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  A Fúria dos Phaerimns Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira.baseada no jogo mestrado por Ivan Lira
 
 
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli). 
              O vulto: Melegaunt Tantul. Os Elfos: Arthos Fogo Negro; 
              Mikhail Velian; Kariel Elkandor e Galaeron Nihmedu. O Halfling: 
              Bingo Playamundo. Participação Especial: o 
              Coronal Eltargrim Irithyl e Khelben "Cajado Negro" Arunsun.
 
  A Fúria dos Phaerimns 
      A 
              Comitiva da Fé olhava para as ruínas do Templo Karse, 
              implodido pela falência da magia que o sustentava. Os olhos 
              dos elfos também se voltaram para o firmamento. O que, para 
              olhos humanos era um pequeno ponto negro ao longe, a visão 
              élfica podia distinguir a cidade flutuante de Obscura, em 
              sua rota rumo ao deserto de Anauroch. Foi mais um evento desastroso 
              a perseguir a Comitiva. Parecia que Tymora, a Deusa da Sorte, por 
              algum tempo havia deixado de olhar por aqueles heróis.      "Por 
              Corellon! O que vou dizer aos Anciões!", disse Galaeron, 
              colocando um das mãos na fronte. Afastou-se por um instante 
              dos demais, o mago elfo de Evereska, e sentou-se em uma pedra. Seus 
              pensamentos o torturavam."Mikhail, 
              o que acontecerá com Galaeron agora? Ele será executado?", 
              perguntou Magnus, o paladino.
 "Não 
              sei, mas isto, infelizmente, é bem provável. Vão 
              culpá-lo por ter trazido Melegaunt à Evereska e talvez 
              pela aparição de Obscura."
 "Kariel, 
              não há nada que possa fazer? Pode tirá-lo da 
              cidade se decidirem por matá-lo?"
 "Poderia 
              fazer isto, Magnus, mas voltaria todo o reino de Evereska contra 
              nós. Além disso, não acredito que Galaeron 
              concorde com uma fuga."
 "Ora... 
              é só não mencionarmos o que houve aqui!", 
              disse Sirius.
 "Isso, 
              Sirius!. Basta dizermos que Obscura chegou primeiro e usou a Pedra!", 
              concordou Limiekli.
 "Apesar 
              de não dever nenhum tipo de obrigação em informar 
              Evereska, talvez mentirmos não resolva esta situação. 
              Caberá ao próprio Galaeron em aceitar ou rebelar-se 
              contra seu destino."
 "Vamos 
              deixar estas divagações, Kariel. Temos que nos apressar. 
              Os phaerimns podem já estar próximos a Evereska", 
              Arthos interrompeu o debate, enquanto Galaeron se aproximava novamente.
 "Vamos 
              voltar até os hipogrifos. Voltemos à Evereska!"
      A 
              Comitiva subiu uma pequena colina e chegaram na clareira onde os 
              cavaleiros evereskanos aguardavam. Não houve descanso, nem 
              mesmo para refazerem-se das últimas batalhas. Subiram nas 
              celas dos hipogrifos e os belos animais alçam vôo sob 
              a imensidão verde da Floresta Alta. Voaram ainda mais velozes 
              do que na ida e depois de poucas horas, já avistam ao longe 
              a cidade fortaleza de Evereska. Somente quando se aproximaram, viram 
              que o cenário era bem diferente daquele que deixaram. Uma 
              batalha selvagem era travada entre os soldados elfos e os estranhos 
              e poderosos phaerinms. Haviam corpos, dos dois lados do embate, 
              espalhados pelo campo de guerra. Entre todos, Mikhail era o que 
              mais chocou-se. Sua terra natal havia sido invadida e seus compatriotas 
              estava sendo mortos.      "Chegamos 
              tarde.", falou um Kariel perplexo."Para o 
              mythal!", gritou Arthos para o cavaleiro que comandava a sua 
              montaria alada.
      O 
              mythal era a maior fonte de magia de Evereska e atraía os 
              phaerimns, que desejavam utilizar sua energia mística como 
              alimento. Os hipogrifos voaram até as proximidades do templo 
              de Corellon, local onde se concentrava o mythal. O lugar estava 
              cercado de elfos, que formavam um anel de defesa. Empunhando arcos, 
              retesavam as cordas, apontando para naquelas estranhas criaturas 
              que se aproximavam, em vôo quase rasteiro e em formação. 
              Os heróis, ao chegarem próximos aos arqueiros, desafivelaram-se 
              das selas dos hipogrifos e prepararam suas armas, enquanto olhavam 
              a aproximação da onda de monstros, que vinha ao longe. 
              Próximo deles estava Aubric Nihmedu, irmão de Galaeron 
              e líder dos Espadas de Evereska, guerreiros de elite do reino 
              élfico. Aubric não os cumprimentou, pois tinha toda 
              a sua atenção nos inimigos que estavam por vir. O 
              elfo apontava para o alto sua espada e os demais guerreiros aguardavam 
              uma ordem sua. Quando os phaerimns estavam a cerca de cem metros, 
              Aubric, abaixou a espada, ordenando o disparo e ouviu-se o zunido 
              das flechas cruzando o céus. Mas as criaturas não 
              sofreram os ataques sem oferecer resistência. Espantosamente, 
              podiam manipular a magia e assim o fizeram. Alguns invocaram paredes 
              de fogo, que consumiram algumas das setas dos elfos, outros lançaram 
              uma magia que fez os projéteis perderem toda a velocidade 
              e caírem ao chão inofensivamente. Porém nem 
              todos foram hábeis em se defender e os primeiros phaerimns 
              caíram mortos, espetados com as flechas de Evereska. Logo 
              veio o contra-ataque dos monstros: conjuraram bolas de fogo, que 
              se precipitaram e explodiram sobre um grupo de soldados, causando 
              várias baixas. Os elfos preparavam uma nova investida com 
              seus arcos.      A 
              Comitiva aguardava o momento de atuar. Se bateriam com as criaturas 
              quando enfim chegassem a distância do combate corpo a corpo. 
              Kariel queria usar suas magias, as poucas que ainda lhe restavam 
              após os combates no Templo Karse. Encontrou um elfo de Evereska 
              com trajes de mago e perguntou-lhe:      "Já 
              usaram magia? Qual é a reação destas criaturas 
              à encantamentos?" "Usamos, 
              mas parecem que os monstros podem absorver nossas energias místicas. 
              Talvez alimentem-se dela!"
      Decidiu 
              que o mais prudente seria não utilizar a Arte contra os phaerinms. 
              Toda aquela situação seria resolvida da maneira mais 
              comum: com o aço das armas. De súbito, um novo tumulto. 
              Alguns elfos atacavam outros companheiros. Com certeza uma infame 
              magia lançada por algum inimigo. Os phaerimns enfim chegaram 
              próximos aos defensores do templo de Corellon. Os guerreiros 
              de Evereska abandonaram seus arcos ao chão e pegaram suas 
              espadas. A Comitiva fez o mesmo. Em pouco tempo, todos se misturavam, 
              no frenesi de um combate mortal. Os phaerinms possuíam quatro 
              braços e garras mortais, a boca, circular como a de um verme, 
              exibia dentes pontiagudos, perfeitamente capazes de arrancar a cabeça 
              de um homem com uma única mordida, e seu corpo alongado terminava 
              em um esporão afiado como uma espada. Junte-se a isto, a 
              capacidade de lançar magias. Seria uma luta difícil 
              para aqueles guerreiros e eles procuravam se agrupar em três 
              contra cada inimigo.      Todos 
              os membros da Comitiva combatiam francamente contra os phaerimns, 
              cada um auxiliado por dois soldados de Evereska. Arthos golpeou 
              seu oponente, mas não conseguiu esquivar-se da cauda, que 
              o feriu no flanco direito. Ainda viu um de seus aliados de Evereska 
              ser decapitado pela mandíbula da criatura. Limiekli combatia 
              com fúria o seu inimigo, usando tudo o que aprendera em seu 
              tempo no exército de Forte Zenthil, mas preferia estar enfrentando 
              um inimigo humano, como em seu tempo de soldado. Agora sempre enfrentava 
              monstros, cada vez mais terríveis e estranhos. Mikhail girava 
              seu martelo 'Destruidor de Tempestades' e golpeava um phaerimm. 
              Não foi atingido, mas seus companheiros de Evereska sofreram 
              cortes profundos por conta das garras do inimigo. Magnus lutava 
              com afinco e esquivou-se de um golpe de cauda. Sirius era o que 
              estava mais ferido entre os aventureiros da Comitiva: sofreu alguns 
              golpes pesados e estava com suas roupas manchadas de sangue. Sentia 
              seu corpo cada vez mais lento. Temia pelo seu fim e procurava-se 
              um meio de se salvar. Kariel usava sua espada Goliath e resolveu 
              usar um encanto. Não sobre o phaerimm, mas sobre si mesmo. 
              Após proferir algumas palavras, dobrou de tamanho e agora 
              seus golpes eram mais fortes e sua lâmina mais mortal.      Os 
              phaerimns, apesar de suas armas físicas, não deixaram 
              de usar a Arte contra os seus inimigos. Arthos foi imobilizado pela 
              cauda do monstro que combatia e recebeu um poderoso choque elétrico. 
              Contra a Kariel foi invocada uma bola de fogo, que explodiu sobre 
              o mago. Porém, o Escolhido, devido à uma proteção 
              de um anel mágico que possuía, sofreu menos do que 
              esperava o monstro. Limiekli também foi vítima de 
              um encanto e ficou completamente imóvel, como se fosse uma 
              estátua, a mercê de seu oponente. Arthos foi, dentre 
              os da Comitiva, o primeiro a derrotar seu adversário. Libertou-se 
              da cauda, deu um golpe no adversário, e este caiu ao chão, 
              derramando um sangue esverdeado. Em seguida, o elfo de cabelos vermelhos 
              viu a situação em que se encontrava Limiekli e correu 
              para auxiliar o amigo. Sirius, quase morto, decidiu fugir em direção 
              da entrada do templo. Deu sorte o humano, pois naquele momento deixavam 
              o templo outros elfos, com roupas sacerdotais. Eram padres de Corellon, 
              o deus Pai dos Elfos, que vinham ajudar na batalha. Sirius chegou 
              perto de um deles e pediu-lhe ajuda. Então o sacerdote lançou-lhe 
              um encanto divino, que fechou algumas de suas feridas. Um outro 
              padre enxergou Limiekli paralisado e, com outro encanto, livrou-lhe 
              da magia que o prendia, devolvendo-lhe a mobilidade. Aos poucos, 
              os phaerimns começaram a cair, mas a custa da vida de muitos 
              elfos. A Comitiva também fazia sua parte, Kariel e Magnus 
              eliminaram outros dois. As criaturas lançaram também 
              novos encantos: um deles prendeu Mikhail em uma jaula feita de energia, 
              da qual pôde se libertar graças a intervenção 
              de Galaeron. Kariel, porém, não teve a mesma sorte: 
              outro feitiço, mais elaborado, o atingiu. O mago foi preso 
              em um globo de energia e em seguida desapareceu das vistas dos seus 
              companheiros. Estava ele agora a muitos metros abaixo da terra, 
              inconsciente e confinado em um globo místico em que nem mesmo 
              o próprio tempo podia penetrar. Ficaria ali, preso, por séculos 
              ou milênios, caso ninguém pudesse ajudá-lo. A Ajuda do Coronal      Nas 
              proximidades do Templo de Corellon, todos os phaerimns pereceram 
              nas mãos dos defensores de Evereska. Mas havia um mar de 
              corpos e de sangue aos pés dos vencedores. Ao longe podia-se 
              avistar uma nova onda de criaturas que se aproximava. Diante de 
              tal visão, aqueles guerreiros já previam que este 
              dia seria o último que viveriam e que pela noite estariam 
              em Arvandor, ao lado de seus deuses. Corajosamente, posicionaram-se 
              para o enfrentamento final e o mesmo fez a Comitiva. Porém, 
              às vezes, nos momentos mais negros, é que surge a 
              luz. Um enorme portal místico apareceu bem à frente 
              do soldados de Evereska, e dele saíram cerca de trinta elfos, 
              trajando armaduras especiais. Logo após, um último 
              deixou a passagem. Era um elfo muito alto e forte para os padrões 
              de sua raça. Sua armadura reluzente parecia ser feita de 
              ouro.      Em 
              poucos minutos, os phaerimns chegavam como uma onda furiosa até 
              as proximidades do templo e uma nova batalha começou. Ficou 
              patente que aqueles novos aliados, chegados com o portal, eram guerreiros 
              formidáveis e seu líder era o maior deles. O enorme 
              elfo desembainhou sua espada e combateu sozinho dois dos monstros. 
              Arthos não deixou de observar sua lâmina e a reconheceu: 
              era Ar´Cor´Querin, a Espada do Rei. A Comitiva, meses 
              atrás, havia deixado aquela lâmina mágica em 
              Evereska, durante o episódio da Orbe de Ogor, uma de suas 
              mais perigosas missões.       Os 
              novos guerreiros avançaram sem medo, e organizados, conseguiram 
              que suas lâminas perfurassem seus inimigos. Os monstros, percebendo 
              o potencial deles, conjuraram feitiços malditos que retiraram 
              as vidas de alguns deles como uma mão podia esmagar uma flor. 
              O elfo da armadura dourada, já com Ar'Cor'Querin empunhada, 
              esquivou-se com habilidade das garras nefastas de dois phaerimns, 
              e percebendo uma brecha aproveitou: aplicou dois mortais golpes 
              no dorso de um deles jorrando um sangue verde suficiente para encher 
              uma tina. A outra criatura, espantada, resolveu aplicar um feitiço 
              que estava preparando para um momento oportuno, de sua grande boca 
              emergiu uma energia invisível que, antes de um piscar de 
              olhos, preencheu a área ao redor, fazendo o tempo simplesmente 
              parar. Contudo, algo mais fantástico aconteceu, apesar do 
              incrível feitiço, o guerreiro dourado ignorou seu 
              efeito e continuou atacando, apenas ele e um phaerimm continuavam 
              a se movimentar naquele espaço paralisado no tempo. Foi o 
              suficiente para que, na velocidade de um raio, o elfo pudesse esquartejá-lo, 
              deixando seus pedaços congelados no ar, até que poucos 
              segundos depois o tempo voltou a correr normalmente.      Enquanto 
              os recém chegados combatiam a segunda onda de phaerimns, 
              vinha, mais atrás, uma terceira. Os evereskanos e a Comitiva 
              da Fé então decidiram adiantar-se e correram para 
              encontrar os outros inimigos que chegavam. Esperavam mantê-los 
              ocupados até que os seus novos aliados debelassem a segunda 
              onda e pudessem se juntar a eles. Passaram então pelo combate 
              que se desenrolava a frente do templo e encontraram-se com os phaerimns 
              que vinham mais adiante. O primeiro ataque partiu do inimigo. Uma 
              das criaturas conjurou uma magia e quatro esferas de magma surgiram 
              acima dos guerreiros e se precipitaram logo após, causando 
              muitas injúrias e algumas mortes. Os phaerimns então 
              escolheram seus inimigos e o combate corpo a corpo se reiniciou. 
              Os soldados élficos e os aventureiros lutaram com o terceiro 
              bloco de inimigos, e neste haviam mais adversários que nos 
              dois primeiros. A luta era numericamente desproporcional, sustentada 
              em boa parte pela experiência da Comitiva e de Galaeron e 
              pelo auxílio fornecido pelos sacerdotes de Corellon, que 
              utilizavam seus encantos divinos de cura para reabilitar os combatentes 
              feridos. Lutaram arduamente, mas em um lance de estratégia, 
              os phaerimns, em um determinado instante, desviaram-se de seus oponentes 
              e puseram-se a voar em direção ao templo de Corellon, 
              sendo perseguidos pelos heróis.      O 
              monstros começaram a se agrupar nas proximidades da alta 
              torre, um ao lado do outro, formando uma espécie de barreira 
              viva. Um deles invocou um pequena redoma de energia protegendo-os 
              de setas e outros ataques. As criaturas então voltaram suas 
              cabeças em direção ao solo e suas bocas começaram 
              a sugar uma energia da terra. Era a essência do mythal, que 
              começava a ser drenada. Os evereskanos e a Comitiva então 
              uniram-se para lutar contra estes últimos phaerimns, antes 
              que algo pior acontecesse. Quantos aos elfos estrangeiros, apenas 
              um restou, o elfo da armadura dourada. Ao perceber a estratégia 
              dos phaerimns em drenar a energia sagrada do mythal, ele não 
              hesitou, invocou um feitiço poderoso na área onde 
              os monstros se alimentavam da energia. O encanto cessou temporariamente 
              o efeito da Arte, fazendo a redoma desaparecer, neutralizou o dreno 
              mágico e fez os phaerimns caírem ao chão. Os 
              monstros não mais flutuavam, pareciam peixes fora d'água, 
              foram vítimas fáceis das lâminas dos demais. 
              O combate estava terminado.      A 
              vitória foi triste. Os phaerimns morreram, mas não 
              se sabia se haviam mais deles e se voltariam a atacar Evereska. 
              Um cavaleiro elfo desceu montando um hipogrifo e, com um salto, 
              o elfo de armadura dourada deixou o campo de combate de forma abrupta. 
              A Comitiva procurou se reagrupar e Mikhail notou a falta de um companheiro.      "Kariel?! 
              Ele desapareceu!""Eu o vi 
              desaparecer. Foi vítima de um encanto que o prendeu em um 
              globo de energia e depois... ele sumiu!"
 Galaeron viu 
              a preocupação dos heróis e disse:
 "Talvez 
              eu possa ajudar seu amigo, mas tenho que me refazer. Sugiro que 
              façam o mesmo e que me encontrem em minha casa o mais rápido 
              que puderem."
      Assim 
              partiu o grupo, que tomou a direção da casa Velian, 
              lar de Mikhail, enquanto Galaeron tomou o caminho de sua propriedade. 
              Os demais elfos procuram por sinais de vida em seus companheiros 
              caídos. Os heróis foram recebidos pelo mago da Casa 
              Velian, que lhes entregou algumas poções mágicas 
              de cura. Em seguida, banharam-se e vestiram novas roupas, livres 
              do sangue da batalha e foram até a casa de Galaeron. Encontraram 
              o elfo também de aparência limpa, mas com o semblante 
              bastante cansado. Ele os recepcionou dizendo:      "Lamento 
              pelo seu amigo, mas não posso quebrar o feitiço que 
              o aprisiona agora. Precisaria descansar mais para refazer minhas 
              forças.""Talvez 
              eu possa ajudá-lo. Posso lançar um encanto que o fará 
              se recobrar."
 "Ótimo, 
              Mikhail. Que assim seja então!"
      Mikhail 
              realizou uma oração. Um pequeno milagre se operou 
              e Galaeron caiu num sono profundo. Uma hora se passou e o mago de 
              Evereska despertou, sentindo que suas forças haviam se restaurado. 
              O nobre evereskano então perguntou:      "Para 
              reverter o encanto, preciso saber mais do seu amigo. O que podem 
              me contar a respeito dele?"Arthos adiantou-se. 
              Era o que mais conhecia Kariel e por ele nutria grande amizade.
 "O nome 
              dele é Kariel Elkendor. É um príncipe do reino 
              élfico de Kand e nos acompanha faz muito tempo. Tem olhos 
              e cabelos azuis, personalidade contida ..."
 "... e 
              nunca dorme ou come!", completou Mikhail, com alguns aspectos 
              que sempre lhe chamaram atenção.
 "Lembro-me 
              que tinha uma esposa chamada Ênia e um filho ...", disse 
              Sirius.
 "Muito 
              bem, Comitiva! Isto deve ser o suficiente! Voltemos para o lugar 
              onde ele foi atingido!"
      Arthos 
              levou Galaeron ao local onde viu seu amigo desaparecer. Galaeron 
              então proferiu algumas palavras em língua arcana e 
              fez alguns gestos. De súbito, Kariel surgiu do nada. Estava 
              atordoado.      "O 
              que aconteceu? Os phaerimns...""Eles foram 
              derrotados. A batalha terminou, pelo menos por enquanto!", 
              disse Arthos.
 "Temos 
              que ir ao Conselho imediatamente", Falou Galaeron, enquanto 
              montava novamente em seu cavalo. O elfo mais uma vez queria prestar 
              contas de suas atividades aos seus líderes.
 "Mas espero 
              que não se entregue, Galaeron."
 "Não 
              mereço menos que a morte, Arthos, por tudo aquilo que causei!"
 "Você 
              não merece a morte. Não desperdice sua vida a toa."
 Galaeron não mais falou. Seguiu cavalgando até o edifício 
              do Parlamento Élfico. Sabia que havia propriedade na fala 
              do elfo de cabelos vermelhos da Comitiva, mas sentia muita vergonha 
              de todas as suas falhas. Era um nobre, um membro destacado de seu 
              Reino e de repente se via agora como um fracassado. E ainda pior: 
              responsável, ainda que fosse indiretamente, pela maior tragédia 
              que Evereska já vira durante centenas de anos.
 O Cajado Negro      A 
              cavalgada foi rápida e em poucos minutos a Comitiva desmontou 
              e penetrou novamente na imponente construção. Um assistente 
              de ordens do Parlamento comunicou a Galaeron que os Anciões 
              aguardavam a ele e a Comitiva. Assim foram levados novamente a ampla 
              sala onde haviam estado há dois dias atrás. Lá, 
              na mesa principal, estavam sentados os Anciões e ao lado 
              havia um púlpito onde ficava de pé um mestre de cerimônias. 
              Podiam ver também o elfo alto que lutou em frente ao templo 
              de Corellon. Ele estava próximo de alguns vitrais que decoravam 
              o salão e assistia tudo ao longe. Galaeron se aproximou e 
              fez uma referência. Amrod Miyeritar, o ancião mais 
              velho, iniciou a sessão.      "Galaeron 
              Nihmedu. Conseguiu realizar a missão?""Não", 
              disse com pesar, "Foi um fracasso. Fomos enganados por Melegaunt. 
              Ele não era aquilo que aparentava!"
 "Mas como 
              ele pôde entrar aqui em Evereska!?", exclamou Daeron.
 "Ele disfarçou 
              sua natureza e driblou nossas sondagens místicas. Enfrentamos 
              no local que ele havia mencionado um arquimago de Netheril, que 
              detinha o artefato conhecido como Pedra Karse, mas a bruxa Gothyl, 
              aliada de Melegaunt, conseguiu a Pedra antes de nós e usou 
              seu poder para trazer uma cidade flutuante de uma outra dimensão."
 "Isto é 
              uma calamidade! Então, além de não termos o 
              artefato para combater os monstros que quase acabaram conosco ainda 
              temos novos problemas?!"
 "Sim, Cirdan. 
              Galaeron, diante de suas repetidas e graves falhas não teremos 
              outra alternativa a não ser condená-lo a morte!", 
              disse a elfa Lessien.
 "Não!", 
              protestou Arthos, "Vocês não podem fazer isto! 
              Ele arriscou a vida dele nestas missões!"
 "Concordo", 
              completou Kariel, "Ele salvou muitos, inclusive a mim!"
 "Comitiva 
              ...", continuou Lessien, "... sua manifestação 
              não foi solicitada!"
 "Vocês 
              devem estar loucos!", bradou Arthos contra o que considerava 
              uma medida injusta e descabida.
 "Não!", 
              agora disse o elfo alto, imponente em sua armadura dourada, que 
              observou tudo desde o começo, e que agora se aproximava dos 
              Anciões. "Não temos tempo para estas decisões 
              inúteis!"
 Lessien então 
              refutou a declaração com veemência.
 "Eltargrim, 
              sua ajuda foi solicitada por nós, mas lembre-se que ainda 
              somos as autoridades maiores aqui!"
 "Não 
              permitirei que este elfo seja morto em um momento como este!"
 "Isto é 
              um ultraje!", reclamou Círdan, "Esta é a 
              lei e deve ser cumprida.... se Amlaruil estivesse aqui ela ..."
 "Amlaruil 
              é uma idiota que só olha para si mesma!"
 "Coronal 
              Eltargrim Irithyl.... respeitamos sua posição entre 
              os elfos, mas não se esqueça que está pisando 
              em solo evereskano e sob a presença dos Anciões da 
              Colina.", recomendou o Ancião Lenwë.
 "Não 
              falo como embaixador e sim como Coronal. Este elfo não será 
              julgado!" Eltargrim aproximou-se da Comitiva e de Galaeron. 
              "Vocês, venham comigo!"
      A 
              Comitiva então seguiu o elfo. Mikhail e Galaeron hesitaram 
              em ir com os outros, mas foram convencidos. Os Anciões estavam 
              surpresos e alguns indignados. Círdan discutia com alguns 
              colegas e Lessien ordenava para que voltassem e se submetessem a 
              vontade dos Anciões da Colina, enquanto era solenemente ignorada. 
              Deixaram o salão e percorreram um corredor. Kariel então 
              perguntou ao Coronal Eltargrim:      "Sua 
              Majestade é Coronal de que reino?""De Cormanthyr, 
              ou Arcorar propriamente dizendo. Os humanos costumam chamar nosso 
              domínio de Floresta de Cormanthor."
 "Será 
              que poderá solucionar nossos problemas, Coronal?", perguntou 
              Arthos.
 "Posso 
              não ser a solução, mas sou alguém disposto 
              a encontrá-la! Vocês formam o grupo de aventureiros 
              que é conhecido como Comitiva da Fé?"
 "Sim, somos 
              nós."
 "Então 
              é uma boa oportunidade de agradecê-los por ter trazido 
              minha espada em segurança!"
 "Então 
              estou diante do Rei, a que o nome da espada se refere?"
 "Sim, mas 
              isto não importa agora.", disse o Coronal, abrindo uma 
              porta no corredor. "Venham... podemos fazer deste cômodo 
              nossa Sala de Guerra. Falei com Anskalar, Chefe do Parlamento e 
              ele me contou o que Galaeron informou sobre a origem destes monstros 
              e gostaria que vocês me relatassem com mais detalhes!"
      Quando 
              Mikhail começava a contar a história, um outro elfo 
              entrou na sala, fez uma reverência à Eltargrim e disse 
              para o seu Coronal      "Senhor, 
              o homem chegou!""Que homem!?", 
              perguntou Sirius.
 "Um antigo 
              amigo, ele vai nos ajudar. É melhor que contem a história 
              toda em sua presença também!"
      Neste 
              momento, a porta se abriu novamente e um humano adentrou a sala. 
              Dentre a Comitiva, três pessoas o conheciam: Magnus, Kariel 
              e Arthos. Era um homem alto, forte, trajava uma robe. Em sua mão 
              direita estava um cajado negro, sua face era dura como uma rocha. 
              Era ninguém menos senão Khelben 'Cajado Negro' Arunsun. 
              Ao ver o Coronal ele inclinou a cabeça e fez uma saudação 
              respeitosa, e ao perceber a formação dos outros presentes 
              ali, disse:
 "Comitiva 
              da Fé, espero que a presença de vocês aqui seja 
              uma manifestação de eficiência e não 
              um mero acaso."
 "Khelben!", 
              exclamaram os três da Comitiva.
 "Por favor, 
              Comitiva, contem-nos em detalhes o que ocorreu!", pediu Eltargrim.
      Mikhail, 
              Kariel e Arthos relembram suas aventuras mais recentes, desde a 
              libertação dos phaerimns, nas proximidades das Montanhas 
              Boca do Deserto à aparição de Obscura.      "Obscura!?", 
              espantou-se Khelben. "Era um antigo enclave de Netheril e, 
              segundo alguns escritos antigos, desapareceu na mesma época 
              da crise com os phaerimns . Então ela foi trazida de volta 
              a nossa dimensão? Foi este, então, o distúrbio 
              na Arte que senti a poucos dias atrás! O que este Melegaunt 
              alegou para trazer Obscura de volta?""Disse 
              que precisaria salvar o seu povo, mas não sabemos se isto 
              é verdade!", respondeu Mikhail.
 "Mas algo 
              parece não fazer sentido ...", raciocinou Limiekli. 
              "Se Obscura é um enclave destes magos de Netheril como 
              dizem, ele estaria os expondo aos phaerimns."
 "Esperem 
              ...", lembrou Arthos de algo. "Melegaunt havia dito que 
              era um vulto e utilizava uma energia negra para realizar feitiços."
 "Provavelmente 
              ele estava se referindo a Ondulação Negra. Agora percebo! 
              Talvez os phaerimns não possam consumir esta energia.", 
              concluiu Khelben. "Se os habitantes de Obscura manipulam a 
              Ondulação Negra podem combater os phaerimns. As criaturas 
              não conseguem absorver esta energia!"
 "Mas que 
              energia é esta?", quis saber mais Arthos.
 "Não 
              há tempo para explicar. Talvez eu revele esta informação 
              a Kariel num momento mais apropriado."
 "Concordo, 
              Khelben!", disse Eltargrim. "Apesar de termos chegado 
              a boas conclusões sobre Obscura, temos que nos preocupar 
              para que não hajam novas mortes. O mythal de Evereska foi 
              maculado. Os monstros roubaram parte de sua energia e ele já 
              não funciona corretamente. Infelizmente, ele só poderá 
              ser restaurado com a Alta Magia élfica, o que acarretará 
              medidas drásticas. Mas vamos nos concentrar primeiramente 
              nas defesas."
 "Tentarei 
              convencer Piergeiron a ceder-me parte do exército de Águas 
              Profundas para defender Evereska. Os elfos tiveram muitas baixas 
              hoje e não conseguiriam resistir sozinhos. Procurei Elminster, 
              mas parece que ele não está neste plano. Irei então 
              em busca de ajuda. Não podemos perder tempo."
 "Khelben... 
              sei que rompeu com os Harpistas, mas espero que não dispense 
              a ajuda deles neste problema."
 "Não 
              se preocupe, Kariel. Não farei de minhas diferenças 
              um obstáculo nesta crise!"
      Khelben 
              então deixou a sala.      "Conoral 
              Eltargrim, possui algum tipo de estratégia para defendermos 
              Evereska?", perguntou Magnus."Reorganizarei 
              as forças e irei falar com os arquimagos de Evereska. Também 
              tentarei eu mesmo conduzir a Alta Magia élfica e restaurar 
              o mythal. Porém precisarei de pessoas dispostas a investigarem 
              tanto estes monstros quanto esta cidade de Obscura. Vocês 
              poderiam fazer isto? Aceitariam responder diretamente a mim nesta 
              missão? Advirto que poderá ser arriscado..."
 "Aceitaremos. 
              Todos aqui desejam ver esta situação resolvida. Quanto 
              ao risco... bem... isto para nós é normal!", 
              falou Arthos, sintetizando a vontade de todos da Comitiva.
 "Se esta 
              manifestação de coragem for autêntica, então 
              vocês têm o meu respeito. Daqui a alguns dias requisitarei 
              um spelljammer para que possam iniciar as investigações. 
              Estarei aqui na cidade e nos encontraremos quando tudo estiver pronto. 
              Estejam preparados." Assim, Eltargrim deixou a sala.
 "Que diabos 
              é um spelljammer?", perguntou Limiekli.
 "É 
              um barco voador, Limiekli, movido por magia.", explicou Kariel.
      A 
              menção da nau voadora teve um interessante efeito 
              sob Arthos. O elfo de cabelos vermelhos exibiu por alguns instantes 
              um sorriso discreto. Sempre quisera possuir uma daquelas embarcações 
              encantadas e, quem sabe agora, não conseguiria finalmente 
              realizar sua vontade. Após desembarcar de seus pensamentos, 
              Arthos falou para Galaeron, que parecia ainda mais distante e perplexo 
              depois dos desentendimentos na sala do Anciões da Colina.      "Veja, 
              Galaeron... é a sua oportunidade. O êxito nesta missão 
              pode fazê-lo se redimir de suas falhas!""Isto não 
              me consola, Arthos. Todas as mortes que aconteceram hoje não 
              poderão ser recuperadas. Mas irei tentar ajudá-los 
              como puder."
      Então 
              a Comitiva partiu do Parlamento e foi até a casa de Mikhail. 
              Lá descansaram, repararam suas armaduras e armas e auxiliaram 
              a cuidar dos feridos. Passaram-se dois dias e então, quando 
              estavam reunidos em uma cômodo da amplo lar dos Velian, viram 
              um dos servos adentrar no aposento de maneira apressada. Parecia 
              assustado. Disse para Mikhail:      "Senhor, 
              algo acontece lá fora!"      Sem 
              demora, todos deixaram a casa e foram para a rua. Mas o que tinham 
              que observar não estava no solo e sim nos céus. Quando 
              olharam para cima viram um grande barco voador, de cor negra, que 
              atravessava lentamente o espaço sobre Evereska.      "Podem 
              ser de Obscura!""Podem 
              sim, Arthos, mas só há um barco e não atacaram 
              ainda. Talvez venham em uma missão de paz", Kariel deduziu.
 "Vamos 
              para o ponto de atracação, rápido!", bradou 
              Mikhail enquanto se dirigia para o estábulo.
      Cavalgaram 
              em grande velocidade pela cidade e se dirigiram a uma colina onde 
              muitos elfos armados se ajuntaram. Lá pairou a nau negra. 
              Ela baixou altitude e dela, três seres sombrios semelhantes 
              a Melegaunt surgiram. Um deles disse:      "Elfos... 
              levem-me ao seu líder!"
 
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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