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  Que Caiam os Zhentarim Descrita por Ricardo Costa.baseada no jogo mestrado por Ivan Lira
 
 
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli). 
              Os Elfos: Arthos Fogo Negro; Mikhail Velian; Kariel Elkandor. 
              A Meia-elfa: Elen Laure. O Halfling: Bingo Playamundo. 
              Participação Especial: Lorde Randal Morn.
 
  Que Caiam os Zhentarim 
      Lorde 
              Randal Morn e seus aliados prosseguiam a terrível luta contra 
              os exércitos goblinóides e humanos, liderados por 
              Garekh Inklas, usurpador do comando de Cachoeiras da Adaga e agente 
              da nefasta rede conhecida como o Zhentarim. Os heróis combatiam 
              divididos em três grupos e cada um possuía a força 
              de cem homens remanescentes do exército da cidade, leais 
              ao seu Lorde legítimo. O primeiro, que lutou na entrada norte 
              das muralhas e contava com o apoio do arcano Melegaunt, conseguiu 
              se opor a resistência inimiga, destruiu o portão e 
              passou a combater dentro da cidade. O segundo, no qual combatiam 
              Arthos, Kariel, Magnus, Bingo e o próprio Randal Morn, derrotou 
              seus inimigos à frente do portão principal, a oeste, 
              e graças a uma passagem aberta pela magia de Kariel, começava 
              agora a enxergar o interior de Cachoeiras da Adaga. Já o 
              terceiro, onde lutavam Sirius, Mikhail, Limiekli e Laure, travava 
              uma batalha muito mais dramática do lado de fora da cidade, 
              na muralha sul. Em inferioridade numérica, causada pelos 
              reveses da sorte, tentavam superar seus adversários. Duas Frentes de Batalha O Portão Principal      A 
              magia de Kariel riscou uma linha luminosa do imenso e rústico 
              portão de madeira, determinando o desenho de uma porta, que 
              logo se tornou uma passagem. Era possível ver que haviam 
              dentro da cidade ainda centenas de adversários, muitos dos 
              quais se encontravam a poucos metros de distância, prontos 
              para rechaçar uma invasão. Mais ao longe, próximo 
              ao castelo do Lorde de Cachoeiras da Adaga havia intensa movimentação 
              e ruído, indicando que o portão norte também 
              fora rompido e que os soldados e Melegaunt já haviam levado 
              a guerra para o interior da cidade. Apesar de ter aberto a passagem, 
              não foi o elfo Escolhido de Mystra o primeiro a atravessá-la 
              e sim seu amigo Arthos. O ágil elfo de cabelos vermelhos 
              entrou correndo. Parecia que iria chocar-se com um grupo de orcs, 
              mas pulou, e com uma acrobacia projetou-se no ar e, ao mesmo tempo, 
              usou seu sabre atingindo um dos inimigos. Em seguida pousou Arthos 
              ás costas das criaturas, pronto para atacá-las.Kariel entrou 
              em seguida, ainda em tempo de ver a acrobacia do seu amigo. Mas 
              o príncipe da distante Kand procurava outra coisa, a alavanca 
              que abria o portão principal. Sabia ele que a passagem que 
              abrira era pequena para a entrada do contingente que aguardava do 
              lado de fora e que tal afunilamento poderia resultar em perdas irreparáveis 
              para os libertadores da cidade. Rastreou com os olhos as correntes 
              do portão e viu a grande alavanca, assim como dois orcs que 
              a guardavam. Neste momento, Lorde Randal também passou pelo 
              portão e estava ao lado de Kariel, que lhe apontou a alavanca. 
              O Escolhido então fez alguns gestos e pronunciou palavras 
              em língua arcana e partiram de suas mãos cinco projéteis 
              luminosos de energia, que atingiram os que guardavam o mecanismo 
              de abertura do portão. Em seguida, junto com Randal, correu 
              na direção da alavanca, empurraram juntos e o portão 
              abriu-se para a entrada dos soldados.
 Os soldados 
              e os membros restantes da Comitiva daquele grupo entraram. No local 
              onde Arthos batalhava havia um grande número de cadáveres 
              de goblins. Magnus correu e se juntou a ele, enquanto Kariel e Randal 
              Morn combatiam mais atrás. Um orc mais próximo brandiu 
              um machado a frente de Kariel, mas foi abatido por duas flechas 
              certeiras. Kariel virou-se e viu o pequeno Bingo, que acabava de 
              usar seu arco, ajudando o mago, que agradeceu ao halfling com uma 
              rápida reverência.
 Repentinamente, 
              onde lutavam Arthos e Magnus, os inimigos recuaram para dar passagem 
              a duas figuras: um era um gigantesco orog, que haviam encontrado 
              na emboscada, há dois dias passados, outro era o humano do 
              Zentharim, cabelos negros, compridos e amarrados, e vestes escuras, 
              conhecido como Korb, e que lhes haviam armado uma cilada há 
              semanas atrás. O orog foi em direção de Magnus 
              e o humano sacou sua espada e caminhou até Arthos. Notou 
              o zentharim a "Lâmina das Rosas" de Arthos:
 
 "Bela arma 
              é esta que possui. É um item para poucos.", disse.
 "É.. 
              sou um destes poucos!", respondeu Arthos, avançando.
 "Você, 
              herege! Cairá pela espada de Urkas, o general dos orogs!", 
              disse com uma voz quase gutural.
 "Servo 
              algum de Gruumsh fará frente àquele que crê 
              no Vigilante.", respondeu o paladino apontando sua Chama do 
              Norte.
 
 Então 
              iniciou-se este combate. Arthos contra Korb, Magnus contra Urkas. 
              A luta era franca e leal, até que Korb retirou de um dos 
              bolsos um pequeno frasco e tomou o conteúdo. Arthos não 
              sabia o que era aquilo, mas o humano desde então passara 
              a dar-lhes golpes cada vez mais fortes. Kariel podia enxergar aquela 
              movimentação de longe e sabia que aqueles deveriam 
              ser alguma espécie de campeões dentre as forças 
              do inimigo. Então conjurou um encanto e apontou para seus 
              dois amigos. Então sua voz ecoou em suas mentes:
 
 "Estou 
              percebendo que estão enfrentando inimigos poderosos. Desejam 
              minha ajuda?". Por alguns instantes aquela voz vinda do nada 
              confundiu os dois membros da Comitiva, mas reconheceram-na como 
              sendo a de Kariel e então responderam.
 "Não, 
              Kariel. Vencerei esta batalha contra este servidor de Gruumsh sozinho.", 
              afirmou Magnus.
 "Bem, Kariel...este 
              zentharim aqui tomou uma poção, que parece tê-lo 
              deixado mais forte. Se puder equilibrar as coisas novamente...", 
              Arthos pediu..
 Kariel ouviu 
              as respostas e conjurou um encanto, que agiu sobre a área 
              de combate de Arthos e Korb. Queria o Escolhido dissipar o efeito 
              da poção de Korb, mas o sortilégio não 
              surtiu efeito. Próximo dali, Magnus combatia ferozmente seu 
              adversário. Após muitas trocas de golpes, Magnus avançou 
              com fúria contra o inimigo.
 "Por Helm! 
              Pela Comitiva!", bradou, enquanto dava um golpe poderoso, que 
              decapitou Urkas. Tal vitória abalou a moral de muitos dos 
              inimigos, que, ao verem seu líder morto, correram para salvar 
              suas próprias vidas. Arthos continuava a sofrer os golpes 
              do humano, que tinha sua força ampliada. Pediu mais uma vez 
              a ajuda de seu amigo Kariel, com o qual ainda mantinha uma comunicação 
              mental.
 "Kariel, 
              preciso de uma mão aqui. Agradeceria muito a sua interferência, 
              mas não diga a ninguém que te pedi isso!"
 Kariel sorriu 
              com a observação e conjurou nova magia. De suas mãos 
              partiram cinco mísseis luminosos, que vieram a explodir sobre 
              o corpo de Korb.
 "É 
              assim que você luta, elfo?!", protestou o zentharim.
 "Não 
              pense que não sei o que você tomou naquele frasco. 
              Isto vai só equilibrar as chances!", respondeu o elfo 
              de cabelos vermelhos.
 
 Arthos e Korb 
              lutaram e em uma rápida estocada, o elfo golpeou o humano 
              que caiu ainda vivo ao chão. O aventureiro ainda o revistou 
              para ver se encontrava mais uma daquelas preciosas poções, 
              mas nada achou. Em seguida amarrou Korb, que estava quase morto...
 Randal Morn, que também havia acabado de enfrentar um inimigo, 
              correu desesperadamente à frente, em direção 
              do portão de seu castelo, sendo seguido por Arthos e Kariel, 
              que perceberam sua movimentação. O Lorde era impelido 
              pela preocupação com sua esposa e filho e pelo desejo 
              de vingança contra Garekh Inklas. Chegaram a entrada, que 
              estava aberta e guardada por dois orcs. Estes foram facilmente derrotados 
              pelas forças reunidas dos três heróis, que penetraram 
              no edifício. Randal, sempre na dianteira, subiu rapidamente 
              as escadas, seguido pelos seus aliados da Comitiva.
 O Combate na Muralha Sul      Em 
              desvantagem e longe de seus companheiros, o grupo encarregado do 
              combate na muralha sul enfrentava dificuldades, porém era 
              importante sua missão: evitar que o batalhão goblinóide 
              que ali estava estacionado se unisse aos demais no interior de Cachoeiras 
              da Adaga. Os heróis lutavam cada um contra dois e, as vezes, 
              três ou quatro adversários.Mikhail, o elfo 
              clérigo de Mystra, desaparecia em meio aos inimigos. No meio 
              do aglomerado de orcs podia-se ver seu martelo dourado sendo erguido 
              ao ar para novamente descer e desaparecer em meio ao amontoado de 
              inimigos, em sérios golpes. O elfo foi eliminando seus adversários, 
              mas isto não significava que também não sofresse 
              com eles. Um goblin aproximou-se por trás e desferiu sobre 
              ele um ataque com um machado de guerra. O golpe atingiu a armadura 
              de Mikhail, e o impacto causou-lhe uma dolorosa contusão. 
              Ainda havia kobolds ao alto da muralha que disparavam flechas. Para 
              o bem da Comitiva, os pequenos inimigos não possuíam 
              boa pontaria e vez ou outra acertavam seus próprios pares. 
              Uma destas flechas, por exemplo, atingiu o goblin que feriu Mikhail 
              e a distração possibilitou ao clérigo derrotar 
              seu inimigo. Laure lutava contra dois e seus golpes eram dados não 
              apenas com força, mas também com bastante graça. 
              Seu movimentos eram coreografados e sua espada precisa. A meia-elfa 
              de pele negra, esquivou-se dos golpes e derrubou seus dois adversários. 
              Porém haviam muitos outros e mais dois vieram bater-se com 
              ela. Limiekli, em outro lugar da batalha, combatia com um machado 
              em uma das mãos e a espada na outra. Com muita rapidez, usava 
              a primeira arma para aparar os golpes dos adversários e a 
              espada para dar cabo deles. Já Sirius, protegendo-se com 
              seu escudo, foi perfurando o coração dos inimigos 
              sem piedade de forma mais profissional.
 O combate, antes 
              com uma grande desvantagem numérica em favor dos inimigos, 
              começou a ficar equilibrado, porém os que combatiam 
              agora pertenciam a elite de guerreiros. Muitos deles eram orogs, 
              a espécie maior e mais violenta entre os goblinóides. 
              E eles começaram a partir para os incômodos membros 
              da Comitiva. Um foi em direção de Laure, que o saudou 
              com o balançar de sua espada. Outro correu em direção 
              de Limiekli com tanta violência, que para abrir caminho, arrancou 
              com seu machado a cabeça de um goblin de seu próprio 
              exército. E um terceiro atacou Mikhail.
 O combate com 
              Laure foi entre os três certamente o mais dramático. 
              A meia-elfa atacava o grande orog com sua espada bastarda, mas seus 
              golpes, na maioria das vezes, caiam no vazio, ou eram contidos pelo 
              machado do adversário. Já as investidas do orog eram 
              mais certeiras e, em pouco tempo, o sangue começava a tingir 
              as vestes da guerreira, que mesmo debilitada continuava o combate. 
              O inimigo permanecia firme e Laure sentia aos poucos as forças 
              se esvaírem de seu corpo, que tornava-se cada vez mais gélido 
              e menos ágil. Optou então por dar meia volta e fugir 
              daquele combate. Apesar da alternativa deixá-la frustrada, 
              Laure decidiu que não poderia morrer desta maneira. Ainda 
              queria conhecer seu pai desaparecido. O orog não a perseguiu, 
              preferindo enfrentar alguns soldados mais próximos.
 Limiekli combatia 
              goblins e um orog com suas duas armas e até aquele momento, 
              dadas as circunstâncias, estava se saindo bem. Conseguia aplicar 
              golpes rápidos e certeiros. Derrubou os goblins e arremessou 
              seu machado contra o orog, cravando sua lâmina no dorso do 
              inimigo, que revidou o golpe, atingindo-o. Após uma troca 
              intensa de golpes, o ranger levou a melhor e seu adversário 
              caiu morto. Mas haviam outros, e mais goblins e um orc apareceram 
              em sua frente.
 Mikhail lutava 
              também com um orog, que lhe aplicava pesados golpes com o 
              machado de guerra. O clérigo de Mystra não tinha ferimentos 
              expostos, mas os impactos dos golpes em sua armadura lhe causavam 
              contusões das mais diversas. Mikhail conseguiu ainda defender-se 
              e invocar um encanto divino, que o fez recobrar-se de algumas injúrias. 
              Combateu e sofreu novos ataques, mas conseguiu vencer o orog. Mikhail 
              então enxergou outro destes goblinóides e lançou 
              sobre este um novo encanto. A criatura ficou paralisada e o clérigo 
              de Mystra a mandou de encontro a Gruumsh.
 Os inimigos 
              começaram a ser derrotados e os que restavam acabaram por 
              fugir em direção do portão principal. Mikhail 
              invocou sobre si outro encanto curativo e fez o mesmo a Laure, que 
              estava muito ferida devido ao seu combate contra o orog. Logo após, 
              Mikhail, Laure, Sirius e Limiekli, junto com os demais soldados, 
              prosseguiram e penetraram em Cachoeiras da Adaga afinal. Viram que 
              seus companheiros já haviam feito um considerável 
              estrago e que as forças do Zentharim já estavam em 
              muito debilitadas. Ao longe podia-se ver Magnus e Bingo, mas não 
              havia sinal de Kariel, Arthos, Randal Morn, nem do mago Melegaunt. 
              Porém ainda haviam inimigos e os aventureiros continuaram 
              a combater.
 Batalhas no Castelo do Lorde: O Duelo Arcano      Lorde 
              Randal Morn subiu correndo os lances de escada de seu castelo. Passou 
              pelo primeiro pavimento sem dar maiores atenções. 
              Ele buscava encontrar Garekh Inklas e sua esposa e filho. Arthos 
              e Kariel o seguiram. Ao subirem ao segundo pavimento os heróis 
              viram duas portas que davam para um grande salão, se tratava 
              da sala do trono. Para um se dirigiu Lorde Randal e para o outro 
              correu Arthos. Kariel, por um instante hesita, afinal deixaria um 
              de seus companheiros sozinho contra os possíveis perigos 
              ocultos naquele lugar. Porém em breve o destino mostraria 
              o caminho para o Escolhido: esferas de energia brilhantes partiram 
              do salão e atingiram Arthos, que encontrava-se bastante ferido. 
              Kariel sabia que Arthos não agüentaria um novo ataque 
              mágico e que Randal Morn estava em melhor estado do que o 
              seu amigo. Então entrou no salão, deixando Arthos 
              do lado de fora, recuperando-se.Kariel olhou 
              o amplo salão, mas não via nenhuma ameaça. 
              Pensou o elfo mago que havia uma grande chance de seu inimigo estar 
              invisível. Tal expectativa foi confirmada: formou-se no ar 
              uma grande bola de fogo que foi em direção do Escolhido 
              e explodiu em chamas. Felizmente Mystra o havia favorecido: pelas 
              graças de Escolhido e por conta de um anel encantado seus 
              ferimentos não foram graves. Então uma voz falou de 
              algum lugar dentro da sala.
 
 "Parece 
              que seu broche de Harpista não protege contra isto, não 
              é? Pensei que fosse mais eficaz"
 "Ele é 
              mais eficaz do que pode imaginar. Porque não acaba com sua 
              covardia e fica visível para combatermos?", desafiou 
              Kariel
 "Nós 
              magos temos que nos precaver... mas aceito me revelar se duelar 
              comigo."
 "Um duelo 
              arcano? Pois bem. Revele-se e duelaremos!"
 
 Um homem, cerca 
              de quarenta anos, cavanhaque e robe preto surgiu no meio do salão. 
              Fez alguns gestos e proferiu algumas palavras arcanas. De repente, 
              iguais a ele, surgiram outras cinco imagens idênticas ao seu 
              redor, em uma ilusão para confundir o adversário. 
              Kariel em resposta lançou sobre aquela área um encanto 
              que fez surgir uma nuvem de vapores nauseantes. O inimigo saltou, 
              junto com suas cópias, e evitou com agilidade o ataque do 
              elfo. Kariel então lançou-lhe outro feitiço 
              e em segundos formou-se uma névoa o teto do salão, 
              que transformou-se em uma densa nuvem. Logo após caíram 
              pedras de granizo sobre o zentharim, que safou-se novamente, desta 
              vez com um encanto: entrou ele por uma porta de energia e saiu em 
              outro canto da sala, a salvo dos efeitos da magia do elfo. Kariel 
              preparou-se novamente para atacar, mas desta vez o humano o surpreendeu. 
              Antes que proferisse as palavras arcanas abateu-se sobre ele outra 
              bola de fogo, como a que recebera antes. Sofreu outros ferimentos 
              e desconcentrou-se, quebrando o ritual e perdendo o feitiço 
              que preparava. Kariel refez-se do ataque e jogou outro lance naquele 
              jogo de xadrez entre magos. Ele conjurou um relâmpago e as 
              ramas elétricas se espalharam atingindo o mago zentharim 
              e suas duplicatas. Duas delas desapareceram após receberem 
              a descarga elétrica. O homem então atacou, não 
              com o feitiço, mas com um golpe de seu cajado. Kariel então 
              resolveu partir também para o combate corpo-a-corpo. Pesou 
              nesta decisão o fato do Escolhido, devido aos combates no 
              campo de batalha e agora neste duelo, ter praticamente consumido 
              seu arsenal de encantos.
 Trocaram golpes 
              e a medida que Kariel acertava, foram sumindo as duplicatas até 
              que restasse apenas o original. O zentharim, então, invocou 
              um último encanto: um portal surgiu. Antes de passar pela 
              passagem mágica disse:
 
 "Vamos 
              ter que adiar este duelo, elfo, apesar de me considerar em vantagem!"
 "Isto é 
              o que você acha!", respondeu Kariel, que tentou ainda 
              acertar um golpe com sua espada, mas o adversário foi mais 
              rápido, escapando pelo portal.
 A Sorte de Arthos      Arthos 
              estava sentado do lado de fora do salão, refazendo-se do 
              ataque que recebera. Podia ouvir lá dentro o barulho de explosões 
              e as vozes dos magos lançando seus encantos. Estava realmente 
              debilitado. Sofrera bastante nas batalhas, em especial contra Korb 
              e o encanto que acabara de se abater sobre ele retirou muito de 
              suas forças. Mas Arthos não era de ficar parado e 
              levantou-se. Ia procurar Randal Morn. Ia, pois desceu as escadas 
              do andar acima Norda, o sacerdote orog de Gruumsh. O grande goblinóide 
              carregava uma maça e em suas vestes havia o símbolo 
              de seu deus. Ao ver Arthos parou:
 "Não 
              é possível. Meu exército ainda não se 
              livrou de todos estes ratos!", disse em língua comum 
              o sacerdote guerreiro do Pai dos Orcs.
 "Seu exército 
              já foi derrotado. A cidade já foi tomada. Renda-se 
              e admita sua derrota."
 "Jamais! 
              Venha, lute comigo!". Norda ficou parado e com um gesto chamou 
              Arthos para o combate..
 "Err... 
              adoraria lutar, mas... mas existem inocentes em perigo e eu estou 
              com pressa!", deu esta desculpa esfarrapada o elfo de cabelos 
              vermelhos, ensaiando uma finta para fugir do combate. Arthos sabia 
              que não ia durar muito contra este inimigo.
 
 Arthos correu, 
              passou por ele, e seguiu subindo as escadas desesperadamente. O 
              inimigo também correu, no encalço do desafortunado 
              Arthos. O herói chegou esbaforido no terceiro andar, olhou 
              para um lado, olhou para o outro e viu um quarto aberto. Não 
              teve dúvidas, entrou e fechou a porta. Mas rapidamente já 
              começou a ouvir o barulho dos chutes do inimigo, ameaçando 
              arrombar a porta. Arthos tentou procurar uma saída daquela 
              situação. A única que existia era a janela. 
              Não poderia pular, mas quem sabe conseguisse escalar para 
              o andar inferior. Esta era sua única chance e ele correu. 
              Antes que chegasse no seu objetivo, a porta foi arrombada e Norda 
              surgiu. O goblinóide conjurou um encantamento sobre Arthos 
              e este ficou completamente imóvel, como se fosse uma estátua. 
              Então, o clérigo de Gruumsh andou calmamente até 
              o elfo, e sacou de sua cintura uma imensa maça, cuja ponta 
              era cravejada de espinhos. Girou a arma sobre sua cabeça, 
              procurando ampliar a potência de seu golpe enquanto sorria. 
              Enquanto Arthos já se preparava para encontrar Kelemvor, 
              o Deus da Morte, cinco esferas de luz partiram da entrada do quarto, 
              e atingiram o orog, que caiu morto. Então aproximou-se de 
              Arthos, Melegaunt.
 
 "Devia 
              ter mais cuidado, elfo!", disse sorrindo o velho mago.
 O Acerto de Contas      O 
              grupo da Comitiva que combatia no campo aberto, formado por Magnus 
              e Bingo, Sirius, Limiekli, Mikhail e Laure reuniu-se e chegou no 
              castelo, após derrotarem muitos soldados no campo de batalha. 
              Subiram as escadas procurando por Randal Morn e seus amigos. No 
              segundo andar encontraram Kariel. O Escolhido, que acabara de combater 
              um mago em um duelo de magia, disse-lhes que separou-se de Arthos 
              e Randal. Enquanto Kariel procurava pelo Lorde no segundo andar, 
              o restante do grupo subiu as escadas em direção ao 
              terceiro e último pavimento. Lá havia um corredor 
              e várias portas. Mas o ruído de vozes chamou a atenção 
              dos heróis para um grande portão de madeira, que estava 
              entreaberto ao fundo do corredor. Correram e subiram uma escada 
              que dava num terraço. Lá encontraram Randal Morn, 
              que segurava a Espada dos Vales e olhava para Garekh Inklas, que 
              estava do lado oposto dele. O traidor segurava em sua mão 
              direita uma pequena besta, cuja seta apontava para o pescoço 
              de Madelyne, esposa do Lorde de Cachoeiras da Adaga. O vilão 
              a mantinha imobilizada em sua frente.
 "Não 
              tente nada, Randal, ou mato sua adorada Madelyne!"
 "Covarde. 
              Usando como escudo uma mulher indefesa. Solte-a imundo!"
 "Entregue-me 
              seu filho e eu a solto!", propôs Garekh.
 "Não 
              faça isto Randal!", gritou Madelyne.
 "Cale-se 
              cadela! Diga-me onde escondeu a criança!", bradou Garekh 
              irritado.
 A esposa de 
              Randal, conseguiu soltar um dos braços e empurrou Garekh, 
              tentando ir para a direção de seu marido. Naquele 
              momento, Garekh apontou sua besta e a seta atingiu Madelyne nas 
              costas. E ela caiu ao chão, agonizante.
 "Não! 
              Maldito!"
 
 Randal projetou-se 
              na direção de Garekh e antes mesmo que qualquer um 
              da Comitiva pudesse tomar alguma atitude, golpeou o inimigo com 
              fúria. A Espada dos Vales atingia Garekh implacavelmente. 
              Em um dos golpes arrancou a mão do traidor, que ainda segurava 
              a besta assassina, em seguida acertou-lhe o peito, fazendo-o cair 
              ao solo. Furioso, largou sua espada e começou a esmurrar 
              a o rosto de seu inimigo arrancando-lhes vários dentes. Quando 
              Randal percebeu que Garekh não poderia mais resistir, então 
              levantou o corpo do zhentarim e o atirou de cima da sacada, uma 
              queda de vinte metros foi o suficiente para quebrar todos os ossos 
              do vilão que gritou antes de tudo escurecer. Era o fim do 
              traidor e seu corpo se juntou aos demais cadáveres nas proximidades 
              do castelo. Em seguida, Randal correu para sua amada Madelyne. A 
              Comitiva também aproximou-se para examiná-la. Não 
              teria muito tempo de vida. Melegaunt, que assistiu a tudo, aproximou-se 
              de Madelyne, retirou a seta de suas costas, e colocou em sua boca 
              o conteúdo de uma poção que trazia em um frasco. 
              O rubor voltou a face da mulher e ela engasgou. Em seguida, Randal 
              carregou sua esposa e a levou para seu quarto, acompanhado da Comitiva. 
              Deitou a mulher sobre sua cama e foi até uma das paredes. 
              Tocou em um dos blocos de pedra e abriu-se um pequeno quarto secreto. 
              De lá saiu um menino, que abraçou o pai.
 
 "Alars! 
              Que bom que está bem!", disse o Lorde erguendo o garoto. 
              Randal explicou mais tarde à Comitiva que Garekh queria matar 
              o pequeno Alars, pois o Zentharim não deseja a formação 
              de uma dinastia em Cachoeiras da Adaga. Então os heróis, 
              agora vitoriosos, partiram para procurar sobreviventes e eliminar 
              os últimos focos de resistência do exército 
              Zentharim.
 Os Dias Seguintes      No 
              raiar do dia seguinte, já haviam começado os esforços 
              para a recuperação da cidade. Os corpos dos inimigos 
              foram queimados, enquanto os dos heróis que deram suas vidas 
              para recuperar a cidade foram enterrados. Algumas casas destruídas 
              começavam a ser reparadas e os prejuízos calculados. 
              A Comitiva e os soldados de Randal trouxeram de volta os moradores 
              de Cachoeiras da Adaga que tinham sido aprisionados por Gothyl, 
              que estavam na Aldeia do Amanhecer. Este retorno levou um pouco 
              de alegria à sofrida população, que temia pelo 
              destino de muitos de seus entes queridos. O clima geral na cidade 
              não era de comemorações. Pelo contrário, 
              o sentimento que dominava era o de tristeza e insegurança.O sacerdote 
              mor de Lathander no Vale da Adaga, Temeron, fora encontrado com 
              vida em uma masmorra, porém bastante ferido e mal tratado. 
              Recebeu o clérigo os cuidados médicos e encantos divinos 
              de cura de Mikhail, servo de Mystra e membro da Comitiva. Também 
              se recuperava Madelyne, esposa de Randal.
 Haviam passado 
              três dias do fim do conflito. Temeron havia melhorado e ajudou 
              também a curar as injúrias dos membros da Comitiva. 
              Lorde Randal Morn ficou todo o tempo, junto com seu filho Alars, 
              ao lado da esposa que agora, refeita do ferimento, apenas descansava 
              no quarto do casal. As vezes recebia, como agora, a visita da Comitiva, 
              mas não dissera uma palavra desde o dia em que recuperara 
              a cidade. Não parecia o governante confiante de antes e estava 
              sempre sorumbático e com um olhar distante. A Comitiva olhava 
              o Lorde e entendia sua dor, pois quase havia perdido sua cidade 
              e a pessoa quem mais amava. Porém, mesmo assim, Kariel resolveu 
              quebrar o silêncio e aproximou-se de Randal Morn:
      "Lorde 
              Randal", iniciou o elfo em voz baixa, "Peço perdão 
              por interromper este momento de dor, mas acredito que é nesta 
              hora que seu povo mais precisa da força de um líder. 
              As pessoas estão com medo de um novo ataque, de uma nova 
              derrota. Com medo de que a cidade definitivamente caia nas mãos 
              do Zentharim. Algumas mais desesperadas pensam em fugir daqui. Elas 
              precisam de uma palavra de alguém que tenha força, 
              carisma e prestígio perante eles. Talvez seja a hora de dizer 
              ao seu povo que eles não são derrotados e sim vitoriosos!""Sim, Lorde 
              Randal! Renove as esperanças deles!", disse Arthos.
 "Você 
              é a verdadeira muralha de Cachoeiras da Adaga!", Limiekli 
              , completou.
 "É 
              isto que temos para dizer, Lorde. A Comitiva o apoiará.", 
              terminou Kariel.
 Randal Morn, 
              que estava sentado, levantou-se e se pronunciou, após dias 
              de silêncio.
 "Estou 
              cansado. Queria apenas que este povo pudesse viver em paz . Nossa 
              terra é perigosamente próxima do Norte. Se possuísse 
              o poder dos deuses, com minhas próprias mãos retiraria 
              esta cidade daqui e a colocaria em outro lugar, mas não posso 
              fazer isto. Que direito teria eu para dizer a um de meus cidadãos 
              que perdeu dois ou três parentes neste conflito, que deva 
              ficar em Cachoeiras da Adaga? Não posso fazer isto."
 "Diga a 
              eles que a fuga não é solução. À 
              medida que deixarem esta cidade e se instalarem em outra, Cachoeiras 
              da Adaga será enfraquecida e cairá e as tropas do 
              Zentharim avançarão seus braços até 
              a próxima cidade, reiniciando o ciclo. Não há 
              como fugir eternamente. A única esperança é 
              resistir. O reino de onde vim já caiu, mas nosso povo o reergueu 
              e hoje ele se encontra firme. Não desistimos."
      Madelyne 
              ouviu aquelas palavras, levantou-se, olhou ternamente para o marido 
              e tocou-lhe a face. Randal viu os olhos do filho que o fitava e 
              falou em voz firme para seu escudeiro.      "Prepare 
              minha armadura. Tenho um pronunciamento a fazer!"      Randal 
              Morn, de novo o governante confiante de Cachoeiras da Adaga, deixou 
              o quarto e alguns minutos depois estava em uma sacada de seu castelo, 
              onde ,em ocasiões especiais como hoje, fazia seus pronunciamentos. 
              E estava o povo ao solo para ouvi-lo.      "Cidadãos. 
              Este é mais um dia de tristeza. Mais um dia em que nossa 
              pátria foi ferida. Sei que muitos tem o desejo de abandonar 
              a cidade, mas perguntem-se: onde neste mundo haverá lugar 
              seguro enquanto existirem forças como a de nossos inimigos, 
              como a do Zentharim. Acredito que o que nos faz seguros é 
              a nossa vontade de viver e apenas isto. Vocês lutaram bem. 
              Combateram por cada pedaço de terra de nossa cidade. São 
              vitoriosos. O que peço a vocês é que tenham 
              esperança e me concedam a chance de tornar este lugar um 
              local para se viver em paz!"      Um 
              cidadão bate palmas, e seu gesto é repetido por outros, 
              até que a multidão saudou o Lorde Randal Morn, governante 
              e herói de Cachoeiras da Adaga. Prenúncio de Uma Grande 
              Ameaça      Passaram-se 
              mais dois dias. A reconstrução continuava. O templo 
              de Lathander, quase completamente destruído pelas chamas, 
              foi o primeiro grande prédio a ser restaurado. Enquanto sua 
              igreja não ficava pronta, Temeron improvisou uma capela em 
              um salão do castelo do Lorde. Finalmente o clérigo 
              estava completamente recuperado de todas as seqüelas físicas 
              e psicológicas da invasão de Cachoeiras da Adaga. 
              Orava o clérigo quando chegaram até ele os membros 
              da Comitiva da Fé. Temeron então encerrou sua prece 
              e virou-se para os heróis.      "Salve 
              Comitiva! Desejam algo?""Senhor 
              Temeron", começou Kariel , "Quando encontramos 
              o covil de Gothyl fomos acompanhados por uma expedição 
              vinda do distante reino élfico de Evereska. Seu comandante, 
              um mago de nome Galaeron, lutou conosco contra a bruxa e foi o único 
              sobrevivente de seu grupo. Porém sofreu graves seqüelas 
              em uma explosão mística e encontra-se inconsciente 
              desde então. Ele vem sendo cuidado, mas receio que nossas 
              possibilidades não sejam suficientes para fazê-lo se 
              recobrar. Gostaríamos de saber se pode nos ajudar? Ele foi 
              trazido aqui para o castelo."
      Temeron 
              concordou e ver o elfo e foi levado pela Comitiva até o quarto 
              onde recebia cuidados. Temeron chamou mais dois clérigos 
              de Lathander e juntos examinaram o corpo de Galaeron. Concluíram 
              que a mente do mago de Evereska estava inacessível. Começaram 
              a realizar um ritual. Temeron por fim invocou um encanto divino 
              sobre o corpo do elfo e, para a surpresa e alegria da Comitiva, 
              Galaeron abriu os olhos.      "Onde 
              estou?", perguntou."Está 
              em Cachoeiras da Adaga.", respondeu Mikhail.
 "Agradeça 
              ao humano que o curou.", falou Kariel, lembrando que Galaeron 
              nutria preconceitos em relação aos humanos e que esta 
              seria uma boa hora para colocá-los em xeque.
 "Quem?", 
              perguntou.
 "Temeron, 
              sacerdote de Lathander.", informou Mikhail.
 "Muito 
              obrigado, humano. Mas o que aconteceu? Onde estão meus companheiros?"
 "Não 
              se lembra? Seus soldados estão mortos. Você foi o único 
              sobrevivente da expedição de Evereska.", disse-lhe 
              Arthos.
 Galaeron levantou-se 
              de seu leito desnorteado.
 "Não... 
              não pode ser!"
 "Infelizmente 
              não foi só isto. A bruxa Gothyl rompeu a aquela energia 
              negra, que deve ser a tal Muralha Sharn de que falava seu diário.", 
              continuou Arthos.
 "Sim. E 
              dela saíram estranhas criaturas de muitos braços. 
              Elas voaram caverna a fora.", completou Mikhail.
 "A Barreira 
              foi desfeita?! Não! Isto não podia acontecer. Deve 
              haver algum engano!".      Galaeron 
              estava completamente transtornado e um sentimento de tensão 
              se instalou em todos os presentes.
 "Sim. Vimos 
              a explosão e as criaturas que dela saíram. Esta Barreira, 
              como você chama, foi rompida.", confirmou o clérigo 
              de Mystra.
 "Isto é 
              uma catástrofe! Se o que vocês estão dizendo 
              for verdade, os dias de Faerûn estão contados!"
 
 
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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