um no outro. Eu já dei 
              mostras de confiança."
 "Está 
              certo!", Arthos então pegou o colar e colocou no pescoço. 
              "Vou ao templo agora. Aproveitarei que a cidade ainda está 
              se recuperando da batalha!"
      Então 
              Arthos, pega seu cavalo e vai apressado em direção 
              dos portões de Evereska e ao Templo de Corellon. Por coincidência, 
              encontrou Sirius andando pelo acampamento e ele o viu."Arthos... 
              pra onde vai?"
 "Vou à 
              cidade, Sirius... Preciso de um pouco de tranqüilidade!"
      Sirius 
              deixou seu amigo em paz e em pouco tempo, já estava Arthos 
              no grande portão da torre do Templo. Ele entrou e viu no 
              magnífico salão elfos que oravam pedindo proteção 
              e descanso para seus mortos. Notou um corredor ao fundo da sala. 
              Havia um sacerdote na entrada. Arthos aproximou-se e fez menção 
              de entrar. O religioso então disse:      "Este 
              local é vedado aos fiéis.""Porquê?"
 "É 
              particular. Apenas as autoridades podem entrar. Por favor, una-se 
              aos outros."
      Arthos 
              então correu os olhos pela igreja, procurando por uma alternativa. 
              Viu algumas sacadas ao alto, de onde, provavelmente, as autoridades 
              assistiam alguns dos ritos. Arthos então maquinou uma maneira 
              de entrar pelo alto. Descobriu uma coluna, que ficava em um local 
              de menor iluminação. Com habilidade e um pouco de 
              sorte, poderia escalá-la e pular para a sacada acima sem 
              ser notado. Arthos então esperou escondido e subiu na coluna. 
              Em uma acrobacia, saltou para a sacada. Da sacada passou para um 
              corredor. Arthos prosseguiu com muito cuidado. Caminhou em direção 
              do centro da torre. A medida que avançava, percebeu que os 
              ornamentos tornavam-se mais ricos, com belíssimos quadros 
              retratando mitos élficos e estátuas de deuses. Deduziu 
              que, quanto mais rico era o aposento, era porque mais valioso deveria 
              ser o seu conteúdo e que talvez estivesse mesmo na direção 
              correta. Encontrou uma porta, vigiada por dois guardas. Um deles 
              saiu de seu posto, e caminhou ao lado contrário de onde Arthos 
              se escondia. O elfo então pensou em distrair o que sobrou. 
              Esperou um pouco, ocultou-se ainda mais atrás de uma grande 
              estátua de Corellon, pegou um castiçal que encontrou 
              e arremessou na direção no fim do corredor onde estava. 
              O elfo que fazia a guarda da porta ouviu o barulho metálico 
              e correu para investigar, passando apressado pela estátua, 
              sem notar o invasor escondido que, logo após sua passagem 
              foi em direção da porta e usou uma antiga habilidade 
              que aprendeu quando era um ladrão em Portal de Baldur. Conseguiu 
              destrancar a porta, entrou e novamente a fechou.Era uma sala 
              muito bela, com o chão decorado com mosaicos, mais estátuas 
              e pinturas nas paredes e no teto e com lanternas douradas, que emanavam 
              uma iluminação suave. Havia uma escada que descia 
              e Arthos, então , foi por ela. Desceu os degraus e chegou 
              a uma grande câmara circular, com colunas e estátuas 
              e um teto bastante alto. Em seu centro havia um anel formado de 
              obeliscos cristalinos e no meio dele um cristal em um altar de pedra 
              branca. Não havia ninguém e ele desceu.
      "O 
              cristal ao centro, Arthos! Aproxime-se para que eu possa sondar 
              a energia!", disse a voz de Aglarel na cabeça do elfo."O que 
              quer mais saber? Já viu o que queria. Este deve ser o mythal!"
 "Você 
              não saberia dizer com certeza. Preciso examinar. Aproxime-se 
              mais. Estamos perdendo tempo. O guarda poderá voltar!"
 Arthos se aproximou 
              do anel de obeliscos, mas hesitou em prosseguir.
 "Se houver 
              algum alarme?"
 "Não 
              há alarmes, elfo. Ou então já teria sido dado. 
              Não vê que os elfos estão ocupados demais hoje! 
              Ande logo."
      Arthos 
              então tentou pisar na área interna do círculo 
              de obeliscos, entretanto, um campo de força se formou ao 
              seu redor impedindo-o de passar. No alto, um rasgo pareceu se formar 
              na própria existência e dele saiu uma figura alada. 
              Parecia-se com uma enorme elfa, bastante forte e trajando vestes 
              de batalha. Seus olhos eram completamente amarelos e brilhantes 
              como se preenchidos por energia. A deva élfica celestial 
              então desceu do alto teto em direção de Arthos. 
              A pedra negra do colar que o elfo carregava começou a brilhar 
              e de repente os olhos de Arthos também ficaram negros. Agora 
              ele perdia completamente o domínio de seus atos e sua mente 
              estava controlada. Pulou tentando esquivar-se da deva e fugir, mas 
              o campo de energia o impediu. A criatura celestial então 
              o segurou e o ergueu com uma das mãos. Pouco depois, a sala 
              estava cheia de elfos e guardas armados. A deva então entregou 
              Arthos a um dos guardas. Em seguida, voou e um rasgo no espaço 
              novamente se abriu e ela entrou, voltando aos seus domínios 
              nos planos superiores. Assim que foi 
              entregue, o colar que Arthos usava desapareceu e seus olhos voltaram 
              ao normal, assim como a sua consciência. Se viu então 
              preso e cercados de elfos armados.
      "Quem 
              será este elfo capaz de cometer tamanho crime? Tamanha blasfêmia!?", 
              disse indignado um padre de Corellon ."Leve-no daqui!", 
              ordenou em seguida.      E 
              assim Arthos foi retirado da sala pelos guardas. Somente os deuses, 
              que tanto desprezava, poderiam prever seu destino agora.
 
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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