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 A Decisão de Randal Morn Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira,baseada no jogo mestrado por Ivan Lira
 
 
 
 Personagens da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli). 
              Os Elfos: Arthos Fogo Negro; Mikhail Velian; Kariel Elkandor. 
              O Halfling: Bingo Playamundo; O Anão: Bhury 
              Rocha Suprema.
 
  A Decisão de Randal Morn 
      A 
              Comitiva, refeita da batalha e tendo cumprido sua missão, 
              deixou o complexo de cavernas. Carregaram mithril, o raríssimo 
              metal de propriedades excepcionais, entregue por Buri Rocha Suprema, 
              em agradecimento a ajuda dispensada pelos heróis. Após 
              algumas horas, passaram das cavernas para as ruínas da antiga 
              torre de Gothyl e das ruínas, finalmente à superfície, 
              contemplando novamente a luz do sol e a Floresta das Aranhas. Todos 
              estavam aliviados. Bingo, e em seguida Sirius, deitaram-se na grama, 
              felizes por deixarem aqueles subterrâneos. A floresta, porém, 
              não parecia mais a mesma que encontraram quando passaram 
              à caminho do subsolo da torre. A vida lentamente começava 
              a retornar àquele local. Já podiam se ouvir o canto 
              dos pássaros, as flores e as folhas das árvores pareciam 
              mais verdes do que antes.      "Ah...como 
              é bom sentir novamente o cheiro da floresta!", disse 
              Mikhail."Também 
              acho. Não sei como os anões conseguem viver em um 
              lugares subterrâneos", comentou Limiekli.
 "Vejo 
              que a floresta se recuperou rápido.", Sirius observou, 
              ainda deitado.
 "Acho 
              que a desolação que havia tinha alguma ligação 
              com o demônio!", disse Limiekli olhando em volta.
 "O 
              mal que aqui havia foi expurgado. Não é de surpreender 
              que a floresta se renove agora. Ela está abençoada 
              novamente por Mielikki e Moradin, ainda que não existam mais 
              os seus seguidores anões!"
 "Quem 
              sabe um dia o Santuário de Moradin não volte a ser 
              habitado novamente. Vou falar com Windolfin sobre a existência 
              deste lugar!"
      Após 
              um rápido descanso, a Comitiva foi em direção 
              á cabana de Madarn, próxima ao riacho, onde passaram 
              a noite. Durante a viagem, Mikhail notou que Kariel andava calado, 
              mais introspectivo do que o normal.      "Kariel, 
              o que lhe aflige?""Mikhail... 
              acho que de todos os perigos que enfrentamos o pior foi aquela mulher-demônio..."
 "Discordo, 
              Kariel! Eu quase morri lutando contra aquele Jhystermarex!", 
              interrompeu Arthos.
 "Não 
              falo disso. A dor física passa rápido, mas aquela 
              Arísia aumentou a dor de minha alma, tocando em feridas que 
              demorarão de cicatrizar."
 "Não 
              fique assim. Muitas das coisas que ela lhe falou certamente foram 
              mentiras. Mas o que posso fazer para ajudá-lo. Quer confessar 
              algo?", perguntou Mikhail, clérigo de Mystra que era.
 "Não 
              há nada para confessar. Apenas ore por mim em nome da Deusa."
 "Farei 
              isto. Pedirei para que ela alivie seu coração."
 "Obrigado, 
              Mikhail."
 "Err... 
              Mikhail... aproveitando que você é chegado aos deuses. 
              Poderia me dizer uma coisa? Quando Jhystermarex me acertou e eu 
              cai, tive uma visão de Kelemvor, que parecia me olhar feio? 
              Sabe o porquê disso?"
 "Não 
              sei. Você pode o ter ofendido de alguma forma!"
 "Eu 
              andei com ele tempos atrás. Não me lembro de ter-lhe 
              feito nada, nem ter ganho nada dele no jogo para que ele esteja 
              zangado.", comentou Arthos, lembrando de sua aventura no Tempo 
              das Perturbações.
 "Vocês 
              falam dos deuses com se eles fossem humanos!", espantou-se 
              Limiekli.
 "Alguns 
              deuses já foram mesmo humanos, Limiekli!", concluiu 
              Arthos para espanto ainda maior do ranger.
 "Uma 
              outra coisa me aquieta", disse Kariel, "Lembram-se do 
              sonho do gnomo Telimas? Sobre drows voltando a dominar a superfície? 
              Aquilo parece muito preocupante".
 "Bem 
              lembrado. Teremos que discutir este assunto dos drows"
 "Sobre 
              os drows não há muito sobre o que se discutir, Mikhail", 
              sentenciou Arthos.
 "Se 
              todos os drows forem como os que conheci, você está 
              certo!", disse Sirius.
 "Não 
              é bem assim, Sirius. Lembra-se do drow Nandro? O encontramos 
              novamente e ele nos ajudou no Vale do Vento Gélido, a algum 
              tempo atrás!", lembrou-se Magnus.
 "Havia 
              também outro, chamado Drizzt, que também nos auxiliou 
              naquela ocasião.", completou Kariel.
      O 
              tempo passou e chegaram na cabana. Banharam-se no riacho e dormiram. 
              Pela manhã, começaram uma refeição com 
              os alimentos de suas provisões. Então Magnus perguntou 
              a Sirius.      "Sirius 
              ...encontramos você aqui nesta floresta e agora teremos que 
              partir para o Vale da Adaga. Você virá conosco?""Minha 
              idéia era encontrar Iorek, mas acho que vou com vocês, 
              mesmo sabendo que andando com esta comitiva é possível 
              que não fique vivo muito tempo."
 "Ora 
              Sirius, quem quer morrer de velhice? Ficar velho demora muito tempo!", 
              falou Arthos, brincalhão.
 "Você 
              fala isso por que é um elfo!", comentou sorrindo Sirius.
 "Apesar 
              disso nosso companheiro tem razão, eu também não 
              quero morrer numa cama, suplico a Helm que minha vida seja tirada 
              na mais titânica das batalhas e que o derramamento de meu 
              sangue não seja em vão.", terminou o paladino.
 Uma Descontração 
              Exagerada      A 
              chegada à vila gnoma de Stormpenhauer foi tranqüila. 
              Como da outra vez, dezenas de crianças cercaram os aventureiros. 
              Puxaram suas roupas, queriam pegar no cabelo azul de Kariel e nas 
              armas reluzentes (Arthos deu um tapinha de leve na mão de 
              um gnomozinho que queria pegar o seu sabre!).      "Então, 
              Comitiva? Vamos procurar o nosso amigo, o "adorável" 
              e "bem-humorado" Madarn", sugeriu Arthos."Vamos, 
              mas não esqueçamos de falar com Telimas.", disse 
              Kariel, ainda preocupado com o sonho sobre os drows.
      Madarn 
              cortava lenha e estava de costas, quando Mikhail disse:"Precisa 
              de alguma ajuda?"
 "Vocês? 
              Que surpresa! Pensei que já estavam mortos!", disse 
              o gnomo.
 "É 
              muito bom vê-lo também, Madarn.", comentou Arthos 
              irônico.
 "E 
              aí? Trouxeram algo pra mim? Algum veneno, chifre de algum 
              animal exótico..."
 "Não, 
              mas meu amigo tem um couro de animal estranho.", respondeu 
              o Dileto de Mystra olhando para Limiekli.
 "Ah...é 
              mesmo!", o ranger retirou um pedaço do couro dos besouros 
              humanóides que enfrentaram e mostrou para Madarn. "Tem 
              como trabalhar este couro, gnomo?"
 "Isto 
              é couro de monstro de úmbria. Infelizmente não 
              tenho como trabalhá-lo. Ah...Telimas disse que queria falar 
              com vocês quando voltassem. Vão até lá."
      Mikhail, 
              Kariel e Arthos são os que foram em nome da Comitiva falar 
              com Telimas, enquanto os outros descansaram ou conversaram com Madarn 
              sobre a aventura e a floresta. O trio então bateu a pequena 
              porta da casinha sob uma árvore, onde morava Telimas. Este 
              abriu a porta e convidou-os a entrar. O baixo teto obriga os elfos 
              a abaixarem suas cabeças. Desta manobra, porém esquece-se 
              Mikhail, que dá com a testa no forro do teto.      "Aventureiros.. 
              Sentem-se. Contem-me como foi sua jornada!"      Kariel 
              então contou. Falou sobre a exploração das 
              ruínas da torre, sobre o Santuário de Moradin e as 
              lutas contra os demônios, sendo ouvido atentamente pelo velho 
              gnomo.      "Demônios!? 
              De Baator? Esta ameaça nem eu supunha que existisse!", 
              falou admirado Telimas."Nem 
              nós. Acha que se soubéssemos entraríamos naquele 
              local tão alegremente?", perguntou Arthos.
 "Alegremente, 
              não, mas com certeza entraríamos!", disse Kariel 
              em tom de brincadeira.
 "Vocês 
              salvaram a floresta! Esta ameaça nem mesmo nós, que 
              vivemos aqui, sabíamos!"
 "Era 
              um perigo há muito oculto."
 "É... 
              as vezes os anões cavam fundo demais!", filosofou Arthos 
              de cabelos escarlates.
 "Então, 
              demos graças à Baervan Errante Selvagem e a Tymora 
              por terem vencido e retornado."
 "E 
              a Mystra por ter nos protegido!", somou Mikhail, quisera ele 
              invocar o nome de sua deusa também.
 "Pois 
              é... este parece ser a sina da Comitiva: por onde quer que 
              coloquemos os pés surgem perigos!", Continuou Fogo Negro.
 "Espero 
              que seu vaticínio não seja sempre verdadeiro, Arthos!", 
              desejou Kariel, que continuou dizendo "Mas, Telimas... gostaria 
              de saber mais sobre seu sonho sobre os drows. Algum novo presságio?"
 "Infelizmente 
              não, mas este sonho é muito nítido em minha 
              mente. Não sei se meus sonhos são sinais do que aconteceu 
              ou presságios de algo que poderá acontecer. Talvez 
              não tenha sabedoria suficiente para interpretá-los."
 "Espero 
              que sejam apenas criações da mente, apenas sonhos!", 
              disse Kariel.
 "Mas 
              como os drows poderiam voltar? Eles não odeiam a luz do sol?", 
              perguntou Arthos.
 "Sim, 
              desde que foram expulsos por Corellon. Porém existe uma única 
              possibilidade. Caso a maldita deusa Lolth obtenha poderes para obscurecer 
              até mesmo esta sentença de Corellon, mas isto é 
              improvável!"
 "E 
              os outros deuses de Faerûn não iriam deixar...", 
              comentou Mikhail.
 "Disso 
              tenho minhas dúvidas.", expressou Arthos mais uma vez 
              sua indignação pelos deuses.
 "Sim, 
              Mikhail. Os deuses humanos não costumam interferir em nosso 
              panteão.", concordou o Dileto.
 "Eu 
              tenho um livro que fala um pouco sobre esta história.", 
              Telimas abriu um empoeirado tomo e no meio de suas páginas 
              escritas no idioma gnomo, desenhos mostraram uma luz repelindo os 
              drows para o subterrâneo.
 "Este 
              deve ser a narrativa sobre a expulsão, certamente!", 
              concluiu Kariel.
 "Bem, 
              amigos. Não tenho mais novidades.", falou Telimas guardando 
              o livro.
 "Então 
              peço-lhe licença para nos retirarmos.", disse 
              Mikhail.
      A 
              Comitiva então deixou a pequena casa de Telimas e se reuniu 
              novamente. À noite, conversaram junto com Madarn em sua casa.      "Madarn.", 
              chamou Arthos, "Isto aqui está um tédio. Arrume 
              um tabuleiro. Vamos jogar dados!""Jogar?!", 
              interessou-se Sirius, "Vamos apostar o quê? Dinheiro?"
 "Não! 
              Quem perder bebe um copo de vinho. Vamos até secar o barril 
              e ver quem tem mais sorte!"
 "Opa! 
              Tô nessa! Vai ser divertido.", disse Limiekli.
 "Bem... 
              também vou jogar", disse Kariel, "Mas advirto: 
              sou devoto da Deusa da Sorte!"
 "Ah...eu 
              também sou!", disse Sirius.
 "Então 
              vamos ver quem ela está olhando hoje.", Kariel disse 
              sentando-se a mesa com os demais.
      Os 
              dados rolaram a noite toda, enquanto o restante da vila dormia, 
              com exceção de Magnus, que insistiu em montar guarda 
              por fora do recinto e de Mikhail, que ficou para observar um pouco 
              mais do jogo antes de se recolher. Arthos, Madarn, Sirius e Limiekli 
              não tiveram sucesso em muitas rodadas, enquanto foram assistidos 
              por Kariel, que pouco perdeu, permanecendo sóbrio e sereno, 
              e divertindo-se com tudo aquilo. O diálogo que se seguia 
              mostrou o estado dos apostadores.      "Amigosch..." 
              balbuciou Arthos, "Quando acabar aqui vô matá 
              aquele Feldin dexgraçado, hic!""Feldin 
              já está morto, Arthos.", lembrou Kariel.
 "Eu 
              vô matá ele de novo!"
 "Chirius... 
              hic... você é um cara legal... eu gochto... de... você 
              pra caramba!", falou Limiekli com a proximidade que somente 
              o álcool pode oferecer.
 "Amigosch.. 
              ascho que já bebemosch demaich...", disse Sirius, segundos 
              antes de cair desacordado com a cara na mesa.
 "Mas 
              que coisa deprimente! Em que estado vocês chegaram!" 
              Comentou Mikhail.
 "Mas 
              temos de admitir que é engraçado ver." Disse 
              Magnus.
      Por 
              aí foi á noite. Ao amanhecer, Arthos foi acordado 
              por Kariel, que bateu com a espada embainhada no seu ombro. O elfo 
              de cabelos vermelhos estava abraçado junto a Limiekli, Madarn 
              e Sirius. Havia um cheiro desagradável e azedo de vômito 
              no ar."Arthos! 
              Acorde! Vocês estão em um estado deplorável. 
              Vão tomar um banho para sairmos da vila.", disse Kariel, 
              pensando se devia ou não colocar esta cena em seu diário.
 "Ai... 
              Que dor de cabeça!", reclamou Arthos de ressaca.
 "Nunca 
              mais bebo novamente!", falou Limiekli, também tentando 
              se levantar.
      A 
              Comitiva então preparou-se e partiu, rumo ao Vale da Adaga. 
              Arthos, Limiekli e Sirius foram calados e com uma brutal dor de 
              cabeça. Mardarn entregou de presente a Limiekli um barril 
              de cerveja de ogro e observou-os sumirem lentamente pela floresta 
              enquanto algumas lágrimas rolaram por seu rosto.      "Vamos 
              beber, Madarn.", convidou um dos gnomos."Sai 
              prá lá...", empurrou Madarn. "Vou sentir 
              falta destes caras. Foram os melhores amigos que já tive!".
 O Retorno a Cachoeiras da 
              Adaga      Um 
              dia e meio depois, a Comitiva da Fé avistou o rio Tesh e 
              logo após a cidade de Cachoeiras da Adaga. Foram até 
              o castelo falar com o Lorde Randal Morn, onde ele os recebeu sem 
              demora.      "Salve 
              Comitiva. Seja bem-vinda.""Salve 
              Lorde", cumprimentou Kariel, "Alguma novidade sobre os 
              desaparecimentos?"
 "Infelizmente 
              a situação só piora. O filho de um comerciante 
              local acaba de desaparecer. E vocês, o que têm a me 
              dizer? Acharam Gothyl?"
 "Fomos 
              até a torre, mas não encontramos a bruxa", relatou 
              Mikhail, "Porém acabamos por encontrar outro mal, um 
              demônio, que assolava as profundezas abaixo da Floresta das 
              Aranhas".
 "Sobre 
              a demanda do Vale da Adaga, obtivemos a informação 
              de que encontraríamos algo nas montanhas a noroeste.", 
              lembrou Arthos.
 "Noroeste?!", 
              ponderou Randal, "Pode ser a cadeia próxima a Anauroch, 
              ao final das Montanhas da Boca do Deserto. Mas seria uma área 
              muito extensa para cobrir. Vocês demorariam bastante."
 "E 
              sobre Laure? Ela retornou ao castelo?" , quis saber Arthos.
 "Sim. 
              Ela disse que encontrou a cabana dos Harpistas, mas não havia 
              pistas. No momento ela está lá, ainda procurando por 
              algo. Bem... meus amigos", disse o Lorde, "Vocês 
              partiram e a situação piorou. A nobreza me pressiona 
              e até mesmo a confiança do povo em mim está 
              acabando. Não me vêem mais como aquele herói 
              que um dia expulsou as forças de Forte Zenthil. Terei que 
              tomar uma medida. Irei pessoalmente com vocês nesta busca. 
              Me reunirei á noite com a nobreza e farei um pronunciamento 
              amanhã, deixando o comando do Vale da Adaga nas mãos 
              de um nobre de confiança. Por hora não contem a ninguém."
 "Acho 
              que esta idéia irá reforçar a confiança 
              do povo no senhor, mas pode deixar uma situação de 
              fraqueza. Por acaso algum nobre deseja cobiçar sua posição?", 
              perguntou Kariel.
 "Meu 
              caro elfo, até em volta do Trono de Aço de Cormyr 
              existem conspiradores. Aqui no Vale da Adaga não é 
              diferente. E se eu permanecer aqui sem resolver esta situação, 
              mais cedo ou mais tarde, o povo irá me retirar do poder. 
              Agora devo ir. Encontro com vocês amanhã de manhã, 
              após meu pronunciamento.". Randal Morn ia deixando o 
              salão, quando Arthos o chamou:
 "Lorde 
              Randal. Encontramos algum mithril em nossas andanças. Poderia 
              guardá-lo em um lugar seguro?"
 "Sim, 
              aventureiro. Guardarei com segurança. Onde está o 
              mithril?"
 Magnus retirou o metal de sua mochila e entrega ao nobre.
 "Nos 
              vemos amanhã.", despediu-se o soberano de Vale da Adaga.
      Os 
              aventureiros então seguiram para a ala de aposentos, quando 
              um guarda entrou no cômodo e os abordou.      "Senhores.... 
              com vossa licença, mas um homem na entrada do castelo deixou 
              um recado para o senhor Arthos. Disse-lhe para encontrá-lo 
              na taverna.""Evendur! 
              Tinha até me esquecido. Bem, amigos, irei até a taverna. 
              Quem sabe ele tem uma novidade para mim. Até mais!", 
              despediu-se Arthos, deixando o salão.
 "Guarda.", 
              chamou Sirius.
 "Pois 
              não, senhor?"
 "Existe 
              algum local aqui para treinar? Preciso me exercitar!"
 "Sim. 
              Há a sala de treinamento da guarda, mas somente há 
              treino pela manhã!"
 "Droga... 
              A noite vai ser bem monótona! Limiekli, está a fim 
              de beber? Vamos para a taverna também?"
 "Ora, 
              vamos! Levarei meu barril de cerveja de ogro!", concordou o 
              ranger, animado.
 "Ah... 
              mas desta cerveja eu não bebo... dá a maior dor de 
              cabeça!", sorriu Sirius, lembrando-se da bebedeira na 
              vila de Stormpenhauer. "Kariel e Mikhail...vocês não 
              vem?"
 "Ficarei 
              aqui, Sirius", disse Mikhail, que, sendo um sacerdote, não 
              era adepto de bebedeiras em tavernas.
 "Também 
              ficarei com Mikhail. Talvez possamos conversar sobre a Arte e sobre 
              Mystra"
 As Investigações 
              de Evendur      Os 
              aventureiros entraram na taverna A Rocha Vermelha. No movimentado 
              lugar, a meia elfa Kessla, a taverneira, que aparentava cerca de 
              quarenta primaveras, servia no balcão. Sentado a frente dela, 
              estavam o gnomo Nilix e o anão Thaugor, que Arthos e Limiekli 
              já conheciam pelas incríveis mentiras. Perto deles 
              estava a figura discreta do ladino Evendur. Eles conversavam animadamente.      "...então 
              aquele dia eu estava muito irritado e com um único golpe 
              matei o minotauro. Foi incrível, até mesmo para mim. 
              Até hoje me pergunto como consegui fazer isto!", disse 
              Thaugor que estava acabando de contar um "caso". Sirius 
              chegou e entrou na conversa:"É 
              verdade. Tem dias que algo divino parece se apossar da gente. Este 
              meu amigo aqui", apontou para Limiekli, " arrancou um 
              chifre de um balor. Pena que o negócio se desintegrou!"
 "É 
              mesmo!", pareceu espantado o anão, "comigo aconteceu 
              a mesma coisa!", emendou, mostrando muita cara-de-pau.
 "Até 
              trouxemos cerveja de sangue de balor do inferno. Está aí 
              com ele", aproveitou Arthos para contar uma grande mentira, 
              apontando para o barril carregado por Limiekli.
 "Oba! 
              Vou querer provar!", adiantou-se o anão para pegar o 
              barril, que foi afastado de suas mãos por Sirius.
 "Não... 
              por este aqui você vai ter que pagar para a taverna. Vamos 
              trocar por três barris de cerveja comum. Aceita a troca?", 
              perguntou a Kessla.
 "Humm... 
              aceito por dois barris. Mesmo não acreditando muito nesta 
              história, é bom termos um produto diferente."
 "Antes 
              deixe eu dar uma provadinha, Kessla! Por favor!", implorou 
              o anão.
 "Mas 
              Thaugor... você está devendo mais de 30 peças 
              de ouro aqui na taverna!"
 "Eu 
              imploro! Só um copinho!"
 "Está 
              bem! Mas só uma caneca!", Kessla antes de guardar o 
              barril deu uma caneca da cerveja ao anão.
 "Hummm", 
              saboreou o anão, "Está uma delícia! Onde 
              vocês conseguiram mesmo?"
 "Foi 
              em uma vila de gno...", ia dizendo Limiekli, quando recebeu 
              um pisão de Sirius.
 "Foi 
              no inferno, no inferno"., completou Arthos, mantendo a história 
              fantasiosa.
 
 Mas Arthos 
              tinha outros assuntos a tratar e chamou Evendur para um local mais reservado. 
              O ladino então começou a falar.
 "E 
              aí, Arthos? Por onde andou?"
 "Por 
              muitos lugares. Nem queira saber...", disse o elfo de cabelos 
              vermelhos, com pouca vontade de repetir mais uma vez todos os acontecimentos 
              na Floresta das Aranhas, "Diga-me...o que descobriu?"
 "Bem... 
              andei me esgueirando por aí, você sabe... Sabe aquele 
              Lorde Garekh Inklas? Ele apoiou a presença de vocês 
              aqui no Vale da Adaga. Conversei com ele e o homem patrocinou minha 
              investigação. Descobri algumas coisinhas... Aquele 
              tal de Gryvus, lembra?"
 "Sim... 
              continue"
 "Dizem 
              que ele chegou aqui anos atrás e ocupou as terras de um irmão 
              chamado Jhorion, que morreu em uma viagem. Mas descobri que Jhorion 
              não tinha nenhum irmão. Pelo menos em nenhum documento 
              que pude pesquisar... Continuando minha investigação, 
              descobri outra coisa: quando Gryvus adquiriu os direitos sobre o 
              condado de Jhorion, demitiu todos os antigos funcionários, 
              dizendo que já tinha o seu próprio pessoal, o que 
              é muito estranho..."
 "Descobriu 
              onde mora algum destes funcionários?", argüiu Arthos.
 "Na 
              verdade sim, um homem chamado Talmim. Sugiro irmos para a casa dele 
              ainda hoje. Devemos obter alguma boa informação por 
              lá. Mas depois, Garekh pediu para que passássemos 
              na propriedade dele. Ele quer falar conosco antes de prosseguirmos."
 "Vamos 
              então.", decidiu Arthos Fogo Negro, levantando-se do 
              banquete e saindo com Evendur, deixando seus amigos se divertirem 
              na taverna.
      Rumaram 
              a cavalo para o norte, até um bairro de casas humildes de 
              madeira. Desmontaram e bateram à porta de uma delas. Um homem 
              baixo, cerca de cinqüenta anos, atendeu abrindo a portinhola.      "Quem 
              são vocês?""Relaxe, 
              meu bom homem. Você é Talmim não é mesmo? 
              Sabemos que foi um dos empregados de Jhorion. Só queremos 
              conversar.", falou Evendur para o homem.
 "Queremos 
              saber o que aconteceu quando Lorde Gryvus chegou.", argüiu 
              Arthos.
 "Não 
              tenho nada para falar com vocês.", disse o homem, meio 
              nervoso, mencionando fechar a portinhola. Porém antes que 
              isto acontecesse, Evendur sacou do bolso um pequeno saco aveludado 
              e ouviu-se o ruído metálico de moedas.
 "Desculpe-nos", 
              disse ele, "estava esquecendo de algo"
 O 
              homem então arregalou os olhos, fez uma expressão 
              mais amigável e abriu a porta de sua casa.
 "O 
              que querem saber?", perguntou.
 "Queremos 
              que nos conte sobre a chegada de Lorde Gryvus.", insistiu Arthos.
 "Quem 
              vocês representam? E se me matarem por contar estas coisas?", 
              perguntou novamente o desconfiado Talmim.
 "Viemos 
              em nome de Lorde Randal. Ele poderá protegê-lo.", 
              revelou o elfo.
 "Está 
              bem... eu era encarregado dos estábulos. Uma certa noite 
              Lorde Jhorion e sua esposa partiram para uma viagem aos Vales das 
              Brumas para vender peles e nunca mais retornaram. Poucos meses depois, 
              esse Lorde Gryvus e sua mulher apareceram com documentos. Disseram 
              que eram parentes e que Jhorion e a esposa haviam sido assassinados 
              na estrada. Conseguiram o direito às terras na nobreza, tão 
              rápido que me espantei. Dispensou nossos serviços, 
              até mesmo os guardas e chegou com um pessoal dele. Trouxeram 
              umas três ou quatro carruagens. Descarregaram caixas enormes, 
              cada umas delas era puxada por quatro cavalos. De uma delas vi escorrer 
              terra com certeza. Aquilo foi estranho. É tudo que sei."
 "Obrigado", 
              disse Evendur entregando-lhe cinco peças de ouro.
 "Devemos 
              ir investigar esse Gryvus em sua casa.", opinou Arthos.
 "Somente 
              nós dois? Isto seria precipitado. E está muito tarde. 
              É melhor que seja amanhã á noite. Temos que 
              falar agora com Lorde Garekh Inklas."
 "Está 
              certo. Depois conversaremos com meus companheiros", disse Arthos, 
              enquanto se dirigia à sua montaria.
      Cavalgaram 
              mais um pouco até chegarem a uma propriedade rural, e desmontaram 
              à frente de um grande casarão, onde residia Garekh 
              Inklas. Liberados pelos guardas após se identificarem, foram 
              levados á uma sala de visitas. Lorde Garekh surgiu e cumprimenta 
              os recém chegados."Saudações. 
              Vejo que trouxe seu companheiro, Evendur. Arthos, não é 
              mesmo? Onde você e seus amigos estavam? Sumiram por alguns 
              dias."
 "Estivemos 
              a busca de pistas."
 "Evendur 
              deve ter-lhe colocado a par das investigações, correto?"
 "Sim. 
              Na verdade até já entrevistamos um antigo funcionário 
              de Gryvus, Talmim, que nos deu algumas informações."
 "Ótimo. 
              Espero que não esteja desconfortável com este tipo 
              de investigação secreta. Embora eu respeite muito 
              o Lorde Randal Morn, acho que ele está sendo um pouco descuidado 
              nas investigações. Até mesmo a chegada de vocês 
              foi tardia. Mas, amigos... não sei quanto a opinião 
              dos seus outros companheiros, mas pretendo pagá-los se me 
              ajudarem a resolver este problema."
 "Meus 
              amigos não devem se importar com isso, mas podemos conversar 
              sobre este assunto depois", disse Arthos, que não queria 
              dispensar umas moedas extras em seu bolso.
 "O 
              que descobriram com Talmim?", perguntou o Lorde.
 "De 
              novidade, Talmim disse-nos que Gryvus mudou-se para a propriedade 
              de Jhorion com uma bagagem estranha, caixotes imensos de madeira 
              que eram puxados por quatro cavalos.", relatou Evendur.
 "O 
              que poderia ser tão pesado. Armas? Será que planejam 
              algum tipo de invasão?"
 "Talvez. 
              Nunca se sabe. Pode ser qualquer coisa"
 "Ouvi 
              dizer que existem muitos mercenários por aí, provavelmente 
              contratados pelo tal Vorik, que luta contra Cormyr. Fiquem de olhos 
              abertos."
 "Lorde", 
              disse Evendur, "Arthos quer invadir com seus amigos a mansão 
              de Gryvus para descobrir pistas.".
 "Não 
              seria uma invasão propriamente dita, seria mais uma infiltração. 
              Entraríamos sorrateiramente.", emendou o elfo.
 "Façam 
              o que acharem melhor, mas prestem atenção: a reunião 
              dos nobres terminou a pouco e eu fui escolhido como governante provisório, 
              enquanto Randal Morn parte com vocês para as investigações. 
              Portanto, se algo acontecer a vocês nesta missão, gostaria 
              que meu nome não fosse mencionado. Seria uma vergonha para 
              mim e para o Lorde."
 "Compreendemos. 
              Vamos investigar isto com calma.", disse Arthos, concluindo.
 "Então 
              amigos, boa sorte e boa noite.", despediu-se Lorde Garekh Inklas.
 
 Os 
              dois montaram. Evendur voltou para a taverna e Arthos para o castelo. 
              No castelo Arthos encontrou Kariel, que estava estranhamente de 
              pé em uma janela, de costas para o salão, quase como 
              se fosse saltar. Arthos pensa no que o elfo Escolhido de Mystra 
              dissera dias atrás sobre a tristeza que sentiu a respeito 
              das visões de Ênia , provocada pela mulher-demônio 
              Arísia e por um momento perguntou-se se seu amigo iria fazer 
              algo impensado.
      "Kariel! 
              O que está fazendo?"O 
              elfo mago de cabelos azuis, salta do parapeito de volta para dentro 
              do salão.
 "Estava 
              coletando uma pena de pombo para meus encantos!", respondeu, 
              aliviando Arthos.
 "Consegui 
              informações importantes.". Arthos então 
              contou a Kariel tudo que sabia a respeito das investigações 
              e de Lorde Gryvus.
 "Por 
              Tymora!", exclamou Kariel, "Talvez ele seja a chave deste 
              mistério."
 "Penso 
              em fazermos um reconhecimento pela manhã, durante o pronunciamento 
              do Lorde Randal."
 "Sim. 
              Vamos avisar a todos e amanhã partimos. Deve ser um grupo 
              pequeno, quatro ou cinco no máximo, ou levantaremos suspeitas."
 "Concordo", 
              disse Arthos. Vamos esperar os outros chegarem, contaremos aos demais 
              e amanhã partimos.
      Com 
              todos os membros da Comitiva presentes, Arthos os comunicou sobre 
              o plano de tentar descobrir algo do Lorde Gryvus. A maioria concordou, 
              somente Magnus, a princípio, achou que poderia ser arriscado, 
              pois Gryvus poderia ser inocente, no entanto, revelou que se eles 
              descobrissem algum motivo para o paladino decapitá-lo ele 
              o faria. Pela manhã uma rápida preleção 
              foi feita. Conforme o acertado para a missão furtiva, foram 
              cinco os escolhidos para fazer o reconhecimento da área: 
              Arthos, Kariel, Limiekli, Evendur e Bingo. Partiram logo cedo.       Chegando 
              nas proximidades, examinaram a área. Alguns guardas foram 
              notados ao longe."Com 
              a luz do sol e os guardas, não é prudente que entremos 
              todos.", disse Kariel.
 "Eu 
              posso ir e fazer o reconhecimento.", ofereceu-se Limiekli.
 "Posso 
              tornar-lhe invisível para esta tarefa", sugeriu Kariel.
 "Invisível?! 
              Vai ser moleza então!", disse confiante o ranger.
 "Está 
              certo! Mas tenha cuidado. Não pode atacar ninguém 
              neste estado ou quebrará o encanto.", Kariel então 
              fez alguns gestos e pronunciou as seguintes palavras arcanas: "invisibilitis 
              reddere". O ranger então desapareceu das vistas de todos. 
              Kariel continuou, desta vez voltando-se para Arthos.
 "Acho 
              melhor retornarmos à noite. Seremos mais furtivos e poderemos 
              nos preparar melhor com as informações que teremos 
              do reconhecimento."
 "Concordo, 
              Kariel", disse Arthos.
 "Eu 
              poderia ficar aqui e encontrar vocês a noite. Descobrirei 
              o número de guardas e o horário das trocas de sentinelas.", 
              sugeriu Limiekli.
 "Boa 
              sorte, Limiekli. Voltaremos a noite então.", disse Arthos.
      O 
              restante do grupo pegou os cavalos e tomou novamente o caminho do 
              castelo, enquanto Limiekli adentrou a propriedade de Gryvus. Usando 
              uma corda com um gancho, o homem escalou o muro e notou que do lado 
              de dentro havia o telhado de um estábulo, ideal para servir 
              de ponto de apoio para descer ao gramado interno. Limiekli então 
              pulou para fazer o reconhecimento do local.      Enquanto 
              isso, no castelo, Lorde Randal, em uma sacada, iniciou seu pronunciamento, 
              tendo como espectadores o povo, a nobreza e os membros da Comitiva 
              da Fé.      "Cidadãos 
              de Cachoeiras da Adaga", iniciou Randal dirigindo-se para a 
              multidão no pátio do castelo, "Eu como Lorde 
              governante, com meu esforço unido ao de vocês, consegui 
              libertar o nosso vale das forças malignas do Norte. Hoje 
              se abate sobre nós novamente um período de tristeza 
              devido ao misterioso desaparecimento de muitos de nossos entes queridos. 
              Sei que uma solução deve ser encontrada. Em momentos 
              difíceis, resoluções firmes devem ser tomadas. 
              Por isto decidi que, eu mesmo em pessoa, tomarei parte das buscas 
              junto com meu grupo e com os aventureiros que nos ajudam. Uma reunião 
              foi realizada ontem e foi decidido que na minha ausência Lorde 
              Garekh Inklas será o governante interino desta cidade. Enquanto 
              estiver fora, ele organizará a cidade, protegendo a todos 
              de qualquer invasão ou perigos que por ventura ocorram. Começaremos 
              nosso trabalho a partir de já."      Assim 
              que Randal Morn deixou a sacada, ouviram-se aplausos e pessoas que 
              gritavam o seu nome. O povo estava feliz em ver seu herói 
              novamente em campo. Sirius, que olhava ao redor perguntou aos seus 
              companheiros."Alguém 
              viu o Lorde Gryvus no meio da nobreza durante o pronunciamento?"
 "Não. 
              Não o vi.", respondeu Mikhail
 "Estou 
              preocupado", disse Magnus, "Não acha melhor irmos 
              até a propriedade de Gryvus?"
 "Também 
              acho. Ficaremos distantes, somente por precaução caso 
              ocorra algo.", concordou Mikhail
      Entre 
              a estrada que levava a propriedade de Lorde Gryvus e o castelo de 
              Cachoeiras da Adaga, os dois grupos da Comitiva se encontraram.      "Estávamos 
              indo até vocês.", disse Magnus."Iremos 
              retornar à noite. Limiekli ficou por lá, fazendo o 
              reconhecimento. Vamos de volta ao castelo onde prepararemos a invasão 
              de logo mais.", disse Arthos.
      O 
              dia passa, o sol se põe e cai a noite. São cerca de 
              nove horas. Os aventureiros já haviam se preparado para sua 
              empreitada secreta nas terras de Lorde Gryvus. Todos estavam juntos 
              em uma sala do castelo. Foi quando Arthos ouviu um estalo de um 
              tapa em suas costas. O elfo virou-se e viu o ranger Limiekli, surgir 
              do nada.      "Limiekli? 
              Quer me matar de susto?! E então? O que viu?", perguntou 
              Arthos."Nada 
              de mais. Tudo estava muito pacato, quieto demais. Consegui observar 
              o movimento dos guardas e até entrar na casa", respondeu 
              o ranger.
 "Quantos 
              guardas existem?", perguntou Kariel.
 "Pelo 
              que contei foram dois nos portões, um na parte sul e outro 
              na parte noroeste da propriedade."
 "E 
              dentro da casa?"
 "Lá 
              encontrei apenas dois criados, mas não cheguei a entrar nos 
              quartos."
 "Bem... 
              sugiro que partamos de madrugada. Alguns de nós estão 
              muito cansados, especialmente Limiekli.", sugeriu Kariel.
 "Sobre 
              o cansaço, talvez eu possa ajudar", disse Mikhail, "Invocarei 
              um encanto que nos trará repouso."
      O 
              sacerdote de Mystra gesticulou e proferiu orações 
              e os seus companheiros refizeram seus ânimos e forças. 
              Limiekli, agora revigorado, já fazia outros planos com as 
              forças recebidas por dádiva da Deusa da Magia.      "Ótimo. 
              Agora vou na taverna. Deixei meu couro de monstro de úmbria 
              nas mãos do anão Thaugor para que ele trabalhasse 
              em uma armadura. Vou ver se ele terminou o serviço.""Isso se ele não trocou por algum barril.", fustigou 
              Sirius.
 "Não. Não devemos ir a parte alguma. Depois você 
              pega seu couro, Limiekli. Vamos ficar aqui até a hora de 
              rumarmos para a propriedade de Gryvus", disse Mikhail.
 A Infiltração      As 
              horas passaram lentamente. A noite estava alta e o frio tomou conta 
              do ambiente. Era a hora da Comitiva partir. Foram ao estábulo 
              e pegaram cada um a sua montaria. Evendur, que tinha se retirado 
              para pegar alguns equipamentos, retornou, totalmente vestido de 
              preto, bastante carregado, como se transportasse sobre o corpo todos 
              os produtos de uma loja de utilidades. O exagero foi particularmente 
              notado por Arthos, que já fora um ladino no passado, e que 
              ao vê-lo balançou a cabeça negativamente e deu 
              um sorriso irônico. Montados, então partem sob o luar 
              e o céu com poucas nuvens daquela noite em Cachoeiras da 
              Adaga.      Depois 
              de cavalgarem, chegaram a uma distância segura da propriedade 
              de Gryvus e desmontaram para uma rápida confabulação."Devemos 
              decidir quem irá ficar e quem deverá entrar.", 
              falou Sirius.
 "Eu 
              ficarei aqui e entrarei caso precisem de ajuda.", decidiu Mikhail.
 "Posso 
              ir invisível e tornar mais dois de nós invisíveis 
              também. Acredito que Limiekli, que já vistoriou o 
              ambiente e Arthos que já veio comigo aqui na nossa estadia 
              anterior em Cachoeiras da Adaga devam ir.", sugeriu Kariel.
 "Eu 
              também irei!", disse o ladino Evendur.
 "E 
              se vocês precisarem de ajuda? Como vamos saber?", perguntou 
              Mikhail.
 "Ah... 
              vocês certamente vão ouvir uma explosão, um 
              tumulto ou alguma gritaria.", disse Arthos.
 "Mas 
              lembrem-se que a intenção não é esta. 
              Vocês devem ser discretos e não atacar. Apenas investigar, 
              conseguir provas e retornar.", recomendou Mikhail.
 "E 
              em relação aos guardas... tentem não machucá-los. 
              Talvez sejam apenas inocentes que nada sabem das tramóias 
              de seu senhor.", Magnus, paladino de Helm, advertiu.
 "Está 
              certo. Agora vamos!", definiu Arthos.
      Kariel 
              usou seus poderes arcanos e fez Arthos e Limiekli invisíveis. 
              Depois ele próprio tocou em seu elmo, desaparecendo em seguida. 
              O elfo mago Escolhido de Mystra, ainda lançou sobre si outro 
              encanto, permitindo-o ver o invisível e coordenar melhor 
              as ações de Arthos e Limiekli. Eles foram até 
              o ponto descoberto pelo ranger horas atrás, escalaram e passaram 
              do muro para o estábulo e do estábulo para o gramado. 
              Correram para a porta da casa, que foi destrancada por Evendur. 
              Os aventureiros deram de frente com um salão, onde existiam 
              escadas para cima e uma porta à esquerda. Arthos ficou no 
              andar térreo enquanto seus companheiros subiram as escadas. 
              Quanto a Evendur, este entrou no salão, desaparecendo da 
              vista de seus companheiros. Arthos investiga o térreo..      Arthos 
              entrou na porta, próxima da escada, que não estava 
              trancada. Adentrou com cuidado naquilo que parecia uma cozinha, 
              onde pode-se ver mantimentos, armários, panelas e outros 
              utensílios. Ainda havia outra porta a frente. O elfo de cabelos 
              vermelhos encostou na porta na esperança de ouvir algo. Por 
              sorte conseguiu ouvir um bocejar e passos, ele se afastou antes 
              que um guarda, que saía do aposento, abrisse a porta em cima 
              dele, o que no mínimo estragaria o disfarce. O guarda pegou 
              algumas frutas em uma cesta e começou a comer. Arthos então, 
              aproveitou-se e entrou naquele novo aposento. Era uma despensa. 
              Procurou por um alçapão, por algum tipo de passagem 
              secreta, onde as caixas que foram trazidas por Lorde Gryvus pudessem 
              estar guardadas, mas foi em vão. Convencido de que não 
              valia a pena procurar por ali, resolveu dar a volta e subir as escadas. Limiekli investiga o primeiro 
              andar..      Limiekli 
              subiu a escada junto com Kariel até o primeiro andar, separando-se 
              então do companheiro, que resolveu investigar o que havia 
              no último pavimento e continuou subindo as escadas. Neste 
              andar, Limiekli encontrou um salão e corredor, com duas portas 
              a esquerda e uma a direita e uma pequena janela ao fundo. Este andar 
              era diferente do primeiro. Apresentava o requinte de um piso liso, 
              e tapeçarias no chão e alguns quadros nas paredes. 
              Limiekli aproximou-se da porta mais próxima, que ficava à 
              esquerda. Encostou seu ouvido e nenhum ruído parecia vir 
              do lugar. Então colocou uma leve pressão e verificou 
              estar a porta aberta. Cuidadosamente, Limiekli entrou no que parecia 
              ser um escritório. O ranger olhou e viu algumas cadeiras, 
              uma estante e uma escrivaninha, em cima da qual havia papéis 
              diversos, que pareciam ser registros comerciais. Deixou esta sala 
              e partiu para a próxima. Na segunda porta á esquerda, 
              Limiekli repetiu sua ação, tentando ouvir algo. Desta 
              vez conseguiu escutar alguma coisa. Alguém folheava um livro. 
              Como não tinha intenção de ser notado, caminhou 
              em direção a porta restante. Ouviu também alguém 
              que andava naquele aposento, e que parecia ter se sentado em uma 
              cadeira. Assim, Limiekli deu por concluída a sua investigação 
              e resolveu subir para o próximo pavimento.
 Kariel investiga o segundo 
              andar..      Kariel 
              chegou no último pavimento, feito como cópia do segundo. 
              O Escolhido não foi até as portas, mas conjurou um 
              encantamento, fez surgir um olho mágico e invisível. 
              Kariel o comandou, e enquanto flutuava, ele lhe transmitia as visões 
              de onde passava. Pela pequena janela ao fim do corredor, o olho, 
              orientado por Kariel, deu a volta por fora do edifício, procurando 
              entrar nos quartos pela janela. Verificou o olho a primeira sala 
              à esquerda, mas da pequena janela somente se viu a escuridão. 
              Partiu então para a segunda na mesma direção 
              e nesta a janela estava fechada, Correu o olho então para 
              o último aposento do andar, onde novamente havia a escuridão. 
              Kariel, resolveu então, para aproveitar a duração 
              de seu encanto, enviá-lo para o andar inferior, onde acabou 
              tendo mais sorte. O olho entrou pela janela das três salas 
              do primeiro andar. Na primeira a ser investigada, teve a decepção 
              de nada encontrar, exceto a escuridão, porém no aposento 
              seguinte havia luz e uma pessoa sentada. Um homem, notadamente pálido, 
              lia um livro. Quis Kariel saber que livro era aquele e com um comando 
              mental aproximou o olho invisível. Tratava-se de um livro 
              sagrado do deus Velsharoon, protetor dos mortos-vivos. Era a primeira 
              evidência que realmente algo maligno havia naquele local. 
              O olho então partiu para a terceira e última sala 
              do primeiro andar. Lá também havia luz e uma mulher, 
              com o mesmo tom pálido do homem do outro quarto, penteava 
              os cabelos. Com esta última visão, o olho arcano se 
              desfez, marcando o fim da duração do encanto. Kariel 
              porém já estava satisfeito. Conseguiu algo para expor 
              ao Lorde Randal.      Arthos 
              subiu as escadas, quando de repente ouviu passos. Outra pessoa atrás 
              dele também subia as escadas. Então o elfo, invisível, 
              se encolheu e por ele passou ninguém menos que o próprio 
              Lorde Gryvus, que exibia um semblante preocupado. O homem foi até 
              o escritório, pegou alguns papéis e entrou no quarto 
              ao lado, para falar com o homem pálido que lia o tomo sobre 
              Velsharoon, sendo seguido por Arthos, que se esforçou para 
              ouvir a conversa. O homem sentado foi quem começou o diálogo."Mestre, 
              o que há? Parece preocupado."
 "Um 
              pouco. O maldito Lorde Randal passou o comando da cidade para o 
              maldito do Garekh Inklas. Mas a hora dele se aproxima. Randal estará 
              a nossa mercê. Se nos contrariar, levaremos sua mulher e filho. 
              O que me incomoda são aqueles aventureiros que ele contratou."
 "Acha 
              que eles podem nos atrapalhar, Lorde?"
 "Não, 
              mas temos que ter cuidado."
      Arthos 
              ouviu tudo, com satisfação. Agora também ele 
              tinha uma evidência. Subiu as escadas para encontrar seus 
              companheiros no segundo andar e passar-lhes as notícias. 
              Como todos estavam invisíveis, teria que esperar ser interpelado 
              por Kariel, que poderia enxergá-lo e a Limiekli. Ao subir, 
              ouviu uma voz em tom baixo."Sou 
              eu, Arthos, Kariel"
 "Também 
              estou aqui", disse também Limiekli.
 "Bom 
              achá-los. Descobri algumas coisas interessantes sobre Lorde 
              Gryvus. Ele quer chantagear Randal.", revelou Arthos.
 "Encontrei 
              em duas destas salas um homem e uma mulher, estranhamente pálidos, 
              como se não tivessem sangue. Um deles deve ser um servo de 
              Velsharoon, deus dos mortos-vivos. Parece que já temos o 
              suficiente. Vamos sair daqui e voltaremos com o apoio de Lorde Randal", 
              disse Kariel.
      Os 
              três então desceram as escadas, quando novamente ouviram 
              passos. Era Gryvus que subia. Os três então se comprimiram 
              no canto dos degraus, próximo a parede, para que o mesmo 
              passasse sem percebê-los. Porém o nobre interrompeu 
              seu caminho e parou por um momento. De repente, fez alguns gestos 
              e proferiu as seguintes palavras: "Invisibilitis reperire". 
              Ao terminar seu comando mágico, os três invasores, 
              mesmo invisíveis, passaram a ser vistos por Gryvus.      "Espiões! 
              Vão pagar caro pela sua invasão, 'Cutis saxum'," 
              Disse o homem, lançando sobre si um novo encanto.Kariel 
              sabia ser aquelas palavras um sortilégio para deixá-lo 
              resistente os golpes das armas e então resolveu lançar 
              um contra-feitiço:
 "Magica 
              navitas dissipare", com estas palavras, o elfo Escolhido de 
              Mystra dissipou a magia que protegia Gryvus, mas também a 
              invisibilidade que agia sobre si e Limiekli. Arthos não fora 
              atingido pelo efeito do encanto, pois deu um salto escada abaixo 
              em direção ao andar inferior. Limiekli, então 
              imobilizou os braços de Gryvus, enquanto Kariel desceu as 
              escadas. Queria o Escolhido avisar os demais, que ficaram do lado 
              de fora da propriedade do nobre. Gryvus, porém livrou-se 
              de Limiekli e o empurrou sobre Kariel, caindo os dois escada abaixo. 
              Neste momento, Arthos virou-se para o alto da escada, e retirando 
              um frasco de um bolso de seu traje, o arremessou em direção 
              ao Lorde. O vidro explodiu em chamas, porém Gryvus, em um 
              novo encantamento, conjurou uma porta mágica, que surgiu 
              do nada e o engoliu, fugindo do cenário da batalha.
 Kariel 
              levantou-se, correu em direção da janela e olhou para 
              o céu da noite límpida de Cachoeiras da Adaga naquele 
              dia. Foi o suficiente para lançar um encantamento.
      Do 
              lado de fora, Mikhail, Magnus, Bingo e Sirius estavam apreensivos 
              sobre a situação de seus companheiros dentro da propriedade. 
              Foi quando Magnus olhou para o céu e viu que um brilho azulado 
              começava a desenhar no firmamento o símbolo da Comitiva."É 
              agora. Vamos!", partiu o paladino em direção 
              ao portão, seguido de seus companheiros.
      A 
              força combinada dos aventureiros arrebentou o portão. 
              De dentro do pátio se apresentaram dois guardas."Homo 
              debilitare", com estas palavras Mikhail paralisou os dois oponentes. 
              Mas haviam mais e quatro deles surgiram da escuridão para 
              impedir o avanço dos heróis. Enquanto Magnus e Mikhail 
              trocavam golpes contra dois dos guardas, em uma luta franca, Sirius 
              e Bingo preparavam seus arcos e disparavam nos dois oponentes mais 
              distantes. Um deles, duramente atingido por Sirius, resolveu fugir 
              enquanto o outro avançou. Sirius então gritou para 
              o oponente.
 "Nosso 
              objetivo aqui não é matá-los. Faça como 
              seu amigo e volte para sua família.", advertiu, porém 
              sem ser levado a sério pelo guarda, que continuou avançando. 
              Foi quando Bingo deu um disparo certeiro, ferindo o homem mortalmente. 
              Sirius aproximou-se do homem que agonizava.
 "Eu 
              te disse!", falou antes de dar o golpe de misericórdia, 
              aliviando o sofrimento do homem.
      Dentro 
              da mansão, Arthos e Kariel decidiram subir as escadas, à 
              procura de Gryvus e seus comparsas. Antes que Limiekli pudesse seguí-los 
              surgiram dois guardas que o impediram de prosseguir. Limiekli, depois 
              de defender alguns golpes com sua espada, deu-lhes um empurrão, 
              derrubando os dois escada abaixo. O ranger então desceu correndo, 
              passou pelos dois adversários que já começavam 
              a se levantar e prosseguiu em direção a saída 
              da mansão. Ao chegar na porta, viu seus companheiros, que 
              já se aproximavam."Ei...me 
              ajudem aqui! Pelo amor de Mielikki!", pediu Limiekli.
      Os 
              guardas que haviam sido derrubados na escada, desceram atrás 
              do ranger, mas chegando na porta viram também seus amigos. 
              Olharam um para a cara do outro e, devido a desvantagem, decidiram 
              retornar. Naquele instante, o guarda que lutava com Mikhail se rendeu 
              e o que combatia contra Magnus foi a nocaute. Em seguida então 
              entraram na mansão, atrás dos dois guardas que restavam. 
              Os encontram na escada e após um deles tomar um golpe de 
              Magnus, ambos largaram suas espadas e renderam-se. Um deles olhou 
              para Limiekli:"Você 
              só venceu por causa de seus amigos, fracote!"
 A 
              declaração, mexeu com os brios do ranger, que o desafiou:
 "Ora. 
              Então venha me enfrentar de mãos nuas!", Magnus 
              soltou o homem e ele e Limiekli trocaram rápidos golpes. 
              O ranger levou a melhor e o guarda aceitou sua derrota. Os adversários 
              foram amarrados e Mikhail então disse:
 "Temos 
              que encontrar Arthos e Kariel", então subiram as escadas.
      Poucos 
              minutos antes, Kariel e Arthos haviam chegado no primeiro andar."Vamos 
              para o aposento daquele assecla pálido dele. Gryvus deve 
              estar lá", disse Arthos.
 Correram então para o quarto, cuja porta estava fechada. 
              Os dois então arrombaram-na. O lacaio de Gryvus estava lá, 
              mas sua companhia não era seu mestre, mas sim um esqueleto 
              que atacou os aventureiros. Arthos resistiu o quanto podia, enquanto 
              Kariel se posicionava para lançar um feitiço. O homem 
              então lançou um feitiço que dissipou o som 
              no ambiente, na esperança de impossibilitar o mago elfo de 
              dizer as palavras mágicas, mas como Kariel era um dos Escolhidos 
              de Mystra, isso lhe permitia que conjurasse determinados encantamentos 
              apenas com a força de vontade. E assim fez: lançou 
              um relâmpago de suas mãos, que atingiu, tanto o esqueleto, 
              quando o lacaio de Gryvus. A rama elétrica destruiu o primeiro, 
              e atingiu o segundo, que enfraquecido, invocou um novo feitiço 
              e desapareceu. Porém um efeito inesperado ocorreu: o raio 
              refletiu na parede de pedra e voltou-se em direção 
              a Arthos, que também acabou atingido.
      "Você 
              está bem, Arthos?", perguntou Kariel."Mais 
              ou menos. Vamos sair daqui e procurar em outro lugar."
      Enquanto 
              preparavam-se para deixar o quarto, seus companheiros que estavam 
              subindo as escadas aproximaram-se do mesmo andar que eles. Mikhail, 
              Sirius, Magnus, Bingo e Limiekli chegaram a tempo de ver Kariel 
              e Arthos deixarem quarto, com vistas a procurar os próximos 
              adversários da Comitiva da Fé.
 .  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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