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 Adeus Feargal e Villayette Descrita por Ricardo Iglesias eMarcelo Piropo
 
 Personagens da aventura:
 Os Humanos: 
              Magnus de Helm; Laurin de Waukeen, Sir Galthar de Águas Profundas 
              e Kinuk. Os Elfos: Elder Villayette Elkendor; Kariel Elkendor; 
              Feargal Rahl e Lua. Os Halflings: Bingo, Owni e Karnak.
 
 Adeus Feargal e Villayette  O 
              Labirinto da Morte
      A 
              batalha com os vrocks deixaram boa parte do grupo com seqüelas. 
              Kinuk, um dos menos feridos, administrou o seu poder xamã 
              para a cura dos mais necessitados a fim de que estivessem preparados 
              para novos desafios o quanto antes. Invocava o idoso bárbaro 
              seu deus Uthgar, ao qual sempre enaltecia dizento: "Hum! Uthgar 
              maior! Ninguém maior que Uthgar!". Kinuk pediu a Raposa 
              Ancestral, outra de suas divindades, que os guardasse enquanto dormiam. 
              Os deuses atenderam e as árvores os protegeram durante o 
              repouso.
 Ao amanhecer, decidem deixar a carroça 
              e seguir a pé para a mina. Após doze horas de caminhada, 
              às vezes parando aqui e ali para descansar, finalmente chegam 
              às ruínas. Hora de tomar as precauções: 
              Kariel verifica se há algum encantamento agindo sobre a porta 
              de entrada, Karnak e Laurin verificam a presença de armadilha. 
              Nenhum dos aventureiros descobre nada de anormal. Magnus, após 
              estudar a entrada, falou.
 
 "Vamos derrubar esta porta. Estou 
              cansado de surpresas por causa de portas se fechando. Não 
              quero ficar preso novamente em uma sala com um gás venenoso."
 "Magnus, como pretende derrubar 
              esta porta sem fazer barulho? Lembre-se que ela é feita de 
              bronze. Qualquer pancada irá fazê-la soar como um sino, 
              e todos que estiverem ai saberão que estamos chegando", 
              disse o elfo Elder, receoso.
 "Trouxe comigo um martelo do 
              Abismo e com ele poderíamos arrancar as dobradiças", 
              insistiu Magnus.
 "Deixe-me fazer, Magnus", 
              pediu Feargal, que sabia bem usar esta ferramenta, pois já 
              fora um armeiro. Porém o paladino ignorou completamente o 
              oferecimento.
 "Villa, me responda uma coisa...", 
              vira-se o elfo selvagem para o companheiro, "Sou mesmo necessário 
              nesta Comitiva? Veja como sou ignorado", comentou Feargal, 
              sentindo-se desprezado.
 "Sim, Feargal, você será 
              muito necessário nesta comitiva. Sua presença é 
              indispensável", respondeu-lhe o amigo, que procurava 
              compensar o desprezo demonstrado por Magnus.
 
 A porta é aberta e uma rampa 
              se apresenta, estendendo-se até perder-se na escuridão. 
              Karnak e Laurin não encontram armadilhas e todos seguem adiante. 
              Ao fim da rampa, uma outra porta de bronze se apresentou. Enquanto 
              observavam a passagem todos sentem-se ligeiramente mal, como se 
              suas vidas estivessem se esvaindo aos poucos. Bingo não suporta 
              aquele mal-estar e decide sair. Seu companheiro Magnus o leva fora 
              da galeria, o halfling se esconde em uma árvore e após 
              insistentes pedidos do pequeno para que tomasse cuidado e retornasse 
              a salvo, o paladino volta para junto de seus amigos. A porta é 
              aberta e segue-se um corredor e mais adiante uma porta dupla, maior 
              que as anteriores. Laurin, após abrirem as portas, percebe 
              que todo o cômodo está repleto de armadilhas. Do outro 
              lado da sala duas portas podiam ser vistas. Infelizmente, não 
              era possível desarmar os traiçoeiros ardis. Seus mecanismos 
              estão longe do alcance das mãos habilidosas de Karnak 
              e a Comitiva teria que se sujeitar.
 
 Laurin e Kariel são os primeiros 
              a entrar e a ter seu sangue derramado: são feridos na perna 
              por lanças que brotaram da parede. Magnus e Karnak ficam 
              pendurados em alçapões, e Feargal consegue se equilibrar 
              na borda de outro. Elder e Kinuk ainda permanecem do lado de fora 
              da sala. Karnak, livra-se do fosso e consegue abrir uma das portas, 
              mas Magnus não tem a mesma sorte e cai quando o alçapão 
              abre novamente. Elder tem uma idéia: pega uma estátua 
              que fazia parte da antiga decoração da mina (trabalho 
              de anões, na certa) e arremessa sobre o piso, na esperança 
              de que ela desative as armadilhas. Mas nada acontece. Então 
              decide correr até onde Magnus estava e também cai 
              em um fosso, Ao contrário do paladino ele desce suavemente 
              (mérito de seu anel mágico). Pouco tempo depois juntam-se 
              ao elfo e ao paladino, Kinuk e Feargal, também vítimas 
              dos alçapões. Agora a Comitiva divide-se em duas. 
              Uma, de Magnus, Elder, Feargal e Kinuki no fosso, e outra, formada 
              por Kariel, Laurin e Karnak, na parte superior, sem opção 
              a não ser prosseguir à frente .
 
 Lá em cima Karnak, Kariel e 
              Laurin atravessam a porta, deixando para trás a perigosa 
              sala de alçapões e lanças. Prosseguem em um 
              longo e escuro corredor. Laurin não detecta nenhuma armadilha 
              no corredor, mas percebe que o lugar é amaldiçoado. 
              Segundo a sacerdotisa a vida de qualquer criatura do primeiro plano 
              que ali estivesse se extinguiria lentamente. Descobre a serva de 
              Waukeen também uma forma de evitar tal maldição: 
              roga a deusa que a proteja do mal, e pede que Kariel e Karnak sigam 
              próximo a ela. E então prosseguem.
 
 No fosso, Kinuk pede a Uthgar que 
              ilumine o aposento e uma luz suave preenche a escuridão, 
              somente para revelar uma estranha criatura em um dos cantos. Um 
              ser tirado de um pesadelo, com oito tentáculos com bocas, 
              além de uma boca central descomunal em seu corpo de réptil 
              . Completando a aparência grotesca, uma cauda que terminava 
              em uma pinça. Alguns já haviam cruzado com este tipo 
              de criatura antes, mas ainda assim esta era uma visão com 
              a qual ninguém se acostumaria. O combate então se 
              inicia. Feargal ataca e logo o selvagemo arranca três dos 
              oito tentáculos do monstro. Elder perde a sua Lâmina 
              Lunar, arremessada para longe, quando o monstro antecipa seu golpe. 
              Enquanto aguarda que ela retorne para sua mão, a criatura 
              lança uma baforada ácida, atingindo a todos. Feargal 
              corta mais dois tentáculos e Kinuk e Magnus também 
              atacam. Os outros tentáculos restantes são decepados 
              e Feargal é preso pela pinça na cauda, que o leva 
              à boca principal. Elder tenta cortar a cauda para libertar 
              seu companheiro, mas não consegue um corte bastante profundo. 
              A tempo, o idoso, mas forte Kinuk dá o golpe de misericórdia 
              eliminando a criatura. Eles escalam as paredes irregulares do fosso 
              e sobem por onde caíram, retornando para a nefasta sala. 
              De lá, partem para a porta, cruzada minutos antes pelo restante 
              da Comitiva . Agora em um novo aposento mais seguro, Kinuk cura 
              Elder que estava bastante ferido pelo ácido.
 Acerto 
              de contas      Kariel, 
              Laurin e o halfling Karnak avançam até um novo aposento, 
              uma sala. Laurin verifica e percebe que existem armadilhas em alguns 
              pontos do cômodo e eles seguem-na para evitando acionar algum 
              mecanismo disparador. Ao chegarem no meio do cômodo, foram 
              surpreendidos por dez seres pequenos e alados, conhecidos por diabretes. 
              Eles tentam recuar e atacam com encantamentos. O halfling tomba 
              e Laurin e Kariel não conseguem resgatá-lo e recuam 
              para o corredor, tentando organizar melhor o ataque e refazerem-se 
              da investida dos demônios. Mas são seguidos por quatro 
              dos dez diabretes. Laurin é novamente atacada e cai desacordada. 
              Kariel, tem pouco tempo e uma decisão difícil: quem 
              ajudar? Resolve-se pelo halfling caído, pois o pequeno tinha 
              menos proteção que Laurin e talvez não resistisse 
              por mais tempo. Volta o elfo Escolhido de Mystra para a sala dos 
              diabretes e , junto a Karnak , se vê cercado pelos pequenos 
              demônios.
 Nesta hora de desespero, Tymora lança 
              uma luz. No corredor, Kinuk, Elder, Magnus e Feargal ouvem os sons 
              de luta e correm em direção ao local onde Kariel e 
              Laurin lutavam, ignorando as armadilhas pelo caminho, que por sorte 
              não o atingem. Ao chegarem, Kinuk vendo Laurin caída 
              a cura. Quatro diabretes permaneciam no aposento e os heróis 
              não sabiam onde Kariel e Karnak estavam.
 
 Villayette, Feargal, Magnus e Kinuk 
              atacaram os quatros oponentes. Na sala a diante, Kariel, de posse 
              de uma das poções de cura, faz o pequeno Karnak, que 
              jazia inerte ao chão, beber. Após derrotarem facilmente 
              os seus oponentes Magnus, Villayette, Feargal, Kinuk e Laurin passam 
              para o próximo aposento, onde Kariel e Karnak preparavam-se 
              para enfrentar os diabretes restantes. O combate não dura 
              muito e os membros da Comitiva, com suas forças combinadas, 
              derrotam-os facilmente, e prosseguem.
 
 Passam horas andando pelos caminhos 
              escuros e empoeirados. A cada cômodo uma expectativa de um 
              combate, de uma nova armadilha. A apreensão era constante.. 
              Ao final da quarta hora de caminhada eles percebem que há 
              uma trilha no pó que preenchia o chão daquela mina, 
              a séculos abandonada. Decidem seguir o rastro e chegam à 
              uma nova porta. Karnak analisa-a e não detecta nenhuma armadilha, 
              e a abre. Enquanto percorrem o novo salão em direção 
              a uma nova porta, uma armadilha é acionada: o piso desce 
              e uma parede de pedra cai do teto, fechando o local por onde entraram. 
              Alguns correm para a porta da saída para salvarem-se, mas 
              não havia asída: a porta era um engodo. Ao se abrir 
              tudo que se via era pedra. Para surpresa dos aprisionados a parede 
              que fechava a entrada começa a mover-se para esmagá-los.
 
 Kinuk, Feargal e Magnus tentam segurar 
              a parede, na vã tentativa de pará-la. Sabiam porém 
              que tal esforço, somente estava atrasando suas mortes. Villayette, 
              Kariel, Laurin e Karnak tentam encontrar uma passagem escondida 
              ou um mecanismo que impedisse o avanço da muralha. Em vão. 
              A muralha avançava lentamente. As forças combinadas 
              de Feargal, Magnus e Kinuk não evitavam a sua aproximação, 
              apenas a atrasavam. Kariel, o Dileto de Mystra lança um encantamento 
              na tentativa de reduzir o tamanho da parede, mas só consegue 
              reduzir um único bloco de pedra. Karnak tenta pôr cravos 
              na parte superior da barreira, mas nem isso impedia o seu avanço. 
              Kariel, a pedido de Magnus, cancela o encantamento do bloco, que 
              retorna ao tamanho original e é colocado como obstáculo, 
              para atrasar o avanço da armadilha. Villayette desloca-se 
              até a parede e ajuda a empurrar. Magnus saca sua maça 
              e defere golpes violentos no muro que se aproximava cada vez mais. 
              Feargal, apoiando-se no buraco deixado pelo bloco retirado por Kariel, 
              consegue retirar outro. Karnak, aproveitando de sua estatura de 
              pequenino, atravessa pelo buraco e parte para o cômodo anterior 
              a procura do mecanismo que desativaria a armadilha mortal. Kariel 
              lança um sortilégio e, agora intangível, atravessa 
              a parede. Magnus continua desferindo seus golpes na parede e Villayette 
              o acompanha com sua espada.
 
 Kariel do outro lado da barreira 
              invoca uma barreira de chamas, com vistas a destruir com o fogo 
              uma gigantesca tora de madeira que impulsionava a parede de encontro 
              aos seus amigos. Karnak não encontra o mecanismo de desarme. 
              A coisa estava ficando desesperadora para Magnus, Kinuk e Feargal, 
              que tinham grandes armaduras. O espaço agora era mínimo. 
              Os únicos que ainda tinham um pouco de movimento, mas que 
              também não se encontravam em boa situação, 
              eram Laurin e Villayette. Este último, na tentativa de impedir 
              ainda mais o avanço da barreira levanta sua Lâmina 
              Lunar e a apóia entre a parede e a barreira, mas sabia ele 
              que de nada aquilo adiantaria. Seria uma questão de tempo 
              para que a lâmina se quebrasse, ou atravessasse a parede. 
              Então um estalo em sua mente o fez gritar para seu sobrinho.
 
 "Kariel, lance uma bola de fogo 
              a sala. Destrua o mecanismo com uma bola de fogo. Rápido!"
 O Dileto de Mystra tinha dúvidas em relação 
              a este procedimento, uma vez que seu companheiro Feargal estava 
              diante da passagem aberta pelo bloco retirado do muro. Ele receberia 
              parte da explosão, mas as vozes de seus companheiros o apressando 
              e a falta de opções o fizeram ignorar tal fato. Então 
              o mago elfo, afastou-se do aposento e gritou para Karnak.
 
 "Pequeno, proteja-se" E 
              ao fim de seu aviso, pronunciou as palavras arcanas. Uma esfera 
              flamejante tomou forma entre suas mãos e, após as 
              últimas sílabas do encantamento, ele lançou-a 
              de encontro à parede. O grande poder da explosão, 
              para alívio dos que iam ser esmagados, fez o muro desabar.
 
 Após saírem dos escombros. 
              Eles encontram uma passagem escondida e continuaram sua jornada 
              pelo complexo labiríntico criado pelos filhos de Moradin. 
              Diante deles três opções, havia uma passagem 
              para a esquerda, outra a direita e uma seguia em frente. Novamente 
              Laurin utiliza um de seus encantamentos divinatórios para 
              descobrir o caminho a seguir e então pede a seguinte orientação:
 
 "Para que lado devemos seguir 
              para encontrar Morienus?", e uma voz ecoou em sua mente      "Todos 
              os caminhos levam ao mesmo lugar, mas não deixe de visitar 
              o templo."
 Laurin retransmite a mensagem e eles 
              decidem continuar seguindo o corredor à frente, evitando 
              abrir portas ou fazer muito barulho. Após algum tempo eles 
              chegam a uma outra encruzilhada. Uma porta brilha momentaneamente 
              chamando a atenção dos aventureiros que seguem em 
              sua direção. Eles a abrem e vêem ao centro uma 
              gigantesca estátua de uma anã com seus filhos. Aquela 
              era a estátua de Berromar, a deusa esposa de Moradin e Mãe 
              dos Anões. Laurin e Karnak tocam a estátua e aproveitam 
              o ambiente protegido para descansar e recuperar suas energias consumidas 
              pela maldição imposta àquele lugar.
 
 Descansados, retornam para o corredor 
              e continuam sua jornada. Finalmente encontram uma imensa porta dupla 
              e nela uma antiga runa parecia selar a passagem. Kariel então 
              se voltando para seu tio pergunta-o:
 
 "Elder, sei que conhece runas. 
              Sabe o que esta significa?" Villayette olha calmamente para 
              aquela inscrição e então diz aos amigos.
 "Trata-se de uma runa antiga, 
              correspondente a letra V." Eles aproximam-se da porta e ouvem 
              o som de alguém trabalhando, sons metálicos. Alguém 
              estava lá. Eles preparam-se e então Feargal com a 
              sutileza de um ogro abre a porta, deixando surpreso o maligno ocupante 
              do aposento.
 "Mas como?! Vicárius me 
              deu três dias! Fui traído!", disse Damien Morienus, 
              o Lich.
 
 Villayette, ao ver o assassino de 
              sua esposa, adiantou-se com as duas espadas em punho. O mesmo fez 
              Magnus e Feargal. Karnak ativou sua misteriosa capa transformando-se 
              em uma sombra e deu a volta pela parede. Laurin criou uma zona com 
              ar purificado, afinal já haviam sido atacado com gás 
              antes e o mesmo ardil não poderia se repetir. Morienus lança 
              uma bola de fogo atingindo Kinuk, Feargal, Magnus, Kariel e Laurin. 
              Villayette ataca Morienus com sua Lâmina Lunar, mas o lich 
              ignora seu golpe. Kariel ataca-o com um feitiço visando neutralizar 
              a mente do lich, mas não obtém sucesso, tendo seu 
              golpe rebatido contra ele. Felizmente, o Dileto de Mystra nada sofre. 
              Semelhante episódio ocorre com Laurin, que teve seu encantamento 
              rebatido por algum sortilégio do mago Lich. Damien Morienus 
              tenta destruir o paladino de Helm, lançando sobre este um 
              raio esverdeado, mas este se esquiva na hora certa. Morienus lança 
              novo feitiço: raios coloridos cortaram o ar e um de cor esmeralda 
              atinge Villayette, que cai desacordado, como se morto estivesse. 
              Feagal atingido por um outro, amarelo, perde sua sanidade. Magnus 
              e Kariel receberam um golpe duro, pois a magia consumira parte de 
              suas vitalidades. Kinuk aproximou-se do elfo caído e deu-lhe 
              a poção que trazia consigo e Villayette desperta. 
              Kariel utiliza uma magia de ilusão, multiplica a imagem de 
              todos na sala, para confundir o inimigo. Kinuk usa a graça 
              de Uthgar e cancela as defesas mágicas de Morienus, e o Lich, 
              vendo-se em desvantagem tenta argumentar.
 
 "Vocês não podem 
              me matar. Eu lhes direi os planos de Vicárius. Ele é 
              um vassalo de Zilgrat e este, a mando de Graz'zt, deseja trazer 
              uma horda de demônios do Abismo para este plano. Ele deseja 
              conseguir recursos para a Guerra Sangrenta aqui...." - Villayette, 
              Kinuk e Magnus se aproximavam - " Existe um portal que liga 
              este mundo ao Abismo, e eles pretendem utilizá-lo para trazer 
              os exércitos de Zilgrat..."
 
 "Cale-se miserável, não 
              tenho que ouvir suas súplicas. Você não pensou 
              nisso quando matou minha esposa", disse Villayette preparando-se 
              para atacar, junto com Magnus e Kinuk. Mataram por fim o nefasto 
              mago a golpes de espadas e machado. Villayette após o serviço 
              feito pegou o seu troféu, e então ergueu a cabeça 
              de Damien Morienus e então disse olhando para cima, como 
              se o céu o ouvisse.
 
 "Aqui está minha amada, 
              como lhe prometi. Aqui está a cabeça daquele que lhe 
              matou. A cabeça de Damien Morienus."
 
 Karnak, espoliando o cadáver, 
              se aquilo poderia ser chamado de cadáver, retirou dos dedos 
              esqueléticos um belíssimo anel e do pescoço 
              desprovido de cabeça um colar. Ao vasculhar os bolsos encontrou 
              um pequeno livro de anotações. Laurin adiantando-se 
              pega o livro das mãos do pequeno dizendo:
 
 "Dê-me isto!", e após 
              ter o livro às mãos o põe em sua bolsa. Kariel 
              atento percebe e então pergunta:
 "Que livro é esse Laurin? 
              Por que o esconde? As coisas desta criatura maléfica devem 
              ser destruídas."
 Magnus foi mais radical "É 
              isto que Celerum procura! Nos dê o livro!" exigiu o paladino, 
              indo em direção à jovem sacerdotisa. Villayette 
              se interpôs dizendo:
 "Pare Magnus! Deixe-a em paz!", 
              e tentou segurar o paladino, mas este foi mais rápido. Karnak 
              tentou derrubar Magnus, colocando sorrateiramente seu pé 
              diante do paladino, mas de nada adiantou: Magnus continuava avançando. 
              Kinuk, em uma ultima tentativa, tenta agarrar Magnus, mas também 
              em vão. Magnus avança e toma a bolsa das mãos 
              de Laurin que nada podia fazer diante da fúria do paladino, 
              que lançou os objetos da sacerdotisa ao fogo, deixando a 
              jovem visivelmente atônita e irritada.
 "Minhas coisas! Você jogou 
              minhas coisas no fogo!" E então a jovem deixou o aposento 
              revoltada. Villayette virou-se para Magnus e com duras palavras 
              disse ao amigo:
 "Tem consciência de que 
              o que acabou de fazer foi um afronta direta a Waukeen?". Sem 
              esperar resposta seguiu a jovem Laurin e quando a alcançou 
              meio do caminho ao templo de Berromar pediu:
 "Tenha calma Laurin. Não 
              se exaspere, ponha sua cabeça no lugar...". Apesar do 
              esforço do elfo em apaziguar, a jovem explodiu:
 "Não me peça para me acalmar. Vocês não 
              tinham esse direito", disse ela.
 "Mas Laurin... nós tentamos 
              impedi-lo. O que aconteceu foi um erro, não fique revoltada."
 Laurin nada respondeu, ignorou as palavras do elfo e se fechou. 
              Villayette ao entrar no templo vendo que nada mais conseguiria daquela 
              mulher deitou-se sobre a mesa de pedra, e fechou seus olhos. Apesar 
              do incidente recente, estava sorrindo, pois ainda trazia em sua 
              mão a cabeça de Damien Morienus.
 
 Os demais chegaram aos poucos e eles 
              sentaram-se ao redor da grande mesa, Villayette, sentou-se na mesa 
              e olhando para Magnus perguntou:
 
 "Precisava ter jogado as coisas 
              dela no fogo?"
 "Eu não tinha como pegar 
              o livro dentro da sacola rápido o bastante para que vocês 
              não me detivessem. E você está preocupado com 
              isso? Com as coisas dela? Não pensa na traição 
              que ela cometeu? A sacerdotisa iria entregar o livro a Celerum, 
              o verdadeiro assassino de sua esposa e dos bárbaros Raff 
              e Dell. Isso tudo para aquele maldito se transformar num lich, um 
              servo das trevas que ameaça a vida de outros. É isso 
              mesmo que você quer?", respondeu Magnus exasperado.
 
 Villayette nada respondeu e voltou-se 
              para seu sobrinho:
 
 "Até mesmo você 
              Kariel, compactuou com tal barbárie e nada fez para impedir. 
              Por que fizeram isso?"
 "Não concordo com o método 
              de Magnus, mas prefiro ver o livro destruído do que nas mãos 
              daquele mentiroso", completou Kariel.
 
 Então Villayette, amargurado 
              com o desfecho daquela situação principalmente pela 
              aprovaçãode seu sobrinho Kariel diante da atitude 
              resoluta de Magnus, continuou seu discurso.
 
 "Você Magnus lançou 
              ao fogo os pertences de Laurin sem ter a certeza do que se tratava 
              tal livreto? Vejo que em sua obstinação não 
              lhe ocorreu que aquele livro talvez fosse protegido pelo mesmo encantamento 
              do diário de Morienus? Lembrem-se de você mesmo tentou 
              por duas vezes destruí-lo mas não conseguiu. Talvez 
              você tenha destruído os pertences de Laurin em vão."
 "Não podia haver dúvidas, 
              se o livro não for mágico então deve estar 
              em cinzas...", respondeu Magnus.
 
 Após alguns segundos analisando as palavras do elfo, ele 
              levantou-se foi sozinho até a sala onde antes estivera e 
              com suas manoplas revirou as cinzas e para sua surpresa lá 
              estava. Nem mesmo as cinzas maculavam o pequeno livro, que jazia 
              intacto.
 De posse do livro, Magnus retornou. Villayette então pediu 
              ao paladino:
 
 "Posso ver este livro? Deixe-me 
              ver se isto é mesmo a tal fórmula. Confie em mim."
 
 Magnus, a contra gosto, depositou 
              o pequeno livro nas mão do elfo que ao folheá-lo analisando 
              rapidamente seu conteúdo, balançou sua cabeça 
              não acreditando no que ele via. A cada página lida, 
              as palavras não negavam que se tratava de uma fórmula 
              necromântica, mas não se poderia determinar seu funcionamento, 
              somente com mais cuidado chegar-se-ia a uma conclusão. Ao 
              virar a página central ele descobriu uma folha de papel solta 
              que caiu. Tratava-se de um mapa daquele lugar com a localização 
              de uma escada próxima a entrada de onde vieram.
 
 Enquanto Villayette examinava o mapa, 
              Kariel pediu o livro. Villayette passou-o livro para seu sobrinho 
              que após um rápido exame o guardou, deixando Laurin 
              desapontada.
 Karnak, que queria vasculhar o lugar, seguiu escutando pelas portas 
              em sua forma de sombra. Ao aproximar-se de um dos inúmeros 
              aposentos pelos quais em sua forma imaterial adentrava, ouviu uma 
              voz feminina chamá-lo. Ele a ignorou e saiu rapidamente do 
              lugar, dirigindo-se para uma descida que se apresentava. Ele desceu 
              e as formas abissais podiam ser vistas nas paredes daquela escada 
              lá embaixo: dois demônios vigiavam a descida. Ele retorna 
              lentamente e volta para o templo de Berromar para descansar e informar 
              seus companheiros.
 Após descansarem todos saíram. Villayette tentou sem 
              sucesso fazer com que Laurin se acalmasse e saiu desapontado do 
              aposento. Em seguida a sacerdotisa desaparece e retorna com Giordano, 
              seu companheiro durante o resgate da deusa Waukeen, deixando a todos 
              surpresos. Villayette, após conversar com o pequeno Karnak 
              , voltou-se para seu sobrinho e pediu:
 
 "Kariel, deixe-me ficar com o 
              diário. Você viu quem está com Laurin? Giordano, 
              ele é um ladino. Ele pode retirá-lo de você 
              facilmente. Eu poderei guardá-lo. Ele não ousará 
              tomá-lo de mim." Kariel, porém, negou-se a entregar 
              o diário dizendo:
 "Não, meu tio. Não 
              entregarei o diário a você. Tem o coração 
              muito bom e às vezes isto o cega. Lamento, mas não 
              posso atendê-lo." Villayette surpreso com as palavras 
              do sobrinho insistiu, mas Kariel manteve-se irredutível. 
              Elder, irritado com a atitude do sobrinho, voltou-se em particular 
              para Karnak e disse:
 "Está com Kariel. Pode 
              pegá-lo."
 
 Ao fim de suas palavras ele arrependeu-se 
              amargamente do que acabara de fazer, pois naquele momento Kariel 
              soube de seu plano. É capacidade dos Escolhidos de Mystra 
              ouvir as palavras ditas após terem seus nomes pronunciados 
              e Kariel ouvira a parte final do plano de seu tio para arrancar-lhe 
              o diário. O Dileto de Mystra então entregou o diário 
              para que Magnus o escondesse em sua armadura e voltou- se para seu 
              tio Elder, perguntando:
 
 "Você iria tentar roubá-lo 
              de mim?" Ao que Elder olhou-o nos olhos e falou serenamente.
 "Sim Kariel, eu iria. Você sabe que não nos cabe 
              decidir o destino do diário. Não temos como afirmar 
              que ela o dará a Celerum. E depois, se for para ele, caberá 
              a outros derrotá-lo e não nós."
 "Respeito sua opinião, 
              mas discordo. Retendo este livro poderemos evitar que um futuro 
              mal se apresente.", comenta Kariel, pois sendo um arcano, estava 
              ciente de que a ambição de Celerum era se transformar 
              em algo semelhante a Morienus.
 Após estas palavras, Villayette seguiu até Laurin 
              e continuou seu caminho e antes de chegarem na descida indicada 
              no mapa ele parou e conversou com a Sacerdotisa:
 "Laurin deixe-me pedir o seu 
              perdão, cometi um erro ao tentar recuperar o diário. 
              Infelizmente não poderei dar-lhe, pois o mesmo está 
              com meu sobrinho e ele não me entregará."
 Laurin surpresa, pergunta:
 "Você iria me entregar 
              o diário?", perguntou ela ao elfo.
 "Sim, não aprovo o que 
              aconteceu, mas quero que saiba que não tenho como ajudá-la. 
              Desculpe-me". E então ele e os demais se prepararam 
              para descer a escada.
 
 Karnak fora o primeiro a descer e, 
              após determinar que o local estava livre, chamou os demais. 
              Laurin após lançar um encantamento de augúrio, 
              obteve a informação de que não deveria atacar 
              o ser que estava à frente. Intrigados eles seguiram pelo 
              corredor e mais adiante avistaram um único demônio, 
              um tipo peludo que se postou diante deles. Elder aproximou-se lentamente 
              e quando chegou perto o demônio falou:
 
 "Elder....., Elder Villayette.". 
              O elfo ficou surpreso e assim como os demais perguntou:
 "Como sabe meu nome, demônio?"
 "Elder..... sou eu..... Lua....", 
              respondeu o demônio para surpresa geral. Era Lua, a jovem 
              e bela elfa, transformada em um demônio, que ficara no Abismo 
              após o resgate da deusa Waukeen. Todos acreditavam que ela 
              estivesse morta.
 "Este é o complexo do 
              Lorde Abissal Zilgrat. Vicárius é um lacaio dele e 
              tem o conhecimento da presença de vocês. Fujam enquanto 
              podem.Vão embora"
 "Não Lua. Não iremos. 
              Nós derrotamos Morienus e sabemos da existência do 
              portal e por isso temos que destruí-lo"
 "Vocês não entendem. 
              Vicárius facilitou para que vocês enfrentassem Morienus. 
              Ele sabe que vocês estão aqui e está preparando 
              uma armadilha". Então ela explicou a todos como sobrevivera 
              e como fora curada para que lutasse na Guerra Sangrenta. Após 
              ouvi-la, Elder perguntou:
 "Porque quando retornou? Não 
              tentou desfazer o encanto que a prendeu nesta forma?".
 "Eu tentei, mas de nada adiantou. 
              Estou condenada a viver nesta forma decadente. Neste corpo de demônio", 
              disse Lua a Elder e este sentia nas palavras da criatura que outrora 
              fora uma bela elfa, a dor e a desesperança.
 "Saiam deste lugar, enquanto 
              podem!", insistiu Lua.
 "Não podemos, devemos 
              evitar que o portal seja utilizado. Devemos destruí-lo.", 
              continuou Elder, sendo assistido por Magnus e por Kariel.
 Naquele momento passos puderam ser ouvidos. Alguém se aproximava 
              e então Lua rapidamente os alerta.
 "Vamos sair daqui. Alguém 
              se aproxima. Sigam-me. Conheço um lugar seguro". Eles 
              caminharam rapidamente através de passagens que somente Lua 
              conhecia e então chegaram a um novo templo. Este dedicado 
              ao pai dos anões Moradin. Uma gigantesca estátua ornava 
              o aposento e sob os pés desta uma imensa bigorna. Após 
              o último deles entrar e fechar a porta, Lua continuou.
 "Aqui estaremos seguros. Os demônios 
              não conseguem entrar nesta sala."
 "Este então será 
              um bom lugar para descansarmos.", disse Elder para os demais. 
              Kinuk, Laurin e Magnus sentaram em um dos cantos do aposento enquanto 
              Lua contava os planos de Vicárius.
 "Vicárius é um 
              dos comandados de Zilgrat. Ele guarda o portal que liga o Abismo 
              a este mundo. Zilgrat pretende trazer um exército para colonizar 
              o norte. Nós temos que fugir. Temos que sair deste lugar. 
              Eu conheço um caminho para sair daqui sem precisarmos retornar 
              por todo o complexo."
 "Não, Lua! Devemos destruir 
              o portal.", disse novamente Elder.
 Magnus também se pronunciou: "Sim Villayette. Nós 
              destruiremos o portal e acabaremos com Vicárius".
 "Mas o portal não se encontra 
              neste plano. Ele está no lado, no Abismo..." Então 
              Lua, com seu corpo de demônio, após ver estampada na 
              face de cada um deles a obstinação de destruir o portal, 
              não teve mais forças para tentar demover-lhes da idéia. 
              Então, num átimo ela virou se para Elder e falou trazendo 
              toda a sua tristeza na voz gutural.
 "Elder, deixe-me abraçá-lo..." 
              Elder Villayette via a tristeza no olhar da criatura, sentia a dor 
              naquela voz. Ele aproximou-se em silêncio deixou-se abraçar 
              e correspondeu aquele abraço, ele queria confortá-la, 
              pois sofria por ela. Imaginava o quão ela fora bela e agora 
              presa àquela forma hedionda, presa talvez para sempre. Aquela 
              era a pior das prisões. Após abraçá-la 
              olhou para os olhos dela e percebeu um brilho de esperança 
              e desejo, um olhar que ambos não conseguiam desviar. Ela 
              aproximou lentamente sua cabeça e seus lábios de demônio 
              procuravam os lábios dele. Elder não hesitou, nem 
              desviou seu rosto, ele não queria fazê-la sofrer ainda 
              mais, e foi quando seus lábios se tocaram em um beijo. Os 
              demais ficaram paralisados pelo que viam, não compreendiam 
              o que se passava, alguns viravam o rosto repugnados, outros simplesmente 
              ignoravam, mas nem Lua nem Elder tomaram conhecimento disto. Após 
              se separem ela olhou para ele com seus olhos de demônio e 
              disse:
 
 "Obrigado Elder, obrigado. Quero 
              que você saiba que eu o amo e que desde o momento que o vi 
              pela primeira vez me apaixonei" Então se retirou para 
              um canto afastado longe dos demais, ela queria esconder suas lágrimas, 
              seus sentimentos.
 
 Elder ficou ali parado, não 
              compreendia o que acontecera, não sabia o que fazer. Ele 
              estava surpreso com aquela declaração. Todos foram 
              dormir exceto ele que manteve guarda diante da porta, ainda confuso 
              e Kariel, que descansava sentado em um canto. Seu sobrinho olhava-o 
              e pensava no que acabara de acontecer. Para Kariel era muito estranho 
              que Elder se envolvesse novamente com alguém tão cedo. 
              Não compreendia o sobrinho os motivos dos atos do tio. No 
              meio da noite Elder ainda estava acordado. Não sentiu sono 
              apesar do cansaço, e enquanto um turbilhão de sentimentos, 
              lembranças de sua esposa amada, seus filhos e de seu irmão 
              lhe viam a mente, sentiu um toque em seu ombro, uma mão delicada, 
              um toque suave. Virou-se lentamente e uma bela elfa com cabelos 
              dourados, uma armadura brilhante e uma espada na cintura apareceu 
              diante dele.
 
 "Eleannor", pensou ele, 
              mas não, aquela não era sua amada. Era Lua que se 
              libertara de seu encanto pelo beijo que ele lhe dera. E enquanto 
              ele tentava retomar seu juízo ela falou.
 "Elder, salvou-me pela segunda 
              vez. É um elfo bom, e eu o amo muito. Obrigado por me salvar 
              novamente. Por salvar minhas irmãs e por salvar meu irmão, 
              obrigado. Agora peço que me deixe beijá-lo, deixe-me 
              agradecê-lo." Ele não teve chances de negar, pois 
              mal terminara de falar Lua já o impedia de falar com um longo 
              e apaixonado beijo, deixando-o atordoado. Após beijá-lo 
              ela mais uma vez pediu e trazia um tom de súplica em sua 
              voz.
 "Vamos partir. Fujamos deste 
              lugar. Todos morreremos se ficarmos aqui. Não o quero perder. 
              Vamos embora enquanto podemos." Mas Elder trazia um semblante 
              sério e decidido e então disse:
 "Você sabe que eu não 
              posso partir. É nosso dever destruir este portal, impedir 
              que este lugar se transforme em uma extensão do Abismo." 
              Lua desesperada interrompeu-o, "Então eu irei com você, 
              não quero me afastar e, se você morrer, morreremos 
              juntos." Elder balançou a cabeça negativamente 
              em sua total desaprovação às palavras da jovem 
              elfa, e então tomou-lhe as mãos unindo-as à 
              suas, olhou-a nos olhos e perguntou.
 "É verdadeiro o que sente 
              por mim? O que me disse a pouco?" Ela balançou a cabeça 
              afirmativamente e repetiu.
 "Sim Elder, eu o amo." Ele 
              ainda olhando-a nos olhos perguntou:
 "Faria uma coisa por mim?" 
              Ela olhou-o desconfiada, aquela pergunta a pegara de surpresa, e 
              com a voz trêmula e indecisa respondeu.
 "Sim, faria qualquer coisa por 
              você." Villayette então, aproveitando-se do momento, 
              pediu.
 "Vá embora, fuja. Saia 
              deste lugar. Não venha atrás de mim. Eu não 
              me perdoaria se você também morresse aqui." Ela 
              olhou-o nos olhos, e vendo a injustiça em seu pedido disse.
 "Eu farei o que me pede, mas 
              me prometa que vai voltar para mim, que não vai morrer neste 
              lugar."
 
 Ele sorriu e com um leve sorriso disse 
              a ela.
 
 "Não se preocupe, não 
              morrerei neste lugar, eu voltarei..."
 O demônio Vicarius e o 
              portal do Abismo . 
              A promessa de Elder foi interrompida por uma batida insistente na 
              porta do aposento. Magnus levantou-se sobressaltado seguido por 
              Feargal e enquanto os dois lutavam para chegar até a porta, 
              Elder Villayette que já estava diante da mesma a abre e olha 
              desconfiado para o ser que batia. Um pequeno diabrete, olhou-o desdenhosamente 
              e disse:"Fui enviado para levá-los 
              à presença do meu senhor ,o grande Vicárius. 
              E não pensem vocês insignificantes que podem derrotá-lo, 
              pois ele é invencível. Sigam-me, insignificante Comitiva." 
              E eles seguiram a irritante criatura que não parava um segundo 
              de exaltar seu mestre, tendo o prazer de lembrá-los , tempos 
              em tempos, o quão eles eram insignificantes perante ao grande 
              Vicárius. Era o destino da Comitiva encontrar este demônio 
              e impedir a invasão dos reinos pelas hordas do Abismo e todos 
              seguiram o pequeno diabrete.
 
 Após, percorrem pelos corredores 
              eles finalmente chegam diante de Vicárius, um ser humanóide, 
              com um belo rosto e um corpo que demonstrava todo o seu vigor. Sua 
              face humana contrastava com sua calda e asas de demônio. Sentava-se 
              em um belíssimo trono, atrás de uma pequena guarda 
              composta por 15 demônios de raças diferentes. Ao vê-los 
              ele não perdeu tempo.
 "Darei a todos uma oportunidade 
              de saírem daqui vivos. Entreguem o homem chamado Magnus e 
              a mulher de nome Laurin. Ambos são inimigos do Abismo. Entreguem-os, 
              deixem-os aqui e saiam."
 Todos sacaram suas espadas. O som 
              das armas sendo desembainhadas foram suas respostas. Vicárius 
              diante da recusa, ordenou aos seus soldados.
 "Matem todos". E o combate 
              se iniciou.
 
 Villayette, com suas espadas em punho 
              correu para um grupo de três vrocks, mas antes que ele os abordasse 
              as demônios voaram e postaram-se ao redor de Magnus , que 
              já combatia uma estranha criatura do inferno. Feargal lutava 
              contra três baragúas, espécie semelhante a um 
              símio, e derrotou o primeiro deles facilmente. Kinuk assim 
              como os demais enfrentou três oponentes. O combate seguiu, 
              Villayette correu até Magnus e atacou um dos vrocks que o 
              cercavam. Vicárius usava de encantamentos, voando pelo alto 
              salão. A batalha se generalizou e em certo ponto da luta, 
              Laurin aproximou-se de Magnus e ao fazê-lo um dos vrocks sussurrou 
              em seu ouvido:
 
 "Senhora Laurin, estamos aqui 
              a serviço de Waukeen. Recuperaremos o diário."
 
 Magnus, atingido por seis demônios, 
              tomba desacordado. O vrock abriu-lhe o peitoral da armadura e retirou 
              de lá o precioso diário, afastando-se em seguida. 
              Kinuk, que já derrotara seus oponentes, curou o paladino 
              que deu por falta do diário e perseguiu o vrock ladrão. 
              Villayette e Kinuk foram atacados por Vicárius, o elfo resistiu 
              ao ataque mas o bárbaro xamã caiu diante do golpe 
              recebido. Laurin então usa seus poderes e reestabelece Kinuk. 
              Vicárius atacou Villayette com sua espada encantada e o elfo 
              ao defender seu ataque teve sua Lâmina Lunar cortada. Ao ver 
              sua espada partida, com qual possuia vital ligação, 
              o elfo cessou momentaneamente seu ataque, aturdido, mas recuperou-se 
              e continuou suas investidas. Vicárius atacou novamente Kinuk 
              que tombou outra vez. Laurin, desta vez impossibilitada de reanomá-lo, 
              tentou estabilizar os ferimentos do velho xamã. Villayette, 
              que ainda trazia com ele uma das poções de Celerum, 
              jogou-a para a sacerdotisa, que sem perder tempo deu-a a Kinuk. 
              Neste mesmo instante Villayette é novamente atingido por 
              Vicárius e caiu desacordado, quase morto. Kinuk também 
              fora novamente atingido e caiu da mesma forma. Magnus derrotou o 
              vrock que lhe roubara o diário e então procurou-o 
              no corpo do demônio, mas não o encontrou, pois o mesmo 
              já havia sido devolvido à Laurin momentos atrás. 
              Magnus então viu seus companheiros lutando contra os demônios 
              e viu quando Villayette tombou, e correu para ajudá-lo. Kariel 
              lançou um encantamento e um relâmpago saído 
              de suas mãos atingiu Vicárius e dois demônios 
              restantes, deixando o lorde demônio bastante ferido e eliminando 
              os seus dois asseclas. Vicárius rende-se perante a força 
              da Comitiva:
      "Não 
              adianta me matar. Se eu morrer nunca saberão onde está 
              o portal. Somente eu conheço sua localização", 
              disse o demônio."Diga 
              logo, demônio", bradou Kariel.
 "Vamos 
              matá-lo!", resmungou Feargal aproximando-se lentamente 
              de Vicárius.
 "Direi 
              se prometerem deixarem-me vivo. Dêem sua palavra que me deixarão 
              sair daqui com vida e direi onde está o portal", disse 
              o demônio, com medo da espada do selvagem Feargal.
 "Dou 
              minha palavra", diz Kariel. Sua posição é 
              compartilhada por Magnus.
 "Não 
              basta, elfo. Jure!", diz o demônio.
 "Por 
              Tymora, Corellon e Mystra! Agora fale!", insiste apressado 
              Kariel. Mas antes que o demônio revelasse a informação, 
              Feargal o golpeia e Vicárius jaz inerte, com enorme ferimento 
              de espada no peito.
 "Fergal! 
              Não consegue segurar seus instintos?" - reclamou Kariel 
              - "Atacou a criatura antes de termos a informação! 
              E dei a minha palavra. Vicárius deve ser recuperado!"
 "Restaurar 
              a vitalidade de um demônio? Devemos mesmo fazer isto?", 
              disse Feargal.
 "É 
              a única chance de salvarmos nosso mundo dos exércitos 
              do Abismo.", sentenciou Kariel.
 
 Naquele 
              momento Lua entrou no aposento, e ao ver Villayette caído, 
              quase morto correu em sua direção, retirou uma de 
              suas poções e então quando ia dar ao elfo, 
              foi convencida a dar ao velho xamã, pois ele poderia curar 
              tanto Villayette quanto Vicárius. Precisavam da informação 
              que os conduziriam ao portal. Ela aceita, mesmo a contra gosto. 
              Kinuk, restaurado, de início recusa a idéia de curar 
              um demônio, mas após ser convencido de que somente 
              Vicárius poderia revelar a localização do portal 
              ele aceita fazer a cura, mas antes cura Villayette, que levanta-se 
              em silêncio e recolhe sua Lâmina Lunar partida. Feargal 
              de posse da espada de Vicárius aguarda. Após ser curado, 
              Vicárius indica a posição do portal e então 
              avisa:
 
 "Este 
              não é um portal comum. Ele só funciona do outro 
              lado do Abismo. Para desativá-lo será necessário 
              decifrar as runas com a forma correta de retirar as chaves". 
              Após estas instruções Vicárius, abriu 
              a sala do portal e fugiu em seguida. A Comitiva não cogitou 
              em perseguir o demônio, pois o portal era o que mais importava 
              e o tempo era escasso. Diante da passagem mágica eles decidiram 
              quem o atravessaria. Villayette, com um leve sorriso no rosto, para 
              desespero de Lua, disse:
 
 "Amigos. 
              Acho que sou único aqui que poderá ler as runas, por 
              este motivo eu irei, mas como Vicárius disse, preciso de 
              alguém para auxiliar-me". Diante dos protestos de Lua, 
              Magnus se apresentou, mas o elfo não aceitou que o paladino 
              seguisse com ele dizendo:
 
 "Magnus, 
              sua bravura é necessária nos reinos e acredito que 
              ainda tem assuntos pendentes a resolver. Não posso permitir 
              que parta comigo nesta jornada. Será seu dever proteger os 
              outros que ficarem." E então voltou-se para seu sobrinho, 
              Kariel.
 "O 
              mesmo digo para você Kariel. Não me acompanhe, pois 
              como Escolhido de Mystra você tem outras obrigações. 
              Além do mais seu filho precisará de você."
 Feargal, 
              adiantou-se e postou-se ao lado de seu amigo Villayette. "Não 
              irá só Villa. Irei com você."
 
 Villayette e Feargal postaram-se diante do portal após a 
              triste despedida. Talvez estivessem indo para sua última 
              missão. Ninguém sabia o que eles encontrariam do outro 
              lado. Lua trazia na face a tristeza e então pediu ao seu 
              salvador:
 
 "Elder, deixe-me ir com você." E ele respondeu.
 "Não 
              posso deixar que você também me acompanhe. Somente 
              você poderá mostrar o caminho para sair rapidamente 
              deste complexo. Você e Magnus têm um grande trabalho 
              pela frente, salvar os demais." Lua tentava ser forte, as lágrimas 
              umedeciam seus olhos e então ela pediu:
 "Deixe-me 
              beijá-lo mais uma vez. Deixe-me dar um beijo de despedida." 
              E ali diante do brilho do portal eles se beijaram. Ela o beijava 
              apaixonadamente, pois sabia o que esperava pelo elfo e ao terminar 
              aquele beijo, ele retirou o pingente que fora de sua esposa, depositou 
              nas mãos daquela jovem elfa, e disse com ternura na voz:
 "Lua. 
              Aceite isto como um presente. Saiba que este pingente é o 
              meu maior tesouro. Dou-o a você e digo ainda que se um dia 
              retornar, se eu sobreviver eu a procurarei". Então ele 
              mais uma vez olhou para os amigos e acenou com a cabeça em 
              uma grande reverência, e de sua boca eles puderam ouvir. "Foi 
              bom conhecer a todos vocês, bravos da Comitiva. Dêem 
              lembranças minhas a todos os outros." e então 
              virou-se, ele e Feargal desapareceram através do portal. 
              Kariel, ignorando as recomendações do tio, pulou logo 
              em seguida atrás dos dois companheiros.
 
 Em fuga, Vicárius inconformado com a derrota, destruiu os 
              pilares de sustentação da mina, que começou 
              a ruir. Magnus, Laurin, Kinuk, Karnak e Giordano, ao sentirem os 
              primeiros tremores do desabamento, apressaram Lua, que permanecia 
              parada diante do portal.
 
 "Precisamos sair logo daqui, tudo irá desabar em breve.." 
              Mas Lua permanecia inerte, as lágrimas nos olhos, a tristeza 
              em seu coração. Ela apertava nas mãos o pingente 
              e então ouviu as súplicas dos demais. "...Não 
              temos muito tempo! Vamos sair logo daqui", gritou Magnus.
 "Sigam-me por este caminho!", gritou Lua ainda com a lembrança 
              do último beijo e em seguida correu através dos corredores 
              deixando para trás uma trilha de lágrimas
 
 Alguns 
              minutos depois finalmente eles saíram do complexo que ainda 
              desabava ruidosamente. Ninguém estava feliz. Haviam destruído 
              o portal mas a que preço? As vidas de três companheiros. 
              No meio da nuvem de pó eles puderam ver no céu Vicárius 
              que fugia.
 
 "Eu 
              voltarei e um dia iremos nos enfrentar!", disse o demônio 
              que voava.
 "Hum!... 
              Um dia não!.", falou Kinuk , "demônio morrer 
              agora!"
 
 O 
              xamã invocou mais uma vez os poderes de Uthgar e um raio 
              celestial fulminou o demônio.
 Estavam eles finalmente na superfície, o Sol veio como uma 
              graça divina lavando o corpo e a alma. Bingo Playamundo, 
              o hábil halfling pula de uma árvore:
 "Pôxa! Como vocês demoraram!"
 
 De 
              um lado estava Magnus, Kinuk, Lua e Bingo. Do outro, Laurin e Giordano. 
              Magnus os encarou, poderia sacar sua Chama do Norte e exigir o diário 
              do lich Damien Morienus e impedir que Celerum o Negro também 
              alcançasse o poder do morto-vivo. No entanto, talvez essa 
              não fosse a solução, pois o paladino acreditava 
              que Helm, desde a sua estada no Abismo, estava impondo-lhe obstáculos 
              para testá-lo, e um destes seriam inimigos dos quais Magnus 
              jamais conseguirá derrotar com uma espada, a hipocrisia e 
              a falsidade, adversários invisíveis e intangíveis. 
              Não tinha certeza se fosse este o último obstáculo, 
              provavelmente não, mas a partir daquele dia ele estaria ciente 
              de que ser um paladino não é apenas cortar as cabeças 
              dos seres malignos, e sim aceitar certas coisas da vida, sabia que 
              seu ideal não agradaria a todos. Deve continuar lutando apesar 
              de tudo. Tudo isso pensou Magnus, que por um pequeno instante refletiu 
              e decidiu não tomar o diário, pois o verdadeiro inimigo 
              era Celerum. Finalmente, sem dizer nada, deu as costas e perguntou:
 
 "Kinuk, 
              para onde vai agora?"
 "Kinuk 
              voltar para Vale do Vento Gélido."
 "Eu 
              o acompanharei, pois tenho de levar Simis. Lua, venha comigo, eu 
              sei que está amargurada. Eu a ajudarei a chegar em sua terra 
              natal assim como Bingo e Owni.", propôs Magnus.
 
 Lua apenas concordou com a cabeça ainda limpando seu rosto 
              das lágrimas, e então os quatro seguiram para o norte. 
              Giordano, Laurin e Karnak pegaram a carroça e seguiram para 
              Luskan.
 Laurin cumpre a sua 
              missão      Chegando 
              na cidade de Luskan, Karnak procurou seus companheiros para relatar 
              o resultado da missão. Laurin seguiu até uma mansão 
              e foi recebido por um criado que a conduziu a um cômodo da 
              casa. Esperou alguns segundos e então Celerum surgiu dizendo: 
              
 "Oh 
              bela Laurin! Você voltou! Espero receber boas notícias."
 "Sim, 
              aqui está o diário que encontrei de Morienus.", 
              disse Laurin entregando o livreto ao mago.
 "Sim, 
              sim. Aqui está as informações que preciso para 
              completar a fórmula. Logo, logo terei o que quero, mas só 
              falta uma coisa para completar minha felicidade. Você minha 
              bela Laurin, podíamos nos casar e morar em Athkatla. Lá 
              poderíamos fazer uma grande fortuna, eu a cobrirei de ouro 
              se assim permitir. O que me diz?"
 "Eu 
              não sei, preciso voltar para Athkatla. Não posso responder 
              agora", respondeu Laurim duvidosa.
 "Tudo 
              bem, aqui está o pagamento pelo nosso acordo", disse 
              Celerum dando um grande saco de moedas de ouro.
 Laurin 
              retornou a carroça e seguiu para o sul.
 A morte se apresenta      No 
              outro lado do portal, o som da marcha do exército de demônios 
              podia ser ouvido. Por um breve instante os elfos da Comitiva da 
              Fé pararam e vislumbraram o imperioso exército cujos 
              demônios erguiam os estandartes do imperador do Reino Triplo. 
              Ali estavam centenas de vrocks que gritavam e batiam suas asas, balragúas 
              e diversos tipos de demônios, que para os três membros 
              da Comitiva eram totalmente desconhecidos. Porém o mais impressionante 
              de tal formação foi a visão de um pequeno grupo 
              de Molideuses, poderosos demônios, que seguiam duas figuras 
              imponentes.
 Enquanto 
              observavam, Villayette e Feargal foram surpreendidos por Kariel.
 "O 
              que faz aqui Kariel. Eu não disse que era para você 
              partir com os outros?"
 "Estou 
              aqui para ajudá-los na fuga", respondeu o Dileto de 
              Mystra, que jamais deixaria o tio e o amigo para morte certa.
 "Já 
              que a sua imprudência o trouxe até aqui vamos terminar 
              logo com isso", disse Villayette e pôs-se a analisar 
              as runas das chaves. Após alguns minutos ele finalmente passou 
              as instruções a Kariel
 "Devemos 
              girar os mecanismos em sentidos opostos e ao mesmo tempo, para desativar 
              o portal. Não podemos perder mais tempo"
 
 Kariel 
              acenou afirmativamente com a cabeça e ambos desativaram os 
              mecanismos e o portal perdeu seu brilho. Rapidamente Villayette 
              pediu ajuda a Feargal e ambos retiraram as chaves dos pilares uma 
              a uma e as puseram lado a lado e ambos ergueram suas espadas. Feargal 
              com a arma que antes fora de Vicárius, Villayette com o que 
              restou de sua Lâmina Lunar, destruíram as chaves no 
              momento exato em que o exército chegava ao portal.
 
 Ali 
              diante deles estava o exército e à sua frente dois 
              demônios se destacavam. Um enorme assecla do imperador do 
              Reino Triplo que atendia pelo nome de Zilgrat e outro menor, porém 
              não menos assustador. Esse trazia em sua cintura uma espada 
              e sua mão possuía não cinco mas seis dedos. 
              Era o próprio imperador do reino triplo, Graz'zt, que ao 
              ver seu portal destruído dirigiu sua fúria aos três 
              elfos.
 
 "Rendam-se, 
              elfos. Ajoelhem-se diante de Graz'zt e eu darei a vocês o 
              prazer de tornarem-se estátuas no meu salão". 
              E com um simples gesto do imperador um mar de demônios cercou 
              a colina. Não existiam meios de escapar.
 
 
 Villayette, 
              Feargal e Kariel olharam para o demônio. Eles sabiam que feridos 
              como estavam não teriam chances de lutar contra o próprio 
              imperador do Reino Triplo, mas não se renderiam, e suas mortes 
              não seriam em vão, afinal eles haviam cumprido sua 
              missão. O portal estava destruído e com isso haviam 
              impedido que aquela tropa infernal invadisse Faerûn.
 Villayette fitou Graz'zt e disse sem medo, e com todo o orgulho 
              élfico, o mesmo orgulho que naquele momento derradeiro pode-se 
              ver nos olhos de Feargal e nos de Kariel.
 
 "Render-me? 
              Ajoelhar-me aos pés de um demônio? Nunca". E pôs-se 
              em posição de ataque com suas espadas em punho. O 
              mesmo fez Feargal. Este, ao contrário do amigo, atacou ao 
              mesmo tempo em que Kariel começou a conjurar um encantamento. 
              Mas o Imperador Graz'zt foi mais rápido que ele e com um 
              único golpe, pôs fim a vida de Feargal, o mais forte 
              dos membros daquela Comitiva. A investida também atingiu 
              superficialmente Kariel, que interrompeu seu ritual, perdendo seu 
              encantamento e com ele a esperança de salvar-se e a seus 
              companheiros. O mago elfo estava para abrir um portal e tirar a 
              todos dali, mas agora não teria como refazer o encanto. Villayette 
              respirou fundo e atacou. Graz'zt contra atacou e novamente, com 
              um único golpe, levou ao chão, morto, o valente aventureiro.
 
 Kariel, 
              entre a dor e o ódio, ainda tentou lançar alguns encantamentos, 
              mas nenhum deles foi suficientemente poderoso contra um demônio 
              como aquele. Como último recurso lançou o Fogo Prateado 
              de Mystra. O poderoso encanto, apesar de ter sido sentido, somente 
              teve o efeito prático de deixar Graz'zt ainda mais furioso. 
              O imperador atacou Kariel atingindo-o. Sem opção Kariel 
              lançou sobre si um último encanto e deu uma forma 
              espectral ao seu corpo, o que não impediu os ataques de Graz'zt. 
              Kariel olhou rapidamente ao redor e viu uma pequena possibilidade 
              de fuga, um corredor entre as hordas demôniacas. Então 
              lançou-se em fuga entre um bando de demônios inferiores. 
              E enquanto Graz´zt preparava um encanto mortal, Kariel pôde 
              ouvir:
 
 "Kariel, 
              erga as mãos e cesse seu encantamento". Kariel olhou 
              para a direção da voz e viu Caravan, o Harpista que 
              auxiliou a Comitiva no Abismo, montado em um Hipogrifo. O mago elfo 
              faz o solicitado e fica novamente sólido. Caravan o puxa 
              para cima de sua montaria alada bem a tempo, pois o ataque de Graz'zt 
              explodiu no meio dos demônios, deixando em seu lugar uma gigantesca 
              cratera. Ele partiu com lágrimas nos olhos e grande era a 
              tristeza no seu coração. Perdera seu tio e um amigo. 
              Talvez pela sorte de Tymora, fora poupado da morte e de ver quando 
              Graz'zt decepou as cabeças de Feargal e Villayette e jogou 
              os corpos destes para as árvores víboras. Terminara 
              ali a jornada de dois bravos membros da Comitiva da Fé.
 
 Caravan 
              deixou Kariel em uma das diversas passagens para a Escadaria Infinita 
              e ele seguiu pelo mesmo caminho que outrora a Comitiva utilizara, 
              saindo dos planos do além para a cidade de Águas Profundas, 
              no templo dedicado à deusa Selune. Triste e abatido, retornou 
              para Kand. Daria as notícias da morte de Eleannor e Elder 
              ao seu pai e aos seus primos.
 Reencontros      Villayette 
              despertou. Suas vestes, antes negras pelo seu luto, agora eram brancas 
              e ele estava só. Em meio a uma imensidão branca, uma 
              porta abriu-se e dela um elfo chamou-o pelo nome. Com um gesto sutil 
              pediu que ele entrasse. Ele fez uma breve saudação 
              e seguiu através da porta. Do outro lado um local de indescritível 
              beleza. Enquanto se acostumava com a luz nos seus olhos ouviu uma 
              voz conhecida chamando-lhe. Ao levar seus olhos para a direção 
              da voz ele a viu. Sua amada esposa corria em sua direção 
              e mais atrás estava o pai de todos elfos, Corellon Larethian. 
              Ele fez uma saudação aquele que o trouxera para perto 
              de sua amada, mas esta fora interrompida pelos beijos apaixonados 
              de sua amada Eleannor.
 Com 
              Feargal algo parecido aconteceu, porém o elfo selvagem foi 
              enviado através da ponte do arco-íris e nas terras 
              de Uthgar ele hoje vive lutando com os bravos guerreiros bárbaros. 
              Lá ele reencontrou amigos e lutou novamente ao lado de Ragnar, 
              Raff e de Dell. Pôde duelar contra Ivagar, e assim ele passaria 
              sua eternidade lutando.
 
 
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons. 
               
               
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