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 A Destruição de um Grande 
              Mal Descrita por Ivan Lira,baseada no jogo mestrado por Ivan Lira
 
 
 
 Personagens da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli). 
              Os Elfos: Arthos Fogo Negro; Mikhail Velian; Kariel Elkandor. 
              O Halfling: Bingo Playamundo; O Anão: Bhury 
              Rocha Suprema.
 
  A Destruição de um Grande 
              Mal 
      Poucos 
              minutos tinham se passado, no entanto os pensamentos de cada um 
              daquele grupo intitulado por Comitiva da Fé estavam congelados 
              como se o tempo não mais tivesse significado. Isso tudo provocado 
              pelas amargas lembranças expostas por Arísia, uma 
              baatezu de aparência bela que poderia causar inveja à 
              princesas de muitos os reinos. É como se o passado viesse 
              à tona num golpe certeiro e mortal na jugular, cuja defesa 
              seria impossível. A visão da inesquecível Diana 
              beijando o anão Feldin foi um tormento para o elfo Arthos 
              Fogo Negro, queria ele arrancar aquelas lembranças da mente 
              como se tira uma flor de um arbusto. As feições tristes 
              da arquidruida Ênia fizeram brotar dúvidas e pesares 
              na alma de Kariel Elkandor. Apesar de ver o sofrimento de seu povo, 
              Limiekli manteve-se firme quanto a escolha de ter abandonado o Forte 
              Zhentil. Sirius fez o mesmo, atribuiu fatos do passado a irremediáveis 
              tragédias, sem ter a intenção de originá-las. 
              Mikhail lamentou, pois as coisas poderiam ser outras se as circunstâncias 
              fossem diferentes. Magnus não se arrependeu de nada, exceto 
              não ter matado todos os demônios do Abismo, porém 
              o paladino sabia que isso era impossível, então postou-se 
              inflexível. Bingo, inocente por natureza e muito gentil com 
              seus amigos, nem se lembrava mais do que Arísia o tinha dito, 
              isso é claro se ela assim o fez, pois o desprezo pelas criaturas 
              pequeninas não se limitava apenas aos habitantes do Plano 
              Material. Assim estava a Comitiva, quieta, até que Arthos, 
              o 'Inconseqüente', tirou suas vestes e caiu no lago que ali 
              existia. Era sua forma de mostrar que alguns problemas deveriam 
              ser jogados para debaixo da cama e esquecidos. Alguns o acompanharam 
              e outros apenas comiam o alimento produzido pela fé de Mikhail 
              em sua deusa. Por final, o ânimo foi melhorado.      Kariel, 
              curioso, perguntou a Limiekli:"Você 
              se arrepende de ter deixado o Forte Zhentil?"
 "Não, 
              depois das tramóias e dos cultos malignos prestados pelos 
              governantes daquele lugar eu não poderia ter tomado decisão 
              melhor. Mas fico triste por não ter feito mais, já 
              que eu poderia lutar contra eles."
 "Talvez 
              não meu amigo. A Comitiva já foi traída antes 
              e nada pudemos fazer, pois é impossível cortar a mentira 
              e a falsidade com uma espada. Acho que depois que descobri isto, 
              me sinto melhor como servidor de Helm." Expressou Magnus.
 "É, 
              é verdade. Agradeço pelo conselho, nobre paladino." 
              Respondeu o ranger batendo no ombro de Magnus.
 "Companheiros, 
              a cura sagrada administrada por mim e por Magnus não foram 
              suficientes para fechar nossas mazelas, não seria prudente 
              tomarmos alguma atitude antes de enfrentarmos a próxima ameaça?"
 "E 
              eu preciso de mais ajuda, senão vai ficar difícil 
              prosseguir." Disse Arthos mostrado alguns cortes que tomou.
 "Vamos 
              voltar ao templo de Clangeddin então, talvez Bhury possa 
              nos ajudar." Opinou Kariel.
 "Também 
              acho, mesmo que demore um pouco, é melhor que tomar outra 
              surra desses demônios." Completou Sirius.
      Diante 
              de tanta demanda, o grupo resolveu voltar para onde se encontrava 
              Bhury Rocha Suprema. A caminhada foi calma e tranqüila. No 
              caminho, perceberam eles que os demônios que haviam matado 
              estavam se deteriorando muito rápido, eram podres até 
              os ossos. Já na presença de Bhury disseram eles:"Bhury, 
              estamos bastante feridos. As batalhas ficaram cada vez mais difíceis 
              e minha fé e a de Magnus não foram suficientes para 
              nos ajudar. Seria possível descansarmos aqui novamente?" 
              Disse Mikhail em nome do grupo.
 "Diga-me, 
              caro elfo, como eu poderia negar um pedido tão simples a 
              pessoas que se dispuseram a enfrentar um problema que não 
              lhes dizia respeito." Bhury se aproximou de alguns e orou por 
              Moradin devolvendo então o limiar do vigor de seus corpos.
 "Abençoados 
              sejam vocês, que tombaram muitos seres do mal até agora, 
              pois sinto que falta pouco para o desafio final. Lembrem-se, vocês 
              precisam de alguma forma quebrar a maldição de Vazegard 
              que me prende aqui neste templo. Fazendo isso eu poderei ajudá-los 
              a enfrentá-lo e depois Jhystermarex." Continuou ele.
      Após 
              um breve descanso, os aventureiros seguiram seu rumo, a Mesa Suprema, 
              local que Bhury os informou onde estaria Vazegard, o traidor. Passaram 
              mais um vez pelo cemitério, pela morada, pelas minas, e depois 
              no lago. O corpo de Arísia, assim como os outros demônios 
              já se deteriorava. Prosseguiram eles por um novo túnel, 
              escuro assim como os outros e nunca conseguiam ver o teto, mediante 
              este fato, Sirius Lusbel comentou:"Pessoal, 
              esta cidade é enorme. Não sei como e porquê 
              os anões constroem lugares tão grandes assim."
 "Eu 
              soube através de Kelta e Iorek que os anões sempre 
              constroem suas moradas desta forma para receber a visita de seus 
              deuses, pois dizem que Moradin é do tamanho de um gigante." 
              Disse Magnus.
 "É, 
              pelo jeito eles seguem esta tradição à risca."
      No 
              final do túnel o caminho começou a se abrir revelando 
              um gigantesca caverna, esta que poderia abrigar uma pequena vila 
              cormiriana. A iluminação gerada pelas lanternas não 
              alcançava nem um quarto do esplendor do lugar. Mas a medida 
              que caminhavam atentos a quaisquer ameaças, eles foram identificando 
              mesas enormes espalhadas por vários cantos do ambiente, muitas 
              peças de metal estragadas pelo tempo jaziam ali, metais fundidos 
              entre outras coisas. Logo, no caminho deles, surgiu um caldeirão 
              gigante. Mais à frente viram outros caldeirões, alguns 
              contendo um magma levemente incandescente, quase rocha pura. Estas 
              grandes fornalhas davam um tom avermelhado ao local. Limiekli, possuidor 
              de um conhecimento básico de forjaria se espantou com os 
              materiais que os anões trabalhavam: ferramentas pesadas e 
              grotescas, estas que provavelmente concebiam as melhores armas. 
              Arthos, curioso como de costume, fez uma pequena procura, demorou 
              alguns minutos até encontrar o que queria: Mithril. Ficara 
              estupefato por ter encontrado tão raro minério, porém 
              como era pesado, deixou-o ali escondido. Seguiu então pensando 
              de como levaria aquela preciosidade. A Punição de 
              Um Traidor      Após 
              saírem de outro túnel, a Comitiva chegou no que Bhury 
              revelou ser a Mesa Suprema, identificada por Mikhail, que após 
              ver uma grande estrutura, informou aos seus amigos do que se tratava. 
              Parecia mais uma catedral, com um teto que não podia ser 
              visto em toda extensão, tudo sustentado por colossais pilares 
              totalmente lisos. Até mesmo o chão, onde o grupo pisava, 
              era bem batido, diferente dos lugares anteriores. Aproximaram-se 
              com cautela até uma escadaria que levava a uma entrada. Haviam 
              ali estátuas de divindades anãs, no entanto, todas 
              estavam destruídas. Não tiveram outra alternativa 
              senão se dirigir a uma entrada principal, que era um grande 
              portão, que permitiria a passagem até mesmo de um 
              gigante. Com bastante cuidado, os membros do grupo se prepararam 
              para eventuais embates, o sacerdote de Mystra invocou um encanto 
              que o protegeria, os demais estavam apenas de armas em punho.      Antes 
              de entrarem, o dileto de Mystra, Kariel, informou aos demais que 
              não poderia adentrar agora, pois tinha um plano. Portanto 
              o grupo entrou, ficando o mago lá fora. Magnus, que estava 
              bem à frente, forçou o enorme portão abrindo-o. 
              Lá dentro eles viram uma ante sala com três passagens, 
              resolveram seguir em frente. O piso parecia mármore, e as 
              paredes eram rochas maciças, seguiram para a passagem norte. 
              Abrindo mais uma grande porta, os heróis estavam num salão 
              mais comprido, decorado por estátuas, que também estavam 
              quebradas, e outras ornamentações. Bingo, a pedido 
              do grupo, foi informar a Kariel que poderia avançar, pois 
              Vazegard ainda não havia sido visto. Enquanto isso, também 
              à frente havia uma passagem, na verdade uma escadaria, não 
              hesitaram em subi-la. Lá em cima algo os chamou a atenção, 
              havia uma tênue luminosidade que não vinha de suas 
              lanternas, provavelmente outras fontes de luz. Acharam isso estranho, 
              pois nesta jornada só encontraram plena escuridão. 
              Destemidos, os heróis da Comitiva subiram e perceberam estar 
              numa plataforma.Dela viram um amplo salão e à frente 
              outra escadaria. Após a descerem constataram que provavelmente 
              chegaram ao seu destino, pois perceberam bancadas dispostas em várias 
              fileiras, ambas em lados opostos, e no meio uma enorme mesa. No 
              chão se encontravam vários símbolos das quais 
              Mikhail supôs ser do idioma detek, e no extremo oposto havia 
              um altar com um trono gigantesco, dentro deste trono havia outro 
              trono menor, e atrás dos tronos uma estátua quebrada. 
              Mas foi só se aproximarem mais para perceberem uma pequena 
              presença no trono menor, uma figura translúcida embora 
              um pouco brilhante, esta que ao ver o grupo levantou-se e caminhou 
              em direção a eles calmamente.      Foi 
              perceptível então um anão de armadura, calvo 
              e de enorme barba, seu olhar expressava conflito e ódio ao 
              mesmo tempo, foi quando disse:"Eis 
              meu povo, aqueles que se intrometeram em nossos assuntos. Malditos 
              da superfície que maculam nossos ditames!" Assim falou 
              Vazegard olhando para as bancadas como se nelas houvessem vida.
 "Viemos 
              a pedido de Bhury Rocha Suprema, aquele o qual você aprisionou 
              com sua maldição." Defendeu Mikhail.
 "Vocês 
              nada tem haver com os problemas de nossa comunidade, vão 
              embora!"
 "Não 
              até a profanação causada por você esteja 
              acabada." Ameaçou Magnus.
 "Vai 
              ter que fazer a mesma coisa que os outros demônios, Vazegard. 
              Batalhar!" Assentiu Sirius.
 "Que 
              assim seja hereges!" Quando o anão ia pronunciar o dialeto 
              divino, algo o assustou.
      Uma 
              pessoa se aproximou da Comitiva. Para espanto de todos, era alguém 
              também translúcido, também anão, porém 
              diferente, carregava o símbolo sagrado de Moradin. Não 
              era outro senão Bhury, que veio com ímpeto."Vazegard, 
              sua influência maligna termina aqui."
 "Mas, 
              mas, Bhury maldito, como saíste de lá?" Após 
              Vazegard dizer estas palavras, Mikhail, que sabia exatamente do 
              que se tratava, vibrou de alegria, então pegou a pedra que 
              Bhury havia lhe entregue e a quebrou no chão. Ao fazê-lo, 
              liberou um encantamento que trouxe o verdadeiro Bhury para a presença 
              deles. Um brilho então se fez no ambiente depois dando lugar 
              ao corpo de Bhury, que ao ver seu nêmesis, disse:
 "Vazegard, 
              almejei anos por este encontro. Agora empregarei todos os meus esforços 
              para que você pague por tudo que fez a Santuário de 
              Moradin. Sucumba a minha ira cão do inferno!"
      O 
              "outro" Bhury revelou-se: era Kariel, que estava na forma 
              do fantasma anão através de seus feitiços. 
              Ele anulou a farsa deixando perplexo Vazegard, pois a única 
              maneira de quebrar a maldição que prendia Bhury no 
              templo de Clangeddin era fazer o sacerdote de Abbathor pronunciar 
              o nome de seu inimigo e o ardil havia afinal funcionado. Os heróis 
              partiram com armas brandidas em direção ao clérigo 
              negro dos anões, contudo quatro seres pútridos surgiram 
              interpondo, eram carcaças de anões mortos, vestidos 
              para a batalha. Bhury entristeceu-se por um momento, pois sabia 
              que tais corpos pertenceram um dia aos seus conterrâneos, 
              já Mikhail não hesitou, invocou sua fé na deusa 
              da magia e reduziu a cinzas os seres do plano negativo. O sacerdote 
              maligno aproveitou a distração e ergueu lâminas 
              ao seu redor. Elas comportavam-se como rodamoinhos mortais, impedindo 
              a aproximação dos aventureiros. Arthos Fogo Negro, 
              ignorando o perigo, deu um salto passando por cima de Vazegard e 
              tentou atingi-lo durante o pulo, no entanto não o alcançou 
              com sua Lâmina das Rosas e quase foi esquartejado pelo feitiço 
              maldito. Quando os outros já estavam próximos, Vazegard 
              invocou um novo encanto, fez surgir quatro aranhas gigantes ao seu 
              redor, então deflagrou-se uma nova batalha. Os guerreiros 
              Sirius, Magnus, Limiekli e Arthos lutaram bravamente contra os monstros 
              aracnídeos, enquanto outros tentavam atingir Vazegard. Bingo 
              inocentemente jogava balas de funda no clérigo sem saber 
              que este nada sentia com tão primitiva arma. Kariel tentava 
              encontrar um ângulo adequado para disparar seu relâmpago 
              para não acertar acidentalmente seus companheiros, e Mikhail 
              ajudava os outros contra as aranhas. Vazegard retirou magicamente 
              o som no espaço onde estava o dileto de Mystra, mas este 
              era um dos Escolhidos, podia ele disparar seu relâmpago apenas 
              com a força de vontade, então o fez, ferindo o sacerdote 
              negro. Ele, como forma de resposta, invocou uma nuvem de insetos 
              que obscureceu a investida de Mikhail e Kariel. Os tentáculos 
              feriaram bastante a carne dos aventureiros, mas mesmo assim o ímpeto 
              deles superava a dor e continuaram combatendo. Em meio a isso, Bhury 
              proferiu um encanto que fez desaparecer três das terríveis 
              aranhas. Vazegard, vendo que estava em desvantagem, recorreu ao 
              seu mais poderoso feitiço: pronunciou algo e fez surgir ao 
              seu lado um grande portal, como uma janela para o cosmo, que produzia 
              uma energia cintilante. Uma silhueta foi possível distinguir 
              por detrás deste portal. Percebendo a presença, Vazegard 
              disse:"Yxor! 
              Filho de Baator, vem ao meu auxílio na batalha contra nossos 
              inimigos comuns! Serve a teu mestre Jhystermarex ceifando a vida 
              daqueles que almejam destruí-lo!"
 "Oh, 
              o que vejo? Torilianos! Acatarei teu pedido ser desprezível, 
              mas apenas por hora!" Respondeu a voz gutural.
      Do 
              portal, surgiu um demônio escarlate. Ele trazia a essência 
              do mal em seu sorriso maquiavélico, as chamas em suas asas 
              expressavam sua ira. Escolheu uma vítima e assim o atingiu 
              com seu diabólico chicote: foi Magnus o primeiro a ser golpeado, 
              portanto os guerreiros caíram em fúria em cima do 
              diabo. Foi com fleuma que Kariel percebeu que Yxor se parecia muito 
              com H'Toph. Bhury por sua vez empregou seus esforços em Vazegard, 
              pois seu inimigo ainda permanecia lutando, então com sua 
              fé anulou os encantamentos de Vazegard, embora o mesmo tenha 
              erguido novamente uma muralha de lâminas. Yxor estava furioso, 
              golpeou vários de seus oponentes, mas a vontade da Comitiva 
              era maior, pois as lâminas de Arthos, Sirius, Limiekli e Magnus 
              castigaram sem piedade a carne imunda do ser de Baator, e para ajudar, 
              Mikhail conjurou um feitiço que melhorou o desempenho de 
              seus companheiros. Bhury, indignado com a desgraça que Vazegard 
              trazia, ignorou as lâminas do encantamento terrível 
              e iniciou uma troca sangrenta de golpes de maça contra seu 
              adversário, ambos urravam de ódio a cada golpe, Vazegard 
              conseguiu causar um ferimento na perna de Bhury, mas este devolveu 
              acertando-lhe a mandíbula. Kariel acompanhou o anão 
              e atingiu Vazegard algumas vezes com sua espada Goliath. Yxor, não 
              suportando a surra que tomava, tentou recuar mas era tarde, seu 
              corpo fora feito em pedaços. Quando os demais voltaram sua 
              atenção para os anões apenas viram o crânio 
              de Vazegard se quebrar com o golpe de maça desferido por 
              Bhury, que deu um grito de fúria ao executar seu inimigo. 
              Ao morrer, ele foi reduzido a nada, pois era apenas um fantasma. 
              A Comitiva acompanhou a alegria de Bhury com euforia, mas o pior 
              ainda estava por vir.      Ao 
              final da exaltação, o sacerdote de Moradin ajoelhou-se 
              diante da estátua danificada de seu deus rogando para que 
              bons ares viessem, mesmo diante de tanta alegria ele admitiu:"Heróis, 
              eu agradeço até o fundo de minha alma anã o 
              que fizeram até agora, mas a ameaça à frente 
              talvez seja demais para vocês. Eu não quero que se 
              sacrifiquem por uma sina que não os pertence."
 "Tarde 
              demais, Bhury. Depois que a Comitiva começa um serviço 
              vamos até o fim." Disse Arthos.
 "Além 
              do mais eu não quero acordar algum dia sabendo que este demônio 
              pode sair de lá e profanar outros lugares." Expressou 
              Sirius.
 "Bom, 
              o que meus amigos querem dizer, Bhury, é que ajudaremos até 
              o final." Terminou Mikhail.
 "Neste 
              caso venham comigo, há um ótimo lugar por aqui para 
              que possamos descansar e fechar nossas feridas."
      O 
              anão os conduziu por corredores seculares, até chegar 
              num cômodo deveras confortável, pelo menos para um 
              anão. Contudo aquilo foi mais que suficiente para que os 
              demais pudessem repousar tranqüilamente. Pouco depois o sacerdote 
              de Moradin começou a procurar algo pelo lugar, Mikhail preocupado 
              argüiu o anão."O 
              que procura Bhury?"
 "Algo 
              que poderia nos ajudar bastante contra o demônio, talvez Vazegard 
              o tenha escondido em outro lugar. Não importa agora. Meu 
              amigo elfo, eu percebi que é um grande devoto de sua deusa. 
              Você permite compartilharmos uma oração aos 
              nossos deuses?"
 "Seria 
              uma honra para mim."
 Portanto 
              foram eles empregar seus pensamentos naqueles os quais adoram mais 
              que a própria vida.
 Que a Vontade Prevaleça      Foram 
              poucas as horas que os aventureiros conhecidos por Comitiva da Fé 
              tiveram para se preparar para aquela que poderia ser sua batalha 
              mais ferrenha. Embora tenham destruído seres nefastos como 
              Eltab, o lorde abissal, Xvim, o filho de Bane, e Cyric, o príncipe 
              das mentiras, o grupo atual contava com uma nova formação 
              de pessoas que nunca haviam sequer visto criaturas de tamanho poder. 
              Mas como desistir e recuar não eram palavras conhecidas para 
              estes heróis, depositaram suas armas em suas bainhas para 
              que no momento adequado possam as desembainhar na luta definitiva. 
              Enquanto uns se preparavam outros se alimentavam, poderia ser aquela 
              uma última ceia. Naquele momento, o incansável Bhury 
              Rocha Suprema, já com um semblante mudado desde a destruição 
              de seu oposto, aproximou-se do grupo e apenas os vislumbrou, pensava 
              ele de onde teria vindo heróis tão corajosos e de 
              onde se originava tanto ímpeto e vontade para aniquilar aqueles 
              que praticam a vilania. Olhou-os como filhos que poderia ter tido. 
              Queria ele ter substância em seu ser para tocá-los, 
              abraçá-los e beijar suas testas, contudo naquele momento, 
              Bhury poderia oferecer apenas suas mortes, pois o perigo que viria 
              tinha dimensões muito superiores aos que eles tinham enfrentado. 
              Antes que dissesse algo, jurou a si mesmo que morreria com eles."Bravos 
              guerreiros, vejo que se sentem melhor. Eu gostaria que perguntar 
              novamente, vocês querem realmente continuar?"
 "Bhury, 
              acreditamos que os deuses decidem nossas vidas como eles bem entendem. 
              Por isso faremos o que eles quiserem, obedecerei Mystra em qualquer 
              que seja a contenda." Falou Mikhail pelo grupo.
 "Neste 
              caso, descansemos mais um pouco. Sentemos e conversamos, quero conhecer 
              vocês, mal sei seus nomes. Antes que algo aconteça, 
              não quero ir pra junto de Moradin sem saber disso."
      Por 
              alguns momentos, o grupo se distraiu, contaram um pouco sobre si 
              e seus feitos, o mesmo fez Bhury. O antigo anão lhes contou 
              histórias sobre Santuário de Moradin, antes da guerra 
              provocada por Vazegard. Seus maiores inimigos foram sempre os drows. 
              Foram séculos de batalha e esta cidadã anã 
              foi uma das únicas que não pereceu pelas mãos 
              destes elfos negros. Explicou ele que houveram inúmeras imigrações 
              para a Grande Fenda, local onde poderia se dizer que é seguro 
              para os anões hoje em dia. Ao terminar a conversa, pediram 
              vitória aos deuses e partiram.      Já 
              fora da Mesa Suprema, o grupo seguiu para um novo túnel que 
              perceberam bem á frente, caminharam por vários minutos. 
              A ansiedade aumentava cada vez mais em suas almas, queriam acabar 
              logo com isso, mesmo com a morte à espreita. Chegaram eles 
              numa abertura que revelou mais uma caverna de proporções 
              colossais, a luz projetada pelos aventureiros não chegava 
              ao teto. Todos seguiram Bhury, até que finalmente avistaram 
              uma outra catedral semelhante à Mesa Suprema, porém 
              um pouco maior. Nela podia-se ver inúmeros monumentos de 
              divindades anãs, sendo a maior delas do Pai dos Anões. 
              No entanto todas estavam avariadas e profanadas. Começaram 
              a subir as escadarias, mas quando estavam quase no seu final, o 
              paladino disse:"Bingo, 
              eu nunca te pedi nada antes mas o farei agora: fique aqui e não 
              entre!"
 "Mas 
              Magnus! Eu também quero lutar!"
 "Eu 
              sei pequenino, lutou bravamente até agora, mas o que nos 
              aguarda está além de suas capacidades. Você 
              estaria apenas arriscando sua vida em vão. Além do 
              mais, se nós perecermos quem irá dar a notícia? 
              Caso não voltemos você deve ir ao Vale das Sombras 
              ou até Randal Morn e dizer tudo."
 O 
              pequeno apenas abaixou a cabeça e tentou segurar o choro 
              mas, para não decepcionar o amigo, manteve-se firme e sentou-se 
              na escada como forma de concordância.
      Os 
              demais foram ao encontro de um grande portão de madeira, 
              todo ornamentado com metal. Magnus e Sirius o abriram, mas antes 
              que prosseguissem, Mikhail lembrou:"Acho 
              melhor nos prepararmos agora, pois precisaremos de todas as nossas 
              forças neste momento." Disse o elfo, que em seguida 
              fez preces a Mystra para que ela os iluminasse com sua graça, 
              Bhury fez o mesmo invocando um feitiço de proteção 
              em Limiekli e Sirius.      Determinados, 
              entraram num salão vazio do qual Bhury mencionou ser uma 
              sala de entrada. Ao abrir um outro portão à frente 
              Bhury disse-lhes que finalmente chegaram ao destino. Um lugar vasto 
              revelou-se, um cômodo também maior que o da Mesa Suprema. 
              Perceberam-se bancos de madeira e pedra quebrados, aglomerados pelos 
              cantos do ambiente. O chão estava repleto de inscrições 
              rúnicas e lá estavam o que eles tanto procuravam, 
              seis pequenas estruturas do tamanho de um humano normal, todas feitas 
              de pedra e cada uma com um formato diferente. Kariel e Mikhail, 
              ao verem os símbolos diferentes em cada uma destas estruturas 
              perceberam que se tratavam dos obeliscos, aqueles nos quais deviam 
              invocar os feitiços, para cada objeto, uma natureza diferente. 
              Mas o que mais chamou a atenção de todos foi o fato 
              daquele salão estar vazio. Pensaram eles que o demônio 
              talvez estivesse em outro lugar ou voltado para Baator. Kariel e 
              Arthos imaginaram estar ele invisível aos olhos de todos, 
              e eles estavam corretos, pois assim que alguns pisaram nos chãos 
              do salão, uma voz gutural pronunciou:
      "Quem 
              invade os domínios de Jhystermarex?""Eu, 
              Bhury Rocha Suprema e a Comitiva da Fé. Viemos expulsá-lo 
              daqui, Vazegard agora não está mais está entre 
              nós, portanto sua profanação deve cessar."
 "Mortal 
              idiota! Acha que os sortilégios primitivos do seguidor de 
              Abbathor vão me prender por muito tempo. Ao destruí-lo 
              vocês apenas aceleraram este processo. Eu agradecerei a todos 
              da melhor forma possível com uma morte rápida e sem 
              dor."
      O 
              medo era visível no grupo, entretanto a graça de Mystra 
              os protegia do terror que aquele ser exalava. Arthos, que já 
              estava ansioso para a batalha assim como os demais, ameaçou:"Demônio, 
              deve saber que aniquilamos seus algozes. Você não será 
              uma exceção, assim eu digo."
 "Cuidado 
              com tais palavras inseto. Eu nem me lembrarei de você daqui 
              a alguns séculos. Não perderei mais tempo, tremam 
              diante de meu ser." Ao dizer isso, Jhystermarex foi aos poucos 
              aparecendo, foi revelando-se uma criatura aterradora, com incríveis 
              asas flamejantes, presas enormes onde escorriam um estranho líquido, 
              em sua mão um terrível tridente dourado. Não 
              fosse a graça de Mystra administrada por Mikhail todos eles 
              estariam beirando a loucura com tal visão. Sirius então 
              anunciou:
 "É 
              agora! Ao ataque!"
      Todos 
              correram desesperados almejando o golpe definitivo, Jhystermarex 
              permaneceu calmo apenas espertando a investida de seus rivais. Os 
              observou durante um ínfimo instante e escolheu seu alvo principal, 
              era aquele que o havia menosprezado. Portanto, impiedosamente acionou 
              as energias diabólicas de seu tridente e golpeou com toda 
              a fúria no tronco de Arthos Fogo Negro, o elfo tentou acertá-lo 
              com seu magnífico sabre, mas o demônio foi mais rápido. 
              O golpe foi tão poderoso que o atravessou expondo os ossos 
              do elfo pelas costas, e ao puxar sua arma de volta, Jhystermarex 
              trouxe parte das víceras de Arthos nas pontas do tridente. 
              O grupo ficou perplexo, mais a fúria os tomou e disseram 
              em coro:"Não!!!"
      Ensandecidos, 
              atacaram com tudo, Magnus com sua Chama do Norte abriu um corte 
              profundo no demônio. Limiekli foi atingido por uma das garras 
              de Jhystermarex mas revidou em seguida atingindo-lhe a cauda. Sirius 
              meticulosamente fintou o monstro e acertou uma das asas, porém 
              não evitou a cauda que o pegou de surpresa. Magnus foi mordido 
              pelo diabo, mas para sua sorte, apenas aço ele mordeu. Enquanto 
              isso, Mikhail e Kariel, o sacerdote e o Escolhido de Mystra, sabiam 
              que deviam administrar seus encantamentos nos obeliscos para que 
              a maldição acabasse e o demônio fosse enviado 
              de volta de onde veio, portanto correram para os obeliscos e iniciaram 
              os feitiços. Quando assim os invocaram, algo incrível 
              aconteceu, a energia mágica foi absorvida pelas estruturas, 
              após isso correram para os próximos. O demônio 
              se moveu com velocidade espetacular, os guerreiros mal viam o que 
              estavam atingindo, isso quando o conseguiam tal feito. Enquanto 
              lutavam Bhury os dava assistência no combate impedindo mais 
              baixas. Com isso, Magnus, esquivando-se do golpe mortal do tridente, 
              investiu furiosamente cortando o dorso do diabo de um lado a outro 
              banhando-se em sangue. Sirius não fez diferente, deu várias 
              estocadas com sua espada, e Limiekli castigou as asas com seu machado. 
              Se aquele piso fosse mais liso, eles escorregariam no próprio 
              sangue que derramaram. Jhystermarex, bastante ferido, invocou um 
              poderosíssimo feitiço que o restaurou completamente. 
              Os elfos conseguiram armazenar seus feitiços em mais dois 
              obeliscos, porém quando faltavam apenas dois, Jhystermarex 
              percebeu que algo estava errado: estranhou o fato daqueles dois 
              não participarem da batalha, então decidiu atacá-los. 
              Todos os quatro, Bhury, Sirius, Magnus e Limiekli notaram que o 
              momento definitivo era aquele, e atacaram com tudo que tinham, o 
              demônio foi atravessado e dilacerado por todas as lâminas 
              de seus oponentes. Tentou ele fugir, mas era tarde demais, Jhystermarex, 
              aquele que existiu por milênios e tinha uma eternidade ainda 
              para viver e destruir, tombou morto perante à Comitiva. Kariel 
              e Mikhail invocaram seus últimos feitiços, os obeliscos 
              absorveram a energia e um resultado fantástico ocorreu. As 
              energias dos obeliscos uniram-se e formaram um vórtice dimensional 
              que surgiu acima do altar do grande salão do qual estavam. 
              O vórtice começou a atrair tudo o que havia e todos 
              se seguraram como poderam. O corpo do demônio, ou o que restou 
              dele, junto com toda a essência maligna que profanava a cidade 
              anã foram sugados para o interior do vórtice, depois 
              disso o mesmo desapareceu completamente. Não Morra Arthos      Um 
              silêncio se fez no local, presenciaram um milagre, "Acabou! 
              Acabou!" assim disse Bhury. Contudo os demais voltaram os seus 
              olhos para o corpo de Arthos ali no chão. Seus corações 
              contorceram-se de dor, no entanto, Bhury os tranqüilizou:"Não 
              derramem suas lagrimas ainda meus amigos, o elfo ainda vive." 
              Disse ele ao lado de Arthos, depois continuou "Vamos, peguem 
              o corpo dele e o coloquem naquele altar. Mikhail, precisaremos de 
              sua fé."
      O 
              corpo de Arthos foi posto numa grande mesa localizada no altar, 
              todo o grupo permaneceu ao redor, Bhury e Mikhail iniciaram suas 
              orações. Cada um suplicou ao seu deus que o companheiro 
              não morresse. Queriam ele que Arthos, o que não serve 
              a nenhum deus, não perecesse. Em algum lugar do cosmo, o 
              elfo se viu flutuando no centro de um tornado magnífico de 
              energia de todas as cores, embaixo havia um buraco escuro, para 
              cima uma luz, logo depois surgiu um semblante. Era alguém 
              com cavanhaque e um capuz. Arthos sabia quem era, não teve 
              dúvidas de ser ele Kelemvor, o Deus da Morte. O antigo amigo 
              o olhou de forma severa, quando Arthos tentou falar algo, ouviu 
              vozes familiares vindas do tornado. Ele as seguiu e quando despertou 
              estava junto a seus amigos novamente. Colocou as mãos na 
              barriga: estava sem nenhum arranhão, não conseguiu 
              dizer nada, nem mesmo quando os outros começaram a abraçá-lo 
              em euforia. Em meio a tanta alegria Bingo foi até eles dizendo:"Pessoal! 
              Acabou? O demônio foi derrotado?"
 "Sim 
              pequenino, está acabado." Respondeu o Paladino.
 "Venham 
              ver uma coisa lá fora! Venham rápido!" E todos 
              correram acompanhando o halfling.
      Quando 
              passaram pelos portões do templo, todos puderam ver centenas 
              de pessoas translúcidas pelas escadarias: eram os anões 
              de Santuário de Moradin mortos há muito tempo atrás. 
              Entre eles estavam homens, mulheres, crianças e velhos. Todos 
              olharam para a Comitiva emocionados e então lentamente, um 
              a um, foram se ajoelhando perante o grupo de heróis em agradecimento 
              eterno pelo jubilo conquistado. Em seguida se transformaram em brisa 
              e assim foram tomados por seus deuses, apenas Bhury permaneceu. 
              O anão não tinha palavras para tal felicidade que 
              lhe atingia, mesmo imaterial, não conteve suas lágrimas. 
              O grupo ficou vexado, muitos deles talvez ainda não tinham 
              compreendido o que haviam acabado de fazer, mas emocionaram-se com 
              a humildade e o caráter inquestionável dos anões.      Com 
              os ânimos acalmados, o grupo sentou-se para descansar, Kariel 
              por sua vez perguntou "Bhury, antes de irmos embora, nós 
              gostaríamos de saber se você pode nos ajudar na busca 
              de uma bruxa.""Eu 
              não me esqueci disso. Não se preocupe, encontrarei 
              o que busca. Mikhail, por favor, me acompanhe."
      Ambos 
              voltaram para o altar de Moradin e fizeram novas orações. 
              Ao término, o anão percebeu algo, foi até um 
              recipiente do altar e disse a Mikhail:"Mikhail, 
              é um grande seguidor de sua deusa e usa muito bem o martelo."
 "Agradeço 
              o elogio, mas ainda não sou tão devoto quanto o senhor."
 "Tome, 
              o Destruidor de Tempestades. Esta era a arma de Voltan, nosso antigo 
              líder, forjada a séculos atrás. Lhe ajudará 
              nas piores situações." Disse o anão entregando 
              um bonito martelo ao elfo que ficou bastante feliz com o presente.
      Voltando-se 
              para Kariel, Bhury explicou "Meu caro elfo, eu consultei o 
              Pai dos Anões. O que você procura está a oeste 
              do lugar que vocês conhecem por Vale da Adaga, nas montanhas. 
              Porém digo que muitas outras ameaças pairam por lá."      Seguiram 
              eles em retorno ao templo de Clangeddin,. Quando na Grande Forja, 
              Bhury, ao ver Arthos pegar um pouco de mithril que ele havia escondido, 
              conseguiu mais um pouco e entregou ao grupo. Sabia ele que aquilo 
              era pouco para agradecê-los. Quando chegaram no templo de 
              Clangeddin, o anão disse:"Meus 
              amigos, gostaria de pedir um último favor. Por favor, enterrem 
              meu corpo num túmulo vazio para que eu possa descansar."
      O 
              grupo encontrou um esqueleto num canto do templo e levaram para 
              o cemitério, lá o enterraram numa tumba vazia, ao 
              terminar, Bhury, ao longe, apenas acenou sorrindo e então 
              desfez-se em brisa. Uma alegria e ao mesmo tempo um vazio preencheu 
              o coração da Comitiva da Fé naquele momento, 
              entristeceram-se com a partida de alguém que, embora conhecido 
              há pouco tempo, era muito querido. Foram embora, na lápide 
              de Bhury, Mikhail escreveu em élfico 'Aqui jaz Bhury Rocha 
              Suprema, sua fé e sua nobreza foram mais resistentes que 
              uma rocha'. 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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