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 Santuário de Moradin Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira,baseada no jogo mestrado por Ivan Lira
 
 
 
 Personagens da aventura:
 Os 
              Humanos: 
              Magnus de Helm; ; Siegel O'Blound (Limiekli); Sirius Lusbel. 
              Os Elfos: Arthos Fogo Negro; Mikhail Velian; Kariel Elkandor. 
              O Halfling: Bingo Playamundo. Participação 
              Especial: o gnomo Madarn
 
  Santuário de Moradin
            Quando 
              o sol raiou na pequena vila gnoma de Stormpenhauer, a Comitiva da 
              Fé e seu guia já estavam na trilha em meio as densas 
              árvores da Floresta das Aranhas, guiados pelo gnomo chamado 
              Madarn. Segundo o pequeno guia, a viagem duraria dois dias, em passos 
              apressados. A Comitiva seguiu atenta aos possíveis perigos 
              daquele lugar, em especial o ranger humano conhecido por Limiekli. 
              Os olhos do homem procuraram galhos partidos, teias, pegadas. Por 
              fim encontrou algumas destas últimas, as quais identificou 
              como sendo de um felino, não tinha certeza qual espécie 
              era. Passaram-se as horas e a noite caiu. Acamparam em uma clareira 
              e descansaram, sem que fera ou criatura se abatesse sobre eles.Logo cedo, estavam 
              novamente de pé. Limiekli olhou ao redor e para as árvores. 
              Teve uma estranha sensação.
 "Amigos", 
              disse, "Acho que estamos sendo espreitados. Sinto como se algo 
              nos observasse."
 "Então 
              você também percebeu? Pois é, estava com algumas 
              dúvidas mas agora tenho certeza: são leopardos."
 "Leopardos? 
              Já ouvi falar deles, mas nunca os vi." Observou curiosamente 
              o ranger.
 "É...eles 
              estão muito escassos por estas bandas, mas temi que fossem 
              eles. De caça querem virar caçadores. Estão 
              procurando comida. Por favor não os ataquem. Vamos apenas 
              ficar atentos."
      A 
              caminhada se reiniciou e o cenário lentamente começou 
              a se modificar. As frondosas árvores deram lugar a troncos 
              sombrios e retorcidos, e o cantar dos pássaros foi substituído 
              pelo absoluto silêncio. Aquilo deixou apreensivos os membros 
              da Comitiva.      "Vejam!", 
              Limiekli apontou, "Um leopardo, deve estar nos seguindo."Ao avistarem 
              o felino selvagem, alguns puseram as mãos em suas espadas, 
              quase como em um reflexo, porém Madarn interrompeu este ímpeto 
              levantando suas mãos e dizendo.
 "Não 
              ataquem! Só querem comida. Devem ter visto a desolação 
              que se abateu por esta área. Os animais desta região 
              estão morrendo de fome."
 "Poderia 
              dar um pouco da carne de minha ração para ele." 
              Kariel mencionou uma aproximação, sendo interrompido 
              por Madarn.
 "Não, 
              elfo. Deixe o ranger fazer isto. Ele deve ter mais intimidade com 
              os animais."
      Limiekli 
              se aproximou e ofereceu ao leopardo um pouco da carne seca que levavam 
              como ração. O felino calmamente aproximou-se da comida. 
              Um outro também surgiu dos arbustos e juntos saciaram sua 
              fome. Limiekli já estava ao lado dos animais e acariciou 
              as feras como se gatos fossem. O sacerdote de Mystra, Mikhail Velian 
              também chegou-se aos animais. Desejava saber mais: gesticulou 
              e repetiu algumas palavras em língua sacra. Em seguida falou 
              na linguagem dos animais.      "Por 
              que nos seguiam?""Fome. 
              Animais morrer. Comida acabar", respondeu o leopardo.
 "O que 
              houve com os animais?"
 "Besouros 
              grandes matam animais. Três, um grande e dois pequenos."
 "Tenham 
              cuidado e vão para o norte da floresta. Lá não 
              existe esta desolação e certamente encontrarão 
              mais caça." Aconselhou o elfo.
      Os 
              animais partiram e Mikhail traduziu sua conversa para os demais 
              companheiros, que preocuparam-se com esta nova sombra de ameaça. 
              Mas deviam prosseguir e enfrentar, fosse o que fosse. Afinal assim 
              procedia a Comitiva frente a seus objetivos. Ao fim da tarde encontram 
              uma velha cabana de madeira em um descampado, pelo qual passava 
              um pequeno riacho. Madarn então anunciou para o grupo.      "Descansaremos 
              aqui. Podem entrar na cabana e dormir."      A 
              Comitiva alegrou-se de ouvir aquilo, mesmo sendo o interior da cabana 
              desprovido de móveis ou palha. Pelo menos era um lugar protegido, 
              o que lhes daria maior tranqüilidade.      Alguns 
              se banharam no riacho antes de dormir. Kariel e Arthos subiram no 
              telhado de madeira. O primeiro escreveu algumas páginas de 
              seu diário de viagem, sob uma luminosidade tênue emanada 
              de sua espada encantada, enquanto o elfo espadachim tentava se ajeitar 
              como podia e dormir. Não era uma tarefa fácil esta 
              de Arthos, pois o frio da noite aumentava e os ventos faziam ruídos 
              aterradores por entre as árvores. Convencido pelo seu amigo 
              Kariel, por fim desceu e uniu-se aos outros no interior da cabana.      Na 
              nova manhã, acordaram Madarn (o gnomo dormira mais do que 
              deveria). Limiekli, que se embrenhara no mato logo cedo, encontrou 
              uma grande pegada e mostrou-a ao grupo."Nunca 
              vi algo assim", disse Madarn "Certamente não é 
              um urso."
 Prosseguiram 
              na mata e poucas horas depois avistaram uma nova clareira e algumas 
              ruínas.
 "É 
              aqui!", anunciou Madarn "Aqui são as ruínas 
              da torre."
 "Isso é 
              a torre?", indagou Limiekli, que esperava encontrar uma alta 
              construção e não um punhado de pedras e uma 
              ruína que não era muito mais alta que a cabana na 
              qual haviam dormido na noite passada.
 "Não 
              se engane, amigo", disse-lhe Magnus, Paladino de Helm, "Eu 
              e Kariel adentramos no Norte uma torre, que ao invés de seguir 
              ao alto, descia para o subterrâneo."
 "Bem...fico 
              por aqui! Boa sorte para vocês!"
 "Vai nos 
              esperar aqui?" Perguntou Mikhail.
 "Não, 
              não!", respondeu o narigudo gnomo balançando 
              o dedo indicador, "Não vou ficar aqui entediado esperando 
              vocês voltarem. Podem me procurar em Stormpenhauer quando 
              acabarem! Tchau!"
 Madarn, acenou 
              e entrou no meio da vegetação, desaparecendo, deixando 
              os heróis diante da torre.
 A Torre Arruinada      A 
              Comitiva procurou em meio as ruínas uma entrada. Encontram 
              uma porta, que Arthos e Bingo examinaram em busca de armadilhas. 
              Afastado este perigo, os aventureiros acenderam suas lanternas e 
              seguiram. Estavam em um salão arruinado, empoeirado e escuro. 
              Em suas laterais encontravam-se duas escadas: uma, á esquerda, 
              que subia, mas estava bloqueada por um soterramento de pedras e 
              outra, á direita, descia para um subsolo. O grupo, antes 
              de resolver descer a escada e explorar as profundezas da torre ainda 
              percorria o salão que, em determinado ponto, terminava em 
              um amontoado de rochas e um grande buraco. Arthos, que um dia já 
              foi um mercenário, examinou e descobriu um mecanismo avariado, 
              portanto determinou que aquele buraco outrora fora uma mortal armadilha, 
              acionada por algum incauto infeliz.      Em 
              frente à escada, Kariel pediu para Limiekli procurar em meio 
              à poeira dos degraus se existiam rastros recentes de alguma 
              criatura. O ranger encontrou marcas estranhas, como pequenos círculos 
              ou pontos, deixados no pó.      "Estes 
              rastros podem ter sido feito pelas patas de uma aranha. Tenham cuidado", 
              deduziu Kariel.      A 
              escada descia em helicoidal, até que por fim acabou chegando 
              em um vasto cômodo. Notaram que estavam logo abaixo do salão 
              superior, pois viram no teto o buraco que examinaram minutos atrás 
              e este, conforme previra Arthos, era realmente uma armadilha: quem 
              quer que nele caísse, despencaria em uma jaula colocada logo 
              abaixo do fosso. Andaram então com cuidado para frente, buscando, 
              com a limitada fonte de luz das lanternas e da espada Goliath de 
              Kariel, enxergar o fim daquela sala. Avistaram um corredor partindo 
              de uma parede à esquerda e uma grande runa desenhada ao chão. 
              Iam prosseguir mas, da escuridão, uma aranha gigantesca pulou 
              do teto sobre Limiekli. O ranger foi atingido e enquanto recuava, 
              pôde ver a rápida reação de Arthos Fogo 
              Negro, que tirou de um bolso um frasco de fogo grego e arremessou 
              na criatura, que emitiu um chiado aterrador enquanto ardia nas chamas. 
              Magnus e Mikhail adiantaram-se e distribuíram seus golpes, 
              o paladino teve mais êxito com um golpe brutal na cabeça 
              do monstro. Em seguida Arthos esquivou-se com graça dos tentáculos 
              mortais da aranha para perfurá-la com sua atraente Lâmina 
              das Rosas. Kariel também reagiu àquele momento e conjurou 
              um encanto, fazendo que um jato de chamas partissem de suas mãos 
              em direção ao monstro. O ranger ignorou a dor que 
              sentira e atacou, mas seu golpe não teve força suficiente 
              para atravessar a couraça natural do aracnídeo, Sirius 
              e Bingo estavam recuados disparando flechas, mas com muito cuidado 
              para não acertar os companheiros. A aranha contra-atacou 
              e seu alvo era Arthos. O monstro levantou seu corpo esticando suas 
              patas e depois direcionou sua parte traseira apontando-a para frente, 
              dela foi expelido um jato de teia, imobilizando o elfo de cabelos 
              escarlates. O monstro ainda golpeou Magnus com força e também 
              o prendeu em suas teias. Mikhail ergueu sua maça, mas o golpe 
              não teve sucesso. O mesmo não aconteceu com Limiekli: 
              o ranger conseguiu dar um golpe certeiro entre os oito olhos da 
              aranha, que tombou inerte.      Porém, 
              não houve tempo para se refazerem, nem ao menos tomarem algum 
              fôlego. Das sombras outra aranha surgiu. Esta parecida com 
              as que enfrentaram na floresta. O animal atacou Kariel e recebeu 
              um golpe de Mikhail. Arthos e Magnus, libertos da teia da primeira 
              aranha, partiram com fúria, ferindo bastante o monstro. Porém, 
              o golpe de misericórdia foi novamente de Limiekli.      Findado 
              o combate, as atenções se voltaram para o corredor 
              seguinte. Eles seguiram o caminho e encontraram um pequeno quarto. 
              Sob uma espécie de mesa de pedra, alguns esqueletos jaziam 
              inertes. Arthos e Limiekli remexeram os ossos e encontraram um anel 
              e algumas moedas de ouro, tudo isso sob os protestos de Mikhail 
              que os advertiu sobre respeitar os mortos. Não houveram mais 
              caminhos visíveis. Todos procuraram por algum tipo de mecanismo, 
              alguma passagem secreta, mas foi em vão. Resolveram então 
              novamente subir ao andar térreo para examinar novamente. 
              Lá em cima, Bingo, inocentemente chutou uma pedra, esta foi 
              em direção a uma parede da escada que estava bloqueada 
              por pedras, quando ia atingi-la surpreendentemente a atravessou 
              como se não existisse. O halfling jogou outra pedra e o mesmo 
              ocorreu.      "Pessoal! 
              Vocês viram isso?" Perguntou o pequenino boquiaberto.Todos ficaram 
              perplexos, com exceção é claro de Kariel, o 
              Escolhido de Mystra, que fleumático aproximou-se da parede 
              e constatou a presença da Arte ali: se tratava então 
              de uma ilusão.
 Os Monstros de Úmbria      Os 
              aventureiros então se aproximaram e entraram pelo caminho 
              oculto. Era uma passagem escavada na pedra que lentamente descia 
              e se alargava à medida que caminhavam. Este buraco terminou 
              numa caverna bastante profunda. Sentiram o ar ficar mais pesado 
              e mais rarefeito, dificultando levemente a respiração. 
              Sirius ia segurando a lanterna que revelou formações 
              rochosas totalmente irregulares que atrapalhavam o passo. Depois 
              de muito tempo chegaram numa grande área rochosa, totalmente 
              irregular. No meio deste local havia uma grande fenda, cuja profundidade 
              não era possível estimar com aquela pouca luminosidade 
              e ao fim daquele lugar estava um corredor cavernoso.      Enquanto 
              examinaram o precipício, surgiram, não se sabe de 
              onde, três criaturas estranhas, seres bípedes com aparência 
              de insetos, com garras e presas enormes, lembrando muito besouros. 
              Um mais alto e dois menores. Ao vê-los, a informação 
              dada pelos leopardos começou a fazer sentido. Foram estas 
              criaturas que dizimaram a fauna ao redor da torre. Os monstros atacaram 
              a Comitiva iniciando um terrível combate.      Arthos 
              e Sirius, ao fitar o monstro maior, tiveram uma estranha reação. 
              O primeiro ficou paralisado, olhos vidrados, alheio ao combate enquanto 
              o segundo, passou a investir furiosamente contra seu companheiro 
              Mikhail. Limiekli atacou um dos monstros, que num movimento rápido, 
              esquivou-se e, ao mesmo tempo usou suas garras para atingi-lo. O 
              paladino não hesitou, tratou de abrir fendas no inimigo com 
              sua espada. Kariel tocou seu elmo mágico e, invisível, 
              se afastou. Procurou uma posição privilegiada e em 
              seguida lançou uma magia: um relâmpago partiu de suas 
              mãos e atingiu, de uma só vez, os três inimigos. 
              O ataque tornou-o visível novamente transformando-se num 
              novo alvo para as criaturas. Sirius, encantado, combatia contra 
              Mikhail. O clérigo de Mystra então resolveu lançar 
              um encanto para prendê-lo, mas Sirius resistiu, e continuou 
              uma investida furiosa para atingir o companheiro. 
 O monstro maior, 
              muito ferido, percebeu a derrota iminente e recuou em direção 
              a um buraco não notado antes pelos aventureiros. Então 
              Magnus, junto com Kariel combateram um dos "homens-besouros" 
              menores. Goliath, a espada de Kariel, e a Chama do Norte, de Magnus 
              foram certeiras e, ao fim, com o último golpe do paladino 
              o monstro tombou. Limiekli se virou como podia lutando bravamente 
              com a criatura menor, e logo depois o maior tentou puxar o menor 
              para fugir dali, mas o ranger não pestanejou e deu-lhe uma 
              machadada no peito do monstro fazendo-o cair. O homem-besouro maior 
              segurou o menor tentado tirá-lo dali, e vendo a aproximação 
              da Comitiva fez sinais com as mãos se rendendo, gesticulou 
              desesperadamente pedindo trégua. Uma dúvida se abateu 
              sobre o grupo, executar ou não as duas criaturas.
      "Kariel, 
              você entende o que esta criatura está dizendo?" 
              Perguntou Limiekli."Não, 
              é uma linguagem estranha para mim."
 Magnus concentra-se 
              olhando para a criatura e revela.
 "Eu sinto 
              o mal neste ser, mas é um mal semelhante aos dos goblinóides, 
              é como se já fosse da natureza deles. Kariel, você 
              não pode invocar um encanto que o faça entender a 
              linguagem do monstro?"
 "Infelizmente 
              não posso fazer isso agora, meu amigo."
 "Então 
              eu concederei uma morte rápida e indolor." Disse Magnus 
              atravessando sua espada no cérebro do homem-besouro maior. 
              Mas Arthos não foi tão clemente, despertou do encanto 
              que a criatura lhe causara e furioso com a humilhação, 
              partiu a toda velocidade para o monstro menor que jazia ferido no 
              chão, pegou sua Lâmina das Rosas e o esquartejou.
      Sirius 
              também conseguiu recobrar a consciência, depois perguntou:"O que 
              aconteceu? Eu estava lutando com alguém mas não reparei 
              quem era."
 "Você 
              estava lutando comigo. O que aconteceu com você?" Indagou 
              o elfo Mikhail.
 "É 
              verdade? Me desculpe amigo, eu não pretendia .."
 "Não 
              é necessário, parece que o monstro afetou a mente 
              de alguns."
      A 
              Comitiva havia se ferido bastante e tratou de se recuperar. Mikhail 
              conjurou alguns dos seus encantos sobre os aventureiros, principalmente 
              sobre o ranger Limiekli. Arthos, que não estava muito debilitado, 
              resolveu percorrer o buraco na parede. Andou pelo corredor escavado 
              na rocha e encontrou a toca dos seres-besouro, que exalava um fétido 
              odor de morte. Lá o elfo ruivo encontrou algumas peles de 
              leopardo e para sua surpresa uma grande quantidade considerável 
              de moedas de platina em meio aos restos mortais das presas. Deixou 
              a toca e seguiu pelo corredor de pedra que descia. Chegou por fim 
              ao fundo da fenda que havia no salão onde estavam. Nada havendo 
              para explorar, retornou e juntou-se aos seus companheiros, que preparavam-se 
              para dormir. Limiekli, sentado próximo a Magnus e Kariel, 
              parecia impressionado.      "Nunca 
              combati tantas criaturas perigosas em tão pouco tempo." 
              Comentou o ranger."Meu caro, 
              o que passamos até agora não se compara aos desafios 
              que já enfrentamos." Disse o paladino.
 "Vocês 
              só podem estar de brincadeira. Quer dizer que enfrentar estas 
              coisas é coisa normal para vocês?"
 Kariel, que 
              escrevia algumas páginas de seu diário, perguntou:
 "Sabe ler 
              élfico, Limiekli?"
 "Não."
 "É 
              uma pena. Se soubesse lhe emprestaria meu diário e você 
              leria coisas que o deixariam ainda mais impressionado."
      A 
              conversa terminou e todos estavam deitados, a exceção 
              de Kariel, que continou a escrever, e do irrequieto Arthos, que 
              aproximou-se do amigo."Kariel...será 
              que você pode me tornar invisível? Gostaria de fazer 
              uma exploração para ver se esta caverna tem alguma 
              saída."
 "Está 
              bem, mas tenha cuidado: 'Invisibilitis reddere'", pronunciou 
              Kariel, fazendo Arthos desaparecer. O elfo 'sem noção' 
              andou pelos corredores escuros por algum tempo, mas nada encontrou 
              e retornou para dormir.
 Uma Antiga Cidade dos Anões      Durante 
              o sono, alguns membros do grupo escutaram uma voz que ecoou em suas 
              mentes:      "O 
              ritual precisa ser cumprido. Ajudem-me.". Ao acordarem, eles 
              comentaram sobre o assunto. Sirius então confirmara tal mistério, 
              não poderia ser coincidência que vários deles 
              tivessem sonhado com a mesma coisa. Decidiram prosseguir nos confins 
              daquelas cavernas. Limiekli decidiu levar parte da couraça 
              dos homens-besouro. Alegou que algum curtidor bastante experiente 
              poderia fazer uma excelente armadura. Continuaram a caminhada, que 
              parecia nunca terminar. O ar estava cada vez mais escasso, quando 
              passava por suas cabeças a possibilidade de voltar, surgiu 
              uma saída, ou melhor, uma passagem.      Tratava-se 
              de um vão dando para uma sala. Eles entraram e sentiram um 
              alívio, pois estavam num piso batido e podiam andar com mais 
              tranqüilidade. Sirius direcionou a luz da lanterna para o ambiente 
              e descobriram que estavam numa espécie de sala. Kariel, pela 
              suas experiências com a Comitiva da Fé, logo percebeu 
              que era uma construção feita por anões. Dali 
              havia outra saída, avançaram sobre o pórtico 
              e entraram num amplo salão. Sob a luz das lanternas e de 
              Goliath puderam ver bancos de pedra, colocados em duas filas, em 
              uma arrumação semelhante à de um templo. Eles 
              seguiram pelo centro e aproximam-se do altar. Atrás havia 
              uma grande estátua, que Kariel identificou para os demais 
              como sendo de Clangeddin Barba de Prata, deus anão. Depois 
              perceberam um trono à frente. Para espanto de todos alguém 
              sentava-se sobre ele. Sua constituição etérea 
              e a leve luminosidade que emanava não deixou dúvidas 
              de que tratava-se de um fantasma de um anão.      Um 
              anão velho com uma grande barba, estava sentado, olhava para 
              eles e não piscava. A Comitiva se aproximou e o fantasma 
              não esboçou nenhuma reação. Após 
              alguns instantes ele levantou-se e caminhou pelo altar. Sua face 
              era muita abatida, como se um sofrimento eterno corroesse sua alma, 
              depois quebrou o silêncio."Oh, Moradin. 
              Minhas preces foram ouvidas. Por favor o ritual tem que ser completado, 
              tem que ser completado." Sua voz parecia vir do além 
              e estremecia os ossos dos aventureiros. Limiekli estava chocado, 
              nunca vira algo assim.
 "Como podemos 
              ajudá-lo senhor?" Perguntou o elfo Mikhail Velian um 
              pouco pasmo.
 "Obrigado 
              por virem aqui. Sou Bhury Rocha Suprema e vocês estão 
              em Santuário de Moradin, uma cidade dos anões outrora 
              povoada pelo clã Woroughin. Este lugar existe há séculos. 
              Vivíamos em grande harmonia e paz sob a benção 
              de Moradin e Clangeddin Barba de Prata. Nosso líder era Voltan, 
              ele governava muito bem, porém Vazegard, que sentia muita 
              inveja de seu comando e criou um culto secreto de Abbathor, o maligno. 
              O culto cresceu e Vazegard se tornou muito poderoso. Ele manipulou 
              sua seita para começar uma revolução e então 
              surgiu uma guerra sangrenta. Em meio a ela, Vazegard, que possuía 
              um grande conhecimento em maldições, rogou uma sobre 
              Santuário de Moradin: invocou um demônio de imenso 
              poder que fica dentro do templo de Moradin, um lorde de Baator chamado 
              Jhystermarex. O diabo convocou outros de Baator, os Nove Infernos, 
              mas consegui contê-lo, realizando um contra-feitiço 
              que impediu de Jhystermarex convocar mais demônios. Por isso, 
              Vazegard rogou outra maldição, me prendendo aqui no 
              templo de Clangeddin, de onde não posso sair até que 
              esta maldição seja quebrada. Isso aconteceu a quase 
              três séculos. Moradin permitiu que eu voltasse da morte 
              para tentar acabar com este tormento. Além de mim, só 
              Vazegard, que hoje existe como um morto-vivo, e os demônios 
              de Jhystermarex habitam este lugar. Por favor nobres heróis, 
              vocês podem ajudar a mim e a meu povo?"
      "Certamente 
              Bhury, o que podemos fazer então para ajudá-lo?" 
              Respondeu Kariel pela Comitiva."Vocês 
              devem primeiro ir à Mesa Suprema, e encontrar Vazegard para 
              quebrar a primeira maldição. Este era um lugar onde 
              nosso povo se reunia para julgar e administrar nossa cidade. Vazegard 
              se encontra lá hoje em dia, ele sempre quis sentar no trono 
              de Voltan. Para quebrar o feitiço vocês devem fazer 
              Vazegard dizer meu nome, e então pegarão esta pedra 
              que estou dando a vocês e quebrarão para que eu possa 
              estar em sua presença. Depois temos que quebrar a última 
              maldição: é preciso adentrar o templo de Moradin, 
              onde está Jhystermarex. Lá estão os Obeliscos 
              da Natureza Mágica. Se eles forem reenergizados, poderão 
              espantar todos os males de Santuário de Moradin. Eles representam 
              a Criação, o dom Divinatório, a Necromancia, 
              a Conjuração, o Feitiço e as forças 
              Astrais. Basta que conjuremos encantamentos referentes à 
              natureza mágica de cada obelisco e o processo se iniciará."
      "Mortos-vivos, 
              demônios... como enfrentaremos tais seres?" Perguntou 
              Limiekli."Não 
              se aflija, concederei um armamento adequado."
      "Iremos 
              ajudá-lo, senhor, porém peço-lhe licença 
              para perguntar-lhe algo sobre nosso objetivo. Viemos a esta torre 
              em busca de alguma pista sobre uma bruxa chamada Gothyl. Ela pode 
              estar por trás de estranhos desaparecimentos no Vale da Adaga. 
              Sabe algo sobre ela?""Desconheço 
              tal criatura, mas prometo fazer o possível para ajudá-los 
              quando completarem o ritual."
 "Poderia 
              falar-nos mais sobre este complexo?"
 "Além 
              daquele portão está o nosso cemitério, segue-se 
              a ele a Morada dos Anões, as minas, o lago, a grande forja, 
              a Mesa Suprema e por fim o grande templo de Moradin. Agora venham 
              comigo."
      O 
              fantasma de Bhury Rocha Suprema foi até um ponto atrás 
              da estátua de Clangeddin, onde havia um baú, que foi 
              aberto, revelando diversas armas de prata, que foram escolhidas 
              pelos membros da Comitiva. Após um breve descanso, eles adentraram 
              o portão, em direção ao Cemitério. Apenas o Primeiro Desafio      Chegando 
              na grande câmara, era repleta de túmulos. O ambiente 
              sinistro e as névoas que recobrem o lugar deixaram os membros 
              da Comitiva apreensivos. Queriam logo atravessar a câmara 
              e deixar este local o quanto antes. Porém quando seguiram, 
              lentamente viram surgir à frente a silhueta de um demônio, 
              três metros de altura, pele vermelha coberta de espinhos e 
              grandes chifres negros.      "Ora, 
              visitantes. Finalmente, é muito bom ver alguém atravessar 
              este cemitério. O que querem aqui?" Perguntou a besta."Queremos 
              apenas passar." Respondeu Arthos.
 "Se tentar 
              nos impedir vai conhecer o fio da Chama do Norte." Ameaçou 
              Magnus.
 "Ah! Vocês 
              querem prosseguir. Acham que conseguirão chegar até 
              Jhystermarex? Bobagem, não passarão por H'Toph de 
              Baator." Disse o demônio com um ar de superioridade.
 "Você 
              acha que conseguirá nos deter?" Duvidou Fogo Negro.
 "Convido 
              vocês a tentarem então."
      Por 
              alguns momentos H'Toph, que não atacou, ficou esperando tranqüilamente 
              por alguma reação da Comitiva. O grupo, no entanto, 
              hesitou, diante de tanta fleuma por parte do diabo, eles tinham 
              receio de que ele estivesse os levando a alguma espécie de 
              armadilha. Portanto, dali mesmo onde estava, Kariel lançou 
              esferas de energia apenas como um teste, pois ainda nutria grande 
              ódio por demônios, as criaturas que ceifaram a vida 
              de seu tio Elder e de seu amigo Feargal. Contudo, as esferas foram 
              defendidas, facilmente pela criatura, que precisou apenas erguer 
              a palma de sua mão direita. Em seguida, H'Toph apontara suas 
              mãos para o grupo. Naquele momento, suas asas de fogo se 
              revelaram e dele partiu um poderoso relâmpago, que atingiu 
              em cheio Mikhail Velian, Magnus de Helm e Arthos Fogo Negro. O sacerdote 
              de Mystra foi arremessado a uma grande distância, ferindo-se 
              bastante. Arthos sofreu um pouco das ramas do relâmpago mas 
              sua Lâmina das Rosas o defendeu parcialmente. No paladino 
              aconteceu diferente, ele absorveu o raio com sua bendita Chama do 
              Norte.      Aquela 
              era a hora. Arthos e Magnus partiram para cima do diabo. Das sombras 
              surgiram mais dois demônios, à semelhança de 
              H'Toph, porém pequenos e cinzentos. Kariel lançou 
              sobre si outro encanto, e cresceu de tamanho. Aproximou-se para 
              golpear a besta, mas algo lhe aconteceu. Uma sensação 
              incontrolável de terror invadiu sua mente e ele perdeu a 
              razão, afastando-se do combate e pondo-se a correr pela necrópole 
              anã. Mikhail levantou-se e partiu para combater um dos demônios 
              recém chegados, Limiekli e Sirius fizeram o mesmo com o outro. 
              H'Toph, impiedosamente atirou seu chicote repleto de farpas e atingiu 
              Fogo Negro com bastante violência, mas Magnus chegou a tempo 
              e abriu a primeira ferida na criatura. Arthos, que não é 
              de apanhar sem revidar, devolveu-lhe a pancada estocando sua espada 
              nas costelas dele ouvindo seu urro de dor. H'Toph era muito forte 
              e distribuiu chicotadas por todo o corpo dos dois heróis 
              deixando-os mazelados. Limiekli viu-se em apuros, já combatera 
              em guerras antes, mas nelas lutou contra humanóides da superfície, 
              nunca alguém vindo dos Nove Infernos, porém no ardor 
              da batalha ele foi se esquecendo disso e pôs sua habilidade 
              a funcionar, trocou golpes poderosos contra o outro demônio 
              cinzento auxiliado por Sirius que atirou algumas flechas junto com 
              Bingo. Infelizmente eles não sabiam, mas os projéteis 
              não feriam o demônio. O ranger, mesmo sendo atingido 
              algumas vezes abriu a cabeça do monstro com seu machado, 
              vira naquele momento pela primeira vez a cor dos miolos de um baatezu. 
              Mikhail, com muita coragem, conseguiu conter as investidas selvagens 
              do demônio cinzento, apesar do elfo ser maior em altura, o 
              ser de Baator mostrou toda sua fúria atirando espinhos flamejantes 
              saídos de sua cauda, mas felizmente não foi suficiente 
              para abalar a fé do elfo da Deusa da Magia que com sua maça 
              golpeava o monstro. Porém quem o aniquilou foi o ranger Limiekli, 
              que também tinha acabado com o outro demônio. H'Toph 
              havia subestimado os heróis, estava ele muito ferido, pôs-se 
              a voar, Arthos deu um salto tentando alcançá-lo, mas 
              não conseguiu. O paladino arriscou um arremesso de sua espada 
              no demônio. Obteve êxito, a Chama do Norte entrou-lhe 
              no peito fazendo H'Toph cair sem vida. Fogo Negro, para não 
              deixar dúvidas, retalhou o corpo do baatezu.      Momentos 
              depois, Kariel se recuperara do pânico. Seu conhecimento sobre 
              a magia o fez perceber que isso era fruto da natureza maligna do 
              demônio. Explicou seu comportamento estranho aos seus companheiros, 
              contando que fora vítima de um sortilégio do monstro 
              para afastá-lo do combate. Mikhail, com os treinamentos concedidos 
              por Terrapin Treeworm, iniciou seu processo de cura nos companheiros 
              que sangravam bastante. Ficaram espantados com o perigo que haviam 
              enfrentado, ainda mais que era apenas o primeiro deles. Muito mais 
              haveria por vir, mas agora a Comitiva precisava descansar.
 
 
  Esta 
              história é uma descrição em teor literário 
              dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé 
              em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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