|   Alguns anos depois do lançamento da famosa 
                                caixa de Dungeons & Dragons 
                                surgiu sua evolução, o Advanced 
                                Dungeons & Dragons. Este sistema 
                                nada mais era do que um D&D mais complexo 
                                com mais regras que foram criadas para satisfazer 
                                a necessidade de um jogo mais divertido. Com o 
                                sistema mais encorpado foi possível o desenvolvimento 
                                de vários suplementos com bastante conteúdo 
                                de ambientação em relação 
                                à fantasia clássica como: aprofundamento 
                                de descrição das classes e seus 
                                recursos, desenvolvimento de mais criaturas, mais 
                                magias e a criação de cenários 
                                de fantasia como Forgotten Realms.
 
 
 
                                 
                                  |  Tome of Magic 
                                      do AD&D
 |  O Ad&d teve três edições: 
                                a 1ª, a 2ª e a 2ª edição 
                                revisada. Sendo esta última publicada aqui 
                                no Brasil pela Editora Abril. A segunda edição 
                                do Ad&d trouxe uma série de novidades 
                                além do suplementos de cenários, 
                                entre elas podemos citar o Tome of Magic, 
                                Skills & Power, Spells & Magic e 
                                o Combat & Tatics. Estes livros visavam 
                                expandir o já limitado Ad&d que aos 
                                poucos não era mais suficiente para que 
                                os jogadores pudessem criar novas características 
                                que fugiriam do “feijão com arroz” 
                                das classes básicas, um exemplo disso eram 
                                os chamados Kits, novas classes sugeridas em livros 
                                como Fighter’s Handbook (Livro 
                                dos Guerreiros).
 Finalmente, em 2000, a Wizards of the Coast, a 
                                nova empresa que passou a ter direito sobre os 
                                produtos da TSR, lançou a tão aguardada 
                                3ª Edição de D&D. Esta 
                                nova versão veio com uma roupagem atual 
                                e diferente que cativou muitos admiradores do 
                                RPG. Com ilustrações fantásticas 
                                combinada com diagramações confortáveis 
                                o D&D 3ª Edição virou uma 
                                coqueluche. O grande diferencial da nova versão 
                                é o sistema D20 ao qual tornou-se aberto 
                                a todos fazendo com que muitos sistemas genéricos 
                                de Ad&d desaparecessem. As mudanças 
                                nas regras não se resumiram apenas em detalhes, 
                                mas sim na estrutura também. Em relação 
                                aos cenários permaneceram Forgotten 
                                Realms, Dragonlance 
                                e Greyhawk, embora estes dois 
                                últimos não tivessem mais que um 
                                livro lançado. Somado a eles chegou o Eberron. 
                                Mais tarde foi lançado o D&D 3.5, que 
                                deu umas aparadas no novo sistema tornando-o mais 
                                dinâmico e completo.
 
 Embora muitos estejam contentes com a 3ª 
                                edição do D&D, há algum 
                                tempo surgiram descontentamentos e críticas 
                                severas com relação a muitos aspectos 
                                dele. E alguns permaneceram fiéis ao Ad&d 
                                alegando que este sistema não é 
                                tão “apelão” quanto 
                                ao novo. Apenas no interesse de vermos a diferença 
                                entre o Ad&d e o D20, sistema da 3ª edição, 
                                vou fazer aqui uma comparação fragmentada.
 
 Habilidades
 
 Este conceito técnico, que representa os 
                                atributos básicos das criaturas, sofreu 
                                uma grande modificação no D20. Antes 
                                todas as Habilidades (Força, Destreza, 
                                Constituição, Inteligência, 
                                Sabedoria e Carisma) tinham características 
                                distintas em relação ao seu grau. 
                                A Força possuía o bônus de 
                                ataque e dano, carga mínima e máxima, 
                                abrir portas e romper barras. Na nova versão 
                                estas características foram removidas ou 
                                transferidas deixando o funcionamento do jogo 
                                mais simples. Agora cada Habilidade possui um 
                                número chamado de modificador que serve 
                                para ser adicionado a diferentes recursos ligadas 
                                às Habilidades em questão. Além 
                                disso estes modificadores ficaram melhor distribuídos 
                                sendo aumentados em 1 ponto a cada 2 níveis 
                                de Habilidade.
 
 Exemplo: Um personagem no Ad&d 
                                que tivesse suas Habilidades For 14, Des 11, Cons 
                                12, Int 15, Sab 12 e Car 11 não teria nenhum 
                                bônus relevante, exceto que poderia adquirir 
                                mais idiomas devido a Int 15. Já no D20 
                                este mesmo pesonagem teria +2 de bônus para 
                                acertar um ataque corpo a corpo e dano; +1 acrescentado 
                                a cada dado de vida e em Testes de Resistência 
                                baseados em Fortitude; capacidade de conjurar 
                                magias de até 5º nível (caso 
                                fosse um mago); e +1 de bônus nos Testes 
                                de Resistência de Vontade.
 
 Conclusão: Por fazer os 
                                personagens ficarem mais diferenciados e tornar 
                                os fatores das habilidades mais simples e versáteis, 
                                o D20 leva vantagem neste aspecto.
 
 Raças
 
 As raças básicas apresentadas no 
                                Ad&d eram: humano, elfo, anão, halfling, 
                                meio-elfo e o gnomo. No D20 continuam essas raças 
                                e foi somado a elas o meio-orc. Cada raça 
                                possui características diferentes no funcionamento 
                                das regras, enquanto na 2ª Edição 
                                algumas raças tinham poucas diferenças 
                                entre si, na 3ª elas se acentuaram.
 
 Exemplo: O humano não 
                                tinha nenhuma característica que o favorecesse 
                                em relação as outras demais raças, 
                                exceto que eles não tinham limites de evolução 
                                de níveis em qualquer classe. No D20 o 
                                humano ganha 1 Talento a mais no 1º nível 
                                de personagem, 4 pontos de Perícia no 1º 
                                nível de personagem e +1 a cada nível 
                                subseqüente. E por último o humano 
                                pode ter qualquer classe como favorecida.
 
 Conclusão: Assim como 
                                nas habilidades, o D20 também tornou mais 
                                diferenciado as características das raças 
                                sem exagerar nas vantagens, pois o elfo do Ad&d 
                                tinha muitas capacidades que o tornavam bem mais 
                                poderoso que as demais raças.
 
 Classes
 
 O Livro do Jogador de Ad&d possui 
                                4 classes como básicas: Guerreiro (que 
                                se subdividia em “Homem de armas”, 
                                Ranger e Paladino), Arcano (que se subdividia 
                                em Mago e Especialista), Ladino (que se subdividia 
                                em Ladrão e Bardo) e o Sacerdote (que se 
                                subdividia em Druida e Clérigo). No D20 
                                nós temos: Guerreiro, Bardo, Bárbaro, 
                                Monge, Mago, Druida, Feiticeiro, Ladino e o Clérigo. 
                                Não há subdivisões, e diferente 
                                da 2ª Edição estas classes, 
                                no decorrer de seus níveis, adquirem habilidades 
                                especiais que os tornam únicos, enquanto 
                                que antes as diferenças se resumiam apenas 
                                no Tac0, no Dado de Vida, na evolução 
                                de XP e outros detalhes. As únicas exceções 
                                eram o Ranger, o Paladino e o Druida que ganhavam 
                                algumas habilidades especiais. A grande novidade 
                                do D20 neste quesito foi o novo sistema de multiclasse 
                                que aumentou mais ainda a distinção 
                                entre os personagens.
 
 Exemplo: O Guerreiro do Ad&d 
                                tinha as seguintes características: 1d10 
                                de DV, o Tac0 descia 1 ponto por nível, 
                                ele recebia 3 pontos de Perícia no 1º 
                                nível e +1 a cada 3 níveis, e a 
                                quantidade de ataques por rodada aumentava nos 
                                níveis 7 e 13. No D20 ele continua com 
                                1d10 de DV, a Base de Ataque aumenta +1 por nível, 
                                a cada 6 níveis ele ganha um ataque extra 
                                com o máxima de 4 ataques, recebe (2 + 
                                modificador de Int) x 4 pontos de Perícia 
                                no 1º nível e (2 + modificador de 
                                Int) pontos a cada nível subseqüente, 
                                usa todas as armas e armaduras com exceção 
                                das exóticas, e recebe um Talento adicional 
                                no 1º nível e mais 1 a cada dois níveis 
                                a partir do 2º.
 
 Conclusão: Através 
                                do exemplo percebemos que a distinção 
                                dos personagens do D20 é bem mais significante 
                                que no Ad&d promovendo assim uma particularidade 
                                maior a eles.
 
 Evolução
 
 Este assunto faz parte das regras de classes, 
                                contudo eu resolvi abordá-lo separadamente 
                                por ser um fator bastante relevante nas diferenças 
                                entre os dois sistemas.
 
 Abaixo nós vemos as escalas de progressão 
                                de nível por XP adquirido entre o Guerreiro 
                                (que possui a escala mediana das classes do Ad&d) 
                                e de todas as classes de personagens do D20.
 
 
 
                                 
                                  | Nível | Progressão 
                                      do Ad&d em XP | Progressão 
                                      do D20 em XP |   
                                  | 1 | 0 | 0 |   
                                  | 2 | 2.000 | 1.000 |   
                                  | 3 | 4.000 | 3.000 |   
                                  | 4 | 8.000 | 6.000 |   
                                  | 5 | 16.000 | 10.000 |   
                                  | 6 | 32.000 | 15.000 |   
                                  | 7 | 64.000 | 21.000 |   
                                  | 8 | 125.000 | 28.000 |   
                                  | 9 | 250.000 | 36.000 |   
                                  | 10 | 500.000 | 45.000 |   
                                  | 11 | 750.000 | 55.000 |   
                                  | 12 | 1.000.000 | 66.000 |   
                                  | 13 | 1.250.000 | 78.000 |   
                                  | 14 | 1.500.000 | 91.000 |   
                                  | 15 | 1.750.000 | 105.000 |   
                                  | 16 | 2.000.000 | 120.000 |   
                                  | 17 | 2.250.000 | 136.000 |   
                                  | 18 | 2.500.000 | 153.000 |   
                                  | 19 | 2.750.000 | 171.000 |   
                                  | 20 | 3.000.000 | 190.000 |   Analisando a escala do Ad&d 
                                percebemos que a proporção entre 
                                os níveis se diferencia a partir do 10º 
                                nível onde a progressão vai de 250.000 
                                de XP para cada nível. Dessa forma a evolução 
                                é lenta sendo bem difícil chegar 
                                ao nível 20. Já a escala do D20 
                                apresenta uma progressão de (nível 
                                x 1000) de XP para cada nível e, levando 
                                em consideração a tabela de distribuição 
                                de XP do Livro do Mestre a proporção 
                                de evolução é a mesma para 
                                qualquer nível.
 Exemplo: Para um Guerreiro, no 
                                Ad&d, chegar no 10º nível ele 
                                precisa conquistar 500.000 pontos de XP. O tempo 
                                para que ele alcance este nível é 
                                relativo, contudo dá para notar que seria 
                                demorado. Já no D20 o Guerreiro precisaria 
                                de 45.000 pontos de XP para alcançar o 
                                10º nível. Se houver encontros medianos 
                                (com o ND do mesmo nível do PJ considerando 
                                que ele esteja com um grupo de quatro integrantes) 
                                em 13,3 encontros ele alcança o novo nível. 
                                Isso considerando apenas encontros de batalha, 
                                não estou contando os pontos de XP de interpretação 
                                e de objetivo concluído. Se os encontros 
                                forem mortais então em bem pouco tempo 
                                os PJs adquirem um novo nível.
 
 Conclusão: A progressão 
                                de níveis do Ad&d é lenta, mas 
                                a do D20 é bastante rápida. A elevação 
                                instantânea dos personagens pode destruir 
                                qualquer campanha, pois vai ficar cada vez mais 
                                difícil criar ameaças que se equivalham 
                                ao nível deles, e também fica mais 
                                difícil criar uma história verossímil 
                                e com qualidade.
 
 Perícias
 
 
 
                                 
                                  |  Skills & 
                                      Power
 |  Este é outro aspecto que 
                                sofreu uma mudança radical. As perícias 
                                abrangem as capacidades adversas dos personagens, 
                                seja ligado as batalhas ou não. No Ad&d 
                                as perícias se dividiam entre as classes 
                                Guerreiro, Sacerdote, Arcano, Ladino e as perícias 
                                gerais. Estas classes adquirem um pequeno número 
                                de pontos no 1º nível e depois mais 
                                1 ponto a cada série de níveis dependendo 
                                da classe (no caso do Guerreiro eram 1 ponto a 
                                cada 3 níveis). Estes pontos eram aplicados 
                                em perícias que custavam de 1 a 3 pontos, 
                                após isso esta perícia tinha um 
                                nível determinado pelos scores de Habilidades. 
                                Mas no D20 todas as classes adquirem pontos de 
                                perícia a cada nível.
 Exemplo: Um Ladino do Ad&d 
                                de 10º nível e com Int 14 teria míseros 
                                8 pontos para obter um punhado de perícias, 
                                depois disso se ele quisesse aumentar alguma delas 
                                ele teria que fazer isso ao obter um novo ponto 
                                de perícia que seria no nível 12. 
                                No D20 este mesmo Ladino teria 130 pontos para 
                                gastar em uma boa quantidade de perícias 
                                e com graduações consideráveis.
 
 Conclusão: A possibilidade 
                                de adquirir mais perícias no D20 faz com 
                                que os personagens tenham recursos diferenciados 
                                dando suporte a mais características durante 
                                as aventuras.
 
 Talentos
 
 Os Talentos são características 
                                criadas no D20, porém eles eram representados 
                                por perícias no Ad&d ou habilidades 
                                especiais, um pequeno exemplo disso é a 
                                perícia Lutar no Escuro do Ad&d que 
                                foi transformada no Talento Lutar às Cegas 
                                no D20. Portanto, os Talentos representam uma 
                                vantagem que contribui para a criação 
                                de personagens diferenciados. Talvez o único 
                                fator negativo dos Talentos seja sua exarcebação 
                                nos livros de D&D, pois em cada um deles são 
                                apresentados diversos Talentos onde muitos são 
                                até inúteis.
 
 Deslocamento
 
 O sistema de regras de deslocamento do Ad&d 
                                é um pouco diferente do D20. Nele os personagens 
                                de raças como o humano, o elfo e o meio-elfo 
                                possuem uma taxa de movimentação 
                                básica de 12 pontos (cada ponto representa 
                                10 m no espaço do jogo) sendo que em uma 
                                rodada eles poderiam se deslocar 120 metros, pois 
                                a rodada de combate do Ad&d dura de 1 segundo 
                                a 1 minuto. Então, dentro dos 6 segundos 
                                de rodada do D20, um personagem médio do 
                                Ad&d se desloca 12 m por rodada. Já 
                                no D20, os personagens médios possuem um 
                                deslocamento de 9 m, e esta movimentação 
                                pode ser alterada de acordo com a armadura usada 
                                pelo personagem e sua carga onde o aumento de 
                                peso pode diminuir a taxa de movimentação 
                                gradativamente.
 
 Exemplo: Um elfo guerreiro de 
                                For 14 carregando 20 kg e com uma cota de malha 
                                teria uma taxa de movimentação de 
                                10, ou seja, ele se movimentaria 10 metros a cada 
                                6 segundos no sistema Ad&d. Já no D20 
                                este mesmo elfo, sob as mesmas condições, 
                                teria um deslocamento de 4,5 m a cada 6 segundos, 
                                pois pelo fato de estar trajando uma armadura 
                                média seu deslocamento de 9 m passa para 
                                6 m, e como sua carga é média seu 
                                deslocamento desce de 6 m para 4,5 m.
 
 Conclusão: Percebe-se 
                                que no Ad&d a armadura utilizada pouco diferencia 
                                no deslocamento, o contrário do que acontece 
                                no D20. Pela lógica realmente uma armadura 
                                atrapalha a movimentação de uma 
                                criatura independente de sua Força. Outro 
                                fator que contribui para o sucesso do sistema 
                                D20 é o fato de que o deslocamento influencia 
                                em muitos outros aspectos das regras, principalmente 
                                nos combates onde a matriz do mestre ajuda a ter 
                                mais noção dos acontecimentos. Ponto 
                                pro D20!
 
 Equipamento
 
 Aqui mais uma vez o D20 leva vantagem, já 
                                que os livros mais novos descrevem bem melhor 
                                as armas, as armaduras, os escudos e os demais 
                                equipamentos de modo que eles estão mais 
                                bem integrados ao sistema. Uma outra novidade 
                                são as penalidades impostas pelas armaduras 
                                e escudos em relação aos bônus 
                                de Destreza e perícias. Portanto não 
                                é necessário mostrar um exemplo, 
                                o D20 também ganha nessa comparação.
 
 Combate
 
 As regras de combate do D20 são uma síntese 
                                melhorada das regras de Ad&d básicas 
                                unidas as regras opcionais apresentadas no livro 
                                Combat & Tatics da 2ª edição. 
                                Com isso já começo dando o veredicto 
                                de vencedor para o D20 que neste quesito certamente 
                                é o melhor. Esta realidade fica bastante 
                                explícita quando analisamos algumas diferenças 
                                interessantes.
 
 
 
                                 
                                  |  | Ad&d | D20 |   
                                  | Forma de ataque | Tac0, quanto menor melhor. 
                                    O nº do resultado deve ser maior para 
                                    um sucesso. Limite de -10. | Base de Ataque, quanto maior 
                                    melhor. O nº do resultado deve ser maior 
                                    para um sucesso. Não tem limite. |   
                                  | CA | Quanto menor melhor | Quanto maior melhor |   
                                  | Iniciativa | Jogada no d10 onde o nº 
                                    deve ser o menor possível para um sucesso. | Jogada no d20 mais o modificador 
                                    de Destreza mais o talento Iniciativa Aprimorada 
                                    (se tiver) onde o nº deve ser o maior 
                                    possível para um sucesso |   
                                  | Rodada | 1 segundo a 1 minuto | 6 segundos |   
                                  | Ações | Ataque e deslocamento | Variado |   
                                  | Dano | Dano por Arma | Dano por Arma |   
                                  | Pontos de Vida | até -10 o PJ está 
                                    morto (opcional) | até -10 o PJ está 
                                    morto |   
                                  | Deslocamento | 12 m em 6 segundos | 9 m em 6 segundos |   
                                  | Ataque de Oportunidade | Não há | Depende da circunstância |   
 
                                 
                                  |  Combat & 
                                      Tatics
 |  No Ad&d um ataque se procede 
                                da seguinte forma: o jogador rola o d20. O resultado 
                                da jogada tem que ser um número igual ou 
                                maior que a subtração do Tac0 do 
                                atacante pela CA da vítima. Neste caso 
                                o jogador deve realizar um cálculo antecipado 
                                para saber quanto precisa obter na rolagem do 
                                dado. No sistema atual, o atacante rola o d20 
                                e soma sua Base de Ataque, se este valor for igual 
                                ou superior à CA do oponente então 
                                ele terá sucesso no ataque. Portanto o 
                                único cálculo necessário 
                                é a soma da BA mais o resultado na rolagem 
                                do d20, isso, de certa forma, é uma leve 
                                vantagem do D20, pois é um pouco desconfortável 
                                calcular o ataque feito por um personagem bastante 
                                poderoso com Tac0 -5 desferido a uma marilith 
                                que possui CA -9 no Ad&d.
 Exemplo: Um Guerreiro de nível 
                                20 no Ad&d tem um Tac0 1. Com a Força 
                                17 ele possui +1 de bônus nas jogadas de 
                                ataque e dano. Então com uma espada 
                                longa +3, este guerreiro teria um Tac0 final 
                                de -3. Para ele ter sucesso num ataque contra 
                                um demônio Balor de CA -9 ele precisaria 
                                obter um resultado de 6 ou superior no d20. No 
                                sistema atual esta situação seria 
                                diferente. Este mesmo guerreiro com Força 
                                17 e com uma espada longa +3 teria uma 
                                Base de Ataque de +26, então para conseguir 
                                atingir um Balor de CA 35, ele teria de obter 
                                o valor de 9 ou superior no d20.
 
 Conclusão: Através 
                                dos fatos apresentados fica clara a superioridade 
                                do sistema de combate do D20 sobre o Ad&d. 
                                Sem falar ainda que existem outras características 
                                como manobras e comportamentos durante a batalha 
                                que são bem integradas ao sistema em geral, 
                                o que não ocorre na 2ª edição 
                                onde é um pouco complicado executar uma 
                                manobra de agarrar.
 
 
 
                                 
                                  |  Spells & 
                                      Magic
 |  Magia
 Esta é uma das grandes características 
                                do D&D em geral comparado aos demais sistemas, 
                                e também é um dos pilares já 
                                que determina o nível de poder de várias 
                                criaturas. Da mesma forma que o combate, o sistema 
                                de Magias do D20 é uma revisão da 
                                síntese do sistema de magias do Ad&d 
                                mais os livros opcionais como o Combat & 
                                Tatics, Skills & Power e Spells & 
                                Magic. Muitos feitiços foram revisados, 
                                alguns foram excluídos e outros adicionados. 
                                Alguns conceitos como a invisibilidade foram modificados 
                                e as magias agora estão mais divididas 
                                entre as classes conjuradoras. O alcance dos feitiços 
                                foram padronizados tornando a tarefa de determiná-los 
                                mais simples. Em suma, não há porque 
                                fazer um exemplo, pois são muitas as vantagens 
                                e aprimorações empreendidas pelo 
                                D20, fazendo ser sem dúvida, superior ao 
                                seu antecessor.
 
 Teste de Resistência
 
 O Teste de Resistência é uma forma 
                                das criaturas se protegerem de efeitos como magia, 
                                poderes sobrenaturais, recursos extraordinários 
                                entre outros. No Ad&d, haviam cinco tipos 
                                de TR, eram: Paralisação, veneno 
                                e morte; bastão, cajado e varinha; petrificação 
                                ou transformação; sopro de dragão; 
                                e magia. Cada um destes tipos de resistência 
                                são designados para se defender de ameaças 
                                referentes aos seus respectivos nomes. Assim como 
                                o Tac0, o TR do Ad&d possui um número 
                                que vai diminuindo quando o personagem adquire 
                                mais níveis e ele sempre deve obter um 
                                resultado maior possível na rolagem do 
                                d20. No sistema atual existem apenas três 
                                tipos de resistências: Fortitude, Reflexos 
                                e Vontade. Cada uma delas serve para efeitos de 
                                recursos como a magia, poderes sobrenaturais e 
                                capacidades extraordinárias. O número 
                                do TR vai aumentando e o resultado da jogada também 
                                deve ser a maior possível.
 
 Exemplo: Um Ladino de nível 
                                10, no sistema Ad&d, ao tentar escapar de 
                                uma bola de fogo e receber metade do 
                                dano precisa obter sucesso num Teste de Resistência 
                                baseado em Magia, e para isso, sem bônus 
                                algum e por ser de 10º nível ele precisa 
                                conseguir um número igual a 11 ou melhor 
                                na jogada do d20. Transferindo esta situação 
                                para o sistema D20, este mesmo Ladino e sob estas 
                                mesmas circunstâncias, ignorando sua evasão, 
                                precisa obter um número igual ou melhor 
                                do que 9 para superar a CD 16 para receber metade 
                                do dano da bola de fogo.
 
 Conclusão: Por ser mais 
                                simples, mais equilibrado e mais lógico, 
                                o sistema de TR do D20 é o melhor. Isso 
                                acontece por um motivo óbvio, o TR do Ad&d 
                                era baseado nos recursos fantásticos que 
                                pudessem ameaçar o personagem. E o TR do 
                                D20 é baseado nos efeitos destes recursos 
                                fantásticos. Por isso não importa 
                                se a ameaça veio de uma magia, de uma habilidade 
                                natural ou poder extraordinário. O que 
                                é relevante é o efeito final destas 
                                ameaças. Depois disso, a depender destes 
                                efeitos, fica mais fácil determinar qual 
                                o tipo de TR será necessário para 
                                se livrar das ameaças.
 
 Minha Conclusão
 
 Como já foi dito algumas vezes neste texto, 
                                o sistema D20 é claramente uma compilação 
                                revisada e melhorada de vários livros de 
                                Ad&d. Portanto é natural que ele seja 
                                melhor que seu antecessor da 2ª edição 
                                em praticamente todos os aspectos. Mas devemos 
                                nos lembrar de que este assunto aqui relacionado 
                                é diferente do que já foi comentado 
                                na matéria anterior D&D: O Retorno 
                                dos Jogos de Estratégia?, pois enquanto 
                                este trata-se do sistema de jogo o outro aborda 
                                a relação da história e teor 
                                romântico no intuito do divertimento.
 
 Existem ainda muitas outras diferenças 
                                que eu poderia citar aqui como a criação 
                                e o uso de itens mágicos, outras formas 
                                de combate, armadilhas e outras características. 
                                Mas prefiro faze-lo em artigos separados. Apenas 
                                me concentrei na estrutura dos sistemas.
 
 O Ad&d ainda é bastante usado pelos 
                                mais nostálgicos e saudosistas ou aqueles 
                                que ainda não conheceram a 3ª edição. 
                                Isso ocorre talvez pela única vantagem 
                                que o Ad&d possui sobre o D20, a simplicidade. 
                                É muito mais fácil conduzir uma 
                                campanha através do Ad&d do que com 
                                o D20, já que este último é 
                                bastante recheado de informações 
                                que são necessárias para a execução 
                                dos jogos. Então o que vemos são 
                                duas oposições: Simplicidade X Complexidade 
                                e Subjetividade X Objetividade. Portanto, para 
                                aqueles que se importam apenas em jogar boas histórias 
                                pode usar um sistema mais simples do que ter o 
                                trabalho de pesquisar tantos livros e manter tantas 
                                informações frescas, ainda mais 
                                se este mestre tem pouco tempo em sua vida particular 
                                mas não desiste de seu amor pelo RPG. É 
                                claro que tudo isso depende do ponto de vista 
                                de cada um referente às suas próprias 
                                necessidades. Assim ninguém pode dizer 
                                qual sistema deveria ser empregado ou não 
                                em todas as campanhas. Independente de qual sistema 
                                é mais objetivo ou mais simples, o critério 
                                final sempre será o que for mais divertido, 
                                e isso é o que importa.
 
 
  
 Sobre o Autor
 
                                 
                                  |  Ivan Lira
 |  Ivan Lira começou 
                                no RPG com o GURPS em 1992, só 
                                foi conhecer o maravilhoso D&D 
                                anos depois. Mas só ficou satisfeito mesmo 
                                quando surgiu os Reinos Esquecidos a qual venera 
                                até hoje. Quando foi chamado por seu amigo 
                                e mestre Marcelo Piropo para iniciar uma nova 
                                campanha de Forgotten Realms 
                                junto com Ruberval Fonseca, uma história 
                                começou ali, foi a gênese dos Últimos 
                                Dias de Glória.
                             |