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  O Rompimento da Muralha Sharn Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira,baseada no jogo mestrado por Ivan Lira
 
 
 
 Personagens da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli). 
              Os Elfos: Arthos Fogo Negro; Mikhail Velian; Kariel Elkandor. 
              O Halfling: Bingo Playamundo. Participação 
              Especial: Lorde Randal Morn.
 
  O Rompimento da Muralha Sharn 
      Através 
              de uma sacada, Randal Morn, o lorde de Cachoeiras da Adaga, fazia 
              reflexões consigo mesmo enquanto observava seu povo. A visão 
              das pessoas caminhando pelas ruas o tranqüilizava bastante, 
              porém uma dúvida incomodava sua alma, onde estarão 
              os demais desaparecidos? Ninguém mais do que ele sabia do 
              sofrimento que seu povo viveu durante os últimos anos. Sua 
              proteção era a única esperança que tinham 
              para a felicidade, pois o medo de uma nova invasão por parte 
              do povo do Mar da Lua e de outros exércitos incitava nos 
              moradores uma idéia de abandonar a cidade e habitar os outros 
              vales. Um homem de meia idade adentrou a sala interrompendo os pensamentos 
              do lorde.      "Senhor, 
              nada mais posso fazer pela Comitiva. A saúde deles está 
              intacta, mas seus corações ainda choram pelas vítimas 
              de Gryvus.""Sim 
              Temeron, eu percebi. Sei também que não temos remédio 
              para isso, mas acredito na coragem deles."
 "Sinto 
              um pesar em suas palavras milorde, algo o aflige além destes 
              fatos?"
 "Na 
              verdade sim, Temeron, o que teria acontecido se a Comitiva não 
              viesse nos ajudar? Seria eu capaz de salvar a cidade? Será 
              que eu ainda sou necessário para o povo? Ou apenas servi 
              para remover o poder zhentarim daqui?"
 "Mas 
              senhor, não seja tão duro consigo mesmo. Você 
              é o lorde Randal Morn, o senhor sempre será necessário 
              para o povo, seja de qualquer maneira. Não deixe que a dúvida 
              o atrapalhe."
 "Obrigado 
              Temeron, mas o que poderia me deixar satisfeito seria usar minha 
              espada mais uma vez, e com ela perfurar o âmago de meus inimigos."
      Uma 
              bela mulher surge no ambiente ouvindo as palavras do lorde, prontamente 
              Temeron a cumprimentou e pediu licença aos dois deixando-os. 
              Percebendo a melancolia nos olhos de seu marido, Madelyne pergunta:"O 
              que acontecerá agora, querido? Você .."
 "Sim 
              meu amor, irei para as Montanhas da Boca do Deserto. Temos esperança 
              de encontrar os outros desaparecidos."
 "Mas 
              este lugar é habitado por monstros, pode acontecer algo terrível 
              .."
 "Madelyne, 
              eu não posso ficar me escondendo atrás da Comitiva. 
              Esse é um problema nosso. Além do mais eles não 
              estarão aqui sempre. Eu preciso da confiança de meu 
              povo."
 "Sim, 
              eu sei .." Disse ela abrançando-o com medo que voltasse 
              como um defunto.
 "Querida, 
              será apenas uma pequena viagem. Cuide de Alars. Voltarei 
              o mais rápido possível." Terminou ele dando um 
              beijo na testa de Madelyne, e em seguida na sua boca.
      Antes 
              de sair do quarto, pegou a Espada dos Vales e a colocou na cintura. A partida      A 
              Comitiva queira partir no dia seguinte à batalha contra o 
              vampiro Gryvus e seus asseclas. Havia tanto do desejo de vingança 
              quanto a urgência em salvar as pessoas que ainda se encontravam 
              desaparecidas, porém todos ainda tinham que se recuperar, 
              tanto fisicamente, quanto mentalmente, depois dos horrores que testemunharam 
              nas catacumbas sob a mansão de Gryvus. Sendo assim, por recomendação 
              de Temeron clérigo-mor de Lathander no Vale da Adaga, ainda 
              permaneceram em Cachoeiras da Adaga por três dias. Neste período 
              foram enterrados os corpos retirados do santuário de Velsharoon. 
              Aqueles que puderam ser identificados receberam uma lápide 
              e o choro de seus familiares, mas outros tantos, tal o estado que 
              se encontravam, foram sepultados em uma cova coletiva, com a esperança 
              de seus parentes que estes restos não fossem de seus entes 
              queridos e que estes estivessem ainda vivos, esperando para serem 
              libertados por Randal Morn ou pelos estrangeiros do grupo conhecido 
              como Comitiva da Fé.      A 
              sacerdotisa de Velsharoon, capturada pela Comitiva e mutilada em 
              uma ação isolada e oculta de Sirius, pagou pelo seus 
              crimes com a pena capital: foi decapitada em praça pública 
              e hostilizada pelos moradores de Cachoeiras da Adaga, desejosos 
              de vingança. Sirius foi o único da Comitiva a estar 
              presente a este evento e quando o machado do carrasco se abateu 
              sobre a condenada, o aventureiro sorriu. "Era o fim de um grande 
              mal", pensou.      Na 
              manhã do terceiro dia, Lorde Randal foi até o aposento 
              onde estavam hospedados os membros da Comitiva. A visita foi recebida 
              com satisfação, pois era o sinal que a espera terminara 
              e que poderiam então partir para o caminho indicado no mapa 
              encontrado na propriedade de Gryvus e, esperavam, poderiam encontrar 
              as pessoas desaparecidas e devolver a tranqüilidade aos habitantes 
              daquele Vale.      "Comitiva. 
              Podemos partir hoje? Acreditamos que já estejam satisfatoriamente 
              recuperados.", disse o Lorde."Sim, 
              Lorde Randal. Quanto mais rápido formos, mais chances terão 
              aquelas pessoas desaparecidas.", respondeu Kariel.
 "Concordo.", 
              afirmou Magnus.
 "Não 
              sei nem porque demoramos tanto aqui. Por mim já devíamos 
              ter ido.", disse Arthos. O elfo de cabelos vermelhos, desacordado 
              que estava, não presenciou a cena macabra do ritual de Velsharoon 
              e desta forma não compreendia que aquele tempo de convalescença 
              servia também para limpar a mente de tão grotesca 
              visão.
 "Pois 
              bem.", concluiu Randal, "Então preparem-se e nos 
              encontraremos no pátio.". Em seguida, o Senhor de Cachoeiras 
              da Adaga deixou o quarto.
      Após 
              os preparativos, desceram os aventureiros às escadas e foram 
              até o pátio. Lá estava Randal, pronto para 
              a viagem e com ele haviam seis guerreiros, cinco homens e uma mulher. 
              A Comitiva argüiu o Lorde sobre a identidade daqueles soldados."Estes 
              são Myron, Danthius, Borna, Veltrin, Ronus e Khaitlin", 
              apresentou em ordem os homens e a mulher. "São nossos 
              soldados mais qualificados. Mas não devemos perder mais tempo 
              com amenidades, meus amigos. Vamos partir"
      O 
              grupo montou em seus corcéis e partiram. Deixaram o castelo, 
              e passaram pelo centro da cidade em direção ao portão 
              norte de Cachoeiras da Adaga. O povo, ao ver seu Lorde e aquela 
              Comitiva aproximou-se formando uma aglomeração. Começaram 
              a ser ouvidos aplausos. Randal saudou os seus cidadãos e 
              por parte da Comitiva fizeram o mesmo Kariel e Arthos (este último, 
              retirou o seu chapéu e com ele fez várias deferências). 
              Randal perguntou aos demais."Porque 
              não acenam para o povo?"
 "Acho 
              que apenas fizemos nossa obrigação e nada mais.", 
              disse Mikhail.
 "Devem 
              acenar. Retribuir a gratidão do povo é também 
              uma maneira de oferecer-lhe esperança e confiança. 
              Depois que tornei-me Lorde entendi isto."
 "É, 
              pessoal! Retribuam o carinho do público!", comentou 
              Arthos.
 Então 
              a Comitiva toda saudou o público, enquanto se afastava das 
              construções e atravessava os portões rumo às 
              Montanhas Boca do Deserto.
 Conversas pelo caminho      Os 
              heróis cavalgaram e viram aos poucos a vegetação 
              ir se alterando. As árvores frondosas foram substituídas 
              por outras mais frágeis, de tronco retorcido e fixadas em 
              um solo seco e arenoso. Depois de algumas horas de cavalgada silenciosa, 
              Randal perguntou a Comitiva.      "Vocês 
              têm alguma idéia sobre o que poderemos enfrentar?""Ainda 
              acho que encontraremos a bruxa Gothyl, e temo, outros inimigos a 
              exemplo de Gryvus"
 "Devo-lhes 
              contar-lhes mais sobre o que sei sobre Gothyl. A bruxa me prendeu, 
              anos atrás, em uma espécie de globo de energia enquanto 
              preparava um ritual. Fui salvo, mas ela conseguiu aumentar seus 
              poderes e fugir. Vocês irão notá-la. Ela nunca 
              toca os pés no solo. Sempre está flutuando."
 "Não 
              a perseguiu depois disto?", quis saber Sirius.
 "Ela 
              desapareceu. Nunca consegui encontrá-la novamente. Devo-lhes 
              alertar-lhes também que, quando me capturou, Gothyl tinha 
              a aparência de uma morta-viva e que depois do ritual, assumiu 
              um aspecto mais humano, ainda que sua pele acinzentada ainda denunciasse 
              sua essência maligna."
 "Magnus.", 
              chamou Kariel a atenção do paladino, "Será 
              que esta Gothyl é uma lich?"
 "Kariel, 
              apesar de termos combatido o lich Morienus, acho que você 
              é mais indicado para fazer estas distinções."
 "O 
              que vocês estão falando? O que é um lich?", 
              perguntou Limiekli que não estava entendendo nada.
 "É 
              uma espécie poderosa de morto-vivo. Normalmente magos que 
              renunciaram a vida para aumentarem o seu poder. Caso ela seja uma 
              lich, teremos bastante trabalho."
 "Espero 
              que minhas armas funcionem contra esse tal lich.", falou Sirius 
              olhando para sua espada.
 "Elas 
              terão que ser encantadas para atingir tal criatura. Mas a 
              especulação é inútil. O que quer que 
              seja teremos que enfrentar."
 "E 
              essa Gothyl, Lorde Randal... adora alguma divindade, comanda algum 
              tipo de culto?", questionou Mikhail, clérigo de Mystra.
 "Não 
              que eu saiba. Ela normalmente possui escravos goblinóides, 
              que comanda magicamente.", respondeu o Lorde.
 "Bah! 
              Vocês estão se preocupando a toa. A Comitiva já 
              enfrentou um monte de inimigos e sempre venceu!", disse o valente 
              halfling Bingo.
 "Existe 
              uma lei que percebo em nossas andanças: por maior que seja 
              os nossos inimigos, sempre parece haver algum ainda mais poderoso.", 
              falou Kariel.
      A 
              Comitiva cavalgou durante a manhã e no início da tarde 
              chegaram á um sítio plano, aos pés das montanhas. 
              Randal Morn parou seu cavalo e informou aos demais sua intenção 
              de acampar naquele local. De lá poderiam partir em expedição 
              para explorar as vizinhanças. Os seus companheiros de viagem 
              concordaram e começaram a montar as barracas. Foi interessante 
              notar a disposição de Randal, que mesmo nobre, não 
              se esquivou do trabalho de armar as tendas junto com seus soldados 
              e com os membros da Comitiva. Após o trabalho feito, Randal 
              sugeriu o envio de um batedor para averiguar as redondezas. Limiekli, 
              o ranger, se ofereceu e partiu. Voltou cerca de quarenta minutos 
              depois. Vinha apressado e desmontou na direção onde 
              se reuniam os membros da Comitiva e Lorde Randal.      "Vocês 
              têm que ver isto!", exclamou."Ver 
              o quê?, perguntou Sirius.
 "Existe 
              um outro acampamento aqui perto. Cinco barracas.", respondeu 
              o ranger.
 "Acampamento? 
              Humanos, orcs?", Arthos questionava ansioso.
 "Elfos!", 
              disse Limiekli.
 "Elfos!?", 
              exclamaram em uma só voz Arthos, Mikhail e Kariel, que não 
              esperavam que um grupo de sua raça estivesse em um lugar 
              desolado como esse.
 "Vamos 
              até lá!", Arthos deu a idéia.
 "Tenham 
              cuidado. Estes elfos podem ser também inimigos!", advertiu 
              Mikhail.
 "Sugiro 
              irmos juntos e armados! Preparados para quaisquer eventualidades.", 
              sugeriu Randal. Assim, então, eles partiram em seus cavalos.
      Cavalgou 
              o grupo poucos minutos, através de uma trilha sinuosa em 
              meio à vegetação rasteira e logo surgiram as 
              cinco tendas brancas. Não eram simples barracas, como as 
              armadas pelos soldados de Randal. Eram tendas de elfos e como tais 
              refletiam o gosto destes pelas coisas belas. Para os verdadeiros 
              elfos nada devia ser comum, e não eram comuns aquelas tendas: 
              tinham uma base pentagonal e o tecido era fino, ornado com desenhos 
              e inscrições. Protegiam o acampamento dois elfos, 
              que agitaram-se, sacaram suas armas e foram em direção 
              dos aventureiros que se aproximaram.      "Alto. 
              Quem são vocês?", falou o sentinela na língua 
              do povo antigo."Viemos 
              em paz.", disse Arthos.
 "Sou 
              Lorde Randal Morn, do Vale da Adaga. Estamos em viagem, acampados 
              próximo daqui. Talvez fosse interessante trocarmos algumas 
              informações.". Os elfos pouco deram valor às 
              palavras de Randal, apesar de terem entendido a fala no idioma comum. 
              Neste momento, Mikhail reconheceu um símbolo que constava 
              na armadura de um dos guardas e os saudou.
 "Salve, 
              irmão de Evereska! Sou Mikhail Velian e também vim 
              de seu reino."
 "É 
              um Velian? Realmente há uma Casa Velian em Evereska. Neste 
              caso sejam bem-vindos. Sou Gwaveron. Vou levá-los ao nosso 
              comandante. Porém peço que apenas os elfos e o humano 
              nobre venham comigo."
      O 
              restante da Comitiva, mesmo um pouco chateado por ter sido excluído 
              da entrevista, resolveu concordar e permanecer do lado de fora, 
              a espera dos companheiros. Gwaveron caminhou com os quatros visitantes 
              até em uma tenda majestosa, a maior delas. O guarda elfo 
              pediu para que aguardassem do lado de fora e entrou. Poucos minutos 
              depois retornou e mostrou o caminho até um dos quartos da 
              tenda. Havia uma bela cama e prateleiras com frascos e objetos decorativos, 
              um luxo que os humanos não consideravam em uma moradia provisória 
              como um acampamento. Sentado em uma escrivaninha estava um elfo 
              de cabelos negros, trajado em um robe fino, que falou em élfico."Chamo-me 
              Galaeron Nihmedu de Evereska. Quem são vocês?"
 "Salve! 
              Sou Mikhail Velian e estes são meus companheiros Arthos, 
              Kariel e o Lorde Randal Morn, do Vale da Adaga. Estamos surpresos 
              em encontrar um acampamento élfico em lugar tão isolado."
 "O 
              mesmo digo de encontrar três elfos rodeados de humanos."
 "Diga-nos, 
              senhor.", falou Arthos, "O que traz vocês aqui?"
 "Investigamos 
              uma atividade mágica na região."
 "Também 
              procuramos por algo. Pessoas desaparecidas do Vale da Adaga", 
              comentou Mikhail. Neste momento, Lorde Randal interferiu também. 
              Apesar de não falar élfico, o Lorde disse em comum, 
              acreditando na compreensão de Galaeron de seu idioma.
 "Procuramos 
              por uma bruxa chamada Gothyl. Ela raptou muitos de meu povo."
 "Gothyl? 
              Nunca ouvi falar.", disse também em comum Galaeron. 
              "Porém meus soldados estão procurando algo na 
              região. Enquanto a vocês, acho que não deveriam 
              permanecer aqui. Há notícias de criaturas perigosas 
              na área. Deixem este problema conosco e partam antes que 
              se machuquem.".
 "Ora!", 
              Arthos começou e todos já sentiam que ele iria dizer 
              algo impensado, "Você nos subestima e a seus inimigos. 
              Quem age desta forma não pode ser sábio!". Porém, 
              Galaeron não se abalou e disse apenas.
 "Por 
              enquanto a audiência termina aqui. Podem acampar nas proximidades 
              se desejarem.", disse o elfo, agora voltando seus olhares para 
              alguns documentos que começou a escrever. Gwaveron, o guarda, 
              então os reconduziu para junto dos outros. Então a 
              Comitiva da Fé, Randal Morn e seus soldados voltaram para 
              o acampamento de onde haviam partido.
      Estavam 
              aborrecidos com o tratamento frio dispensado pelos elfos e em especial 
              Arthos, que vivera muito tempo entre os humanos e não conseguia 
              se habituar com o tom de superioridade de alguns de seu povo. Mikhail 
              justificou a distância entre elfos e humanos referindo-se 
              a conflitos históricos do passado e Kariel lembrou a Arthos 
              que a falta de conhecimento da sociedade humana é que geram 
              as generalizações e o preconceito de alguns povos 
              élficos. Já Sirius estava confuso, pois sempre pensou 
              que todos os elfos eram amistosos como os que lhe acompanhavam naquele 
              instante e começava a concluir que aqueles não faziam 
              parte da regra, e sim da exceção. Além da distância 
              dos elfos de Evereska, outro assunto tomou corpo nos debates: o 
              motivo pelo qual um povo de um reino tão distante estaria 
              aqui nestas montanhas. Deveria ser algo grave, oculto por Galaeron, 
              era o que pensavam.       A 
              noite caiu e os aventureiros dormiram, a exceção de 
              Kariel e Arthos, que resolveram fazer uma visita oculta ao acampamento 
              de Evereska, em busca de alguma pista do motivo da presença 
              daqueles elfos nas Montanhas Boca do Deserto. Porém a busca 
              foi em vão: penetrar nas tendas era arriscado demais e não 
              queriam ter aquele povo como inimigo. Voltaram. Na manhã 
              seguinte, logo cedo, dois guardas de Evereska chegaram no acampamento 
              e pediram que os elfos os acompanhassem. Kariel, Arthos e Mikhail 
              atenderam o pedido e foram novamente levados a presença de 
              Galaeron. O comandante da expedição de Evereska lhes 
              revelou que seus batedores haviam descoberto uma caverna guardada 
              por dois orogs e que iriam penetrá-la no nascer do sol do 
              dia seguinte. Se desejassem, poderiam unir-se a eles na empreitada. 
              Ficaram então os elfos de perguntarem a Lorde Randal o que 
              ele achava da proposta e assim a questão foi levada ao Senhor 
              de Cachoeiras da Adaga. Randal deixou claro que não se considerava 
              líder da expedição e que estava em igualdade 
              com os membros da Comitiva na tomada de decisões. Ouviu então 
              o Lorde a sugestão de concordar com a proposta de Galaeron 
              e assentiu, sendo seguido pelos demais aventureiros. Então 
              resolveram unirem-se aos elfos de Evereska ao raiar do dia. A Noite no Acampamento      Aquela 
              era a noite que antecedia o início da missão com os 
              elfos de Evereska. A Comitiva de maneira geral já estava 
              acostumada com este tipo de acontecimento, afinal já haviam 
              experimentado muitas situações semelhantes, mas para 
              os soldados de Randal, enfrentar monstros e ver tantos elfos de 
              uma só vez era uma grande novidade. Os aventureiros, nesta 
              hora tardia, já dormiam, a exceção de Sirius 
              que conversava com os soldados Myron, Danthius, Veltrin e Khaitlin, 
              sentados em volta de uma fogueira, e de Magnus, que ajudava Borna 
              e Ronus na ronda noturna. Em volta da fogueira, Danthius iniciou 
              uma conversa.      "Estes 
              elfos...viram as barracas de acampamento deles? São enormes 
              e tão bem trabalhadas. São obras de arte!""Não 
              se espante, Danthius! Estes elfos são assim mesmo. Pense 
              bem... conheci um deles chamado Villayete. Tinha mais de quinhentos 
              anos de idade. Eles vivem tanto que podem se dar ao luxo de gastar 
              tempo para fazer uma barraca como aquelas. Não devem ter 
              muito o que fazer. Aposto que passaram dez anos somente para projetar 
              aquelas tendas.", comentou Sirius.
 "Você 
              disse quinhentos anos de idade? Não é possível? 
              Como podem viver tanto? E estes que estão aqui?", perguntou 
              Myron.
 "Os 
              outros não sei ao certo, mas Arthos tem mais de 100 anos 
              com certeza!"
      Khaitlin 
              não prestava atenção sobre o assunto dos elfos. 
              A jovem somente esperava ansiosa o seu colega Ronus retornar de 
              seu turno de vigia no lado leste do acampamento para substituí-lo. 
              Poderia parecer ao desavisado que Khaitlin tinha um grande senso 
              do dever, mas seus motivos não eram tão profissionais. 
              Era que Magnus, o paladino de Helm, também estava guardando 
              o lado leste e sua beleza tinha feito mais um coração 
              cativo. Era uma oportunidade, quem sabe, de iniciar uma aproximação 
              com o belo guerreiro da Comitiva. Ronus, após intermináveis 
              minutos para a Khaitlin, chegou próximo da fogueira.      "É 
              sua vez, Khaitlin!""Ótimo!", 
              disse sorridente. "E Magnus!? Ele está lá, não!?"
 "Estava 
              até a pouco. Agora está na ala oeste!"
      Neste 
              momento, o sorriso da moça desapareceu e a ronda deixou de 
              ser interessante. E assim a noite passou e o dia começou 
              a raiar. Um Novo Mestre      Em 
              outro lugar de Faerûn, especificamente numa fortaleza conhecida 
              por Amyr Ibicus, localizada em Cormyr. Um homem, o senhor do forte, 
              pensava em como as coisas poderiam ser diferentes. Um mago de guerra 
              estava a sua presença no seu gabinete."Torkan, 
              meu amigo, recebi a poucos dias uma mensagem da corte real. Eles 
              estão muito descontentes com meus serviços, marcarão 
              meus passos a partir de agora. Serei excluído das missões 
              mais importantes. Isso tudo só pode ser culpa de Thistle 
              e aquele bando de aventureiros. Eles atraíram aqueles vilões 
              para cá e agora eu sou o responsável pelo fracasso 
              em proteger o herdeiro."
 "Que 
              terrível notícia, Lovering. Pensaremos numa medida 
              estratégica para recuperar seu respeito."
 "Na 
              verdade eu já pensei. Participarei da guerra mais ativamente. 
              Se minhas tropas recuperarem uma cidade nossa das mãos de 
              Vorik, então será o início de uma reconciliação. 
              Por isso enviei vários homens as fileiras do norte onde o 
              combate é mais intenso."
 Não 
              sabia Lovering, mas sua decisão fora inoportuna, talvez por 
              azar de Beshaba, pois fora dos portões alguns homens esperavam 
              a ordem de seu líder que desejava invadir Amyr Ibicus.
      "Senhor, 
              estamos prontos. É só dar a ordem." Disse um 
              sacerdote de Bane."Ótimo, 
              ataquem agora, mas lembrem-se, não matem o anfitrião." 
              Ordenou um homem em armadura negra, debaixo de seu braço 
              repousava um elmo em forma de crânio.
      Um 
              mercenário pulou os enormes muros e burlou os guardas com 
              bastante habilidade, foi até a alavanca que movia a ponte 
              levadiça que dava acesso a fortaleza e cortou a garganta 
              do guarda que a tomava conta. Destravou a alavanca e abriu os portões, 
              os soldados se assustaram com aquilo e foram em disparada ver o 
              que estava acontecendo, infelizmente foram vítimas de um 
              estranho gás que os deixou atordoados, com isso ficaram vulneráveis 
              a disparos de flechas que tiraram suas vidas. Os mercenários 
              foram abatendo os soldados facilmente pelo fator surpresa. Se todo 
              o contingente estivesse ali não seria tão fácil 
              uma invasão.      De 
              repente uma esfera em chamas dizimou vários dos invasores. 
              Fora lançada por um mago de guerra. O sacerdote de Bane se 
              apresentou a batalha e após um combate mágico, pegou 
              sua maça e esmagou o crânio do mago. Conseguiram eles 
              abrir caminho até o salão principal, lá finalmente 
              o invasor ficou frente a frente com o senhor local, o cavaleiro 
              Lovering."Você? 
              Foi você que estava aqui naquele dia combatendo a Comitiva!" 
              Disse Lovering perplexo ao ver um homem em armadura negra com um 
              crânio incandescente.
 "E 
              você é o idiota que manda aqui. Implore e eu não 
              o matarei."
 "Nunca, 
              nunca sem lutar." Desembainhou então uma espada e foi 
              de encontro ao ser das trevas.
 O 
              ser negro sacou um cabo de espada com uma lâmina de energia. 
              Defendeu o golpe de Lovering facilmente e completou com um soco 
              na face do cavaleiro fazendo-o cair longe.
 "Você 
              é apenas um inseto para mim, não perderei mais tempo 
              com você. Ficará vivo junto com a vergonha de ser um 
              fracasso." Decidiu o ser, deste modo os mercenários 
              amarraram Lovering e o encarceraram.
      Logo 
              depois, o guerreiro de armadura negra foi até um determinado 
              corredor e abriu uma passagem secreta que dava acesso a um refúgio 
              oculto. No final chegou a uma caverna subterrânea onde uma 
              nau flutuava. O ser deu uma boa olhada em seu veículo e quando 
              estava prestes a entrar nele ouviu uma voz."Voltou 
              aqui como eu supunha. Se quiser ser alguém neste mundo deve 
              tomar certas precauções." Disse uma figura nas 
              sombras.
 "Quem? 
              Quem está aí?"
 "Com 
              o tempo você aprenderá, mas tudo depende de seu discernimento. 
              Você é o pai do deus falecido Cyric, e ficou conhecido 
              por Nêmesis, o arauto da morte. Atente para sua posição 
              e talvez alcançará sucesso."
 "O 
              quê? Você? Eu não imaginava .." Disse Nêmesis 
              surpreendendo-se com a identidade da misteriosa figura.
 "Seu 
              antigo mestre era um tolo imbecil, una-se a mim e seu poder será 
              elevado."
 Após 
              um momento de hesitação, Nêmesis lentamente 
              se ajoelhou e disse "Sim meu mestre."
 "Ótimo 
              pegue sua nau e vá até este lugar." Disse a figura 
              entregando-lhe um pequeno mapa.
 Nêmesis 
              se levantou, foi até seu spelljammer e lembrou-se "Mestre, 
              o que faremos com a Comitiva da Fé?"
 "Por 
              enquanto nada, temos coisas mais importantes a fazer." Disse 
              o ser misterioso antes de desaparecer nas sombras.
 A Missão      O 
              dia chegou e a Comitiva, Randal Morn e seus soldados estavam prontos 
              na frente do acampamento, onde aguardavam o batedor dos elfos para 
              guiar o grupo conjunto à entrada da caverna. Galaeron, que 
              portava um cajado, e três guardas esperavam também. 
              Eis que então chegou o aguardado batedor. Antes de seguirem, 
              o elfo, que apresentou-se ao grupo vindo do Vale da Adaga como sendo 
              Ephastomeles. Galaeron sugeriu a Randal que não levasse todos 
              os seus soldados. Disse ele que poderia ser muito perigosa a empreitada 
              para aqueles homens. Randal ponderou e decidiu acatar a sugestão, 
              levando Veltrin e Ronus e ordenando os demais que guardassem o acampamento. 
              Alguns membros da Comitiva não gostaram da sugestão. 
              Afinal, se os soldados elfos de Evereska poderiam lutar, porquê 
              não os humanos do Vale da Adaga? E foi Sirius falar sobre 
              isto em voz baixa com Randal Morn.      "Lorde 
              Randal. Não estou agüentando a prepotência destes 
              elfos. Dispensar os nossos soldados enquanto os deles podem combater? 
              Porque o senhor concordou com isto?""Entendo 
              o seu descontentamento, mas estou incerto sobre o que encontraremos. 
              Estes soldados já combateram homens, mas monstros nunca. 
              É melhor que a maioria fique. Não quero mais familiares 
              lamentando mortes de entes queridos em Cachoeiras da Adaga."
      Então, 
              partiram Galaeron e seus quatro soldados, Randal Morn e seus dois 
              e a Comitiva da Fé com seus sete membros. Percorreram por 
              cerca de quarenta minutos uma trilha montanhosa até uma planície 
              onde se podia ao longe ver a entrada de uma caverna, bem como os 
              sentinelas orogs, grandes goblinóides, que guardavam a entrada. 
              Ao chegarem Efastômeles anunciou.      "Irei 
              com Moruntyr dominar os orogs. O restante deve ficar. A luta pode 
              ser perigosa!""Eu 
              irei também!", voluntariou-se Kariel. Arthos, porém 
              chegou-se ao amigo, segurou-lhe o braço e na surdina disse-lhe:
 "Deixe 
              eles irem, Kariel. Vamos ver se são tão bons como 
              fazem parecer."
      Kariel 
              assentiu e assim foram os dois elfos de Evereska, observados a distância, 
              em direção a caverna. Ephastomeles e Moruntyr foram 
              silenciosos e sorrateiros, escalando uma parede rochosa e se colocando 
              sobre a entrada guardada pelos orogs. Posicionaram-se acima de seus 
              inimigos e quando encontraram o momento adequado saltaram sobre 
              eles. Começou então o combate. Os inimigos, surpresos, 
              sofreram os primeiros golpes sem oferecer resistência. Enquanto 
              Ephastomeles combatia com sua espada um dos inimigos, Moruntyr afastou-se 
              e velozmente pôs seu arco em ação, disparando 
              setas contra o outro. O orogs esboçaram uma reação: 
              o que lutava contra Ephastomeles golpeou-lhe, tingindo sua cota 
              de malha de sangue e o adversário de Moruntyr, mesmo com 
              três flechas no corpo, aplicou-lhe um potente soco, fazendo-o 
              derrubar o arco. Apesar dos reveses, os elfos triunfaram: após 
              mais alguns ataques, os orogs se renderam e foram levados até 
              os invasores ocultos. Arthos, não perdeu a chance de provocar 
              os elfos, vendo que os soldados voltaram feridos do combate.      "Galaeron. 
              Deveria ter trazido soldados de elite para uma missão como 
              esta.""A 
              escolha de soldados é assunto que diz respeito à corte 
              de Evereska.", falou secamente.
      Longe 
              de provocar algum constrangimento, isto divertiu Arthos e outros 
              membros do grupo vindo do Vale da Adaga, ansiosos por revidar o 
              tom de superioridade com que os elfos de Evereska os tratavam. Magnus 
              foi quem pediu para quem o elfo parasse com este tipo de provocação. 
              Kariel aproximou-se dos orogs e iniciou um diálogo no idioma 
              orc, que aprendera em seu reino natal. Porém, antes que qualquer 
              frase fosse terminada, foi interrompido por Galaeron, que bradou 
              indignado.      "Um 
              elfo falando orc?! Gastou seu tempo aprendendo esta língua 
              imunda!". Kariel virou-se e respondeu."Deveria 
              ser mais inteligente. Falar a língua do inimigo pode ser 
              essencial para descobrir seus planos. Aprendemos isto em meu Reino!", 
              rebateu Kariel.
 "E 
              deveria ser menos arrogante também. Poderia começar 
              revelando o que realmente veio fazer aqui!", disse Mikhail, 
              que estava irritado com o comportamento de Galaeron. Este então 
              respondeu ao clérigo de Mystra.
 "Nada 
              devo a vocês. Apenas respondo a corte de Evereska. Vieram 
              conosco porque assim quiseram. Não há mais nada para 
              dizer. Se quiserem interrogar estas criaturas, que o façam." 
              Galaeron então afastou-se alguns metros com os seus elfos. 
              Kariel então reiniciou seu diálogo com as criaturas.
      "Vocês 
              estão derrotados. É melhor nos darem informações, 
              caso contrário não terão mais nenhuma serventia 
              para nós!"      Os 
              orogs ficaram em silêncio. Kariel insistiu novamente, mas 
              não obteve resposta. Veio então Arthos e chamou-lhe, 
              junto com outros membros da Comitiva. Tinha uma idéia: os 
              dois orogs estavam bastante feridos e poderiam fazer uma barganha. 
              A sugestão de Arthos era cuidar dos ferimentos do orog que 
              fornecesse algum tipo de informação e libertá-lo. 
              Aquele que não colaborasse continuaria ferido e sujeito a 
              ter sua condição de saúde sob risco, e ainda 
              iria enfrentar a justiça do Vale da Adaga. Mikhail, que conhecia 
              como parar sangramentos e fazer curativos e talas, não gostou 
              muito da idéia de suas técnicas médicas naqueles 
              inimigos, mas ao fim concordou. Então retornou Kariel aos 
              orogs.      "Pois 
              bem. Eu e meus companheiros resolvemos a situação 
              de vocês. Aquele que falar terá cuidados médicos 
              e libertado após o término desta situação. 
              O que continuar escondendo o que sabe continuará ferido e 
              será levado conosco, se resistir, para as masmorras. Vocês 
              escolhem!""Como 
              saberemos se diz a verdade!?", falou em fim um orog.
 "Criaturas 
              como vocês não tem honra, mas nós temos. De 
              qualquer forma terão que confiar. Na posição 
              de vocês não há escolha."
 Os 
              orogs se olharam durante alguns momentos, até que um deles 
              recomeçou a falar, afoito.
 "Eu 
              digo! Eu digo! Eu sei mais que ele. Me libertem."
 "Espere!", 
              olhou o outro para o seu colega ao lado, "Porque você 
              sabe mais, seu idiota?"
 "Eu 
              sou o líder, seu estúpido!", respondeu.
 "A 
              senhora Gothyl disse que não há líderes!"
 "Seu 
              idiota. Está falando antes da hora!"
      Os 
              orogs começaram uma briga entre si. Mesmo amarrados procuravam 
              dar cabeçadas, chutes e mordidas um no outro. A preocupação 
              da Comitiva era que, com os dois bastante feridos, acabassem se 
              matando e ninguém então saberia de nada. Então 
              separaram os orogs e Kariel disse-lhes.      "Não 
              é necessário matarem-se, criaturas! Os dois podem 
              ser libertados caso nos dêem alguma informação!"      O 
              orogs então começaram finalmente a falar. Disseram 
              que eram servos da bruxa Gothyl e que havia mais alguns da raça 
              deles dentro da caverna, em uma sala onde não tinham acesso. 
              Informaram também que muitos humanos haviam sido levados 
              para dentro por um homem e uma mulher, alguns dias atrás. 
              A descrição fornecida pelos orogs era muito semelhante 
              a de Lorde Gryvus. Não sabiam muito mais. Então, no 
              cumprimento do acordo, Mikhail retirou de sua bagagem ungüentos 
              e faixas, dando os primeiros socorros aos seus adversários, 
              que depois de uma batalha e da briga entre si, dificilmente resistiriam 
              por muito tempo sem aqueles cuidados. Após o atendimento, 
              os orogs foram novamente amarrados e levados ao acampamento pelos 
              soldados de Randal. Somente seriam libertados após o término 
              da missão, afim de evitar possíveis traições, 
              algo muito comum na cultura destas criaturas.       Após 
              o retorno dos soldados humanos, os elfos de Evereska novamente se 
              aproximaram. Era possível notar que Ephastomeles e Moruntyr 
              não estavam mais feridos, provavelmente curados por algum 
              tipo de encanto. Decidiram prosseguir e adentraram a caverna, iluminados 
              pela lanterna de Bingo e uma outra levada por um soldado de Evereska. 
              Porém o aposento não estava em trevas. Tochas iluminavam 
              o ambiente e pôde-se ver feno no chão e cavalos. Era 
              uma espécie de estábulo. O grupo seguiu adiante por 
              um corredor que se revelava a diante e acabou chegando em outro 
              salão, muito maior que o anterior, tanto na largura, quanto 
              na altura. Um dos trechos do enorme salão era iluminado por 
              uma grande abertura no teto. Enquanto os exploradores percorriam 
              com os olhos o local, uma voz potente e gutural pôde ser ouvida 
              vinda da escuridão.      "Quem 
              invade os domínios de Nabanascor?""Viemos 
              pelos humanos!", disse Kariel.
 "E 
              por Gothyl!", completou Arthos Fogo Negro.
 "Os 
              humanos são nossos e eu protejo a senhora Gothyl. Serei clemente 
              com vocês. Deixem imediatamente este local e não serão 
              molestados."
 "Não 
              queremos a clemência e iremos lhe livrar do encargo de protetor 
              de Gothyl", bradou Arthos.
 "Eu 
              os preveni. Agora morrerão!"
      De 
              uma parte escura do gigantesco salão, saiu uma também 
              gigantesca criatura. A visão aterradora de um dragão, 
              de escamas negras e ao mesmo tempo translúcidas, que pareciam 
              aprisionar algum tipo de energia sombria, projetou-se para a frente. 
              Neste momento, os soldados de Randal, recuaram e ficaram imóveis. 
              Nunca foram preparados para tal terror. O monstro inflou o peito, 
              abriu sua enorme boca e expeliu uma nuvem negra que atingiu Arthos 
              e Kariel. Imediatamente os dois sentiram-se enfraquecidos, como 
              se parte de seu vigor físico fosse-lhes arrancada de repente. 
              Os demais sacaram suas armas, mas foram interrompidos por Galaeron. 
              O elfo pediu para que aguardassem por um momento e conjurou um encanto. 
              Assim que terminou de proferir as palavras mágicas, surgiram 
              quatro esferas, incandescentes como magma, sobre o corpo do dragão. 
              Em seguida, elas desabaram sobre o inimigo, causando uma explosão 
              que fez a criatura urrar de dor. Então os exploradores partiram 
              para o combate. A maior parte da Comitiva aproximou-se do dragão 
              para desferir seus golpes, enquanto os soldados de Evereska escolheram 
              utilizar de seus arcos para tal tarefa. Mikhail lançou um 
              encanto divino, que influiu na precisão dos golpes de seus 
              aliados e em seguida usou seu martelo contra a criatura. Magnus 
              e Bingo atacaram em um dos flancos e Arthos e Kariel em outro. Limiekli 
              e Sirius disparavam suas setas, porém sem obter sucesso. 
              O combate prosseguiu com intensidade. A criatura proferiu algumas 
              palavras no seu estranho idioma e parte de seus ferimentos magicamente 
              se fecharam. Foi a hora do revide. Com grande velocidade, Nabanascor 
              atingiu Magnus com um poderoso golpe de sua pata dianteira, ferindo 
              bastante o paladino de Helm. Mikhail correu para acudi-lo e lançou 
              sobre ele um sortilégio de cura. Galaeron lançou outra 
              de suas magias e brilhantes pontos de luz deixaram suas mãos 
              para atingir a criatura. Magnus refizera-se e deu um novo golpe, 
              desta vez mortal, fazendo tombar o monstro. Parte da Comitiva estava 
              surpresa.      "Pensei 
              que este combate duraria mais!", falou Arthos, lembrando de 
              seus outros encontros com dragões."Vocês 
              tiveram sorte. Este não é um Grande Ancião, 
              mas um dragão de menor poder.", disse Galaeron.
      As 
              curas divinas foram ministradas por Mikhail, sobretudo em Magnus, 
              que foi o mais atingido. Arthos, que já fora mago no passado, 
              e Kariel, mago e Escolhido da Deusa da Magia estavam impressionados 
              com algo durante a batalha. Sabiam eles que o primeiro encanto utilizado 
              por Galaeron somente poderia ser conjurado por um arcano poderosíssimo. 
              Aquilo aguçou a curiosidade de Arthos, que comentou com o 
              comandante da expedição de Evereska.      "Reconheço 
              aquele encantamento que lançou em Nabanascor. Somente o vi 
              sendo lançado pelo deus Bane e por Elminster. Isto me impressionou. 
              Deve ser um arcano de grande poder e pessoas assim não se 
              metem em aventuras a toa. Novamente nos encontramos com a questão: 
              o que realmente veio fazer aqui? O que esconde de nós."Galaeron, 
              voltou-se sério para o grupo e respondeu a Arthos.
 "Não 
              lhes escondo nada, justamente por não ter o dever de dizer 
              nada a vocês. Somente devo respostas a corte de Evereska."
 "Não 
              questionamos seu dever, mas tudo seria mas fácil se soubéssemos 
              todas as informações.", insistiu Kariel.
 "Repito 
              que a decisão de vir foi de vocês. Também estou 
              aqui investigando e não tenho nada a dizer. Façam 
              apenas a sua parte.", disse Galaeron, afastando-se.
      A 
              Comitiva não compreendia e estava visivelmente descontente 
              com o comportamento de Galaeron. Randal Morn dispensou seus guardas, 
              que pediram desculpas por ficarem sem ação diante 
              do dragão, e os mandou de volta. O Lorde de Cachoeiras da 
              Adaga compreendeu a situação daqueles homens. Sabia 
              que eles ainda teriam que aprender muito antes de enfrentar grandes 
              perigos como aquele. O grupo então explorou melhor o salão 
              e descobriu a continuação da caverna. Entraram em 
              um novo corredor e chegaram em um novo salão. Corrupção na 
              Arte      No 
              novo salão da caverna haviam construções, quatro 
              galerias formadas por celas. Os aventureiros se aproximaram e encontraram 
              algo que vieram buscar nas Montanhas Boca do Deserto: os desaparecidos 
              do Vale da Adaga. Randal Morn usou uma propriedade mágica 
              de sua espada, que fez abrir as fechaduras dos portões da 
              cela. Estavam quase todos ali. Segundo alguns dos prisioneiros, 
              outros haviam sido recentemente levados. Imediatamente temeu a Comitiva 
              por um ritual macabro, como o ocorrido nas catacumbas de Gryvus. 
              Os recém libertados instruíram os heróis sobre 
              o caminho a seguir, mas é claro, todos se dirigiram para 
              fora dali. Apenas os aventureiros continuaram a exploração.      Após 
              percorrerem um corredor, enfim chegaram a um imenso espaço, 
              bastante iluminado, desta vez por archotes colocados nas paredes 
              rochosas. Era o maior dos salões cavernosos que haviam encontrado. 
              Possuía um formato retangular, com cerca de cinquenta metros 
              de largura por uns cento e cinqüenta de comprimento. O piso 
              era irregular, com muitas elevações naturais e níveis. 
              Mas os aventureiros pouco olharam para estes aspectos. Estavam mais 
              preocupados com aqueles que se encontravam no local. Haviam doze 
              orogs espalhados pelo salão e no final dele, em um nível 
              elevado, uma espécie de plataforma natural feita na rocha. 
              Nela estava Gothyl afinal. A bruxa flutuava e para suas mãos 
              tinha os cabelos negros e uma pele estranhamente azulada, vestia 
              um traje verde sumário, coberto por um robe cinzento, que 
              estava aberto e esvoaçava. À esquerda haviam dois 
              globos de energia, que brilhavam e emitiam um zumbido estridente. 
              Dentro deles podiam-se ver silhuetas humanas. Do lado direito mais 
              dois, com o mesmo aspecto. Raios elétricos deixavam estes 
              globos e eram canalizados para um outro globo de energia, que estava 
              posicionado em um buraco escavado na parede de pedra atrás 
              da plataforma. Este globo era diferente dos outros. Havia uma força 
              incandescente dentro dele, esta que ficava cada vez mais forte a 
              medida que recebia energia dos demais globos. Deste último 
              globo saía um poderoso raio que tentava quebrar um estranho 
              campo de força que se encontrava no buraco, era feito de 
              uma energia negra pulsante, que se debatia provocava ondulações 
              em sua superfície.      Naquele 
              momento, os aventureiros foram vistos. Gothyl gritou em sua direção:      "Malditos 
              sejam, invasores! Não conseguirão interromper o ritual!""Bruxa 
              inconseqüente! Está fazendo uso não sancionado 
              da magia!", disse Galaeron, lançando logo após 
              uma magia sobre si, fazendo-o voar. E voando partiu o mago de Evereska 
              em direção a Gothyl.
      Os 
              orogs que guardavam o local do rito partiram contra a Comitiva e 
              seus aliados. Entre os heróis, o primeiro a atacar foi Sirius, 
              que retirou seu arco das costas e preparou uma seta na direção 
              de Gothyl. O projétil alçou vôo e percorreu 
              a grande distância do salão na direção 
              de seu alvo, porém, chegando a poucos metros de seu alvo, 
              perdeu toda a força, caindo ao chão, como se a toda 
              a sua velocidade tivesse sido subitamente roubada. Entendeu Sirius 
              que tal efeito somente poderia ser fruto de bruxaria e decidiu concentrar-se 
              nos demais inimigos. Os orogs que estavam posicionados mais ao fundo 
              do salão também tinham arcos e dispararam. Seus alvos 
              eram Magnus, Bingo, Kariel e Arthos, que andavam adiantados no grupo. 
              Por sorte, as setas dos inimigos somente atingiram superficialmente 
              Kariel. Os elfos de Evereska responderam com seus arcos e fizeram 
              feridos do lado inimigo. A medida que os dois grupos se aproximavam, 
              iniciava-se o combate corpo a corpo. Magnus, Bingo, Limiekli, Mikhail 
              e Randal batiam-se contra seus inimigos, Sirius disparava flechas, 
              Arthos, decidiu por desviar de seus adversários e avançar 
              em direção a plataforma onde encontrava-se Gothyl 
              e Kariel concebera um plano usando sua magia. O Escolhido de Mystra 
              invocou o encanto que ergueu uma parede de fogo, e cercou três 
              orogs dentro de um círculo flamejante, em cujo interior ardia 
              um calor infernal. Em seguida, Kariel, imune ao efeito de seu feitiço, 
              penetrou na muralha e retirou o seu arco. Seus inimigos não 
              conseguiam aproximar-se do elfo, devido ao calor das paredes de 
              chamas e fugir através do fogo lhes custaria muito. Então 
              Kariel disparou suas setas e somente se deteria se os goblinóides 
              se rendessem, o que não aconteceu, para a felicidade do Escolhido 
              que sempre detestou aquela raça, que sempre havia sido uma 
              ameaça ao seu Reino.      Quando 
              já estava perto de sua adversária era Galaeron, que 
              em vôo, lançou algumas esferas de energia tentando 
              interromper o controle de Gothyl sobre o globo de energia. As esferas 
              chegaram rapidamente no corpo da bruxa, no entanto, ela deu pouca 
              atenção, pois o feitiço foi rebatido por uma 
              camada de energia emanada do seu corpo. Galaeron seria atingido 
              pelo seu próprio feitiço caso não se precavesse 
              antes: uma tela azul surgiu na sua frente barrando as esferas de 
              energia.      "Sua 
              bruxa estúpida, não sabe o que está fazendo!" 
              Disse ele."Sei 
              sim, elfo tolo, e você será vítima disso." 
              Respondeu ela sem se desconcentrar.
      Numa 
              corrida frenética, Arthos se aproximava da plataforma, ele 
              deu um salto e girou no ar escapando de dois orogs que estavam prontos 
              para agarrá-lo. Sirius, Bingo e Kariel continuavam castigando 
              seus inimigos com flechas. Magnus, Randal Morn e Limiekli lutavam 
              corpo a corpo abrindo a carne dos orogs com suas respectivas lâminas. 
              O soldados de Evereska ignoraram os orogs e apenas se dirigiam para 
              a plataforma no intuito de ajudar seu líder contra a bruxa. 
              Quando já estavam bem perto, Gothyl, sendo mais rápida 
              que Galaeron, invocou um feitiço. Ao término das palavras 
              mágicas, de modo fantástico, o tempo simplesmente 
              parou naquela área. Com exceção é claro 
              da própria Gothyl que aproveitou para lançar outros 
              feitiços. Um foi uma esfera de fogo que ia em direção 
              dos soldados élficos, e que ficou congelada no ar. Outro 
              feitiço iria se materializar perto de Arthos. Kariel, de 
              muito longe, atirou uma flecha na bruxa, mas o projétil também 
              ficou congelado no ar. Quando o encantamento cessou, os soldados 
              élficos foram totalmente queimados e caíram sem vida. 
              Arthos conseguira libertar uma pessoa dentro de um dos globos, era 
              a bela Lucille, porém quando a donzela estava salva, uma 
              mão gigante e espectral surgiu atrás do elfo e o prendeu 
              num grande aperto. Galaeron, irado com a morte de seus companheiros, 
              lançou um raio de energia em Gothyl, este também foi 
              rebatido e voltou. Galaeron, a pouco segundos antes do tempo parar, 
              tomou cuidado de erguer um campo defletor assim como o de Gothyl. 
              Então o raio voltaria novamente, porém o choque entre 
              a magia de Gothyl e a dele causou uma corrupção na 
              Arte, esta gerou uma reação em cadeia no globo energético 
              de Gothyl que explodiu. Com isso uma onda de choque atingiu a todos, 
              mas ninguém se feriu, embora fosse suficiente para depreciar 
              as propriedades mágicas do estranho campo de força 
              negro que estava no buraco, fazendo-o romper. De repente, milhares 
              de seres de aparência bizarra saíram do campo negro, 
              eles pareciam peixes e tinham quatro braços ao redor de uma 
              enorme boca. Todos passaram voando numa grande velocidade, ignoraram 
              todos os ali presentes e se dirigiram para fora da caverna. Após 
              passarem todos, os heróis conseguiram se levantar, recuperando-se 
              do golpe da onda de choque e viram uma estranha fumaça negra 
              envolver o corpo inerte de Gothyl. Quando a nuvem se dispersou a 
              bruxa havia sumido. Restando apenas Galaeron no chão, Mikhail 
              aproximou-se de seu corpo e determinou que o mago entrara em coma 
              profundo.      Depois 
              daquilo tudo, com todos os orogs mortos e as vítimas salvas, 
              os heróis se prepararam para irem embora quando viram um 
              pequeno nicho ao lado da plataforma. Lá havia um outro globo, 
              dentro dele estava um homem de idade avançada com cabelos 
              e barba branca, vestia um bonito robe. Arthos e Magnus conseguiram 
              removê-lo do globo e o levaram junto.      Chegando 
              a superfície, Randal, feliz com o resgate dos desaparecidos, 
              mandou seus homens prepararem tudo para o retorno para casa. Antes 
              deram de comer para aquelas pessoas que estavam mal alimentadas. 
              Galaeron foi colocado numa carroça, enquanto o outro homem 
              acordava. Ao fazê-lo, foi atendido por Kariel e Mikhail.      "Hã? 
              O quê? O quê aconteceu? Onde estou?" Disse o homem 
              de cabelos grisalhos."Estamos 
              nas Montanhas da Boca do Deserto. Você estava preso num globo 
              mágico feito por Gothyl."
 "Gothyl? 
              Quem é Gothyl?"
 "Uma 
              bruxa, ela ..."
 "Há 
              sim, uma mulher de cor azulada. Sim, eu combati ela e um dragão, 
              depois não me lembro de mais nada."
 "Quem 
              é você?"
 "Eu 
              sou Melegaunt Thantul, muito obrigado por salvarem minha vida. Eu 
              vim de Halruaa. Meus mestres me enviaram aqui para investigar uma 
              estranha emanação mágica vinda daqui, depois 
              fui capturado."
      Então 
              Kariel e Mikhail se dispuseram a contar o acontecimento a Melegaunt. 
              Randal estava feliz, conseguira o que queria, para ele o problema 
              havia terminado. No entanto, todos pensavam, o que seriam aquelas 
              criaturas que saíram voando depois de rompido o campo de 
              força negro?
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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