|  
  Invasão ao Enclave das Sombras Descrita por Ricardo Costa.Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.
 
 Personagens principais da aventura:
 Os 
              Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), 
              Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas. 
              Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. O Halfling: 
              Bingo Playamundo. Participação Especial: Khelben 
              Arunsun, Laeral Mão Argêntea, Storm Mâo Argentêa, 
              Florin e Dove Garra da Falcão.
 
  Invasão ao Enclave das Sombras 
      A 
              Comitiva da Fé retornou á cidade-fortaleza de Evereska, após cumprir 
              o primeiro teste oferecido pelos deuses. Não era a primeira vez 
              que tais aventureiros cumpriam desígnios divinos, muitos distantes 
              das conjecturas dos outros mortais habitantes de Faerûn. Porém ainda 
              assim tais acontecimentos os surpreendiam e os faziam pensar. Foram 
              cinco horas gastas no retorno ao reino élfico, tempo em que suas 
              mentes se perguntavam a todo tempo quando viria a segunda das três 
              provas que os habilitariam a uma escolha que poderia influenciar 
              o destino de todo o mundo: qual deus poderia receber o poder encerrado 
              na Orbe de Ogor . No entanto, quando chegaram às cercanias de Evereska, 
              e viram o grande acampamento de tendas brancas dos homens de Águas 
              Profundas, tais divagações foram afastadas por um problema mais 
              presente: a ameaça dos vultos de Obscura.
 Chegaram à noite e foram 
              bem recebidos pelos homens. Havia uma notícia, dada por um 
              militar. Na tenda de guerra, logo pela manhã, se daria uma 
              reunião e a Comitiva recém chegada era requisitada. 
              Para os heróis sempre existe pouco descanso e naquela noite 
              trataram de aproveitar bem o tempo que tinham. Até mesmo 
              Kariel, que não precisava dormir, deitou-se e sonhou. Muito 
              viria pelos próximos dias.
 
 Era 
              alta manhã e na tenda de guerra do Coronal Eltargrim estavam 
              os mais proeminentes membros daquela campanha de guerra: Khelben 
              Cajado Negro, o arquimago de Águas Profundas e sua esposa, 
              Laeral Mão Argêntea, Dove e Florin Garra de Falcão, 
              Storm Mão Argêntea, heroína irmã de Laeral, 
              Brian Mestre das Espadas e General de Águas Profundas, o 
              elfo evereskano Galaeron e seu irmão Aubric Nihmedu, comandante 
              dos Espadas de Evereska, tropa de elite do reino élfico. 
              Khelben foi direto com as palavras:
 
 "Temos 
              que invadir Obscura e faremos isto hoje! Um ataque aéreo 
              será a distração para nos infiltrarmos. Neste 
              momento, uma frota de grifos e hipogrifos estão preparando-se 
              para partir conosco. Temos que descobrir onde está o conduíte 
              mágico que mantém a cidade flutuando e destruí-lo, 
              porém só poderemos fazer isto estando dentro de suas 
              muralhas. Entraremos na cidade disfarçados com um encanto 
              que nos deixará semelhantes aos vultos. Se alguém 
              não desejar seguir nesta empreitada e quiser se retirar da 
              tenda, eu entenderei perfeitamente o motivo."
 
 Ninguém 
              desertou da missão (apesar da idéia de montar novamente 
              num hipogrifo apavorar Limiekli). Sabiam que seria difícil, 
              mas o que não era difícil no caminho daquela Comitiva. 
              Fazer o que era fácil ou difícil não importava 
              para eles, mas sim fazer o que era certo. O mago Khelben então 
              prosseguiu..
 
 "Ótimo. 
              Alguma pergunta?"
 "Na 
              verdade, sim", disse Sirius. "Suponho que quando o tal 
              conduíte for destruído a cidade cairá. Isto 
              destruirá os vultos?"
 "Não, 
              Sirius. Acreditamos que os vultos não serão destruídos, 
              mas com a cidade deles no chão, perderão uma grande 
              vantagem e ficarão a mercê das outras raças. 
              Isto trará um desejado equilíbrio de forças".
 "Chegando 
              em Obscura, sugiro nos dividirmos em grupos, cada um com algum Escolhido 
              de Mystra.", interrompeu Laeral, "Os Escolhidos têm 
              poder para provocar a falha dos mythalares e assim derrubar a cidade!"
 "Sim, 
              querida. Os Escolhidos serão protegidos pelos demais, enquanto 
              realizam o encanto. Partiremos em poucas horas. Preparem-se!", 
              disse o mago, concluindo a reunião.
 
 Assim 
              fez a Comitiva. Compraram alguns itens de viagem. Aqueles mais crentes 
              oraram aos seus deuses. Mikhail falou com sua família antes 
              de ir. Cinco horas depois, aquele grupo e dezenas de soldados, subiram 
              uma alta colina dentro das muralhas da cidade-fortaleza. Era naquele 
              lugar que alçavam vôo as montarias aladas dos elfos 
              evereskanos. Galaeron, porém não iria com eles. Fora 
              aconselhado por Khelben a ficar para proteger a cidade de quaisquer 
              infortúnios. Ficou e retornou ao centro da cidade, mas estava 
              contrariado. Queria participar da resolução daquele 
              problema, pelo qual julgava ter sido culpado. A Comitiva armou-se 
              com equipamento élfico e foi guiada para uma imensa plataforma 
              repleta de grifos e hipogrifos. Animais fortes e esbeltos, podiam 
              carregar até três humanos comuns e realizar manobras 
              incríveis. Eles eram bem cuidados pela frota élfica 
              que já estava em prontidão para o ataque. Os heróis 
              foram caminhando e passaram pelos animais alados. Eles subiram uma 
              escadaria que dava para uma outra plataforma muito bem guardada 
              por soldados e ao longe viram uma embarcação. Alguns 
              dos aventureiros já tinham em mente o que era aquilo, mas 
              outros ficaram com dúvidas. Já próximos do 
              veículo perceberam que a nau flutuava, pois estava fora da 
              beirada da plataforma como se estivesse atracada como um navio comum. 
              Era uma nau voadora, bela, com velas que lembravam barbatanas de 
              peixes. Era o meio de transporte que usariam para chegar à 
              cidade flutuante de Obscura. Alguns hesitaram em subir na rampa, 
              tinham receio de cair de uma grande altura. Apesar das dúvidas 
              embarcaram.
 
 "Por 
              Tyr?! Que espécie de barco é este?", perguntou 
              Galtan, o cavaleiro de Águas Profundas.
 "É 
              uma nau voadora, conhecida também por 'spelljammer'. É 
              movida por magia.", explicou o mago Kariel.
 
 Subiu 
              no barco também um elfo de Evereska de bela armadura negra 
              e dourada. Entrou na cabine de comando e pôde-se vê-lo, 
              por uma grande janela panorâmica, sentar-se em uma poltrona 
              e colocar um estranho elmo na cabeça. Aquele era o condutor 
              daquele spelljammer. Kariel então entrou também na 
              cabine. Como mago aquele veiculo mágico o fascinava e assim 
              fez vários questionamentos ao capitão élfico 
              sobre o funcionamento, fabricação e controle da nau. 
              Em seguida, foi autorizado a ir ao porão, até o compartimento 
              que guardava a pedra carregada de energia mágica que movia 
              o barco. Kariel sentiu suas emanações místicas 
              e assim conheceu mais um padrão dos diferentes padrões 
              da Arte.
 
 Embarcaram 
              então todos os que participariam daquela empreitada em Obscura 
              e mais alguns soldados evereskanos, aos quais incumbia a proteção 
              da nau. Um ruído constante iniciou-se e o barco começou 
              a deslocar-se rumo ao firmamento. Os grifos e hipogrifos montados 
              bateram suas asas e também decolaram, estabelecendo uma formação 
              em 'v', tendo o spelljammer como vértice. No convés, 
              Bingo se divertiu fazendo estripulias no convés enquanto 
              Limiekli segurou-se no mastro com medo de ser atirado para fora 
              do navio. Sirius olhava para baixo, um tanto temeroso. Ficariam 
              assim por alguns minutos, até certificarem-se que aquele 
              barco não cairia de repente céu abaixo. Khelben, Laeral, 
              Storm, Dove e Florin estavam de pé e observavam com tranqüilidade, 
              enquanto o vento frio agitava suas vestes. Brian, Mikhail, Magnus 
              e Galtan estavam próximos a eles. O último, perguntou 
              ao arquimago.
 
 "Khelben... 
              esta nau esperará para trazer-nos de volta?"
 "Não 
              será possível. Teremos que improvisar nossa fuga."
 
 A 
              resposta trazia insegurança, mas Brian sabia que lutava por 
              um bem maior e que daria sua vida a serviço do que achava 
              justo e por sua nação. Logo após veio um militar 
              dos Espadas de Evereska, que pela aparência de sua armadura, 
              deveria possuir alta patente. Trazia, junto com um preposto, uma 
              aljava com setas e entregou-as à Sirius, Limiekli e Bingo, 
              que estavam próximos e que portavam arcos nas costas.
 
 "São 
              flechas encantadas.", disse o elfo. "Com elas poderão 
              ultrapassar as proteções das naus dos vultos. Como 
              não temos muitas, usem com precisão!"
 
 Os 
              três então equiparam-se. Naquele momento, chegou também 
              Kariel, vindo do porão, e solicitou um arco élfico, 
              já que o seu havia sido destruído na batalha contra 
              o yuan-ti Vandespunjo, dias atrás. Foi atendido sem demora, 
              recebendo uma bela arma, feita com uma madeira clara e ricamente 
              ornada com entalhes que somente os elfos conseguem produzir.
 Batalha 
              nos Ares       Meia 
              hora se passou, quando um elfo na proa do barco anunciou:
 "Obscura 
              à vista! Preparem-se!"
 
 Alguns 
              minutos depois dos elfos, os humanos também notaram no horizonte 
              a cidade assentada em uma rocha flutuante. Viram também que 
              algo vinha de Obscura pelos céus para interceptar a força 
              de Evereska. Eram momentos de espera e tensão. Os atacantes 
              foram crescendo na visão dos heróis e revelou-se ser 
              répteis alados, montados por vultos, além de algumas 
              naus negras. E então os hipogrifos e grifos partiram para 
              o ataque, dando início a uma fantástica batalha aérea.
 
 Enquanto 
              os guerreiros alados se digladiavam, da nau, os soldados e os aventureiros 
              armados com arcos disparavam seus projéteis e tinham os seus 
              ataques revidados, em vôos rasantes executados pelos répteis 
              negros sobre o spelljammer. Storm avançou na proa e espalmou 
              sua mão em direção a dois dos cavaleiros vultos. 
              Saiu dela uma poderosa rama de eletricidade que os fulminou, que 
              caíram sem vida das alturas. Um inimigo, que voava próximo, 
              também lançou de magia e uma bateria de esferas luminosas 
              partiu de suas mãos para explodirem sobre Laeral. A maga, 
              após recompor-se, revidou com um encanto mais poderoso, ferindo 
              seu atacante.
 
 Dois 
              dos cavaleiros saltaram de suas montarias para cair no convés. 
              Sacaram suas armas e foram interceptados por Dove e por Mikhail. 
              A primeira, defendeu com sua espada um ataque pesado do sombrio 
              adversário e, em um golpe de precisão e sorte, arrancou-lhe 
              a cabeça. Mikhail tentou acertar com o martelo o vulto que 
              partia em sua direção, mas o inimigo esquivou-se, 
              fazendo-lhe errar a investida. Juntou-se a ele Brian. O militar, 
              ao se aproximar, foi atingido, mas devolveu o golpe e a sua espada 
              causou grande ferimento no vulto. As montarias, mesmo sem seus cavaleiros, 
              eram capazes de atacar. Sendo assim, os dois répteis voaram 
              com grande velocidade, com as afiadas garras prontas para rasgar 
              a carne dos seus inimigos. Seus alvos eram Magnus e Florin. O paladino 
              desviou-se da fera e Florin também se safara, mas não 
              sem desferir um bom golpe na criatura. Mikhail e Brian, trocaram 
              vários golpes contra o adversário sombrio, até 
              que o guerreiro de Águas Profundas desferiu um ataque fatal.
 
 Enquanto 
              Sirius, Limiekli, Kariel e Bingo disparavam flechas contra os vultos, 
              Storm e Laeral acertavam seus inimigos com encantos. A primeira 
              fez explodir em uma nau uma bola de fogo, conjurada pela sua magia, 
              e a segunda derrubou alguns cavaleiros com esferas de energia mística 
              que partiam de suas mãos. A batalha iria aumentar o seu ritmo: 
              duas naus de obscura aproximaram-se do barco élfico e seus 
              tripulantes fizeram a abordagem. Outras duas preparavam-se para 
              fazer o mesmo. Os heróis e os Espadas de Evereska agora combatiam 
              francamente e o ruído do choque do aço era ouvido 
              incessantemente e o convés começava a manchar-se de 
              vermelho. A luta foi dura, mas ali estavam os experimentados aventureiros 
              da Comitiva, a elite do exército evereskano e alguns dos 
              mais poderosos mortais a pisarem em Faerûn. Logo a batalha 
              mostraria que aqueles vultos não eram páreo para tantos 
              heróis reunidos. Após várias baixas, principalmente 
              causadas pelas lâminas de Storm e Dove, os inimigos acharam 
              prudente debandar e retornar às suas naus. Aproveitando-se 
              da fuga dos vultos, Limiekli, com uma flechada certeira, matou o 
              condutor de uma delas, fazendo o 'spelljammer' de Obscura perder 
              o controle e cair para espatifar-se em terra, milhares de metros 
              abaixo.
 
 Os 
              heróis se refaziam naquele breve recuo dos vultos. Kariel, 
              que olhava para o horizonte do lado oposto à Cidade das Sombras, 
              notou algo com seus olhos de elfo. Uma figura distante, do tamanho 
              de um homem, vinha voando na direção deles. Podia 
              ver que sua armadura brilhava ao sol e que possuía uma capa 
              que tremulava com o vento. O mago da Comitiva apontou o ser que 
              vinha ao longe para Khelben Arunsun. O arquimago então virou-se 
              e tentou identificar aquele que se aproximava. Mas os acontecimentos 
              não permitiam grandes pausas. Algo muito grande veio por 
              baixo da nau élfica e em seu vôo destruiu pelo caminho 
              as embarcações de Obscura que fugiam. Surgiu na frente 
              do barco de modo que todos puderam ver. Tratava-se do esqueleto 
              animado de um grande dragão. A visão medonha surpreendeu 
              alguns, aterrorizou muitos. Era o que Khelben conhecia como 'dracolich', 
              um dragão morto trazido de volta a vida pelas artes negras. 
              O ser de grande poder abriu suas asas e disse em voz gutural:
 
 "Invasores! 
              Retornem aos seus redutos ou suas vidas serão tragadas pelas 
              chamas de Malygris"
 "Nada 
              que venha de suas entranhas irá nos abalar, Malygris. Sopre 
              o quanto quiser!", desafiou Khelben, em uma segurança 
              que poderia ser confundida com loucura por aqueles que não 
              conheciam o poder daquele arcano.
 "Não 
              permitirei que adentrem Obscura! Não são bem vindos! 
              Seus feitiços não conterão a minha fúria!", 
              disse o dracolich ao arquimago de Águas Profundas, preparando-se 
              para lançar sobre o barco seu mortífero sopro de chamas.
 "Deixe-me 
              cuidar disto, Khelben! Afaste sua nau.". Os heróis viraram-se 
              para ver de quem era a voz que partia da popa do barco. Era a figura 
              avistada por Kariel, o Coronal Eltargrim, que voava sobre a embarcação.
 "Lute 
              comigo, grande besta, e assim resolveremos esta contenda!", 
              desafiou então o rei élfico.
 "Que 
              assim seja! Reduzirei seu corpo a cinzas!", respondeu-lhe o 
              dragão morto-vivo.
 
 A 
              nau foi desviada e seus tripulantes não retiravam os olhos 
              daquele fantástico confronto. Malygris afastou-se de Eltargrim 
              e em seguida rumou com velocidade em sua direção. 
              Projetou sua cabeça para trás e quando a pôs 
              para frente, abriu as mandíbulas, deixando sair um jato de 
              chamas que encobriu o rei élfico durante alguns segundos. 
              O tempo foi breve, mas suficiente para despertar a insegurança 
              em muitos que observavam a cena. Será que mesmo o lendário 
              Coronal de Cormanthyr resistiria a tal ataque? Mas tal dúvida 
              foi afastada com gritos de comemoração, quando as 
              chamas cessaram e viram Eltargrim ileso, segurando a sua poderosa 
              espada mágica Ar´Cor´Kerym.
 
 A 
              luta entre o elfo e o dracolich prosseguia, mas a nau dos heróis 
              se afastava, rumo à Obscura. Sirius observou a frente alguns 
              grifos que pretendiam invadir a cidade, mas que se chocaram violentamente 
              contra algum tipo de barreira invisível. Então avisou 
              a Khelben.
 
 "A 
              barreira nos impede de entrar, mas os vultos podem passar livremente 
              com suas montarias e equipamentos. Acho que tenho uma idéia...", 
              disse Khelben Cajado Negro, aproximando-se dos demais companheiros 
              de missão. "Ouçam! Possuo um encanto poderoso 
              bastante para nos encolhermos. Diminuídos, poderemos entrar 
              em um recipiente, que será colocado no equipamento de um 
              destes vultos e assim seremos transportados para dentro da cidade. 
              Precisamos de alguém habilidoso o suficiente para se aproximar 
              de um deles e nos colocar em meio à bagagem do inimigo."
 "Eu! 
              Eu! Eu consigo fazer!", ofereceu-se saltitando de alegria o 
              halfling Bingo, que retirou até um frasco de sua bolsa, onde 
              os aventureiros encolhidos seriam colocados.
 "Então 
              está feito!", Khelben pegou o frasco das mãos 
              de Bingo, abriu a tampa e em seguida colocou dentro dele um pedaço 
              de um pente de madeira que o halfing carregava. Em seguida, acenou 
              para Aubric Nihmedu, líder dos Espadas de Evereska, que voava 
              próximo com seu grifo. O elfo então pousou à 
              frente do mago de Águas Profundas.
 "Aubric, 
              nós vamos ser colocados neste recipiente e o halfling vai 
              tentar colocá-lo no corpo de um destes vultos. Faça 
              o possível para que ele tenha sucesso e para que o vulto 
              que nos levará fique vivo. Após isto, dê o sinal 
              para que os seus soldados recuem desta batalha!"
 "Sim, 
              Khelben. Farei como pede."
 
 Khelben 
              colocou o recipiente no chão e, com gestos e palavras místicas, 
              executou um encanto. Os heróis reduziram de tamanho, até 
              ficarem pouco maiores do que um grão de feijão. Entraram 
              no escuro recipiente e seguraram-se firme aos dentes do pente colocado 
              por Khelben. Em seguida, Bingo fechou o frasco, colocou-o novamente 
              em sua bolsa, subiu na garupa do grifo de Aubric e juntos alçaram 
              vôo. Aubric desviou de algumas investidas de répteis 
              negros e localizou uma pequena nau de Obscura. Havia dois vulto 
              no convés. Então aproximou seu grifo, saltou junto 
              com Bingo para a embarcação e começou um duelo.
 
 "Aproveite 
              a oportunidade, pequeno!", disse o elfo.
 
 Bingo 
              então sacou sua adaga e aproximou-se do vulto que lutava 
              com Aubric. Com muita destreza, após desviar de um golpe 
              do inimigo, conseguiu colocar o frasco em uma bolsa que estava presa 
              ao cinto do vulto e em seguida recuou. Aubric então abandonou 
              também a batalha e, junto com Bingo, montou novamente no 
              grifo. Ergueu sua espada na direção contrária 
              a Obscura e ordenou a retirada. Foram perseguidos durante algum 
              tempo, mas por fim os vultos resolveram retornar à sua cidade. 
              Não sabiam que um deles levava uma carga especial.
 Obscura, 
              o Enclave das Sombras       A 
              nau de Obscura adentrou o campo de energia e penetrou na cidade. 
              Khelben era o único que podia, através de um encanto 
              de clarividência, observar aquele lugar. A atmosfera dentro 
              da Cidade das Sombras era completamente diversa da que estavam antes. 
              Ao invés da luz do sol, haviam trevas. Névoas densas 
              e sombrias cobriam a cidade flutuante protegendo-a da claridade 
              exterior. A embarcação voou lentamente até 
              um edifício com uma imensa entrada quadrada. Era um grande 
              hangar. Nele o arquimago viu outras naus negras dos vultos pousando 
              após o término da batalha. Junto com eles também 
              se aproximaram o répteis negros, que ao chegarem foram logo 
              presos por outros vultos. O vulto que inadvertidamente os levava 
              começou a andar pelo prédio. Khelben viu uma saída 
              e pediu para que os heróis aproximassem-se dele. Em seguida, 
              executou um encanto e todos foram magicamente transportados para 
              dentro de um duto metálico que passava por dentro da parede 
              do hangar. Agora todos podiam vê-lo: escuro e cinzento, de 
              metal e pedra, repleto de soldados. Andaram pelo duto, procurando 
              uma abertura que os levassem para fora do prédio. Depois 
              de caminharem por alguns minutos, viram uma abertura no alto. Como 
              não era possível escalar, devido a superfície 
              lisa do metal e a altura, Storm, Khelben, Kariel e Dove usaram feitiços. 
              Storm e Khelben invocaram um feitiço que os faziam voar, 
              enquanto os outros dois executaram encantamentos de levitação. 
              Em seguida, aqueles que não estavam sob o efeito das magias 
              seguraram-se àqueles que se erguiam e assim foram para o 
              alto, passando por curvas, até chegarem em uma abertura. 
              Saíram em uma espécie de beco. 
 "Acho 
              que é a hora para nos disfarçarmos!", opinou 
              Kariel.
 "Sim. 
              Mas os vultos poderão nos ver!", disse Mikhail
 "Criarei 
              uma ilusão que nos protegerá até que estejamos 
              prontos!". Dito isto, Khelben começou a conjurar uma 
              série de encantos. O primeiro criou a ilusão. Quem 
              passasse pelo beco naquele momento viria apenas um lugar vazio. 
              Depois o arcano cancelou o feitiço que reduzia o tamanho 
              dos aventureiros e eles retornaram ao normal. Por fim, foi lançado 
              o encanto de disfarce e os corpos, roupas e equipamentos de todos 
              sofreram transformações, até que se parecessem 
              com vultos.
 
 "Temos 
              doze horas até que o encanto necessite ser restabelecido."
 "E 
              como vamos detectar o local onde estão os mythalares, Khelben?", 
              perguntou Mikhail
 "Trouxe 
              algo que pode me ajudar, mas para isto precisarei de um lugar tranqüilo 
              onde possa me concentrar."
 "Acredito 
              que estes mythalares devem estar em prédios importantes para 
              os vultos."
 "É 
              uma suposição lógica, Sirius. Temos que saber 
              que lugares são estes. Vamos capturar um destes vultos e 
              lermos a mente dele. Talvez assim saibamos."
 
 Os 
              doze 'vultos' deixaram o beco e podiam ver uma rua de Obscura. O 
              chão era coberto de uma substância negra que servia 
              de pavimento. Negro também era a cor das casas e torres. 
              Haviam barracas de feira e estabelecimentos cujos letreiros (que 
              conseguiam ler graças ao encanto aprimorado de disfarce) 
              anunciavam alimentos e ingredientes para feitiços. Postes 
              com uma luz púrpura, de origem mágica, iluminavam 
              o local. Na via, passavam poucos vultos e outro tipo de criatura. 
              Pareciam humanos, mas possuíam a pele muito branca, ombros 
              largos, dedos por demasiado compridos e rostos alongados. Andavam 
              lentamente e suas faces não esboçavam emoções. 
              Alguns dos vultos levavam presos em correntes alguns destes seres.
 Khelben olhou para uma das barracas onde se vendia estranhos cogumelos. 
              Viu nas mãos de um vulto uma moeda e nela um brasão.
 
 "Este 
              brasão na moeda... Eu o reconheço de um livro. Tem 
              origem de Netheril. Não resta dúvida então 
              de que este era um de seus antigos enclaves."
 "Khelben...", 
              sussurrou Kariel, "Nos disse que precisaria de um lugar tranqüilo. 
              Pensei em uma hospedaria, mas nosso dinheiro não nos servirá 
              neste lugar."
 "Tenho 
              um plano.", disse Laeral, que estava por perto.
 
 A 
              esposa de Khelben aproximou-se de uma das barracas e examinou algumas 
              estranhas batatas. Em seguida fitou os olhos do vendedor, uma das 
              criaturas de pele branca que pareciam servir aos vultos. Ela o fitou 
              perseguindo seus olhos e o vendedor passou a exibir uma expressão 
              estática.
 
 "Dirá 
              tudo o que quero?", perguntou Laeral para a criatura sob o 
              encanto.
 "Sim. 
              Direi tudo o que quiser!", respondeu.
 "Como 
              se chama?"
 "Nessen."
 "Onde 
              você mora, Nessen?"
 "Há 
              algumas ruas daqui."
 "Leve-nos 
              até lá!", ordenou por fim Laeral.
 
 Os 
              aventureiros então seguiram Nessen e Laeral. Passaram por 
              ruas sujas e estreitas, casas e pequenos prédios. Em um deles, 
              entrou Nessen e com ele, seguiram os demais até o pequeno 
              aposento onde ele morava. Reuniram-se então em sua pequena 
              sala, iluminada pelo mesmo fogo púrpura, criado por magia, 
              que acendia os postes da rua. Laeral postou-se em uma cadeira, à 
              frente de Nessen, e iniciou um interrogatório.
 
 "Responda-me. 
              Que tipo de ser é você? Porque é diferente dos 
              vultos?"
 "Sou 
              um obtuso. Somos um raça inferior aos vultos."
 "Todos 
              vocês são escravos dos vultos?", perguntou Galtan.
 "Não. 
              Existem obtusos livres e outros aos quais foi concedida a dádiva 
              de se tornarem vultos."
 "Onde 
              fica localizado a fonte de energia que mantém esta cidade 
              no ar e o fogo desta luminária aceso?", quis saber logo 
              Kariel.
 "Não 
              sei."
 "Diga-me... 
              qual o lugar mais importante da cidade?", argüiu Khelben.
 "A 
              Torre Real, onde vive o Alto Príncipe, Telamont Tanthul."
 "Ele 
              governa sozinho?", continuou o mago de Águas Profundas.
 "Não. 
              Governa junto com os demais príncipes."
 "Quem 
              são estes príncipes? Vivem todos na mesma torre?"
 "Os 
              príncipes são Hadrhune, Rivalen, Clariburnus, Brennus, 
              Mattick, Vattick, Yder, Melegaunt, Lamorak, Dethud e Aglarel. Cada 
              um deles vive em sua própria torre."
 "Existem 
              outros lugares de importância além desta Torre Real?", 
              perguntou Galtan.
 "A 
              Catedral da Escuridão, templo da nossa amada deusa Shar e 
              comandada pelo Alto Sacerdote, o Príncipe Rivalen, e a Cúpula 
              Determinista, onde ficam os deterministas, liderados pelo Príncipe 
              Lamorak, que cuidam da ordem em Obscura."
 "Estes 
              deterministas são uma espécie de força policial?", 
              questionou Kariel
 "Eles 
              cuidam da interpretação da lei, mas quem a executa 
              são os Arcanistas."
 "Para 
              mim, basta.", disse Khelben. "Evacuem um destes aposentos. 
              Precisarei de um lugar para me concentrar por alguns minutos.", 
              disse o arcano para os demais, enquanto retirava, de uma caixa que 
              estava em sua bolsa, uma bola de cristal.
 
 O 
              quarto de Nessen foi evacuado. Nele só restaram uma cadeira 
              e uma pequena mesa, onde Khelben pôs sua bola de cristal. 
              Em seguida a porta foi fechada. Por sugestão de Storm, Nessen 
              foi amordaçado e amarrado, para que não desse nenhum 
              tipo de alarme, caso o encanto lançado por Laeral se extinguisse. 
              Naqueles intermináveis minutos em que Khelben usava da bola 
              de cristal, os aventureiros especulavam sobre a localização 
              dos mythalares e sobre a origem dos obtusos e vultos. Mikhail encontrou 
              um livro que indicava uma pista. Segundo um texto do velho livro 
              de história, o antigo nome da raça obtusa era 'humana'.
 
 Aproximadamente 
              uma hora havia se passado, quando Khelben deixou o quarto.
 
 "Encontrei 
              três grandes fontes de energia mística. Estão 
              em três pontos no centro da cidade. Precisarei de mais tempo 
              para determinar a localização exata destes lugares 
              a partir do lugar de onde estamos."
 "Porque 
              não compramos um mapa?"
 "Não 
              temos o dinheiro para comprá-lo, Dove."
 "Tem 
              certeza, Kariel?", disse a ranger, metendo a mão no 
              bolso da calça de Nessen e retirando algumas moedas prateadas. 
              "Volto em breve!"
 
 Dove 
              retornou com um mapa, depois de passar alguns minutos procurando 
              pelas ruas de Obscura. Os aventureiros o analisaram e a partir das 
              suspeitas de Khelben puderam determinar os três pontos de 
              incidência dos mythalares. Eram realmente os três lugares 
              mais importantes de Obscura segundo Nessen havia mencionado. Aquele 
              foi o momento de dividir os grupos que iriam até cada mythalar. 
              Após confabularem, as equipes foram assim divididas: para 
              a Cúpula Determinista iriam Dove, Florin, Limiekli e Mikhail, 
              à Torre Real iriam Khelben, Laeral, Brian e Galtan, e para 
              a Catedral da Escuridão rumariam Storm, Kariel, Magnus e 
              Sirius. Antes de partir Khelben fez uma advertência especial: 
              sentira a presença de um ser de grande poder arcano na Torre 
              Real e pediu cuidado aos seus companheiros.
 
 Então 
              juntos então deixaram o lar de Nessen, rumo a mais uma perigosa 
              missão em suas vidas.
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
 |