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  Pontes 
                                  Queimadas
 Pontes 
                                  Queimadas é uma série de sete vaus que cruzam 
                                  o rio Scelptar, ligando 
                                  cinco ilhotas quase submersas uma à outra numa 
                                  torta rota através do rio de corrente veloz. 
                                  Os nomes dos vaus foram dados conforme as pontes 
                                  que uma vez carregaram o tráfego de pessoas 
                                  – e seus destinos – sobre o Scelptar 
                                  naquele local. Décadas 
                                  atrás, uma seqüência de pontes que ligavam as 
                                  ilhas, chamadas “As Sete Travessias” carregavam 
                                  a Estrada Scelptar através do rio Scelptar, 
                                  ligando a cidade de Celeiro Negro (a leste e 
                                  ao sul) com terras a oeste e norte através do 
                                  rio. A maioria de travessias de carroças para 
                                  comércio era entre Celeiro Negro e a terra de 
                                  Suldamma, para o oeste 
                                  e sul. As pontes eram de madeira e eram 
                                  resistentes o suficiente para agüentar mais 
                                  de quarenta anos de ventos e climas adversos 
                                  antes do verão de 1317 CV, quando as pontes 
                                  foram destruídas pelo fogo numa batalha mágica 
                                  feroz. Há 
                                  muita discussão sobre quem estava lutando contra 
                                  quem, mas a maioria das lendas concorda que 
                                  uma força de cavaleiros com um feiticeiro estava 
                                  tentando parar um outro bando de cavaleiros 
                                  (que contrataram três magos menores para andar 
                                  com eles) para cruzar o rio. A luta custou a 
                                  vida de muitos – os sobreviventes fugiram, espalhando 
                                  lendas selvagens sobre fogo queimando através 
                                  do rio e homens em armaduras gritando enquanto 
                                  eram transformados em bestas estranhas e mutantes 
                                  que caíram, se afogaram e foram levados pelo 
                                  Scelptar enquanto 
                                  lutavam para aprender como controlar suas novas 
                                  formas Os 
                                  vaus são transitáveis só quando a água está 
                                  baixa no alto verão (no final do mês de Lei 
                                  da Chama e primeiros dias quentes de Eleasias) 
                                  ou nos invernos mais duros, quando o gelo do 
                                  rio está grosso. De outra forma, barcas precisam 
                                  ser construídas e usadas a menos que os viajantes 
                                  sejam fortes nadadores e que montem várias cordas 
                                  de margem a margem ou ilhota a ilhota. A 
                                  carcaça apodrecida de dúzias de barcas estão 
                                  encalhadas nas ilhotas, e tudo aproveitável 
                                  foi retirado há muito tempo. Mesmo 
                                  que este seja um lugar lógico para encontrar 
                                  uma balsa, as tentativas feitas para encontrá-las 
                                  não foram bem-sucedidas. Foi descoberto um grupo 
                                  de balseiros que foi “substituído” por tsochari (ver o suplemento Lords 
                                  os Madness). Eles 
                                  foram espalhados numa batalha furiosa por três 
                                  grupos de aventureiros. A maioria dos tsochari foram mortos, mas alguns 
                                  escaparam, fugindo para as Fronteiras em todas 
                                  as direções. Um outro grupo de balseiros desapareceu 
                                  mais tarde, um por um, sendo vítimas de mímicos 
                                  que rastejaram para dentro de suas embarcações 
                                  e se esconderam no meio das mercadorias e cargas 
                                  até que os cansados balseiros dormissem. Um 
                                  terceiro grupo foi devorado, restando somente 
                                  poucos ossos cobertos de sangue, com velocidade 
                                  assustadora, por uma cruel magia conjurada por 
                                  um passageiro que eles não gostavam (saída de 
                                  um caixão, segundo a maioria das lendas, e não 
                                  conjurada como uma magia). Muitas 
                                  e cruéis são as lendas espalhadas a respeito 
                                  das Pontes Queimadas, contadas sobre mesas de 
                                  tavernas e do lado de fogueiras tarde da noite 
                                  por todas as Fronteiras. Histórias sobre assombrações, 
                                  de estranhos mortos-vivos 
                                  ou guardiões monstruosos parados em pontes fantasmas 
                                  nas noites enluaradas, trazendo a morte para 
                                  todos aqueles que buscam atravessá-la. Histórias 
                                  sobre sussurros, coisas sem forma, de dedos 
                                  gélidos encontrados enquanto se cruzam os vaus, 
                                  grudando na memória dos vivos por dias ou semanas 
                                  depois, enfraquecendo e drenando-os. Sobre tesouros 
                                  escondidos debaixo das ilhotas, ou nas fendas 
                                  nos seus flancos rochosos submersos e lisos 
                                  (tesouros esses nunca encontrados por buscas 
                                  persistentes, mas os fronteiriços irão lembrar 
                                  dos contadores de lendas). Sobre criaturas que 
                                  se levantam, pingando, do Scelptar 
                                  para puxar os viajantes cruzando os vaus à noite. 
                                  E sobre uma “passagem de fogo frio” que aparece, 
                                  em noites raras, em uma das ilhotas, um portal 
                                  por onde estranhas bestas passam – ou se esgueiram. 
                                   Pelo 
                                  menos dois esforços foram feitos para reconstruir 
                                  as pontes queimadas, e ambas terminaram em morte. Uma foi uma súbita e silenciosa 
                                  matança de quarenta homens e bois, todos encontrados 
                                  caídos no meio de suas cordas e balisas, 
                                  sem marcas, exceto moscas, como se tivessem 
                                  simplesmente caído mortos de uma vez no meio 
                                  da construção. O outro foi um esvaziamento do 
                                  acampamento de uma margem do rio à noite com 
                                  fogo ainda queimando, e ferramentas, armas e 
                                  bens ficaram caídos como se tivessem sidos deixados 
                                  pacificamente de lado para uma sesta. As tendas 
                                  e carroças estavam simplesmente vazias. Fronteiriços 
                                  contam e recontam as lendas, e ninguém tenta 
                                  reconstruir as Pontes Queimadas agora, apesar 
                                  de nada tão danoso cair sobre viajantes que 
                                  trazem suas próprias ferramentas, que constroem 
                                  jangadas e que amarram suas carroças e lutam 
                                  para cruzar o Scelptar. 
                                  Forasteiros que buscam tesouros ou portais lendários 
                                  saem de mãos vazias, e nada parece ficar em 
                                  volta das ilhotas – nem pássaros (assas gritantes, 
                                  dreys mergulhões) que fazem ninhos para cima e para baixo 
                                  das margens do Scelptar, 
                                  acima e abaixo dos velhos locais das pontes.
 
  
 Sobre o Autor
 
 Ed Greenwood é o homem 
                                  que lançou os Reinos Esquecidos 
                                  em um mundo que não os esperava. Ele 
                                  trabalha em bibliotecas, escreve fantasia, ficção 
                                  científica, terror, mistério e 
                                  até histórias de romance (às 
                                  vezes coloca tudo isto em um mesmo livro), mas 
                                  está ainda mais feliz escrevendo Conhecimento 
                                  dos Reinos, Conhecimento dos Reinos e mais Conhecimento 
                                  dos Reinos. Ainda existem alguns quartos em 
                                  sua casa com espaço para empilhar seus 
                                  escritos.
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