Capítulo 11 – O Entreposto

Por Ricardo Costa
Imagem de Destaque, “Icy Mountain Road” por Connor Schilling (disponível em https://www.artstation.com/artwork/EV4bL8)

Fazia três horas que a sacolejante carroça da Comitiva da Fé e os dois cavalos que a escoltavam deixaram a cidade de Tyrluk. Os primeiros raios de sol afastavam as trevas da noite, porém as nuvens ainda escureciam o firmamento na fronteira leste de Cormyr. As rédeas do vagão eram conduzidas pelo guardião nortista, Limiekki, que se sentava com seu amigo, o pequenino Bingo, no banco do condutor. Nas duas montarias que iam a frente estavam o paladino de Helm, Magnus, e o falante espadachim Arthos. Os demais, abrigados no interior da lona, tentavam descansar como podiam. A lama e as poças d´água dificultavam o caminho, porém a estrada era boa e pavimentada, o que contribuiu para que não houvesse maiores problemas. Apenas o vento frio do inverno causava verdadeiro incômodo.

A medida que iam avançando rumo ao leste, viam crescer diante de si a cordilheira dos Chifres da Tempestade. Essa impressionante formação rochosa, com picos altos e nevados, de aspectos agudos como dentes caninos invertidos, constituía uma muralha natural entre o Reino Florestal e as Terras Centrais do Ocidente. Agora estavam perto do objetivo de deixar Cormyr para trás.

Havia uma grande passagem entre o paredão rochoso, como se fosse uma trilha escavada por um gigante colossal. A estrada rumava para ela. Fechando esta brecha, um muro de pedra enorme, encimado por ameias, onde rondavam guardas e até mesmo balistas estavam instaladas. Esta muralha era tão enorme que devia contar cem metros de altura. Imenso também era o portão, feito de madeira e ferro. Entre suas duas enormes folhas, quando abertas, poderia passar um exército e, pelo peso daquilo, provavelmente só poderiam ser abertas pela força de gigantes ou, quem sabe, algum misterioso truque arcano. Bandeiras púrpuras e negras tremulavam fincadas ao solo e no alto da passagem, representando Cormyr e seu nefasto aliado nortista, o Zhentarim.

Desviando-se desta grande estrada, já próximo aos portões, havia também uma outra menor, que corria em direção a uma montanha próxima. O caminho era também particularmente impressionante, não pela sua qualidade ou beleza (era apenas rústico, com o chão de barro e pedra), mas por rumar para um dos picos, rodopiando para cima em torno dele, como uma serpente que se enrosca no tronco de uma árvore. Este próprio pico, se é que pode-se chamar assim, era diferente. A montanha subia e afinava, como todas as demais, porém seu topo terminava abruptamente recortado e plano, como se uma magia poderosa, conjurada há muito tempo, tivesse serrado fora seu cume. Uma placa fincada na beira do desvio indicava o que havia no alto:

Entreposto do Chifre Alto – Mercadores devem se dirigir para o pagamento de taxas antes de prosseguir.

Magnus e Arthos refrearam os cavalos e Limiekki fez o mesmo. O paladino então foi até o fundo da carroça, avisar os demais da proximidade do destino. Kariel, Vaera e Mikhail estavam acordados e receberam a notícia. A elfa então ponderou.

– Vocês devem prosseguir até o Entreposto e descansar por lá! O dia de ontem foi muito pesado e precisam renovar suas forças! – disse a rebelde, relembrando as ordens de Zender, seu amigo e líder da rebelião oculta na Floresta do Rei. – Mostrem ao oficial da fronteira os papéis que conseguimos com o Lorde Emmarask. Os documentos são originais e não devem suscitar dúvidas. Quanto a nós… eu, Mikhail e Kariel… devemos iniciar a missão à Evereska, para tentar o apoio do Conselho dos Anciões para nossa causa.

– Então nos separamos? – quis saber Magnus. O paladino estava preocupado em dividir forças, ainda mais sabendo do poder que Kariel, mago e Escolhido de Mystra, significava nas horas mais nefastas. No entanto, o rapaz sabia que levar uma carroça para a Fortaleza Élfica seria uma tarefa complicada e, talvez, mais complicado ainda seria levar Arthos. O espadachim da Comitiva tinha graves pendências com os evereskanos. Então continuou. – Onde iremos nos reencontrar?

– Existe uma cidade comercial nas Terras Centrais… Asbravn. Fibin a conhece bem e pode guiá-los até lá. Se partirem no início da manhã de amanhã, devem chegar a Asbravn depois de cinco dias de viagem, ou pouco mais, dependendo do clima. Nós encontraremos vocês por lá!

– Magnus… quando chegarem a essa cidade, podem me chamar através da Sintonia do Nome[1] e dizer onde poderemos encontrá-los. – Lembrou o mago Kariel, de um de seus dons de Escolhido.

– Então devemos partir agora. Quanto mais rápido as coisas se resolverem melhor! – colocou Mikhail, evereskano que era, também sentia outra motivação em rever a Fortaleza Élfica. Havia deixado seus pais e irmão quando resolveu partir para o mundo, na estranha escolha para alguém de sua raça em representar a deusa humana Mystra como seu sacerdote.

– Posso teleportar a nós três. O mythal[2] de Evereska nos impedirá de entrar na cidade, mas chegaremos no grande pátio, do lado de fora de suas muralhas. – disse Kariel, pouco antes de saltar da carroça para o chão. Mikhail e Vaera fizeram o mesmo, logo depois. 

Os demais membros da Comitiva se reuniram próximos aos elfos (a exceção era Baruk; decidiram deixar o anão dormir, tal era a dificuldade para acordá-lo). Fibin desejou boa sorte à amiga e deu-lhe um abraço. Kariel também fez votos de sucesso aos que ficaram, evocando as bênçãos de Tymora para os seus companheiros. Em seguida, o elfo mago começou a gesticular e, em um lampejo azulado, os três aventureiros começaram a desaparecer, até que nada mais restou deles.

Os demais respiraram por um minuto, fitando o nada, até que retomaram às suas posições e deram um rumo claro para aquela expedição: saíram do caminho principal para o imenso portão, pegando o desvio lateral em direção do Entreposto do Chifre Alto, subindo a estrada serpentina, que se enrolava na montanha sem cume.

O Entreposto e o Músico

A carroça de lona branca e os dois cavalos da Comitiva subiam a sinuosa e enladeirada estrada em direção ao entreposto cormyriano de fronteira. O caminho era surpreendentemente largo para uma estrada encravada na montanha. Podia receber até duas carroças andando lado a lado, sem que uma delas tivesse que se arriscar na beirada do precipício, na esquerda de quem sobe. O problema maior do percurso continuava a ser o vento frio que assolava a montanha e os viajantes, tal qual uma chuva de agulhas que penetrava a pele e que, vez por outra, uivava como um fantasma lamentoso. O inverno, o clima chuvoso e a altitude cada vez maior gelavam os narizes e orelhas, e faziam as articulações das mãos ficarem doloridas, ao ponto dos aventureiros pararem para pegar alguns agasalhos de pele que guardavam no interior da carroça para prosseguirem mais confortavelmente.

Quase no meio do caminho, começaram a ouvir um barulho de trote rápido. Cavalos velozes se aproximavam, em disparada, mas não se podia ver, por conta da característica curva daquela estrada. Magnus orientou Limiekki a encostar o máximo possível a carroça na parede da montanha, a fim de permitir a passagem apressada de quem quer que fosse. Os trotes agora estavam próximos e logo despontou a primeira montaria, mas não era o que esperavam.

Puderam ver, por alguns poucos segundos, uma mulher de cabelos curtos e brancos, em uma armadura completa cinzenta, na sela de um cavalo negro, passar por eles em disparada. O corcel, no entanto, não era deste mundo. Sua crina e rabo eram feitos de fogo e fumaça escura partiam de seus olhos e dos cascos vermelhos como brasas, saíam faíscas de chamas. Passou em uma velocidade incrível, maior do que um cavalo comum poderia desenvolver. Ainda que o encontro tenha sido rápido, foi o suficiente para os cavalos se inquietarem, precisando que Limiekki segurasse com firmeza as rédeas.

– Você viu isso?! – questionou impressionado, Arthos.

– Um pesadelo! – respondeu Magnus – Uma montaria demoníaca. Somente servem as pessoas de coração mais sombrio.

Limiekki, zenthilar que era, mesmo no banco de condutor da carroça, estava perto dos amigos o suficiente para esclarecer.

– Scyllua Negra Esperança… ela era a Castelã de Forte Zenthil em nossa época… trinta anos atrás. Está mais velha, mas consegui reconhecê-la.

– Juro por Helm que, em tempo, ela e o mestre a quem serve terão o que merecem! – falou Magnus, com um desejo de vingança nas palavras. – Por hora, vamos nos manter discretos e cumprir a missão que nos foi dada. 

Iam prosseguir, mas outros trotes foram ouvidos e mais cavaleiros passaram, desta vez em montarias mundanas. Eram soldados, cerca de uma dúzia, com uniformes do Zhentarim, como os que viram em Tyrluk. Os guerreiros se foram, montanha acima, sem se importar ou incomodar com os aventureiros parados na margem da estrada. A Comitiva esperou um pouco, mas não aparecendo mais soldados, prosseguiu o caminho.

Quarenta minutos depois, a estrada entrou no platô que era o topo da montanha. Era completamente cercado por uma muralha de pedra circular. Não era um muro robusto ou alto, e nem havia ameias, como o de uma cidade ou fortaleza, mas suficiente para evitar intrusões. A estrada encerrava diretamente à frente de um portão de madeira e ferro, guardado em suas laterais por duas pequenas torres de pedra. A passagem era o bastante para permitir a entrada de uma carroça por vez, e nesse momento estava completamente aberta, mas não desguarnecida. Apesar de ser cedo naquelas alturas, havia cerca de dez soldados com uniformes cormyrianos e uns seis ou sete homens em trajes civis. Um deles, um senhor calvo, gordo e de bigodes negros, conferia alguns papéis ao lado de uns barris que estavam empilhados à sua frente. Ao ver a carroça e os cavalos da Comitiva se aproximarem, o homem parou o que fazia e foi em direção dos recém-chegados. Dirigiu-se a Limiekki.

– Salve! – O que desejam no Entreposto? Sou o despachante real Braco Javar.

– Salve! Sou Siegel O’Blound – Limiekki resolveu usar seu verdadeiro nome, que havia abandonado quando deixou Forte Zhentil e adotado sua devoção à Deusa das Florestas. – Conduzo esta pequena caravana e a escolta em nome de Lorde Thorn Emmarask até a distante Águas Profundas.

– Preciso de sua Carta Real de Comércio! – pediu o funcionário.

Bingo, que estava ao lado de Limiekki, então buscou o tubo de couro que se acomodava atrás do assento do banco do condutor, abriu a tampa, retirou um pergaminho e entregou ao homem que ergueu a mão para o alto para tomar o papel. Arthos e Magnus olhavam silenciosos de seus cavalos, intimamente torcendo para que não houvesse revezes. O homem olhou, torceu seu bigode negro e disse.

– Uma carga de vinhos. Está tudo bem com seus documentos! Lorde Emmarask faz um belo vinho de fato. Só preciso dar uma olhada!

– É claro! – permitiu o nortista – Meus amigos dentro da carroça podem mostrar.

O homem então andou para o fundo da carroça e gritou um “salve”. Baruk surgiu e com seu braço forte ajudou ao homem a subir. Lá dentro estava o pequenino Fibin. O homem olhou a grande quantidade de barriletes depositada mais ao fundo da carroça. Baruk e Fibin experimentaram secretamente uma tensão. Se o homem resolvesse inspecionar todos os barris, fatalmente encontraria as moedas de ouro dos rebeldes. Neste caso, então, talvez tivessem que usar as armas. Mas o despachante se contentou em sacodir alguns barris e cheirar o conteúdo de um deles. Agradeceu aos dois, desceu da carroça e voltou-se para Limiekki.

– Podem seguir pela fronteira. Está tudo certo! A passagem custa duas moedas de ouro. Devem permitir que suas armas sejam lacradas. É proibido pelas leis cormyrianas a utilização de armas e de magia no Entreposto, bem como portarem armas sem lacres. Se violarem esta regra, serão presos pela guarda. Entendido?

– Sim, senhor! – respondeu Limiekki, dando ao homem as moedas douradas.

Bravo Javar chamou um ajudante e então foi a cada um dos viajantes, passou um cordame nas bainhas e guarda-punhos das armas e envolveu a lâmina do machado de Baruk com uma espécie de saco de aninhagem, o que incomodou bastante o anão, que exibiu uma expressão contrariada. Sobre os cordames, foi aplicado um selo de cera.

– Tudo certo! – anunciou o funcionário, quando terminou o serviço.

– Ficaremos hoje aqui e partiremos na alvorada do dia seguinte! – explicou Limiekki. – Precisamos descansar!

– Podem deixar a carroça no estábulo geral, se quiserem. E há uma boa estalagem para os viajantes. Tenham uma boa estada!

– Obrigado, senhor! Tenha um bom dia! – respondeu Limiekki, dando comando nas rédeas e iniciando o trote dos dois cavalos.

O despachante então acenou para os guardas e a carroça avançou, ladeada pelos cavalos de Arthos e Magnus. A Comitiva ultrapassou o portão e pôde vislumbrar o Entreposto. Era como o centro de uma pequena vila, enclausurado no muro circular. Podiam ver algumas lojas construídas em pedra, com seus letreiros de madeira pendendo sobre as portas. Uma era de equipamentos, outra de secos e molhados e uma outra de contratação de escoltas. O estábulo geral, mencionado pelo despachante Braco Javar, também estava lá. Era uma construção de madeira horizontal e larga, dividida em baias grandes, com portões que as fechavam. Circulava pelas ruas um número pequeno de pessoas, talvez pelo horário ainda cedo no dia. 

Limiekki conduziu a carroça até o estábulo geral e pararam diante de uma das baias desocupadas. Resolveram fazer uma pequena reunião e os que estavam dentro da carroça também saíram. Logo surgiu, como se invocado dos Nove Infernos, um homem com intuito de cobrar. Era magro, com cabelos e cavanhaque negros e um sorriso falso de vendedor.

– Olá meus nobres senhores. Podem deixar a carroça na baia. Lá tem espaço para os cavalos, com feno bom e seco! Ela custa cinco moedas de prata por dia! Garanto a segurança total de sua mercadoria! Não precisam se preocupar!

Os heróis se olharam e foi o pequenino ruivo e sardento, Fibin, que respondeu.

– Moço… eu não saio de perto da carroça!

– Ora, meu pequeno patrão – respondeu o homem – pode ficar, se desejar!

– Ficarei com você desta vez, Fibin! – comentou Arthos. – Os demais podem ir para estalagem. Nos encontramos aqui no alvorecer. Ficaremos bem!

– Sério!? – alegrou-se Fibin. O espadachim ruivo da Comitiva era praticamente um herói para ele e um dos personagens principais da história do livro que guardava com tanto cuidado sob seu agasalho de peles.

Os demais concordaram e Magnus pagou ao homem, dando-lhe as moedas prateadas ao que recebeu, em retorno, um cadeado robusto e uma chave grande e escura de um metal pesado. Fibin e Arthos despediram-se, tomaram o cadeado e a chave, e fecharam o portão por dentro, enquanto Magnus, Bingo, Limiekki e Baruk foram procurar a taverna. 

Não era difícil achar A Casa dos Convidados. A estalagem e taverna local era uma construção de pedra e argamassa de dois andares, com um telhado de placas de ardósia e uma chaminé fumegante. Razoavelmente bem construída e cuidada, ficava bem ao centro do Entreposto. Os heróis então se dirigiram até a entrada, que emanava um calor que era tão desejado quando um desjejum naquela hora. Os aventureiros pretendiam comer e descansar, recuperando a noite de batalha e a madrugada de viagem. 

O interior era amplo, organizado e limpo, com mesas retangulares de madeira, uma lareira e um balcão ao fundo. Só havia duas mesas ocupadas, uma ao fundo com um solitário homem idoso de barbas brancas, que aparentemente bebia vinho enquanto tinha o olhar perdido e, na outra,três, animados soldados Zhentarim em armaduras. Provavelmente, alguns dos quais viram subir em disparada pelo caminho da montanha. 

Os aventureiros, quando viram os inimigos sentados, se entreolharam, mas deram de ombros, confiando que nada iria acontecer e escolheram uma mesa entre as duas que estavam ocupadas, porém em distância suficiente para terem alguma privacidade. Uma atendente se aproximou dos aventureiros que pediram um desjejum completo: vinho doce, ovos mexidos, pães e sopa. Bingo pediu também um pudim de figo, uma torta de amoras e um folhado de maçã, mas não havia nada disso no cardápio. Contrataram também um quarto coletivo para o dia, no andar de cima do estabelecimento. Enquanto esperavam, Baruk resolveu conversar.

– É ridículo para um anão andar por aí com seu machado pendurado com um saco sobre a lâmina. Que vergonha! – reclamou.

– É da lei de Cormyr! – explicou Magnus. – É uma lei bem antiga. Quando entrávamos em Suzail, também tínhamos nossas armas seladas.

– E além do mais, já é para mim uma vergonha não estar com o meu machado. O meu nome é o mesmo nome de meu machado de clã e eu jurei protegê-lo. Eu falhei!

Limiekki interferiu na conversa com um gesto e sussurrou.

– Por favor, calem-se um instante, estou tentando ouvir o que os soldados estão conversando.

Os companheiros entenderam e Limiekki concentrou-se para ouvir e assim ficou por minutos. Os soldados estavam animados e falavam de algo grande que estava por vir, algo que movimentaria mais uma vez os exércitos e que traria novos territórios para os Zhentarim. Não conseguiu ouvir mais do que isso, pois o trio de militares, após um brinde de vinho, levantou-se de seus assentos e deixou a taverna.

– O que ouviu? – perguntou Bingo, curioso. 

– Algo está para acontecer! Os Zhentarim vão avançar! – respondeu Limiekki.  – Isso pode explicar a presença de Scyllua por aqui.

– Mais um motivo para completarmos nossa missão o quanto antes! – reforçou Magnus.

– Espero que os orelhudos tenham sorte com seus parentes em Evereska. Gosto dos nossos amigos elfos, mas o povo dele é cheio de firulas e não-me-toques. – Baruk fez um gesto abanando as mãos. – Nós, anões, pegamos logo na lâmina… e elas não ficam cobertas com um saco de farinha – disse olhando com desprezo para sua arma.

O desjejum foi trazido e comeram avidamente. Estavam próximos a se levantarem, quando o idoso que estava no fundo da taverna se aproximou dos aventureiros.

– Salve! Sou um músico e acho que conheço vocês de algum lugar… de muito tempo atrás! Pode parecer loucura, mas sempre fui um bom fisionomista.

– O senhor deve estar nos confundindo! – disse Magnus. – Tenho certeza que não nos encontramos antes.

– Ah… não tem problema, meu jovem! Pode ser da idade… ou do vinho! Meu nome é Godric e estou de saída. Espero que o destino permita nos encontrarmos novamente. De qualquer forma, gostaria de deixar um presente para vocês, por lembrarem de pessoas valorosas que encontrei no passado!

O ancião tirou uma caixinha de madeira negra e sem ornamentos do interior do casaco que usava e deixou sobre a mesa dos aventureiros da Comitiva e, em seguida, acenou com um sorriso, indo em direção à saída da taverna. Magnus, antes que o homem saísse, perguntou de onde estava.

– O senhor disse que é músico… que instrumento toca?

– Uma harpa, meu jovem, uma harpa!

Em seguida, o velho foi-se embora, deixando os aventureiros a fitar a pequena caixa de madeira.


[1] A Sintonia de Nome é um dos poderes conferidos à Kariel por Mystra, ao fazê-lo seu Escolhido. Ele pode ouvir nove palavras seguintes de quem pronunciar ativamente o seu nome, ou títulos, com o desejo de se comunicar com ele, onde quer que esteja, desde que no mesmo plano do orador.

[2] Mythal – Um artefato criado por poderosos altos magos élficos, que congrega vários efeitos mágicos que protegem Evereska.

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2 Resultados

  1. Rildo Lucio Andrade disse:

    Não sei se mais alguém lê, mas sou grande fã de todos da comitiva (tanto personagens quando os próprios jogadores) e acompanho e me entusiasmo com qualquer coisa desse grande grupo de aventureiros!!!!

    • Ricardo Costa disse:

      Olá Rildo…cara…só porque você postou isso, vou publicar mais um capítulo…estava meio desanimado em continuar. Valeu

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