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  Aeron 
                                  mergulhou na água, então começou a nadar na 
                                  direção que ele esperou ser a mesma do rio. 
                                  Alguma coisa, uma adaga talvez, mergulhou ao 
                                  seu lado. Finalmente sua visão começou a clarear, 
                                  e ele viu que estava indo na direção certa. 
                                  Quando atingiu o portão, olhou para traz e sentiu 
                                  uma onda de terror o invadir. Kesk levantou-se 
                                  e empunhou seu machado de batalha, equilibrando-se 
                                  para um movimento na direção da corrente que 
                                  prendia o portão. A lâmina da arma emitiu um 
                                  brilho escarlate assim que ele ativou alguma 
                                  magia vinculada ao aço. 
 Aeron continuou em frente. O metal rangeu, correntes 
                                  se moveram, e as grades caíram bem ao seu lado, 
                                  levantando uma pequena onda que o levou alguns 
                                  metros no Scelptar.
 
 O truque agora seria chegar a salvo à margem 
                                  do rio. Ele sabia que Kesk mandaria os Machados 
                                  Vermelhos procurarem ao longo do rio, mas se 
                                  ele continuasse nadando tão rápido quando podia, 
                                  ele poderia chegar à margem antes que o tanarukk 
                                  pudesse organizar a busca.
 – 
                                  O Buquê Negro  
                                 Situada 
                                  nos Reinos da Fronteira, o segundo livro da 
                                  série nos Reinos Esquecidos, The Rogues 
                                  [Os Ladinos], The Black Bouquet 
                                  [O Buquê Negro], por Richard Lee 
                                  Byers, tem como característica alguns personagens 
                                  como um brutal tanarukk líder de uma gangue, 
                                  um monge sinistro da Lua Negra, uma ranger fora 
                                  de seu ambiente tentando fazer frente às traições 
                                  e perigos de uma cidade sem lei em particular, 
                                  e um petulante ladino lobo-solitário que em 
                                  uma tentativa de roubar descobe, tarde demais, 
                                  que era muito para ele. Em alguns casos – como 
                                  esta fuga de Kesk dos Machados Vermelhos – ele 
                                  estava mais encrencado do que o normal. Tudo 
                                  isso torna a aventura alucinante que os fãs 
                                  dos Reinos com certeza irão gostar.
 Byers nos conta sobre algumas inspirações que 
                                  ele teve em mente para esse romance. “Desde 
                                  que a história passou a ser parte da série The 
                                  Rogues [Os Ladinos]”, ele 
                                  explica, “Eu tentei fazer um livro que tivesse 
                                  dois gêneros ao mesmo tempo. Ela é uma aventura 
                                  de magia-e-espada, com toda a mágica e monstros 
                                  que os fãs dos Reinos Esquecidos esperam, 
                                  mas é também uma história de crimes no estilo 
                                  de O Falcão Maltês, de Dashiel Hammett, 
                                  os romances Parker de Richard Stark, os livros 
                                  Burglar de Lawrence Block, e alguns filmes como 
                                  Topkapi, Onze Homens e um Segredo, Golpe 
                                  de Mestre, e O Golpe” Essencialmente, 
                                  então, The Black Bouquet [O Buquê 
                                  Negro] é uma história de trapaças, jogo-duplo 
                                  e alianças que mudam constantemente e também 
                                  sobre vários patifes e canalhas que rivalizam 
                                  pela posse de um prêmio valioso – o já mencionado 
                                  Black Bouquet [Buquê Negro], uma 
                                  maravilha olfativa.
 
 Leitores já familiarizados com o trabalho de 
                                  Byers, dentro e fora dos Reinos, irão apreciar 
                                  de imediato sua habilidade para trabalhar com 
                                  múltiplos gêneros. Além dos populares e bem 
                                  sucedidos livros dos Reinos Esquecidos 
                                  como The Shattered Mask [A Máscara 
                                  Despedaçada] (do projeto sobre Sembia) e 
                                  o primeiro romance da saga de R.A. Salvatore, 
                                  War of the Spider Queen [A Guerra da Rainha 
                                  Aranha], Dissolution [Dissolução], 
                                  Byers escreveu numerosos livros de horror, incluindo 
                                  uma grande quantidade de romances para a renomada 
                                  editora de horror White Wolf. Ele gosta 
                                  de ambos os gêneros da mesma maneira, sua opinião 
                                  é que ambos têm grandes semelhanças entre si. 
                                  “Ambos tendem a lidar com protagonistas cheios 
                                  de cicatrizes contra poderosas e sinistras forças 
                                  sobrenaturais. A principal diferença entre as 
                                  duas formas são os cenários e o tom. Na maioria 
                                  das ficções, a história se passa no imaginário 
                                  ou em algum lugar histórico para apelar para 
                                  o gosto pelo exótico do leitor. Na maioria dos 
                                  livros de horror, a história se passa no mundo 
                                  contemporâneo e real para aumentar o medo, sugerindo 
                                  que esses eventos assustadores poderiam acontecer 
                                  com você. Na maioria das ficções, apesar do 
                                  autor poder providenciar alguns momentos assustadores, 
                                  o tom geral é o de uma grande aventura. Na maioria 
                                  dos livros de horror, o escritor coloca o terror 
                                  de forma abundante, e vai mais devagar nos momentos 
                                  de grande triunfo, isto porque o calafrio é 
                                  o foco da história”. Byers sabe exatamente sobre 
                                  o que está falando: sua primeira publicação 
                                  foi uma pequena história intitulada “The Chain” 
                                  [“A Cadeia”], que apareceu em uma pequena revista 
                                  de terror chamada New Blood. Além disso, 
                                  ele acha tão fácil escrever histórias que se 
                                  passem apenas no mundo dos Reinos Esquecidos, 
                                  quanto àquelas que ele mesmo cria. Ambas as 
                                  formas de escrever são prazerosas, ele diz. 
                                  “De um lado”, ele explica, “a completa falta 
                                  de obrigação quando você escreve uma história 
                                  sem um cenário específico pode ser bastante 
                                  libertadora. Isso te protege de potenciais problemas 
                                  envolvendo continuação e outros problemas relacionados. 
                                  Mas ao mesmo tempo, os Reinos Esquecidos 
                                  é popular com os fãs por um motivo: é um 
                                  universo fascinante, não só para mim, mas para 
                                  todos aqueles que gostam. Então eu me divirto 
                                  muito contando histórias sobre ele, eu percebi 
                                  isso na prática, as limitações de se escrever 
                                  em um mundo “compartilhado” raramente prejudicam 
                                  meu estilo de escrever. Eu posso fazer uma trama 
                                  que não precise explodir toda a Costa da Espada 
                                  ou exterminar todos os elfos”.
 
 Byers é modesto: The Black Bouquet [O 
                                  Buquê Negro] é muito mais do que uma trama 
                                  “interessante”. E certamente ela tem um pouco 
                                  do terror que Byers gosta, apesar de ser completamente 
                                  uma história de aventura. Byers a descreve como 
                                  “cheia de trapaças e traições, com várias vigarices 
                                  e reviravoltas”, com uma trama quase pronta, 
                                  grande parte, por causa das informações compiladas 
                                  dos ensaios de Ed Greenwood sobre a cidade de 
                                  Oeble, onde The Black Bouquet [O Buquê 
                                  Negro] se passa. Ela se desenrola a partir 
                                  de uma pseudo-surpresa que dá terrivelmente 
                                  errado para uma incrível batalha um contra um 
                                  que claramente reflete a paixão de Byers por 
                                  esgrima (quanto mais você sabe sobre um tópico 
                                  que está escrevendo”, ele nota, “melhor nisso 
                                  você se torna. Dando uma olhada nas cenas de 
                                  luta, eu não utilizei apenas o que aprendi sobre 
                                  esgrima – e caratê anos atrás – e deixei acontecer. 
                                  Minhas referências bibliográficas têm livros 
                                  sobre combates reais na Idade Média e na Renascença, 
                                  lutas com facas, com bastões, Kendo e outras 
                                  artes marciais, e também um monte outros livros 
                                  que são relevantes sobre uma sociedade quase 
                                  medieval). Aeron sar Randal está entre os personagens 
                                  mais legais que já surgiram nos Reinos, e o 
                                  seu criador está contente com o caminho que 
                                  deu para o seu “adorável” ladrão. “Eu gosto 
                                  do Aeron e ficaria feliz em escrever mais sobre 
                                  ele”, Byers diz, “mas não há nada de específico 
                                  no momento. Eu criei vários personagens nos 
                                  Reinos Esquecidos que eu gostaria de 
                                  colocar em outras histórias, mas a Wizards tem 
                                  interesses diferentes, e, é claro, não tenho 
                                  tempo. Eu não poderia escrever sobre Aeron ou 
                                  Shamur das minhas histórias em Sembia, porque 
                                  eu tenho The Year of Rogue Dragons [O 
                                  Ano dos Dragões Ladinos] para escrever primeiro, 
                                  e também sobre todos os novos heróis de capa-e-espada 
                                  e seus caminhos por uma parte dos Reinos que 
                                  eu ainda não conheço”.
 
 Mas nos trabalhos de Richard Lee Byers, os vilões 
                                  podem ser tão cativantes quantos os heróis, 
                                  e The Black Bouquet [O Buquê Negro] 
                                  carrega o mau cheiro de um “adorável” vilão 
                                  na pele de Sefis Uuthrakt, um incansável servo 
                                  da Dama da Perda. “Eu acho que Sefris é um genuíno 
                                  vilão arrepiante”, diz Byers. “Seu militante 
                                  e impiedoso niilismo, aquela resistente, disciplinada 
                                  insanidade, o fazem bastante assustador”. Como 
                                  escritor, Byers nunca teve dificuldade em escrever 
                                  do ponto de vista dos vilões ou dos heróis. 
                                  “Talvez o truque seja esquecer que um personagem 
                                  em particular é o vilão quando você está escrevendo 
                                  do ponto de vista dele ou dela”, ele sugere. 
                                  “Você apenas o enfatiza e vê sua perspectiva. 
                                  Às vezes eu desenvolvo uma afeição pelos meus 
                                  vilões e fico um pouco triste quando, ao final, 
                                  eles são derrotados… entretanto, sou mais afeiçoado 
                                  aos heróis. Ainda quero que eles vençam”.
 
 Os heróis do próximo projeto de Byer’s terão 
                                  que trabalhar muito se quiserem vencer. Ele 
                                  está trabalhando duro em seu próximo trabalho 
                                  para os Reinos Esquecidos, a trilogia 
                                  épica The Year of Rogue Dragons [O 
                                  Ano dos Dragões Ladinos]. O primeiro livro 
                                  – The Rage [A Ira] – será 
                                  lançado em Abril de 2004, seguido por The 
                                  Rite [O Ritual], em 2005  e 
                                  concluindo com The Ruin [A Ruína] 
                                  em 2006 (lembrando que essas datas são nos 
                                  EUA). Byers diz que também haverá uma antologia 
                                  de histórias de vários autores, que será a trilogia 
                                  inicialmente chamada de Realms of Dragons 
                                  [Reinos dos Dragões] (fãs que quiserem 
                                  dar uma olhada completa nos trabalhos de Byers 
                                  podem visitar seu site http://stonehill.org/rlb, e fãs que quiserem 
                                  mandar opiniões sobre seus trabalhos, incluindo 
                                  The Black Bouquet [O Buquê Negro] 
                                  – podem escrever para RLeeByers@aol.com).
 
 Byers é um pouco escorregadio quando 
                                  se fala especificamente sobre a série The 
                                  Year of Rogue Dragons [O Ano dos Dragões 
                                  Ladinos], ele prefere “deixar as surpresas 
                                  para depois”.
 
 “Eu digo que será uma história épica sobre uma 
                                  grande ameaça para toda Faerûn”, ele finalmente 
                                  diz, “mostra um grande vilão que eu acredito 
                                  que muitas pessoas irão gostar de ver em cena, 
                                  e a toda a ação acontece em volta de um dos 
                                  mais antigos mistérios dos Reinos. E mais: ele 
                                  tem dragões, dragões e mais dragões!”.
 
 Nós sentimos ainda mais aventuras no horizonte 
                                  de Faerûn – e de Byers.
 
 
  
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